A New Life in NY I

I need to tell you a secret...


“Hello, Upper East Siders,

Em um instante tudo muda. Um dia estamos felizes e no seguinte parece que nunca conseguiremos nos recuperar.

Quando isso acontece, apenas queremos esquecer o passado e ir em direção ao desconhecido, o nosso futuro. Vamos para lugares distantes para tentar nos encontrar, achar um novo amor ou vários amores. Afinal, quem disse que não podemos nos apaixonar mais de uma vez? E em minha opinião podemos nos apaixonar inúmeras vezes só por uma pessoa ou por mais de uma.

Enquanto isso, outros de nós tentam se perder explorando velhos lugares próximos de casa. Mas nem sempre se perder é uma opção. Às vezes, no meio caminho, aparece alguém para te salvar do que parecia que ninguém poderia te tirar ou, simplesmente, quem te salva é alguém que sempre esteve ali para você, como um amigo.

Entretanto os problemas começam quando nos recusamos a mudar e voltamos aos velhos hábitos. Alguém que abriu seu coração e, logo em seguida, voltou a fechá-lo sem nem querer uma explicação da garota que ele acabara de perceber que amava. Duas pessoas teimosas que não conseguem deixar o orgulho de lado para conseguirem seu “felizes para sempre.” E, até mesmo, uma it girl volta a sua antiga vida, por ter medo de estar realmente (e perdidamente) apaixonada, como nunca esteve, por um lonely boy.

E vocês sabem... Prender-se muito no passado, o futuro pode nunca vir.

And who am I? That’s one secret I’ll vener tell.

You know you love me.

Xoxo Gossip Girl.”

—x-

Estava deitada no sofá e Ryan havia aparecido com uma caixa cheia de guloseimas que ele comprou da padaria no caminho para cá. Quando meu celular toca, é uma mensagem privada:

“Engraçado como você nunca demonstrou sentimentos pelo enorme erro que cometeu alguns anos atrás, querida L. Não se sente culpada toda vez que coloca a cabeça no travesseiro? Lembranças ainda não te atormentam? Porque, você sabe, matar alguém é crime.

Gossip Girl”

O aperto em meu coração foi instantâneo, engoli em seco e senti meu minha dor de cabeça piorar.

— Liz? Você está bem? – ouvi ele me perguntar preocupado.

— É só uma dor de cabeça.

— Talvez você deveria se deitar um pouco.

Ryan colocou uma almofada no sofá para eu poder voltar a deitar.

— Você está quente – ele disse enquanto colocava a mão em minha testa.

— Não precisa se preocupar. Estou bem – me sentei no sofá e senti a sala girar e meu estomago embrulhou.

Ryan me ignorou e tirou um termômetro da mochila.

— Você está com trinta e oito graus e você sabe que é uma temperatura muito alta, não é? Então significa que tem que parar de mentir sobre estar bem quando não está.

— Mas... Você tinha um termômetro na mochila?

— Eu carrego varias coisas na mochila para o caso de precisar. Eu estou estudando para ser um médico, lembra? E não tem “mas”. Por que simplesmente não deixa as pessoas cuidarem de você?

— Porque eu não preciso de ajuda, eu posso me cuidar sozinha.

— Não, ninguém pode viver sozinho. Todo mundo precisa de outros para seguir em frente.

— Que tal a gente assistir algum filme? – peguei o controle para ligar a TV e tentando desviar da conversa.

— Vou te dar um remédio primeiro.

— Ok – peguei o comprimido de sua mão e tomei com um copa de água.

— O que está acontecendo? – ele me pergunta.

— Como assim?

— Você passou mal no iate e esses dias você correu para vomitar.

— Não é nada... Só um mal estar.

— Não quer realmente falar sobre isso, não é?

— Não.

— Só me promete que, seja o que for, vai ir a algum médico o mais rápido possível.

—x-

No dia seguinte fui tomar café da manha com Georgina e Ryan.

Chegamos a uma linda cafeteria com mesas espalhadas pela calçada e com muitas flores. Sentamo-nos e fizemos nossos pedidos.

— E então, está se sentindo melhor hoje? – Ryan perguntar

—Sim... Obrigada.

— Você estava doente? – Georgina pergunta.

— Não foi nada, foi um mal estar.

Fazemos nossos pedidos e Ryan parece meio para baixo hoje.

— Está tudo bem? – pergunto.

— Está. É só que as férias estão chegando ao fim para mim.

— Como assim?

— Eu vou viajar com meu pai nessas ultimas semanas de férias. Vou com ele em uma missão de trabalho voluntário.

— De quantos dias você está falando?

— Vou ficar fora mais de um mês, eu acho.

— Depois disso você volta para NY? – Georgina pergunta.

— Não sei ao certo ainda, depende do meu pai. Talvez ele aceite um emprego em Dublin e ele vai obrigar todo mundo a se mudar junto.

— Sinto muito, Ryan – ele não parecia muito contente com a ideia de se mudar para a Irlanda.

— Vou sentir falta de vocês – ele diz olhando para mim.

Georgina serra os olhos:

— Da gente ou da Liz?

Ele ri:

— Qualquer dia, se vocês forem parar em Dublin me procurem.

—x-

Nate’s POV

Era, sem dúvidas, a pior férias que poderiam existir. Não conseguia lembrar de nenhum verão que passara longe de Blair, era o primeiro. Naquele momento, ela estava em Paris e devia estar se divertindo com outro cara qualquer e gastando o máximo que conseguia todos os dias. Sentia falta dela e sentia falta do nosso grupo de amigos reunidos, rindo, se divertindo, não gostava nada de como as coisas estavam entre todos. Sei que contribui para o que aconteceu e me arrependo todos os dias.

Ouvi o celular de Chuck tocando, sabia que ele havia deixado ali de propósito quando arrumou suas coisas para voltar a Manhattan. Olhei a tela e era a Liz, não era a primeira vez que ela tentava ligar e era ignorada por C.

Resolvi atender:

— Liz.

— Nate? – ela pareceu surpresa.

— Sou eu. O Chuck deixou o celular aqui e voltou para NY. Se quiser deixar algum recado...

— Não.

— Tem certeza?

— Tenho. Obrigada.

— Am... Eu estava indo almoçar. Quer vir comigo?

— Não está bravo? Sobre eu ter armado tudo aquilo?

— Claro que não. Somos amigos ainda, não somos?

— Então eu adoraria.

—x-

Liz’s POV

Resolvi ir andando até o lugar combinado para me encontrar com Nate, não era tão longe e eu precisava espairecer um pouco.

Assim que cheguei, vi N sentado lendo o cardápio e caminhei em sua direção:

— Oi. Como você está? – disse me aproximando.

— É bom te ver – ele sorriu.

— É bom ver você também – me sentei.

— E então, quem é o novo cara que a Gossip Girl falou e que revoltou tanto Chuck Bass?

— Você não é de fazer rodeios, não é, Archibald?

— Qual é, estou curioso.

Dei risada. O garçom apareceu para anotar nossos pedidos:

— Eu quero o prato do dia e um copo de whisky – N falou.

— Eu vou querer o mesmo e um copo de suco.

O garçom anotou e saiu. N voltou a me encarar esperando uma resposta minha.

— Não tem ninguém, Nate.

— Não precisa mentir pra mim, prometo que não conto pra ninguém.

— Juro, não tem ninguém. Foi tudo uma grande confusão. Eu conheci esse cara e somos amigos. Mas a Gossip Girl e o Chuck não entenderam assim.

— Se conheço o Chuck ele nem te deu a chance para você se explicar.

— Sim – suspirei. - Mas talvez seja melhor assim.

— Por quê?

— Acho que eu precisava de um tempo sozinha.

— Você acha que a sua relação com o Chuck não possa dar certo algum dia?

— Eu quero acreditar. Mas não sei.

— Mas com um pé atrás é difícil ver onde se está pisando, não acha?

Respirei fundo:

— Você tem razão...

— Eu acho que vocês dois se gostam de verdade, mas são dois teimosos que tem medo de se entregar de verdade e vivem fugindo.

— Você consegue ser um pé no saco, Nate – suspirei, sabia que era verdade tudo aquilo. – Por que não usa seus conselhos? Você também está precisando.

Ele revirou os olhos:

— É mais fácil palpitar a vida dos outros – ele riu. - De todo jeito... Eu sou um pé no saco que tem razão.

— Eu apenas queria ter o que a Serena e o Dan tem; o que eu sei que você e a Blair sempre terão; o que eu achei, por um minuto, que eu e o Chuck tínhamos. Tenho medo de quebrar a cara, Nate.

— O cara certo está vindo, Liz. E ele está vindo o mais rápido que pode.

— Mas parece que não é rápido o suficiente. Eu quero me sentir segura para pular em um oceano sem um colete salva-vidas. Por que não me sinto segura com ele, Nate?

— Tenha paciência com o Chuck, do mesmo jeito que você tem medo, isso tudo é muito novo para ele.

Encarei o pequeno vaso com flores que enfeitava o centro da mesa:

— Nate, preciso te contar um segredo.

Ele me fitou preocupado.

—x-

Já era à noite e alguém apertou a campainha.

— Ryan? O que faz aqui?

— Vim me despedir. E queria te dizer que... Se algum dia quiser me procurar, Liz... Eu gosto muito de você, acho que você sabe disso. Sei que você pediu para sermos só amigos e enquanto isso ainda for a sua vontade, tudo bem, mas se algum dia você mudar de ideia.

— Adeus, Ryan – disse o abraçando.

Aqui eu cortava um velho hábito meu, um hábito que nunca me fez bem, de me envolver com alguém que eu não gostasse de verdade, de enganar, de mentir, de ignorar meus sentimentos. Mesmo que fazer isso me doesse, mesmo que aquilo magoaria alguém que não merecia. Eu precisava aprender a ficar sozinha e precisava aprender a confiar nos meus sentimentos.

—x-

“Good night, Upper East Siders,

Todos dizem que o amor de verão é passageiro. Mas de vez em quando o que começa como passageiro, pode levar até a coisa de verdade. Uma simples viajem à praia pode ser tudo o que precisamos para clarear nossas mentes, abrir nossas cabeças e escrever um novo final para um velha história. Também tem os que são queimados pelo calor. Eles só querem esquecer e recomeçar. Enquanto existem outros que querem que cada momento dure para sempre. Mas o verão é o começo de uma nova temporada, então nós nos encontramos olhando para o futuro.

Vocês ainda não viram nada.

And who am I? That’s one secret I’ll never tell.

You know you love me.

Xoxo Gossip Girl.”