P.O.V – LeeTeuk on

– O que? – perguntou Heechul com sua voz desregulada e estridente, obrigando-me a levar as mãos aos ouvidos. Só de lembrar que aqueles gritos agudos eram mais frequentes quando ele descobriu aquele dom, minha cabeça doía. Ter quatro adolescentes juntos descobrindo seus poderes, que a propósito, não eram semelhantes, não foi a coisa mais fácil do mundo.

– Acalme-se Heechul – pedi cutucando os ouvidos incomodado, ele podia ensurdecer alguém com aqueles descuidos, mas rapidamente deixei meus braços penderem ao lado do meu corpo e voltei ao nosso diálogo – Você sabe muito bem do dom daquela incomum... – foi inevitável não me referir a Taeyeon com desprezo - ...e se ela está por perto, é óbvio que é culpa dela. Não acredito que não fiz essa ligação antes – completei andando de um lado para outro nervoso. Era completamente inaceitável pensar que ela estava fazendo mal a um garoto. Aquilo não podia ser verdade, mas eu tiraria aquela história a limpo.

– Mas como você sabe que ela está na cidade? - perguntou o mais novo totalmente sereno, apenas enrugando levemente a testa para demonstrar um pouco de curiosidade, mas sua face havia sido tomada por uma maścara de calma. Revirei os olhos pensando que aquele era o meu papel, mas novamente ele voltou a me questionar, tirando-me da minha linha de pensamentos egoístas - Você a sentiu por perto?

– Eu me encontrei com ela – respondi com a voz e a cabeça baixa esperando por um longo sermão. Se havia alguém apto e que me ajudava a liderar aquele grupo, aquele alguém era HeeChul, então era essencial que eu lhe contasse coisas como a volta de Taeyeon.

– Como assim ela está na cidade e você não me avisou? - esbravejou Heechul franzindo o cenho irritado. Eu não desmerecia aquela reação, mas confesso que discretamente recuei um passo. Diferentes irritados são bem perigosos, digo por experiência própria.

– Eu não queria lhe preocupar Heechul dongsaeng, eu achei que seria melhor se ninguém soubesse, porque com tantas preocupações... Não pensei que ela seria capaz de fazer algo ao Pedro, afinal, ela o vê como uma espécie de Deus... - minha voz era a mais mansa e inocente possível quando o mais novo me interrompeu.

– Deus? O Donghae? - perguntou Heechul soltando uma risada irônica.

– Foi a mesma coisa que pensei – respondi dando de ombros.

– Mas me explique direito como e quando aconteceu esse seu encontro com a Taeyeon – pediu Heechul voltando a sua postura séria.

Embora não me sentisse muito a vontade para lhe falar sobre a Taeyeon, sentei-me com o mais novo no piso da varanda e lhe contei, sem muitos detalhes, como havia sido o meu encontro com ela. Ele ouviu a tudo fazendo caretas e mais caretas de concentração. Às vezes ele até se atrevia a fazer uma pergunta ou outra, mas ele se limitava apenas a ouvir. Quando terminei meu curto relato observei atentamente a sua face buscando por algum tipo de reação. Na face testa alva e lisa do mais novo havia uma ruga de preocupação. Apreensão era um sentimento palpável no ar. Não apenas pelo meu dom que eu conseguia sentir isso, mas também por conhecê-lo a tanto tempo e tão bem. Ele estava aflito e apreensivo.

– Sabe Jung-su... - começou ele depois de um longo tempo de silêncio deslizando os olhos calmamente pela grama até chegar em minha face – Eu tive uma visão com o Donghae e devo lhe confessar que ela não foi nada animadora. Então por mais que pareça uma preocupação boba e exagerada, agora é o momento de treinarmos ele ao máximo para que ele esteja pronto no caso de um enfrentamento com incomuns de alto nível e também buscar de todas as formas possíveis a verdade por trás dessas pessoas que estão atrás dele, começando por Chaerin e Taeyeon – suas palavras tinham um peso tão forte, que Heechul era obrigado a falar pausadamente para que não se engasguasse com elas.

– O que você previu? - perguntei juntando as sobrancelhas na base da testa aflito. Para Heechul não ter me contado antes, devia ser uma visão muito boba ou muito trágica, e infelizmente, pelo seu discurso, eu tinha certeza que se tratava da segunda.

– Eu o vi o Donghae... - começou o mais novo com pesar, mas antes que ele conseguisse concluir, Kyuhyun atravessou o batente da porta correndo e parou ao nosso lado ofegante.

– Tio Jung-su... Tio Jung-su... - falou ele arfando, tentando de todas as formas ser enérgico, mas a falta de fôlego o atrapalhava.

– Diga de uma vez Kyuhyun – ordenei franzindo o cenho sério. Só por ele ter chegado em um momento inapropriado, eu já sentia vontade de arremessá-lo pelos ares, então quanto menos tempo ele demorasse, menos riscos de aprender a voar ele correria.

– O Pedro está preso no chão do quarto do tio YoungWoon – anunciou ele ainda arfando, sendo obrigado a fazer curtas pausas entre uma palavra e outra.

– Isso é sério? - perguntei me erguendo da escadaria. Kyuhyun, que agora apoiava as mãos na cintura, assentiu com a cabeça. Passei os olhos por Heechul suplicando que ele fosse comigo, mas tudo o que ele fez foi dar de ombros e caminhar de volta para o seu carro. Sem ter muitas opções quanto a quem socorrer, gritei para o mais novo, pedindo que ele me ligasse mais tarde, e sai correndo na companhia de Kyuhyun para ver a situação de Pedro.

Antes que chegássemos às escadas, Kyuhyun me apontou para o teto da sala. Embora relutante, passei os olhos rapidamente pelo local e quase cai pelo susto. Realmente havia um par de pernas se mexendo ali, uma coisa completamente fora do comum e olha que eu havia convivido com Heechul, Siwon e KangIn enquanto eles desenvolviam a maior parte de seus poderes. Engolindo em seco, apressei meus passos para chegar ao menor que estava literalmente preso no piso do primeiro andar.

– O que vocês estavam tentando fazer? – perguntei assim que entrei no quarto de KangIn e o encontrei tentando puxar Pedro para cima sem sucesso.

– Nada – respondeu KangIn rapidamente com um sorriso nervoso em seus lábios. Coisa boa eles não estavam fazendo para que Pedro se colocasse naquela situação complicada, tanto que KangIn estava tentando por si só tirá-lo do piso, mas todo seu esforço só estava lhe rendendo transpiração, porque notei que assim que entrei no cômodo, ele passou rapidamente o antebraço na testa e se afastou de Pedro para que eu pudesse avaliar a situação, mas sua respiração era descompassada, demonstrando seu medo e um toque de aflição.

– Tio KangIn queria que eu assaltasse a geladeira de noite – confessou Pedro sem a menos que eu insistisse.

– Ei Pedro, não precisa ficar divulgando para as quatro partes do mundo – repreendeu KangIn franzindo o cenho se irritando.

Enquanto isso eu analisava a situação atônito. YoungWoon tinha mesmo a intenção de assaltar a geladeira usando a intangibilidade e provavelmente a telecinese de Pedro? E o pior era que aquilo fazia um sentido tremendo. A intangibilidade mesclada com a telecinese faria do menor uma pessoa muito poderosa. Naquele momento eu não sabia se agradecia ou não por ele ainda não dominar o primeiro dom, mas por causa da impaciência de Pedro, acabei voltando ao momento presente.

– Você vai ter que sair dai sozinho – disse ao menor depois de muito analisar e chegar a conclusão que ou meu piso ficaria com um buraco ou o Pedro seria partido ao meio caso tentássemos tirá-lo a força do local.

– Mas eu vou cair na mesa de centro – devolveu o menor com os olhos úmidos e um grande bico a se formar em seus delicados lábios. Sempre se fazendo de criança mimada e birrenta, o que em certa ocasiões, como aquela por exemplo, me irritava bastante.

– Verdade – retruquei um tanto pensativo. Ele podia me irritar com aquele seu jeito infantil, mas não deixava de ser um bom observador – Eu vou ficar lá embaixo para te pegar, então não se preocupe com a telecinese, se foque apenas afundar certo? – perguntei apenas para ter certa que ele havia entendido minha idéia.

– Certo – respondeu o menor assentindo levemente com a cabeça.

Quando cheguei ao térreo, busquei sutilmente por Heechul, mas não havia sinal dele e seu carro não estava mais estacionado no gramado. Sempre tão decidido, pensei alto, mas fui interrompido por Kyuhyun que gritou do primeiro andar, perguntando se eu estava pronto. Rapidamente tirei a mesinha do meio da sala e gritei de volta avisando que estava pronto.

Esticando os braços, eu podia tocar os pés de Pedro, então fiquei ali, com os braços erguidos, esperando ele cair, mas os minutos foram se passando ele não parecia afundar um centímetro sequer.

– O que está acontecendo? – berrei para que qualquer um deles respondesse abaixando momentaneamente meus braços, que estavam ficando com câimbras por causa da posição por confortável.

Rapidamente Kyuhyun apareceu na metade das escadas.

– O Pedro não está conseguindo ativar seu poder.

– Mande ele se concentrar, pensar em coisas bonitas e felizes ou avise a ele que ele corre o risco de morrer se não sair sozinho do teto, porque se ele fizer um buraco no meu piso... – nem precisei completar. Kyuhyun saiu correndo de volta para o quarto de KangIn.

Alguns instantes depois e Pedro me gritava um “muito obrigado pela compreensão e paciência”. Apenas revirei os olhos em resposta e voltei a minha posição de braços erguidos. Pela demora comecei a imaginar o que se passava na cabeça do menor estando preso no teto e quando eu menos esperava, ele caiu em minha direção. Por causa da minha distração fui nocauteado pelo menor caindo de costas sobre o tapete e sendo pressionado no chão pelo seu corpo pequeno. Foi inevitável não bater a cabeça no chão, fazendo a dor explodir para o resto do meu corpo, mas mais inevitável ainda, foi impedir que o ar fugisse dos meus pulmões por causa de Pedro.

– Pensei que você era mais leve – resmunguei para o menor que se movia desnorteado em cima do meu corpo.

Fazendo careta de dor, mas sem sair de cima de mim, o menor se apoiou no cotovelo direito e me encarou massageando o pescoço com a mão esquerda.

– Por que você não usou a telecinese? - perguntou ele franzindo o cenho de forma arrogante, como se eu tivesse me comprometido a pegá-lo com tal habilidade, mas na verdade o que aconteceu foi o calculo errado e minha distração, senão eu o teria o pegado sem problema algum.

– E por que você não sai de cima de mim? – perguntei de volta arqueando a sobrancelha esquerda.

Escutei Pedro soltando algo como um ‘verdade’ e calmamente ele se apoiou nos braços e pernas saindo de cima de mim. Apenas para demonstrar um pouco de superioridade, ergui um pouco meus braços e lancei para baixo acompanhado de um golpe de ar. Rapidamente meu corpo foi jogado para cima e meus olhos se voltaram para as escadas de onde vinham barulhos de passos.

– Você conseguiu maknae – disse Kyuhyun pisando no térreo todo animado. Aquela era a primeira vez que eu ouvia Kyuhyun chamar o Pedro de maknae, o que soava estranho e engraçado, mas nada comentei, apenas voltei meus olhos para KangIn que estava quieto demais.

– A Cinderela não quis ficar? - perguntou ele cheio de ironia, ignorando por completo o grande feito do menor.

– Não – respondi agitando a cabeça negativamente.

Kyuhyun que até o momento comemorava com Pedro a dominação incompleta de seu dom, aquietou-se enquanto o menor afundava o seu corpo no sofá pensativo, mas havia um sorriso bobo em seus lábios, o que revelava que ele provavelmente pensava no quão maravilhoso era a intangibilidade. Algo bem comum para quem acaba de atravessar o teto por vontade própria.

A calmaria que havia se instalado no cômodo era tão estranha, que me mantive de pé imaginando o que faria. Por mais que fosse um sábado, pensei em ir ao meu hospital passar algumas horas atendendo os pacientes e também para ter certeza que estava tudo bem, mas deixar Pedro com Kyuhyun e KangIn não era algo que eu queria fazer. Eu ainda pensava sobre as duas opções quando Kyuhyun parou ao meu lado afundando desconfortavelmente as mãos dentro do bolso de sua calça.

– Tio Jung-su, posso falar com você em particular? – pediu o mais novo timidamente.

– Por que eu não posso ouvir? – perguntou Pedro franzindo o cenho e inclinando-se para frente.

– Também quero saber do que se trata – falou KangIn dando um alto salto por cima do sofá e caindo graciosamente ao lado do menor. Dois curiosos impertinentes, pensei alto, mas fiquei do mesmo modo, ainda mais considerando que Kyuhyun não era dado de tais exigências.

– Não é nada demais... – respondeu o mais novo passando os olhos desconfortavelmente pelo chão – Eu só queria saber a respeito daquela incomum que o tio Siwon mencionou no jantar beneficente... Você confirmou que ela é uma incomum certo? Mas e o irmão dela? Ele também possui algum dom especial?

– Ela tem um irmão? – perguntei franzindo o cenho com desprezo imaginando qual seria o motivo do repentino interesse de Kyuhyun.

– Um irmão... Mais velho? Não sei ao certo quantos anos o Sungmin hyung tem, mas eles estavam na mesma mesa. Ele estava usando uma franja bem preta que ocupava toda a testa e estava vestindo uma camiseta social cinza bem escura e... – enquanto falava, Kyuhyun gesticulava para reforçar sua descrição, mas tudo o que fiz, foi franzir o cenho intrigado e lhe interromper antes que seu discurso se tornasse longo e entediante demais.

– Dos quatro incomuns que senti um era você, outra era a garota e os outros dois não estavam no meu alcance de visão. Então se seu amiguinho não saiu do salão no momento em que eu estava os procurando, ele não é um incomum. Na verdade acho que tudo não passou de uma armação do grupo da Chaerin. Mandar a Yuri que deu uma surra no KangIn... – passei os olhos rapidamente por ele, que me espreitava com ódio. Simplesmente dei de ombros e continuei – Ficar dentro do salão, enquanto outros dois ficavam a espreita esperando uma oportunidade para sequestrar o Pedro.

– Comida... – disse Pedro em um sussurro surpreso, cobrindo imediatamente a boca com a mão direita.

– Está com fome? – perguntei franzindo o cenho confuso.

– Não, eu estou bem – respondeu o mais novo dando de ombros um tanto nervoso.

Arqueie a sobrancelha esquerda desconfiado. Pedro era um garoto pouco expressivo, que geralmente se resumia a surtos de raiva e bicos manhosos, um total descontrole, mas preferi não insistir. Talvez ele agisse de tal modo por causa dos pesadelos, que a propósito, eu faria de tudo para acabar com eles.

– De qualquer maneira, mesmo que esse tal de Sungmin não seja um incomum, não quero nenhum de vocês dois... – fiz questão de reforçar as palavras ‘vocês dois’ elevando o tom de voz e passando os olhos rapidamente pela face de Kyuhyun e Pedro – Se encontrando com ele, principalmente você mocinho... – e dessa vez eu fazia um referência clara apenas ao menor - ...que fica aceitando presentes de estranhos. Isso não é certo Pedro.

– É só uma câmera fotográfica – argumentou o menor fazendo um bico manhoso.

– Mas poderia muito bem ter um rastreador dentro dela... – só então pensei na veracidade dessa idéia. E se realmente tivesse um rastreador dentro dela? Todos estariam em perigo, principalmente Heechul por Pedro ter dormido em seu apartamento – Onde está a câmera?

– Aigo! Esqueci no apartamento do Heechul hyung – respondeu o mais novo batendo com a mão espalmada na testa.

– Por Deus Pedro! Por que você não pode ser mais cuidadoso? – perguntei franzindo o cenho irritado para o menor.

– Por Deus digo eu – retrucou ele saltando do sofá e imitando minha expressão irritada - Eita líder estressado, o Sungmin hyung é um bom garoto, muito mais simpático que você, além do mais como ele saberia que encontraria comigo e com o Kyu na praça? Não faz sentido algum, até porque quem quebrou a câmera fui eu, então não faz sentido algum esse seu discurso desesperado. Você devia mesmo se preocupar com o assassino do Simão – soltou o mais novo bufando irritado, mas paralisou ao se dar conta de suas palavras.

Ele que dava passos e mais passos em minha direção, recuou tremendo e passou os olhos vagamente pelo chão.

– Assassino do Simão? – perguntei semicerrando os olhos, ele estava se referindo ao Siwon? Perguntei a mim mesmo coçando levemente minha cabeleira castanha.

– Ele só estava brincando – falou Kyuhyun entrando com um sorriso nervoso na frente do mais novo, mas com um movimento rápido da mão direita, Pedro empurrou Kyuhyun de sua frente usando apenas da telecinese, que sem dúvidas era mais eficaz que se ele tentasse empurrá-lo com as mãos.

– Não se faça de desentendido líder – esbravejou ele perdendo o receio que até pouco o impedia de prosseguir - Eu sei muito bem que o Simão foi casa... - dessa vez quem o interrompeu foi KangIn que lhe tampou a boca com a mão direita e começou a falar tão nervoso quanto Kyuhyun.

– Pra casa dele, o Siwon foi pra casa dele fazer algo de muito útil e eu e o Pedro vamos fazer outra coisa de... – KangIn passava seu tom sutilmente para o de ameaça, quando Pedro bufou alto. Em uma fração de segundos ele foi jogado para longe do menor.

Ainda consegui ver a fina parede do campo magnético que ele havia criado tremeluzir e se dissipar no ar. Pedro respirava pesadamente e me espreitava com os olhos revoltosos e com uma ruga de irritação em sua testa.

– Como o Simão teve coragem de matar a própria esposa? – questionou o mais novo praticamente me dando um tapa na cara dada a minha reação. Aquele era o tipo de pergunta que eu jamais esperava ouvir.

Kyuhyun e KangIn que se levantavam atordoados pelo golpe do menor, paralisaram igualmente surpresos.

– De onde tirou essa história? – retruquei confuso.

– Eu quero saber de tudo Park Jung-su, eu quero saber de tudo que aconteceu com a sua namorada e com a esposa do Simão – exigiu ele me espreitando tão sério, que sem perceber ele se erguia do solo, mas aquela sua arrogância em demasia foi o estopim para que eu estourasse.

– Você não tem o direito de exigir nada de mim – retruquei elevando o tom de voz e obrigando-o a recuar e perder um pouco de sua arrogância. A casa ainda era minha e ele ainda era apenas um garoto.

– O que aconteceu de tão terrível entre vocês? – perguntou o menor tocando o tapete novamente e me fitando com expressão serena.

– Não é da sua conta.

– É sim. A partir do momento em que eu entrei para esse grupo, eu tenho o direito de conhecer vocês – argumentou o menor tomando cuidado para não elevar o tom de voz, mas deixando um toque de presunção no fim de sua fala.

– E quem disse que você faz parte desse grupo? – questionei elevando novamente o tom de voz - Olhe para você Pedro, você é apenas uma criança de muita sorte, se você não fosse um diferente, você acha que nós perderíamos nosso tempo indo atrás você? Se estamos lhe treinando é apenas para que você não se torne uma ameaça para essa sociedade hipócrita que tentamos proteger, mas você jamais fará parte do nosso grupo, da nossa história! – falei tudo que estava preso na garganta desde que aquele garotinho birrento havia se recusado a ir conosco.

Ele bufou com os olhos tornando-se úmidos e saiu correndo. Rapidamente ele ganhou a varanda e desapareceu do meu campo de visão. Respirei ofegante pelo ar perdido e vaguei com os olhos pelo cômodo, parando apenas na face estupefata de KangIn.

– Você... Por que você disse essas coisas? – perguntou o mais novo com certa dificuldade para completar sua fala.

– Eu... – bufei alto e marchei em direção ao meu quarto.

– Eu vou atrás do Pedro – anunciou Kyuhyun e saiu correndo em direção a porta.

P.O.V – LeeTeuk off