A New Life in NY I

Sad birthday, dear Liz... xoxo


— Sr. Redford?

— Sim? – meu pai respondeu se levantando da mesa do restaurante.

— É bom ver o senhor.

— Philip... Philip Colins? – o garoto assentiu – É bom te ver também. Já faz muito tempo desde a última vez que nos vimos. Como você mudou!

O tal Philip sorriu e me olhou.

— Liz?

— Oi... – falei um pouco sem graça enquanto meu pai o convidava para se juntar a nós.

Fiquei encarando-o na tentativa de me lembrar quem ele era.

— Hey, o que você fez com a minha chatinha? Cadê aquela garota mimada, brava e baixinha que eu conhecia anos atrás?

— Filho... do senador Collins? – perguntei me lembrando.

— Não acredito que você se esqueceu de mim – ele fez cara de magoado e deu risada.

— Idiota – ri e dei um tapa em sua cabeça.

— Ai!

— Não exagera.

Philip sorriu:

— É bom ter a minha chatinha de volta.

— Vocês formariam um belo casal, só dizendo.

— PAAAI! - o repreendi.

— O que foi? – meu pai agiu como se não tivesse dito nada demais. – Bem, o que te trás a Nova York?

— Faculdade.

— Pensei que estava estudando em Washington.

— E estava, mas recentemente me transferi para NY.

— Você está morando aqui? – perguntei surpresa.

Meu pai trabalhou a vida inteira com política, eu ia muito para Washington quando criança e lá eu conheci Philip, ele é filho do melhor amigo do meu pai. Por mais que ele fosse quatro anos mais velho, sempre nos demos muito bem.

Depois que crescemos eram raras as vezes em que eu encontrava Philip, a última vez que o vi foi há seis anos.

—x-

Acordei bem cedo para ir a Constance, Blair queria me encontrar antes da aula para falar sobre a festa do meu aniversário.

Enquanto me arrumava fiquei pensando em Philip, foi bom reencontra-lo. Ele estava tão lindo, quer dizer, ele sempre foi, mas ele havia mudado, não era mais aquele garoto desajeitado com cabelo cumprido sempre cobrindo seu rosto.

— Srta. Liz?

— Anne?

— O Sr. Collins está aqui - ela disse abrindo a porta.

—O Philip? Já vou descer.

Passei meu batom, peguei minha bolsa, meu casaco e desci as escadas:

— Philip! Que surpres!

— Liz! Espero não estar encomendando, é só que eu...- ele parou de falar, parecia que estava tão nervoso, olhou o meu casaco que eu segurava. - Bem, eu não tinha o seu número, mas você está de saída? Desculpa, eu não devia...

— Calma, eu só estava indo para escola, a Constance Billard. – falei calmamente.

— Eu poderia te dar uma carona?

— Claro! – respondi animada.

Pegamos o elevador até o térreo e caminhamos em direção a entrada onde James me esperava:

— James vou para a escola com Philip e volto com a Blair, está de folga hoje.

— Obrigado, Srta. Liz. - ele sorriu para mim.

— Vamos? – Philip perguntou abrindo a porta de seu Lamborghini.

— Vamos - sorri e entrei no carro.

Ele entrou, colocou a chave eu o observava, quando ele tinha mudado tanto? Seis anos não podia ser tanto tempo.

— Está tudo bem? – perguntou me desviando de meus pensamentos, percebendo que eu o encarava enquanto tirava o carro de onde estava.

—Está sim. – falei abaixando meu olhar com um pouco de vergonha.

Ele riu o que me fez ficar mais sem graça ainda:

— Você fica mais linda ainda quando está com vergonha – ele disse enquanto dirigia.

Philip só deve estar de brincadeira comigo e continuou:

— Liz, sou eu! Ainda sou o mesmo cara que você obrigava a brincar de casinha com você.

Agora foi a minha vez de rir.

— Eu tinha cinco! – protestei.

— É, mas eu tinha nove anos, eu queria jogar futebol ou qualquer outra coisa, menos brincar de boneca e casinha – nós rimos.

— Mas eu sempre conseguia tudo o que eu queria de você.

— Eu nunca consegui dizer não para você... – o que ele queria dizer com isso?- Senti sua falta Liz.

O encarei:

—Também senti.

Ficamos em silêncio, não tinha nada mais a se dizer, só que como eu não conseguia ficar quieta:

— Você queria me falar alguma coisa? Quer dizer... Você veio me procurar...

— Eu... eu queria... eu queria te chamar para sair.

— Eu adoraria.

— Sério? – ele pareceu um tanto surpreso.

— E por que eu não aceitaria?

— Aam... Eu não sei - ele deu um sorriso tímido. – Eu pensei que... Talvez você tivesse namorado – ele pareceu não gostar do que acabara de dizer.

Pelo menos nisso ele não mudou, Philip simplesmente não conseguia esconder nada, ele era tão transparente.

Sorri:

— Não. Eu tinha, mas é passado.

Ele pareceu feliz.

Chegamos a Constance. Philip estacionou, desceu do carro o contornado para abrir a porta para eu descer. Ele estendeu a mão e eu a segurei saindo do Lamborghini:

— Obrigada – agradeci.

— Não foi nada – respondeu fechando a porta e andamos até a calçada na frente da escola.

— Talvez nós possamos ir ao Per Se...

— Seria ótimo.

— Sexta-feira à noite?

— Sexta? É que... Você já tem compromisso nesse dia, Philip - ele me olhou confuso. - Sexta você vai na festa do meu aniversário.

Ele sorriu e eu continuei:

— Vai ser um baile de máscaras e você é o meu convidado de honra.

— E eu estarei lá com o maior prazer.

— Então no sábado?

— Claro, eu passo ás 8h no sábado para te pegar.

— Vou te esperar.

— Posso te ligar?

— Claro – falei o meu número para que ele pudesse anotar.

Olhei em volta e vi Chuck nos encarando com os olhos formando uma linha reta e nem mesmo quando ele percebeu que eu o havia visto não parou de nos observar.

— Liz! - virei para a voz que vinha atrás de mim.

— Oi, B! - ela se aproximou.

— Oi - ela olhou para Philip depois para C do outro lado da rua.

— Prazer, Philip Collins.

— Blair Waldorf.

— Bem, Liz, eu tenho que ir. Eu te ligo. Vejo você depois – ele se despediu me dando um beijo no rosto – Foi um enorme prazer te conhecer Srta. Waldorf. – ele beijou sua mão e entrou no carro indo embora.

Ela me olhou:

— Da onde você conhece?

— É uma longa história Blair.

— Hum... - ela olhou para Chuck. – Não estamos com tempo, mas você vai me contar tudo hoje à tarde enquanto fazemos compras – concordei. – Vamos logo! Temos muita coisa para fazer!

—x-

Acordei com o alerta do meu celular avisando que havia um novo post no blog da Gossip Girl, me levantei tentando ser o mais quieta possível para não acordar Blair, nem Megan. Elas haviam dormido ali no meu quarto e assim nós fazíamos o cabelo, unha, maquiagem com os mesmos profissionais que ficariam em casa o dia inteiro devido a minha festa.

Peguei meu celular e desci as escadas indo até a cozinha. Abri a geladeira e peguei um copo de leite, me sentando em um dos bancos do balcão para ler o novo post:

"Good morning, everyone from the Upper East Side!

Chegou o dia tão esperado, pelo menos por mim foi, o aniversaria de L. Ouvi dizer que ela convidou todo mundo e confesso, ela me surpreendeu convidando até mesmo o C; que, segundo algumas fontes o clima entre eles não está nada bem. Mas, é claro, não importa o que tenha acontecido com os dois, se depender da Princesa da Constance (a atual protegida da nossa Rainha) ninguém nunca saberá, só que eu existo exatamente para isso: expor tudo o que você tente esconder.

E vocês já estão sabendo da última? Parece que L já seguiu em frente com o filho do Senador, coitadinho do C, acho que agora ele perdeu a garota e sabe o que dizem: "Nossos sonhos, assim como nossos pesadelos, podem virar realidade." E o seu pior pesadelo ainda está por vir, não só para C, mas para toda a elite. Aguardem... Talvez o pesadelo possa começar hoje à noite, como um presente para você L... Espero que esteja ansiosa para a sua festa, porque eu estou. Sad Bithday dear Liz!

And who am I? That's one secret I never tell.

You know you love me.

xoxo Gossip Girl"

Seja lá o que ela tinha para hoje à noite, eu não me importava. Eu tinha muita coisa para fazer acontecer nessa festa e a GG não ia estragar nada.

— Srta. Liz? Já acordada?

— Bom dia, Anne! - disse a olhando enquanto ela entrava na cozinha – Acordei com o alarme do meu celular.

— É melhor voltar a dormir, tem muita coisa que a Srta. precisa fazer hoje.

— Exatamente por eu ter muita coisa para fazer é que eu não posso voltar a dormir.

Sorri e me levantei:

— Feliz aniversário Srta. Liz.

— Obrigada Anne - a abracei.

Voltei para o meu quarto, olhei o relógio e ainda eram 7h:

— Acordem, preguiçosas! – era cedo, mas eu não ia ficar acordada sozinha.

— O quê? – Megan falou se enfiando de baixo das cobertas.

— Liz... é cedo... – B resmungou se virando para o outro lado.

Revirei os olhos e decidi começar tudo sozinha. Tomei banho, troquei de roupa, penteei o cabelo e encontrei minha mãe saindo de seu quarto:

— Bom dia, querida...

—Bom dia, mãe!

Ela, Blair e Megan já haviam me dado parabéns assim que deu meia noite. Elas fizeram questão de ficarem acordadas para isso.

A porta do elevador se abriu com um monte de gente e várias maletas saindo de dentro dele. Eles começaram a se espalhar pela casa e quando vi, a minha casa não era mais a minha casa, era um spa ou algo parecido.

O tempo passou muito rápido, faltavam poucas horas para a festa e eu já estava fazendo meu cabelo; quando James entrou e entregou um pacote para Anne. Ela leu o bilhete e veio em minha direção:

— Srta. Liz, isso é para você - ela me estendeu as duas mão que seguravam uma caixa da Tiffany's.

— De quem é?

Ela não respondeu e eu peguei o presente. Havia um papel branco, com detalhem em dourado e com as iniciais C.B.

— Eu não quero... É do Chuck.

— Abre! – Megan e B falaram.

— Mas eu não quero.

— Mas abre! – minha mãe apareceu nas escadas.

— Tudo bem... – disse sem a mínima animação.

Peguei o papel para ler o que estava escrito:

"Liz,

Estava na Tiffany's a procura de um presente a sua altura, não encontrei, mas espero que goste desse. Talvez te lembre alguém. Como a Cinderela que só pôde usar o sapatinho de cristal uma noite, tudo o que consegui foi que você pudesse usá-lo na noite do seu aniversario.

Feliz aniversário

Chuck."

Lembrar alguém? Quem?

Puxei a fita branca que envolvia a caixinha e a coloquei de lado junto com o cartão. A abri e havia o colar mais lindo que eu já podia ter visto em toda a minha vida. Era um colar com um diamante amarelo enorme no centro e outros pequenos diamantes completando a jóia:

— É... É o... O colar que...- eu não conseguia acabar a frase - que Audrey Hepburn usou...

Eu não acreditava.

Aquele colar havia sido usado por Audrey Hepburn! O famoso diamante amarelo da Tiffany's! Como? Era a única coisa que vinha na minha cabeça. Ninguém conseguiria aquele colar, ele tinha valor inestimável em todos os sentidos. Não estava a venda. Eles nunca deixavam alguém usar. É umas daquelas joias tão preciosas que ficam guardadas no cofre. Ele conseguiu que a joalheria me deixasse usá-lo no meu aniversario? Por que?

— Ele gosta de você- Megan falou.

— E muito- a mulher que fazia meu cabelo completou admirando a preciosidade que estava em minhas mãos.

— Não podia existir melhor presente que esse, L! – Blair disse.

— E vai combinar perfeitamente com o seu vestido - minha mãe veio até mim.

Eu não entendia o Chuck, na verdade, ninguém entendia. Afinal ele é Chuck Bass, vindo dele, nada era obvio.

Acabei meu cabelo, unha e maquiagem; fui até meu quarto para me vestir. Era um vestido exclusivo que minha mãe havia feito para mim, sandálias que Christian Loubutan fez questão de criar para o meu aniversário como presente e... O colar de Audrey Hepburn. O que mais qualquer garota poderia querer no aniversário? Na verdade tinha uma resposta que eu apenas resolvi ignorar essa coisa, ou alguém, na minha cabeça.

Desci até o primeiro andar e todos me esperavam:

— Você está linda filha.

— Você é suspeita mãe. A Anne também.

Elas riram.

— Está perfeita.

— Não tem nada que poderia melhorar.

Minha prima e B falaram.

Fomos até o térreo para pegar a limousine e irmos para o Palace Hotel.

Chegamos e a maioria dos convidados já estava lá. Sai do carro, coloquei minha máscara e todos fizeram o mesmo.

Entramos. Todos estavam olhando para mim, e essa era justamente a intenção.

Ali era o maior salão de festas do Palace Hotel e o lugar era realmente enorme. Haviam três bares que estavam repletos de pessoas irreconhecíveis por causa das máscaras, tinham luzes vindas do chão que iluminava algumas partes do teto, a música fazia seu coração bater junto a ela, estava... Perfeito.

Estava olhando ao redor quando vi Serena, infelizmente eu não fui a única. Blair se pronunciou:

— O que ela está fazendo aqui? Vá chamar os seguranças agora - ela ordenou para suas seguidoras.

— NÃO! Você para com isso e vocês três ficam! A festa é minha e ninguém expulsa ninguém daqui. B, eu não acredito que você vai deixar que a sua amizade com a Serena acabe por causa de um cara. Nem o Nate vale tudo isso.

Ela fingiu que não escutou e se virou indo até um dos bares. Revirei os olhos e caminhei em direção de S:

— Oi, que bom que você veio! - a abracei.

— Parabéns!

— Obrigada. Fiquei feliz de te ver!

— Acho que a Blair não gostou... - ela ficou triste.

— Não liga para ela, você sabe como a B é. Ela logo vai aceitar que a amizade de vocês é mais importante do que tudo isso. Tenha paciência.

— Você tem razão - ela deu um sorriso fraco e sincero.

— Agora vem!

— Pra onde? - a puxei.

— Quero que conheça uma pessoa.

— Quem?

Atravessamos metade do local até que encontrei Jenny:

— Você veio!

— Sim - ela riu. - Feliz aniversário!

— Obrigada! Deixa eu te apresentar: Jenny, Serena; Serena, Jenny.

— É um prazer – S a cumprimentou.

— Cadê o Dan? – perguntei.

— Ele estava aqui até agora pouco, mas ele foi até o bar.

— Vou buscá-lo – sai dali e deixei as duas conversando.

Estava andando pelo salão quando senti alguém me tocar no ombro.

—Oi... Am...

— Dan! - ele riu e tirou a máscara

— Parabéns!

— Obrigada!

— Quase não te reconheci com a marcara - ri. – Dan, quero que conheça alguém – ele me olhou confuso. – Vamos!

O levei até onde as duas estavam:

— Dan, Serena; Serena, Dan.

— Prazer. – ela disse.

—Pra-prazer – ele gaguejou.

— Eu preciso ir... Am... Eu... Bom, eu tenho que ir ali. Você vem comigo Jenny? – perguntei descaradamente para deixar os dois sozinhos.

— Claro! Estava louca para ir ali - ela respondeu e rimos.

— Você me deve essa, Daniel - brinquei enquanto passava ao seu lado.

Ele riu me agradecendo.

Saímos dali e fomos até uma das mesas:

— Obrigada por vir, Jenny- ela sorriu e eu fiz o mesmo. - Eu nunca fui falsa com vocês, eu... Eu só queria fazer amigos. Eu quero ser sua amiga e da Blair e da Serena também. A S é a pessoa mais simpática que possa existir, a B... Bom, ela é um pouco difícil...

— Está tudo bem.

— Liz? – ouvi alguém me chamar.

—Philip - sorri.

Era impossível não reconhecê-lo, nem a máscara era o suficiente. Aqueles olhos dele eram únicos.

— Feliz aniversário! – ele me abraçou.

Meu Deus, como ele era enorme.

— Obrigada – ele me soltou. - Philip esta é a Jenny - os apresentei.

— Oi.

— Oi... Am, L eu vou pegar alguma coisa para comer... A gente se vê.

— Ok.

— Você está linda... Como sempre.

O abracei:

— Obrigada por estar aqui.

Ele riu e retribuiu o abraço.

— Liz... Eu queria te falar uma coisa... - o encarei – eu... Amo você.

—Eu também te amo Philip, você é o meu melhor amigo de infância.

Philip’s POV

—Você está linda... Como sempre. – falei e ela me abraçou.

Meu Deus, como ela era pequena perto de mim, tão frágil... Eu queria poder estar sempre do lado dela para protege-la.

"Se ela soubesse o que eu sinto" é o único pensamento que eu tenho tido desde o dia no restaurante, na verdade, desde que a gente era criança eu me pergunto isso. Mas sempre tive medo de confessar o que sentia quando éramos pequenos.

— Liz... Eu.. Eu tenho que te falar uma coisa. – ela me encarou.

—Fala.

— Eu... Amo você.

Consegui falar e ela sorriu:

— Eu também te amo Philip, você é o meu melhor amigo.

Eu não acreditava! Levou muito tempo para eu dizer isso, anos na verdade e agora que eu disse... Eu tenho que deixar as coisas bem claras:

— Não... Liz, eu amo você não como apenas amiga...

Liz’s POV

—Não... Liz, eu amo você não como apenas amiga... Quando eu imagino um futuro perfeito, é ao seu lado – o olhei confusa.

O que ele estava dizendo?

— “Há cem anos ou mais, e só há uma coisa que eu já tive certeza... Você... Hey, olhe para mim... Eu não estou lhe pedindo nada... Quando eu digo "Eu te amo" não é porque eu quero você, ou porque eu não posso te ter... Não tem nada a ver comigo. Eu amo o que você é... o que você faz... como você tenta... Eu vi a sua bondade e a sua força... Eu vi o melhor e o pior de você e... Eu entendo com perfeita clareza exatamente o que você é. Você é a única, Liz.

Estava paralisada, eu amava essa citação, era do meu seriado favorito quando eu era pequena e eu não acreditava que ele ainda se lembrava. E... ele gostava de mim?

— Você gosta de mim? – foi tudo o que eu consegui dizer.

— Eu amo você. Desde que a gente era criança.

— Philip... eu...

Ele se aproximou lentamente de mim e eu pude sentir seu perfume, aquele cheiro era embriagante. Ele ficava cada vez mais próximo até que nossos lábios se tocaram.

Eu estava beijando... O Philip? Aquilo era loucura.

E em um segundo nada mais existia; a música, as pessoas, os gritos, as conversas; não estavam mais ali. Era apenas eu e ele. Mas não era parecido com o que Chuck me fazia sentir... Era diferente, muito diferente... Não existia fogo ou faíscas, eu me sentia confortável, bem, como se nada pudesse me atingir.

Separamos-nos:

— Você quer namorar comigo?

—Eu... – eu não sabia qual era a resposta certa - Sim, eu quero.

Acho que talvez eu deva começar a gostar de quem gosta de mim.

Ele abriu o maior sorriso que eu já vi, os olhos dele brilhavam e... Agora ele era o meu namorado.

—Tem certeza?

Eu ri:

— Claro que tenho.

— Não acredito que eu demorei tanto tempo.

Eu e Philip somos namorados, era uma idéia estranha, mas eu estava amando.

— Temos que contar para todo mundo! – falei animado o beijando.

— Sim! – como ele era lindo – Vou pegar uma bebida pra a gente.

— Ok, eu te espero aqui.

— Ai meu Deus! - Megan apareceu atrás de mim.

A olhei:

— O Philip me pediu em namoro!

Ela começou a me abraçar:

— Parabéns! Parabéns! Parabéns! Deve ser o melhor dia da sua vida! Ah tenho que ir contar isso para a Blair!

Eu ri.

— Bom, acho que é melhor eu nem te falar – ela me largou.

— Falar o que?

— O Chuck, ele pediu para mim vir aqui te falar para você ir encontrá-lo no terraço do hotel.

— Eu vou, preciso agradecer pelo presente. Diz ao Philip que eu já volto.

— Ok.

Coloquei minha máscara e subi até o terraço do hotel.

— Chuck?

— Liz, você veio – ele se virou para mim e sorriu.

— Sim, eu... Eu quero te agradecer pelo presente.

— Não foi nada.

— Foi sim. Como você conseguiu esse colar? Eles não deixam ninguém usar desde Audrey Hepburn.

—Eu sou Chuck Bass. Eu tenho exceções às regras.

— Estou falando sério.

— Bom, digamos que metade de Manhattan deve algum favor para os Bass e às vezes favores fazem a gente conseguir muita coisa.

— Ok, então, Chuck Bass. Muito obrigada, mesmo. Eu amei o presente.

— Fico feliz que você tenha gostado.

Ele se aproximou e eu desviei.

— Chuck...

— Está brava comigo?

— Por que estaria? – me fingi de desentendida.

— Eu não sei...

— Bom, eu tenho que voltar para a festa... - ele me segurou pelo braço antes que eu pudesse ir.

— Fique, por favor.

— Por quê?

— Porque... eu.. eu... - ele não conseguia falar.

— "Eu sou Chuck Bass" não vale – eu disse e ele encarou o chão - Então?

C me largou.

— Você sente alguma coisa por mim? – perguntei e ele me olhou, mas não respondeu.

Dei um sorriso irônico:

— Chuck... De qualquer forma, eu estou namorando o Philip agora. Tenho que voltar, ele está me esperando.

Ele pareceu confuso e nervoso, ignorei isso e peguei o elevador para voltar ao salão.

Assim que entrei vi Nate e B conversando, S e Dan rindo, Philip vindo em minha direção e Megan dançando descontroladamente, eu ri.

— Hey, amor- ele me deu um beijo e me entregou um drink.

— Obrigada.

— Está tudo bem?

— Está sim.

Então os celulares de todos começaram a tocar:

— O que está acontecendo? - ele me perguntou.

— É a Gossip Girl.

— Quem?

Peguei meu celular:

"Good night, everyone from the Upper East Side!,

And I wish a sad birthday to my dear L.

Estão se divertindo esta noite? Porque eu estou, mas nada pode ser tão bom que não possa melhorar ou... Piorar.

Eu disse que o pesadelo começaria esta noite e acho que eu, até mais do você, L, estava ansiosa por esse momento. Então se preparem que o que eu vou revelar é algo que nenhum de vocês esperavam (...)”