– Quem? – perguntou Heechul por todos os outros. Com a identidade da jovem, poderíamos entrar em contato com ela ou até mesmo com um de seus familiares e tentar descobrir o porquê de ela estar procurando por Pedro, então qualquer palpite que fosse, seria um bom começo para nós.

– A menina daquela clínica que investigava e fazia experiência com mutantes, como é o nome? – ele perguntou para si mesmo olhando para sua tigela pensativo – Clínica Pyeong Hwa, é isso – disse Siwon em um sobressalto levando o kimchi a boca e fez uma curta pausa enquanto mastigava – Aquela menininha da franjinha castanha e bagunçada, se lembram? Ela fez o Heechul voltar para pegar o urso dela no dia em que a tiramos de lá. Como era o nome dela mesmo? Lee Chan, Lee Chen…

– Lee Chae-rin – corrigiu Heechul pasmo – Mas... Como seria ela? Nós a colocamos junto com os outros naquele abrigo especial, não tem como ser ela, ela era uma criança tão doce, tão boazinha – e que realmente havia o feito voltar para buscar seu urso de pelúcia. Eu conseguia me lembra da incrível paciência e ternura como a qual Heechul a tratava, chego até a pensar, que se não fosse pela nossa vida corrida e falta de tempo, ele pessoalmente a treinaria, mas ao invés disso, criou uma instituição para que pudessem cuidar da pequena incomum e de outros na mesma situação que ela.

– E agora está com belos vinte e quatro anos, ôôô potência – comentou KangIn para si mesmo, mas notando que agora os olhares voltavam-se para ele, ele se corrigiu – Quer dizer, ela cresceu né? Ninguém fica com nove anos para sempre e não seja hipócrita Heechul, você sabe muito bem que ela me acertou com uma estaca no ombro no dia em que invadimos a instituição para resgatar os incomuns – retrucou KangIn sério.

Realmente aquela não havia sido a melhor missão para ele. Talvez por causa de seu odor repulsivo de álcool, a maioria dos incomuns, achavam que ele era um malfeitor, e ele foi atacado um total de três vezes. Pobre KangIn, mas nem isso foi o suficiente para que ele parasse de consumir vodka.

– Mas se ela não está mais na instituição, quem está cuidando dela? A mandato de quem ela está buscando por Donghae? E por que ela tentou me matar? Ela não gostava do cheiro de álcool que o KangIn exalava, mas ela gostava de mim – disse Heechul fazendo uma careta triste e indignada.

– Primeiro acho que ela está bem grandinha para ser cuidada por alguém, mas não descarto a possibilidade de ela estar trabalhando para alguém. De qualquer forma, temos que ligar para a instituição e descobrir o que foi feito dessa garota – disse passando os olhos pelos três, esperando que algum deles fizesse algum movimento de quem ia pegar o telefone, mas todos disfarçaram, olhando para a comida, teto ou simplesmente fitaram o nada – Alguém pelo menos sabe o número da instituição? – perguntei bufando baixo.

– Eu não lembro, mas vou procurar e ligar assim que chegar ao meu apartamento – disse Heechul, que era quem financiava a instituição, mas a tempo não visitava a mesma – E esse Donghae hein? Menino que não para de correr – disse ele mudando de assunto para tentar acalmar as coisas - É o tempo inteiro, ele vai ser um pupilo do KangIn, não tenho dúvidas quanto a isso – disse Heechul com desdém.

– Eu não vivia correndo na minha juventude – retrucou KangIn sério.

– Aé, você era um viciado em jogo de cartas, tinha me esquecido – respondeu Heechul com um sorriso irônico adornando seus lábios rosados.

– Um mágico – corrigiu KangIn rapidamente.

– Um cretino! - retrucou Heechul mais rapidamente ainda elevando o tom de voz

– Ei! Isso está indo longe demais – falei antes que KangIn começasse a chamar Heechul de afeminado e minha casa acabasse queimada ou inundada – Temos preocupações maiores em mãos.

– E o que vamos fazer depois do almoço? – perguntou Siwon parando com os hashis no ar.

– Heechul tem que ir ao seu apartamento buscar o número e nós quatro vamos... Sei lá, ficar batendo com o Pedro na parede até que ele a atrevesse – disse com bom humor, seria divertido fazer aquilo.

– Ou podemos fazer um campeonato de vídeo game – sugeriu Siwon com um sorriso animado, ele havia apresentado a Kyuhyun o mundo dos jogos e o menino de tanto vicio havia desenvolvido um poder com relação a isso, mas não seria má idéia passar uma tarde jogar vídeo game, seria bom para nos aproximar do Pedro e relaxar um pouco.

– Aish – soltou Heechul – De qualquer forma, eu só voltou amanhã de manhã.

– Por quê? – perguntou Siwon rapidamente.

– Porque eu tem alguns compromissos essa tarde e não tem camas suficientes nessa casa e eu não vou dormir no sofá. Então amanhã de manhã eu volto, mas não se esqueçam de fazer o café da manhã para o Donghae, ele precisa estar bem alimentado para que desenvolva bem seus poderes. E falando em alimentação, ele não pode ficar sem almoçar, alguém tem que levar o almoço para ele.

– Isso se ele não despencar sobre nossas cabeças – comentei sem me esquecer que ele havia entrado no meu quarto, mais cedo ou mais tarde eu tiraria aquilo a limpo.

– Eu vou lá – disse Siwon deixando sua tigela de lado e pegando uma cheia de arroz.

Depois que Siwon alimentou Pedro e Heechul lavou a louça, o nosso campeonato de vídeo game começou, mas havia um porém, Pedro era horrível jogando. Para a felicidade de Siwon, aquela era a primeira vez que ele via e jogava vídeo game, então ele se ofereceu para ensinar a Pedro tudo que sabia sobre jogos ou pelo menos o básico para o nosso campeonato. Com toda a certeza Siwon tinha vocação para professor, tirando é claro o detalhe da paciência, porque ele não nunca foi muito paciente, mas ele tinha um bom coração, o que era um começo promissor. Ficamos jogando durante a tarde inteira, fazendo uma pausa apenas para o jantar, que se resumiu às sobras do almoço, acompanhada de batata frita e refrigerante. Se Heechul visse aquilo ele enlouqueceria, mas o vicio no jogo nos impedia de fazer algo decente para comer.

– Agora que eu ganhei... – começou Siwon ao fim da última partida na qual ele havia me vencido – Vocês perderam! Lálálálá – completou ele todo animado pulando pela sala.

– Quantos anos ele tem mesmo? – perguntou Pedro baixinho para KangIn fazendo-o rir.

– Vamos dormir meninos – disse me levantando com expressão derrotada, eu havia ficado em segundo – Amanhã... Bem, não sei ao certo, mas sei que amanhã vai ser um dia um pouco estranho, eu sinto realmente uma coisa estranha em pensar no dia de amanhã. De qualquer forma, vamos dormir – disse gesticulando para que todos subissem.

Como três crianças obedientes e que querem fugir da bagunça, eles subiram para o primeiro andar e eu fiquei para arrumar a sala. De certa forma eu tentava preencher o cargo de pai zeloso, já que eu era o mais velho e o líder do grupo. Quando finalmente terminei de lavar a louça e arrumar a sala, subi para o primeiro andar e passei primeiro no quarto de Pedro e depois no quarto de KangIn, só para ter certeza que eles estavam lá e segui para o meu. Siwon estava deitado na minha cama que era de casal e embrulhado até o peitoral. Ele não parecia muito confortável, mas não dei importância, apenas peguei algumas roupas e segui para o meu enorme banheiro. Um banho morno a noite, sempre me ajudava a relaxar. Deixei o banheiro vestido uma calça e uma camiseta branca, secando meus cabelos com a toalha da mesma cor. Siwon ainda estava acordado e com as mãos apoiadas sobre o abdômen.

– Hyung... – começou Siwon desconfortavelmente deitado do lado esquerdo da cama – Você acha que o Pedro vai desenvolver algum poder relacionado aos quatro elementos como nós quatro? Porque eu andei aqui pensando, você tem um super poder relacionado ao ar, eu consigo controlar a terra, KangIn produz e manipula o fogo e o Heechul produz e manipula a água, então tecnicamente já usamos todos os elementos possíveis.

– Então é óbvio – disse jogando minha toalha na cadeira ao lado da minha cama e ajeitando meu travesseiro antes de me deitar – Ele será o pupilo de alguém – completei me deitando do meu lado da cama e levei a mão direita para o pescoço, observando o teto branco.

– Espero que ele seja meu pupilo – desejou Siwon me observando com o canto dos olhos.

– Deixe de ser egoísta, você tem o Kyuhyun – retruquei de imediato, internamente eu sonhava que o Pedro fosse o meu pupilo. Seria legal ensinar alguém a controlar o céu e coisas semelhantes.

– Como se o meu poder e do Kyuhyun fossem muito semelhantes, eu não entendo nada de internet, meu ramo é tecnologia sólida, tudo que eu fiz foi orientá-lo, dar ideias de como usar o seu poder e semelhantes, mas eu nunca fui de fato o mestre dele.

– Tem certeza que não? - perguntei fitando a face de Siwon sorrindo – Aquele menino consegue fazer coisas que nem em trinta anos ele conseguiria fazer sozinho, você foi ótimo em treiná-lo e não deve parar ainda, ele ainda tem muito potencial guardado. De qualquer jeito é melhor dormimos, amanhã nós temos um dia cheio pela frente.

– Nós? - perguntou Siwon rindo.

– Eu sinto as coisas no ambiente esqueceu? E eu sei que vai treinar o Pedro muito bem – disse correspondendo o sorriso de Siwon e puxei as cobertas para cima do meu corpo e apertando o interruptor com a telecinese. Para que me levantar para apagar a luz se eu podia fazer aquilo né? - E nem pense em rolar para o meu lado – disse para Siwon me encolhendo embaixo da coberta, enquanto me virava para minha janela.

Apenas escutei a risada baixa de Siwon e um 'boa noite', que foi respondido com um 'para você também'. Com meus olhos focados na janela de vidro que estavam com as cortinas abertas, eu podia ver a floresta e sentir na pele o frescor que a brisa noturna exalava, eu definitivamente adorava morar junto da natureza.

Rapidamente eu peguei no sono, mas era um sono superficial, sem sonhos, até que um grito agudo rompeu com a escuridão em que estava minha cabeça. Sentei-me na cama assustado e olhei para Siwon que dormia como uma pedra. Se a casa pegasse fogo, era provável que ele não acordaria. Escutando alguns gemidos vindo de fora do quarto, joguei a coberta de lado e corri pelo piso gelado até a porta, seguindo imediatamente para o quarto de Pedro, de onde vinha os barulhos estranhos.

– Pedro... - chamei ao entrar em seu quarto, mas ele estava dormindo, provavelmente tendo um pesadelo.

Calmamente me aproximei dele e sentei na beirada de sua cama o agitado levemente.

– Pedro, acorde, está tudo bem – disse tentando lhe passar confiança, já que ele suava e se remexia constantemente, exibindo um careta de dor e sofrimento.

Mediante aos meus esforços, ele abriu os olhos ofegante e olhou tudo em volta assustado, tranquilizando apenas ao ver minha face na luz do corredor. Ele agarrou fortemente a minha cintura e pousou a cabeça sobre o meu peitoral como quem busca proteção.

– Você está bem? - perguntei o confortando em meus braços.

– Estou com medo – respondeu o mais novo sem tirar a face do meu peitoral ou afrouxar o aperto.

– Ei, tudo bem Donghae, foi só um sonho ruim, não precisa ter medo. Eu estou aqui com você – disse acariciando delicadamente seus cabelos castanhos e molhados pelo suor, com a mão direita – Você quer falar sobre o sonho? - perguntei analisando seus cabelos enquanto os alisava.

Ele apenas balançou a cabeça negativamente sob o meu peitoral.

– Tudo bem, se você acha melhor não falaremos sobre ele tudo bem? - perguntei e senti como resposta ele balançar a cabeça positivamente – Agora por favor, se calme e volte a dormir. Quer que eu busque um copo de água para você? - perguntei da forma mais paternal que eu conseguia, tudo para tentar confortar o mais novo.

– Durma aqui Leeteuk – pediu ele com a voz baixa e fina, fitando por instante minha face com aqueles olhinhos pidões.

– Tudo bem – concordei sorrindo e senti ele finalmente soltar meu corpo – Mas fique do seu lado da cama – pedi, fazendo-o fazer uma careta confuso, estamos numa cama de solteiro, era difícil ter um lado – Apenas durma, eu ficarei aqui você – disse exibindo um sorriso torto para o mais novo e terminei de o embrulhar, ficando sentado ao seu lado.

Sem dúvidas aquele quarto estava mais frio que o meu, pensei cruzando os braços sobre o tórax, mas antes que eu saísse correndo para o meu cobertor e minha cama quentinha, Pedro embrulhou minhas pernas com seu próprio cobertor e segurou minha mão esquerda, encostando sua face morna na mesma. Meu plano de sair correndo não ia dar certo.

P.O.V – LeeTeuk off


P.O.V – KangIn on

– Ownt! Eles não parecem pai e filho? - perguntou Siwon cheio de aegyo, o que era bem estranho num cara do tamanho dele e com os músculos que ele tinha. Esse tipo de coisa que fazia dele imprevisível e bipolar, uma hora ele estava super fofo e em outra fazia concorrência ao mau humor do incrível Hulk.

– Esse moleque devia ser meu filho – exclamei sem mais nem menos – Se bem que eu não sei, onde está o pai dele? Se não me engano teve uma época em que eu passei pelo Brêsul conhecendo loiras e tomando caipirinha – disse sorrindo, apenas para tentar assumir a paternidade do mini maknae, mas sinceramente eu nunca havia pisado naquela terra até o dia em que fomos buscá-lo.

Brêsul? O que é isso? Francês? - perguntou Siwon fazendo uma careta confusa.

Deixei com que uma ruga de interrogação formasse em minha testa. Qual era mesmo o nome do país? Antes que eu obtivesse minha resposta, Leeteuk moveu a cabeça abrindo levemente os olhos e piscou diversas vezes antes de focar em mim e Siwon. Sua careta de susto combinado com sua cara amassada foi definitivamente o melhor.

– O que estão fazendo aqui? - ele perguntou coçando levemente a cabeleireira castanha e bagunçada e voltou-se para Pedro que estava acomodado em seu braço esquerdo, com a cabeça encostada em seu tórax – Já fizeram café da manhã para ele?

– Café da manhã é com você líder – respondi cheio de humor e morrendo de preguiça, mas bem que umas torradinhas com manteiga iam bem aquele momento.

– Vou fazer o café – anunciou Siwon com um sorriso e deixou o quarto indo em direção as escadas. Quando Cinderela ou Leeteuk não faziam a comida, era só recorrer ao nosso maknae musculoso que ele se ajeitava na cozinha, mas eu e Kyuhyun não podíamos passar nem perto da cozinha, que ela mesma já ligava para a polícia e os bombeiros.

– Como eu tiro ele? - perguntou Leeteuk tentando tirá-lo de seu braço.

– Nossa, não acredito que me perguntou isso – respondi fingindo estar dignado, o que realmente era um caso, mas eu havia acabado de tomar um gole de vodka e isso pela manhã me deixava tão letárgico que minhas expressões se tornavam em sua maioria fingidas – É só usar a telecinese... Deixa que faço isso – disse me sentindo o poderoso e estiquei a mão direita para o corpo pequeno de Pedro, mas quando pensei em levantá-lo, ele mastigou o nada sozinho e puxou o ar fortemente pelo nariz abrindo os olhos em sequência – Eita, esse menino é possuído – comentei abaixando a mão chateado, eu quase não usava minha telecinese para coisa úteis e quando ia usá-la ele estragava meu plano.

– Bom dia Pedro – disse o líder sorrindo.

Pedro por sua vez, soltou um grunhido irreconhecível e tampou a face com ambas as mãos e as deslizou pelo rosto, puxando a pele junto. Quando seus dedos chegaram à boca, ele jogou os braços para cima, novamente soltando um grunhido que se assemelhava ao ronronar de um gato e se espreguiçou preguiçosamente.

Precisava de tudo aquilo?

– Bom dia – disse ele de volta sorrindo e saiu coçando a cabeleira indo em direção a porta.

– Marrento ele né? - comentei apontando o polegar direito para o mini maknae que seguia para o banheiro.

– Ele tem escova de dente? - perguntou o líder arrumando a cama do mais novo.

– A Cinderela comprou um monte de coisas para ele... - disse sem dar muita importância, quem tinha dinheiro para gastar era outra coisa - E porque que eu tenho que arrumar a minha cama e você arruma a dele? - perguntei fazendo uma careta, aquilo era muito injusto.

– Porque ele é uma criança, agora vai indo na frente que vou escovar meus dentes, lavar o rosto e já estou descendo – disse o líder terminando de arrumar a cama e passou por mim, depositando um soco fraco no meu estômago.

Soltei um baixo 'ai' acompanhado de uma careta de dor e segui para o térreo. Siwon estava realmente fazendo o café e com muita preguiça de ajudá-lo, apenas puxei uma das banquetas para mim e me sentei nela.

– Faça panquecas hyung – pediu Siwon me sorrindo – Heechul comprou os ingredientes e também a cauda.

– Então mande ele fazer – respondi rapidamente com um sorriso gigantesco.

– Pelo menos pegue as torradas no armário hyung – pediu Siwon desligando o fogo e levando a panela para a pia.

Fazendo uma careta, semicerrei meus olhos para o armário, deixando com que meus olhos ficassem mais claros e analisei o havia dentro dos armários. Apenas na terceira porta que encontrei a torrada, então simplesmente pisquei os olhos fazendo-os voltarem ao normal e estiquei o braço para o armário, fazendo um sinal com o indicador direito, o abrindo com facilidade. Para que me dar trabalho se eu podia usar apenas meu poder não é mesmo? Calmamente trouxe os dois pacotes de torradas para o balcão de granito e voltei a fechar o armário.

– Muito bom – disse Siwon colocando a garrafa de café cheia sobre o balcão – Mas assim você vai ficar sedentário – alertou ele fazendo uma careta.

– Está vendo esse corpinho aqui? - perguntei indicando meu corpo inteiro, mas dando um close especial na minha barriga so sexy – Eu não o consegui de uma hora para a outra.

– Claro – respondeu Siwon rindo.

As garotas podiam não admitir, mas a maioria preferia minha barriga so sexy com gordurinhas para pegar, do que a barriga chapada de mister Siwon, o garoto número um da Coréia do Sul, que mesmo com quarenta e poucos anos conservava seu sorriso de vinte. E não, eu não estou brincando com sua idade, era possível até que ele fosse mais velho que isso.

– Tem leite? - perguntou Pedro tocando meu ombro com um sorriso animado.

– Na geladeira – respondeu Siwon despejando o café fumegante em uma das canecas – Quer café hyung? – ele ofereceu sorrindo.

– Café? Você está falando sério? - perguntei indignado – Café me faz mal – disse abrindo metade do meu blazer preto e tirando uma garrafinha prateada de dentro dele – Isso me faz bem – disse destampando a garrafa e respirei fundo o doce aroma da vodka.

– Claro, café te deixa sóbrio – respondeu o líder entrando na cozinha com bom humor.

E o pior era que eu tinha que concordar.

– O Heechul não falou o horário que chegaria? – perguntou Siwon mudando de assunto, talvez por achar que aquele assunto pudesse ser uma má influência para o pequeno Pedro, mas não era eu que havia lhe ensinado jogos de matança no dia anterior, isso porque depois de perder para o Pedro, ele me devia uma revanche.

– Só falou que chegava de manhã, mas do jeito que ele é, chegará aqui por volta das dez, apenas no horário de fazer o almoço – respondeu o líder atraindo a garrafa de café para si apenas com um gesto da mão direita.

– É bom saber que eu sou o assunto de vocês – falou a Cinderela abrindo a porta com sua chave. Era incrível como a casa do líder era tipo o nosso quartel general, mas eu não nunca tivera uma chave, nem no tempo que eu morava com ele eu tinha uma chave. Depois eu ia exigir uma, ainda mais agora que eu tinha voltado para o grupo, o que significava voltar a morar com ele – Ando sendo o assunto de muitas coisas e isso me lembra que eu preciso pintar meu cabelo de branco e adotar uma criancinha da África, se bem que isso não vai anular em nada, a não ser que eu adote um coreano que seja bem semelhante a mim, e ai, quando ele tiver dezesseis anos, eu assumo o lugar dele, tipo, fico como filho de mim mesmo e todo mundo vai ficar feliz, achando que eu morri em um acidente ou de velhice.

– Se você quiser eu posso forjar o acidente – respondi sorrindo maliciosamente para o mais velho, seria uma benção ter aquele imitador afeminado bem longe de mim.

Ele me lançou um olhar mortal.

– Bom dia – disse Kyuhyun educadamente surgindo de trás da Cinderela.

Mas Pedro não parecia conformado com uma situação em especial.

– Do que estão falando? E porque nenhum de vocês são casados, tem namorada ou filhos? Vocês por acaso tem emprego? – perguntou Pedro apoiando ambas as mãos no balcão.

O olhar de Siwon pesou para baixo, tentando esconder sua tristeza, mas antes que Pedro pudesse reparar nisso, eu comecei meu longo discurso a cerca de sermos um monte de solteirões desocupados.

– Casar pra que menino? Somos heróis secretos da sociedade e pense bem, ter filhos na nossa condição não é bom, porque nós teríamos que enterrá-los entende? Filhos de diferentes nascem incomuns e não existe um incomum conhecido que seja imortal, esse é um dom que pertence apenas os diferentes, então você terá um filho, se animará todo com ele, e no fim vai enterrá-lo como se ele fosse seu avô. As pessoas envelhecem e nós continuamos sempre as mesmas. Não tem graça construir uma família assim.

– Então ela está morta? – ele perguntou friamente jogando uma fotografia em cima do balcão.

Por curiosidade, me aproximei da foto que ele havia jogado ao meu lado e senti minha respiração falhar. Em hipótese alguma ele poderia estar com aquilo. Nenhum de nós quatro tínhamos o direito de sequer tocar no nome daquela jovem e como ele tinha a ousadia de pegar uma foto e ainda jogá-la em cima do balcão como se não fosse nada? Heechul que estava parado ao lado direito de Pedro, também observou a foto e paralisou sua respiração. Nos entreolhamos com um único pensamento: Leeteuk ia matar o Pedro.

P.O.V – KangIn off


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