A Promessa

Desastre Ambulante. +18


Eu poderia está completamente fora de órbita, tonta e dormente, mas sabia bem a mão que puxava para o corredor. Sabia bem de quem era os beijos em meu rosto e pescoço. Sabia exatamente o que estava fazendo e o álcool só estava ali para me deixar mais corajosa. Estávamos dançando na pista de dança – ou estávamos nos beijando apenas eu não conseguia me lembrar – só queria um lugar quieto o bastante para nós dois, reservado o bastante para que eu possa ficar sozinha com ele.

Maxon não pareceu notar meu estado de embriaguês – ou se notou – não disse uma única palavra quando entramos no banheiro vazio. Nos beijávamos como se fosse nossa única chance, como se fosse nosso último beijo. Ou o primeiro depois de tanto desejo. Puxei a barra de sua blusa trazendo-o para mais perto, colando nossos corpos, nossas calças jeans, nossas blusas. Ele me encostou atrás da porta e ouvi o som de trinco sendo fechado, sem esperar o empurrei para trás para parede. Maxon passou suas mãos por minha cintura, subiu até meu pescoço, minha nuca, meu rosto e se afastou o suficiente para me encarar. ''O que está fazendo Karlla?'' ele perguntou intrigado e eu não sabia o que responder.

As palavras provavelmente já tinham fugido da minha boca, minha mente estava atrás da porta fechada e eu não conseguia raciocinar com aqueles olhos em mim, os lábios em minha frente um pouco abertos e a respiração entrecortada dele. Era claro o seu desejo, mas também seu respeito.

Cansada de esperar, peguei a barra da camisa e olhamos para baixo, observamos minhas mãos – estranhamente – ágeis fazendo a camisa subir lentamente, mostrando pouco a pouco a barriga musculosa dele, a calça caída na cintura e a cueca preta à vista. Fechei a boca e olhei para ele – tão tenso, tão nervoso e tão apreensivo. Maxon deixou que eu tirasse sua blusa e não tirou seus olhos dos meus ou suas mãos da minha cintura. Sorri encarando seu peito, seu abdômen, seu corpo – desesperadamente – perfeito. Me inclinei beijando seu pescoço, ''Maxon'' sussurrei notando-o enrijecer, tanto nos ombros como abaixo da cintura e eu sorri tão maliciosa, tão orgulhosa de mim mesma. ''Max...'' e ele me beijou desesperado. Puxando meu cabelo para trás com uma mão enquanto a outra procurava como abrir minha blusa. E eu não me importei com o sutiã velho quando minha blusa caiu sob meus pés. Não me importei de vê-lo me observando e sorrir maravilhado.

Maxon abraçou minha cintura e me ergueu colocando sobre a pia, abrindo os botões da minha calça sem tirar os olhos dos meus. Estávamos sorrindo e eu não sabia se ele sorria por ser ágil e corajoso, como eu sorria ou se apenas ele estava gostando daquilo. ''Você sabe o quanto gosto desse jeans?'' ele perguntou quando ouvi o som de zíper aberto. Neguei com a cabeça mesmo lembrando que ele havia falado sobre minha calça nas duas vezes que eu havia usado, mas naquele momento não tinha tempo para falar e lá estávamos nos beijando outra vez. Ele me ergueu e prendi minhas pernas em sua cintura, percebi que já não havia jeans ou cueca ou até, calcinha nos separando.

Rapidamente abri os olhos e me afastei olhando para baixo, tão surpresa por vê-lo ativo, tão surpresa por estarmos despidos sem nem mesmo eu ter notado. ''Porque você não me esperou?'' era minha voz, mas não sabia como havia achado palavras para falar naquele momento. Maxon riu tão garoto, tão lindo e disse algo como “da próxima vez” e eu sorri concordando com a cabeça, sabendo que haveria uma segunda vez independente de como eu me sairia ali, independente se eu fosse um desastre ambulante.

Fechei os olhos sentindo os lábios dele em meu pescoço, os dedos dele em minha parte mais íntima. Eu nunca entendia o que era as pré-eliminares, nunca entendi porque demorar tanto para ir aos finalmente, mas ali com Maxon, tudo o que eu mais queria era ir devagar. E ele estava indo devagar, deslizando seus dedos em mim, girando e movimentando me deixando louca, completamente ansiosa. “Maxon” sussurrei desesperada, fechando os olhos jogando a cabeça para trás. Os dedos pararam, os lábios sumiram de meu pescoço e eu não poderia acreditar, abri os olhos e ele me observava sério. ''Você tem certeza disso?'' ele perguntou tenso, prendendo a respiração em minha frente.

''Tenho.''

Foi minha resposta, apertando minhas pernas em sua cintura para o efeito das palavras pesarem o dobro e ele sentiu. Sentiu minhas pernas, sentiu que eu estava molhada e excitada, sentiu que eu estava pronta. Maxon me ergueu e apertei os olhos ao senti-lo em mim. Primeiro com – extrema – delicadeza ele entrava e saía, apertando minha cintura em cada movimento, enterrando o rosto em meu pescoço suprimindo pequenos gemidos que vinham de sua garganta. Arqueei as costas quando os movimentos se tornaram rápidos e duros, quando ele se ergueu e beijou a ponta do meu nariz. ''Olhe para mim'' sussurrou em meus lábios, mas eu não sabia se conseguiria abrir os olhos. Tinha medo de arriscar. ''Kar'' sussurrou mais uma vez, ''olhe para mim'' e eu abri os olhos, sentindo com todas as minhas forças a entrada dura, o movimento rápido e os gemidos baixinho. Eu estava a ponto de gritar com prazer, com alegria, com a enorme sensação que era o sexo com Maxon.

Pressionei os lábios deixando meu corpo seguir os movimentos do corpo dele, sincronizando-os, se tornando um só. Seus olhos castanhos estavam mais vivos do que nunca, ele sorriu rapidamente e mais um movimento me beijou profundamente, caindo sobre mim.

— Maxon? – perguntei nervosa, sentindo nossa respiração ofegante, nossos corpos com uma fina camada de suor. Eu estava a ponto de chegar no meu ápice quando ele parou.

Porque ele parou?

Meu corpo gritava.

— Estou sem camisinha. – ele disse com o rosto afundado em meu pescoço.

— E qual o problema? – perguntei.

Ele levantou o rosto para me encarar e sorriu terno, calmo apesar dos cincos segundos atrás.

— Eu estava prestes a... – e parou. – Não posso fazer isso com você.

— Porque não? – perguntei tão nervosa, apreensiva por achar que ele não me queria, não queria o sexo, que eu não era – boa – como as outras.

— Porque você é pura. – ele respondeu e eu ri, não alto o bastante, mas ri.

— Maxon, depois do que aconteceu aqui você ainda acha que sou pura? – perguntei fazendo ele sorrir.

— Quero dizer, não vou fazer algo assim com você em um banheiro. Você merece mais.

— Então está dizendo que não mereço o mesmo tratamento que as outras? Sexo só quando você quiser? – meu tom era totalmente calmo, mas de algum modo aquelas palavras o incomodaram. Maxon se ergueu e se afastou.

— Sim. Você merece algo melhor e não. – pegou sua cueca box preta, o jeans e a blusa, se vestiu com uma cara feia, bufando ao encontrar meu olhar.

Dei de ombros e sai da pia, ignorando o tremor nas pernas e vestindo minha calcinha, jeans e blusa. Me olhei no espelho por um momento e me vi completamente diferente, com uma luz própria, um brilho nos olhos que eu não lembrava ter. Minhas bochechas estavam rosadas e havia um sorriso em meu rosto, relevando a sombra de uma covinha.

Me virei para Maxon, de braços cruzados com um lado do corpo encostado na porta, para checar se ele também havia visto.

— Você viu isso? – perguntei tão surpresa e desesperada para que ele tenha visto a covinha e a mudança.

Será que esse era o sinal de que eu estava entrando para a família Maddox?

— Vi o que? – ele perguntou mal-humorado, ignorei o tom de voz e a feição dele, puxando sua mão e o trouxe para frente do espelho, encarei nossos reflexos até achar o olhar dele em mim.

— Isso! – exclamei ao ver um pequeno sorriso surgir em seu rosto, e claro, a covinha. Sorri e encarei meu reflexo, sorri mais abertamente e me aproximei de meu reflexo procurando a covinha que havia aparecido ali segundos antes.

— Não acredito! – Maxon disse com um sorriso grande no rosto. – Você não tem covinha, Karlla. Aceite isso. – ele riu e eu apertei o olhar para seu reflexo, me erguendo e amaldiçoando o espelho que havia me enganado.

— Eu não queria mesmo. – falei revirando os olhos indo em direção à porta.

— Ah, ok. Certo, eu vou acreditar. – Maxon disse me seguindo.