A New Life in NY I

You picked the wrong guy


Liz’s POV (Hamptons)

— Georgina, escolhe logo! – implorei pela milésima vez.

Estávamos em uma loja de sapatos há umas duas horas e nos primeiros vinte minutos eu já havia escolhido o meu e ela continuava indecisa entre uns quinze pares.

— Liz! Por acaso você acha que é fácil escolher Loubutins? É quase tão complicado quanto decidir para qual faculdade ir.

Revirei os olhos:

— Sério? Nós estamos aqui faz muito tempo e eu estou com fome.

— Sabe, você é pequena, mas come muito - ela diz bufando.

— Como se você fosse muito mais alta do que eu.

— Mais alta eu sou.

—Tanto faz... Eu vou comprar algo para comer naquele café na esquina. Você me encontra lá depois? – ela continuou olhando para seus pés – GEORGINA!

— O quê? Ah, sim. Claro, claro.

Saí da loja e antes que eu pudesse pisar na rua para atravessar, alguém me segurou pelo pulso, do mesmo jeito que só ele fazia. Meu coração começou a bater mais forte e eu não queria sentir aquilo.

— Liz? – era a voz dele.

“Ok, eu só posso estar ficando louca.” Pensei. Engoli em seco, era tudo muito real para eu estar delirando.

Fechei meus olhos por dois segundo respirando fundo e me virei:

— Chuck?

— O que você está fazendo aqui?

Ele estava vestindo uma bermuda de linho, uma camisa listrada, um chapéu de palha branco e chinelos.

“Agora eu realmente estou ficando louca. Ele não se veste assim.”

— O que você está fazendo aqui? – retruquei com a mesma pergunta.

— Eu perguntei primeiro, sabia?

— E daí?

— Foi para Hamptons que você fugiu, então? Por quê?

— Por quê? Não te interessa.

— O que está acontecendo com você?

— E você se importa?

— Você acha que eu não me importo?

— POR QUE ESTAMOS APENAS CONVERSANDO COM PERGUNTAS?! – explodi, aquilo estava me estressando.

Respirei fundo novamente.

— Acho que nós precisamos conversar.

— Não, nós não precisamos.

— Pode adiar isso o quanto quiser, mas você sabe que não tem como fugir para sempre.

— O que você quer me falar? Fale agora.

— Eu sinto muito.

— Não, você não sente.

— Escuta aqui... – ele apertou um pouco meu pulso, mas o soltou. – Eu estou te pedindo desculpas por aquilo. Não queria te magoar.

— E por que eu deveria te desculpar?

— Porque eu sou Chuck Bass, eu não peço desculpas para os outros, eles pedem desculpas para mim. Mas eu estou aqui, não estou? Parado na sua frente, pedindo para você me perdoar.

— E por que você está fazendo isso?

— Porque... Eu não aguento ver você agindo desse jeito comigo.

Eu o olhava séria.

— Você ainda está usando a pulseira que eu te dei – ele observa meu braço.

— Porque eu gosto dela – falo colocando o braço atrás das costas.

Ele deu sorriso, aquele que eu amava.

— Ah, acabei decidindo levar cinco pares, porque... – Georgina apareceu falando, mas de repente parou ao chegar ao meu lado.

— Vamos comer alguma coisa. Tchau, Chuck.

— Georgina? O que você está fazendo com a Liz?

— Hey! Eu ando com quem eu quiser, entendeu? – chamei sua atenção – Espera... Como você sabe quem ela é?

— Oi, Chuck - ela diz revirando os olhos.

— Alguém pode me dizer por que vocês já se conhecem? – ele pergunta confuso e com a cara fechada. - Como é que você a conhece, L?

— Nós somos amigas – respondo dando de ombros. – Como vocês se conhecem?

— Desde quando?!

— Desde alguns dias – respondo.

— Fica longe dela, Liz – ele fala com a expressão preocupada.

— Ela mesma disse que anda com quem ela quiser – Georgina o repreende.

— Georgina, não se intromete. Escuta, Liz... A Georgina não é o tipo de pessoa que você quer ser amiga.

Revirei os olhos.

— Hm, ok. Se ninguém aqui quer me dizer como vocês se conhecem, acho que vou ter que adivinhar... Vocês já transaram – fiquei esperando alguém dizer alguma coisa.

— Foi só uma vez – ela diz bufando.

C a olhou querendo cortar sua cabeça fora.

— Charles, não existe ninguém que você nunca tenha levado para a cama? – pergunto odiando aquela situação, mas quis parecer o mais confortável possível com aquilo.

— A Georgina costumava andar com a Serena quando eram mais novas, ela foi uma péssima influência para a S. Foi assim que ela começou a beber demais, usavam drogas... Liz, você não é assim. Fica longe dela. Por favor.

— Eu não apontei uma arma na cabeça dela obrigando ela a fazer nada... Acho que vocês dois precisam conversar. Depois a gente se vê – ela se virou e foi embora.

— Não sei a razão de se preocupar tanto comigo. Não estamos mais juntos – falo com os braços cruzados.

— Mas não significa que não me importo com você.

— Eu quero seguir em frente, Chuck. Mas você não deixa. Preciso que fique longe... Preciso ir para casa, agora. Não estou me sentindo muito bem.

— O que você tem?

— Não é nada. Deve ser o calor.

—x-

Cheguei em casa e corri para o banheiro, meu estômago estava revirando e eu precisava vomitar. Vê-lo não me fez bem, em todos os sentidos. Um minuto estava morrendo de fome e no outro minha cabeça começou a girar e meu estômago estava revirando.

Respirei fundo saindo do banheiro e minhas pernas doíam de ficar agachada no chão. Encostei-me na parede e escorreguei até o chão.

O que eu estava fazendo? Por que eu tinha que ser assim? Por que uma vez na vida eu não podia simplesmente fazer algo certo? Chuck talvez tenha sido um erro, talvez o maior e até olhá-lo me fazia passar mal.

Leonard fora outro erro e Philip era a ultima coisa que eu queria pensar sobre. Eu devesse esquecer relacionamentos por um tempo, ficar sozinha.

Senti meu celular vibrar interrompendo meus pensamentos:

“Hi, everyone!

E as notícias são: L fugiu e está muito mais perto do que alguém poderia imaginar, a princesa correu para as areias de Hamptons e já está pegando outro cara? É, a fila anda rápido e acho que devido aos últimos acontecimentos, L resolveu seguir os paços da ex-amiga S e ser uma vadia. Porque pegar o Philip, Chuck, Dan e esse novo garoto em tão pouco tempo, não é para qualquer uma.

Ah, adivinhem quem mais está em Hamptons? Chuck e Nate. Parece que muita gente resolveu fugir da realidade e ir parar o mesmo lugar.

Mas a melhor novidade é essa: Georgina está de volta! Existe alguém melhor para participar dessa confusão toda? E ela está amiga da nossa princesa L. Imaginem a ironia: a garota que tirou a virgindade de Chuck Bass de amizade com a única que roubou o coração dele, aposto que poucos de vocês sabia sobre C e G. Você conhecem a Sparks, melhor tomar cuidado Redford.

É só isso por enquanto. Mas podem deixar, nessas férias de verão eu vou infernizar vocês... Um por um.

And who am I? That’s one secret I’ll never tell.

You know you love me.

Xoxo Gossip Girl.”

—x-

Depois de ter tomado um remédio e dormido até o dia seguinte, estava me sentindo muito melhor. Levantei-me e havia uma mensagem do Ryan em meu celular me perguntando se eu aceitaria sair com ele pela cidade.

Disse que sim. Não é como se tivesse muito mais o que fazer.

A tarde chegou, me arrumei, coloquei um leve vestido de verão e sandálias, amarrei meu cabelo em um coque e me olhei no espelho, meus olhos logo focaram no que havia em meu pulso, o presente dele...

Ouvi a campainha e isso me desviou dos meus pensamentos. Respirei fundo, peguei minha bolsa, desci as escadas e abri a porta.

— Oi – disse saindo da casa.

— Oi... Você está linda – dei um sorriso tímido.

— Obrigada – coloquei as chaves dentro de minha bolsa. – Vamos?

— Claro.

— Então, onde pretende me levar? – o questionei curiosa enquanto ele abria a porta do carro para mim.

Ryan deu a volta, se sentou no banco do motorista e colocou a chave na ignição:

— Por que nós não invadimos uma festa?

— O quê? Achei que você era do tipo bom garoto.

O fiz rir:

— Nem por isso eu não invado uma festa de vez quando. Não sou o cara mais perfeito do mundo.

Sorri:

— Comparado a todos outros que eu conheço... Sim, você me parece o mais bonzinho.

— Então?

— Então vamos invadir uma festa.

Ryan dirigiu por alguns minutos e estacionou perto da praia.

Descemos e estava tirando meus sapatos para andar pela areia, quando:

—O que está fazendo?

—Tirando meus sapatos para conseguir andar na praia?

—Eu te levo.

—O que?! Não. Definitiva... – ele me pegou nos braços com a maior facilidade antes que pudesse terminar minha frase

Respirei fundo:

— Quem será a vítima hoje?

— Aquele iate. – o vi apontar para um há alguns metros de nós – Tudo bem?

— Claro.

Caminhamos até lá e não haviam seguranças ou qualquer coisa que nos pudesse impedir. Ele me ajudou a entrar no barco e finalmente Ryan me soltou:

— Viu? Mais fácil impossível. Vou pegar uma bebida para nós.

— Não.

— Por quê?

— Porque eu quero dançar – o puxei para mais perto. – Amo esse musica.

O lugar estava muito cheio, todos estavam vestidos muito bem e metade das pessoas, pelo menos, dançavam.

Infelizmente a musica terminou, eu me encostei nas grades do iate e meu enjoo voltou.

— Agora eu vou pegar alguma coisa para bebermos.

— Eu quero uma água. Não estou me sentindo muito bem.

Eu não estava me sentindo bem e não era apenas o enjoo pelo movimento da água. De repente flashes começaram a vir em minha cabeça... Long Beach, Megan, o iate da minha família, aqueles caras, um deles tentando me agarrar, drogas, eu o empurrei, ele caiu...

Eu me sentia sufocada, precisava sair dali... Mas não podia falar para o Ryan o porquê. Respirei fundo e olhei para o sol que estava se pondo.

— Aqui está sua água.

Virei-me:

— Obrigada.

— Você está bem?

— Estou. É só um mal estar.

— Você está pálida. É o movimento do barco? Está te dando enjoo?

—Am... Não é nada. Não se preocupa.

— Liz...

— Eu só... Será que podemos sair daqui?

— É claro.

Andamos até a saída, descemos pelo píer, tirei meus sapatos e corri. Corri o máximo que eu pude, o que significa que não foi muito, mas o suficiente para ficar longe do barco. Minhas pernas estavam bambas. Por que estou me sentindo tão assombrada por fantasmas do passado?

Parei e pude senti-lo fazer o mesmo atrás de mim. Abri minhas mãos e deixei meu par de sapatos cair na areia, sentei na areia ao lado dos meus sapatos, sem ligar se sujaria o meu vestido.

Ryan se sentou também e ficou encarando o nada, apenas esperando que eu falasse alguma coisa:

— Sinto muito – sussurro.

— Pelo o quê?

— Por ser quem eu sou. Alguns anos atrás eu e minha prima estávamos em um iate e... Aconteceu algo. Eu nunca mais pisei em um iate desde então... É melhor eu ir embora. Desculpe, eu não estou pronta pra me envolver com mais ninguém agora.

— Por que está dizendo isso?

— Porque... – meu olhos estavam se enchendo de lágrimas - Porque sim. Não estou num momento bom.

— A gente pode ser só amigos, não quis te pressionar a nada.

—x-

Chuck’s POV (casa dos Archibald nos Hamptons)

Estava sentado o sofá mudando de canal sem prestar atenção

— Chuck, é pedir demais para você se decidir logo o que quer assistir?

Olhei para o Nate e voltei a mudar de canal. Ele revirou os olhos:

— Você não vai achar a Liz em nenhum canal. Por que não quer falar o que aconteceu quando a viu hoje? – fingi que não ouvi. - Chuck, um dia ou outro você e a L vão ter que se entender. Agora, se não atender logo o seu celular, eu mesmo atendo. Quem é que não para de te encher o dia todo?

— A Lily.

— A mãe da Serena? Por quê?

Suspirei desistindo de achar algo na TV:

— Bom, meu pai e ela estavam namorando, agora ele a pediu em casamento... Mas a Lily está levando isso muito a sério... Ela vive querendo saber como eu estou, onde eu estou, com quem eu estou... Eu não sou o filho dela.

— Atende logo, Chuck – Nate diz jogando um almofada em mim.

— Não.

— AGORA, CHARLES! – ele joga mais almofadas.

—Tudo bem. – peguei o celular bufando. – Por que você tem que ser desse jeito, Nathaniel?

— Atende.

— Oi, Lily.

— Ah, Charles. Você está bem, por que não me atendeu hoje?

Sei que ela estava se esforçando para fazer parte da minha família, uma família que nunca existiu até sua chegada. Lily era como o Nate e o mundo sempre vai precisava de mais pessoas assim. Pessoas que não importam o que, fazem de tudo para manter a família unida.

— Sinto muito, a bateria tinha acabado.

— Como estão as coisas?

— Ótimas.

— Tem certeza?

— Am... Tenho – menti.

— Charles, pode me contar o que quer que for.

— Não é nada... É só que... Quando você sabe que encontrou a pessoa certa?

— Não sei se sou a melhor pessoa para te falar isso, mas quando você encontrar a garota certa... Você não vai conseguir parar de pensar nela, ela será sua melhor amiga e a parte que faltava na sua vida. Você mal poderá esperar para vê-la de novo e... Ninguém ou nada é o suficiente perto dela.

— E se eu já tiver encontrado essa garota.

— É a Liz, não é? Por que não diz a ela como se sente?

— Não, você não entende. É...

— É complicado, é isso o que todo mundo diz. Mas não. Não é... Bom, preciso desligar, depois nos falamos. Tchau, Charles.

— Tchau, Lily.

—x-

Liz’s POV

Depois de conversarmos, Ryan me levou em um restaurante e depois me trouxe em casa.

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Já havia amanhecido e decidi me levantar cedo para ir à um brunch que algumas pessoas que conheciam minha mãe me convidaram. Então me arrumei, desci as escadas e me deparei com a ultima pessoa que eu precisava ver parada na minha varanda.

Respirei fundo e abri a porta:

— Chuck, o que você está fazendo aqui?

— Esperando minha amiga. Talvez você tenha a visto. Ela é bonita, acha que pode andar por Nova York interia de saltos, carrega o peso do mundo em suas costas e ainda é a garota mais incrível que eu já conheci.

Balancei minha cabeça:

— Não haja como se nada tivesse acontecido.

— Só me escuta... Sabe o que eu pensei quando vi você entrando pela primeira vez na Constance? Que eu nunca seria o suficiente para você e... Mesmo agora, depois de todo esse tempo com você, eu... Eu ainda estou impressionado com o seu coração, a pessoa incrível que você é e... Com a sua beleza.

— Chuck...

— Sabe, eu nunca acreditei nessa coisa de bem e mau, céu e inferno... Mas de uma coisa eu sempre soube, se existisse, eu pararia no inferno. Se alguma vez, em toda a minha vida, eu já tenha imaginado o quanto ir para lá me faria sofrer... Nunca, Liz. Nunca chegou perto do que eu sinto quando você está longe de mim... Só que o que eu sinto quando você me beija, quando eu cheiro o seu perfume... Me faz perceber que, na verdade, você é um anjo e é a melhor coisa que já me aconteceu... Eu preciso de você, porque... Por mais que eu venha tentado esconder isso todo esse tempo... Ninguém no mundo me faz sentir tão bem quanto você faz... Eu te amo. Eu sempre te amei desde aquele dia em que você cuidou de mim depois da briga com o primo do Nate. Você é tudo para mim e eu quero que fique comigo.

“Ele disse as três palavras...”

Meu mundo havia parado com cada palavra que ele disse, meu coração batia tão forte que parecia que poderia cair no chão a qualquer momento. Mas eu não sabia o que fazer.

— Eu...

— Liz, com quem está conversando?

Ouvi a voz do Ryan vindo das escadas e me virei:

— Não te interessa – Chuck diz. - O que você faz aqui? Quem é ele, Liz?

— É um amigo, Chuck.

— Não acredito nisso... Era dele que a Gossip Girl falou ontem?

— Não, você está entendendo errado – tento esclarecer.

— Não, L. Eu não estou... Eu preciso ir.

— Chuck...

— Liz, o que está acontecendo? – Ryan me pergunta.

Eu quis me bater naquele momento.

—A gente conversa outra hora – Chuck se virou, deu alguns passos, parou e se voltou para mim – Quer saber? Ele é o cara errado. Você sempre escolhe o cara errado... O que está pensando? Um cara qualquer? Sério? Depois de tudo o que eu fiz? Você vai se arrepender. Sabe disso, não é? Estou cansado, Liz. Eu quero você e só você. Não aguento mais ver você escolhendo outra pessoa que não seja eu, não aguento a dor que te ver me trás.

Tudo o que eu queria tinha acontecido e virado uma tragédia em apenas alguns minutos. Eu, definitivamente, só sabia tomar as decisões erradas.

— Liz?

— O quê, Ryan?! – digo um pouco fora de mim.

— Desculpa, eu... Não era minha intenção.

— Eu só preciso ficar sozinha.

Eu não podia explodir daquele jeito, a culpa era minha. E que raiva eu estava sentindo, não só de mim, mas do mundo.

Tranquei-me no quarto e chorei, chorei tudo o que eu consegui e mais, só que ainda assim não parecia o bastante.

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Acabei dormindo em meio as lagrimas. Acordei na manhã seguinte e parecia que meu corpo inteiro doía.

Apenas tomei um longo banho e coloquei shorts jeans e um camiseta branca larga, desci até a cozinha para tentar comer algo.

Minha cabeça girava. Chuck disse tudo o que eu queria ouvir, mas ele foi sincero? Queria acreditar que sim. Mas ontem mesmo eu não pensei que deveria ficar um tempo sozinha? Será que não me faria bem?

Flashback on – 2 anos antes em L.A.

— Você e o Leonard voltaram? Por quê? – minha mãe me encarava sem entender.

— Ele disse que me amava.

— Mas e quanto a você? Você o ama?

— Eu não sei... Acho que sim. Quer dizer, nós havíamos terminado faziam apenas alguns dias.

— Exatamente, nem deu tempo de você seguir em frente.

—Mas eu prefiro ficar com ele.

— Por quê?

— Porque eu não quero ficar sozinha.

— Querida... Sei que quando terminamos um relacionamento, ficamos com medo do futuro. Mas correr de volta para o passado só por ser familiar, é um erro. Um grande erro.

Flashback off

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De noite, sozinha na varanda do meu quarto, resolvi ligar para a minha mãe:

— Oi, filha. Está tudo bem aí?

— Não. Não está.

— O que foi?

— O Chuck...

— O que aconteceu?

Eu. O que aconteceu foi “a garota que só sabe fazer a coisa errada” ainda está aqui e eu acho que ela nunca vai embora.

— Você realmente gosta dele, não é?

— Mais do que eu possa demonstrar... Mas não é só ele que me fez chorar ontem. Mãe, eu me sinto tão sozinha? Sinto que perdi todas as amizades que fiz desde que cheguei. Tentei fugir tano de me sentir sozinha, que olha como eu acabei.

— Volta para casa, filha.

— É melhor não.

— Já pensou em pedir desculpas?

— Desculpas não são o suficiente.

— Tem certeza? Ás vezes é tudo o que alguém precisa.

Suspirei:

— Posso te fazer uma pergunta?

— Pode.

— Por que nunca te vi sair com nenhum dos amigos do colégio?

— Querida... Quando se é jovem, você acredita que as amizades são para sempre. Mas a maioria das vezes não são... E a culpa não é de ninguém, não é sua, não é dos amigos... A vida é apenas assim, você cresce, muda e a vida segue caminhos diferentes. Não estou dizendo que pra vocês será assim, mas se acontecer, não se culpe.