Chegamos das compras e Serena ia se arrumar em casa para irmos á festa do Chuck.

Escolhemos nossas roupas, nos maquiamos e estávamos prontas. S estava usando um vestido curto e dourado, com muitas pedras no busto e scarpins pretos. Eu escolhi um vestido preto com um decote bem profundo e Louboutins azuis com pedrarias.

Demos uma última olhada no espelho, pegamos nossas bolsas e saímos. Passamos na casa da Blair e fomos direto para o Empire Hotel. B estava usando um vestido vermelho com lábios da mesmo cor e saltos nude.

O lugar estava cheio, a música fazia você sentir seu coração saltar com a batida, bebidas para todos os lados, pessoas se agarrando em qualquer lugar que você olhasse:

— Oi garotas, - Chuck apareceu do nada - sabia que você viria.

Ele sorriu olhando para mim:

— Não se anime, Chuck.

Ele ergueu as sobrancelhas olhando para o meu decote.

— Acho que alguém esta me chamando, tchau pra vocês - ouvi B dizer.

— Vou com você - S falou enquanto saia andando atrás dela.

— Aquelas duas me pagam - pensei.

— Aceita um drink?

— Não.

— Isso não é resposta, Liz.

Ele disse colocando as mãos em minhas costas e me levando até o bar, me sentei em um dos bancos e ele fez o mesmo:

—Você esta linda.

— Obrigada - sorri, então o barmen chegou com nossas bebidas. Ele virou o copo para tomar o resto do drink que já estava em sua mão e pegou o copo do balcão.

— Você não acha que está bebendo demais?

— Bebida nunca é demais para mim, eu sou Chuck Bass.

Revirei os olhos.

— Por que escolheu o Empire para fazer a sua festa?

— Porque eu sou dono do Empire.

—Então você mora aqui?

— Sim, na cobertura, quer conhecê-la? - ele disse olhando meu decote novamente.

— Não, obrigada. Dá pra olhar nos meus olhos?

Ele riu desviando os olhar.

— Desculpa, é que eu não consigo me concertar com você usando esse vestido.

— Acho que eu não devia ter vindo – brinco.

— Eu ainda vou fazer você gostar de mim.

— Acho difícil – fala rindo.

Peguei minha bebida e tomei tudo de uma vez, o barmen logo depois apareceu com mais dois copos e eu bebi tudo em apenas um gole.

—Quero dançar- falei colocando o copo de volta no balcão.

Me levantei e fui até a pista de dança e C estava atrás de mim.

Eu apenas deixei a música me levar, estava dançando e Chuck apenas me olhava com um copo na mão. Fui até ele que estava apenas alguns passos de distancia de mim:

— Por que você não larga esse copo? - disse com o rosto bem próximo ao dele.

— Me dê um bom motivo para fazer isso.

— Eu sou um bom motivo?

Ele sorriu entregando o drink para uma pessoa que passava ao nosso lado naquele momento.

— Eu sabia que você não iria resistir - ele deu um sorriso safado.

— Cala a boca e vem - o puxei pelo blazer que ele usava até um canto da pista de dança.

Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, era a bebida? Eu não sou acostumada a beber, mas um ou dois drinks não iam me fazer tão mal. Era a música? Ou era ele? Que me fazia querer perder o controle?

Estávamos dançando e Chuck colocou o braço em volta da minha cintura e me puxou para mais perto dele, eu senti meu coração acelerar mais do que já estava e o meu sangue começou a ferver. Eu não conseguia entender o que estava sentindo, eu nunca tinha me sentido assim antes. Ele aproximou seu rosto e apenas alguns centímetros separavam nossos lábios, eu não aguentei e o beijei. Eu não acreditava naquilo, eu tinha acabado de beijar Chuck Bass? O cara que eu conheço apenas á duas semanas e mesmo assim já o odeio? Não podia ser.

Não sei quanto tempo durou aquele beijo, mas mesmo depois que nossos lábios se separaram ele não queria me soltar.

— O convite ainda está de pé - ele sussurra no meu ouvido.

— Que convite?- perguntei confusa.

— Quer conhecer minha suíte?

Não deu tempo que eu pudesse responder e nem de dar um tapa no meio da cara daquele tarado que era o Chuck.

Nate passou ao nosso lado furioso e nós dois o encaramos:

— Nate, o que aconteceu? - C disse me soltando, dava para perceber a preocupação no tom de sua voz.

N apenas olhou para o outro canto da pista de dança e acompanhamos seu olhar.

— É a Blair?

Falei sem acreditar no que via. Ela estava lá se agarrando com alguém que eu não sabia quem era.

—Vocês terminaram? - agora foi a vez de Chuck se perguntar.

Nate se virou para nós:

— O que aconteceu com vocês? Estão cegos? Que tipo que perguntas são essas? - ele disse indignado - Eu vou até lá.

— NÃO, NATE! - C gritou aquilo como se fosse uma ordem tentando impedi-lo, mas ele fingiu que não tinha ouvido.

— Quem é ele? O cara com a Blair?

— É primo do Nate, eles cresceram juntos, mas por atitudes desse tipo eles pararam de conversar.

— O que ele vai fazer?

—Ele está bêbado, vai se machucar, eu tenho que ir até lá...

Ele não acabou de falar e saiu correndo empurrando quem estivesse na frente e eu o segui.

— O que você acha que esta fazendo com a minha namorada? - N gritou puxando o cara pelo braço, fazendo com que ele e B parassem de se beijar.

— Ex você quis dizer.

— Para de querer me provocar, Blair.

A essa altura algumas pessoas já tinham se juntado ali perto para ver o que estava acontecendo.

—Nate, vamos embora agora - C disse em vão porque ele voou em cima daquele homem que eu não conhecia, dando um soco em seu olho.

— Você tá louco? - B disse ficando no meio dos dois.

— Você...

B olhou para ele como se quisesse dizer: "Fale mais alguma coisa e você morre!"

— Chuck, eles vão se machucar - falei apavorada.

— Liz, o que esta acontecendo? - Serena chegou.

— Ah, não! Diz que a B não ficou com o primo no Nate! - S olhou para mim como se estivesse implorando para que aquilo não fosse verdade.

Olhei em volta e havia mais pessoas e a maioria com o celular tirando fotos ou filmando.

Finalmente o primo do Nate, que eu ainda não sabia o nome, falou:

— Ei, priminho! Calma aí. Brigas são para defender o que é nosso e pelo o que eu sei ela não é mais sua - ele disse em tom sarcástico.

— Sua é que ela não é.

Ele falou enquanto ia para cima do primo, Nate o empurrou e ele caiu no chão batendo a cabeça.

— Harry! - Blair gritou.

Então esse era o nome dele.

Harry se levantou com os olhos cheios de raiva e empurrou N que tropeçou no garçom que derrubou todas as taças da bandeja, as quebrando.

—Chuck, faça alguma coisa! - Serena gritou.

Nate levantou com a cabeça sangrando por causa dos cacos de vidro, ele colocou a mão no lugar onde sangrava e quando viu o sangue apenas olhou para o primo e correu até ele. N ficou em cima de Harry e começou á socá-lo. Mas ele conseguiu inverter a situação e pegou Nate pela gola da camiseta e o laçou contra a parede, ele bateu a cabeça muito forte ficando atordoado.

— HARRY, VOCÊ PERDEU SUA CABEÇA? - B disse e correu até N.

— Espera aí, eu achei que você gostasse de mim e não dele.

— É tão fácil te iludir- Blair respondeu voltando a olhar para Nate muito arrependida.

—Você me paga!

—Do que você está falando?- Chuck resolveu falar.

—Não se meta Bass. Isso não tem nada á ver com você.

—Tem sim.

—Fica fora disso Bass e eu não vou falar de novo.

— Chuck, não faça nada, você vai se machucar - eu disse o encarando.

Mas eu não obtive resposta.

—Eu ainda não acabei com você, priminho.

Agora eu entendi como ele vai se vingar da B, atingindo o Nate.

— PARA COM ISSO! JÁ CHEGA! - ela gritou.

Harry estava indo em direção ao Nate que estava se apoiando na parede e Chuck simplesmente saiu do meu lado e foi até Harry antes que ele pudesse tocar em alguém.

— Quer brigar com alguém? Então briga comigo.

— Bass, você é surdo ou o que? Volta lá pro seu lugar pra continuar beijando aquela vadia e me deixa em paz - ele olhou para mim.

— EU NÃO ACREDITO EM UMA COISA DESSAS! Ele me chamou de VADIA? - apenas pensei abrindo a minha boca porque eu não conseguia acreditar no que eu tinha acabado de ouvir!

— NÃO CHAMA ELA ASSIM!- C gritou.

Tudo estava ficando cada vez mais surreal, agora ele estava me defendendo?

— E por que não deveria? Ela é mesmo uma vadia.

— Você não a conhece!

Chuck disse isso e em seguida deu um soco bem no nariz dele. Confesso que adorei aquilo, mesmo assim não queria que ele corresse o risco de se machucar para me defender.

— Qual é o seu problema? Bass, ela só mais uma garota como qualquer outra, é gostosa, mas ela não vale tanto assim.

Ele o ignorou e deu outro soco no nariz dele e dessa vez bem mais forte que Harry levou a mão até o rosto gemendo de dor e quando ele tirou a mão tinha sangue escorrendo.

— Se é isso o que você quer...

Harry pegou uma cadeira das mesas que tinham ali perto e jogou com toda a força em cima de C que caiu em cima dos cacos de vidro. Mas ele logo se levantou e pegou um dos cacos correu até o primo do Nate e cortou o braço dele.

— Liz, vou tentar achar os seguranças do hotel - Serena disse saindo do salão.

Aquela briga já tinha ido longe demais.

— Chuck, por favor, para!- eu implorei, mas ele fingiu que eu não estava ali.

Resolvi tentar de novo:

— Por favor! Para com essa briga Chuck!

E foi o que ele finalmente fez, apenas pegou Harry e o jogou no chão, deixando-o ali. Até então ele estava de constas para mim e quando ele se virou havia um corte enorme em seu rosto e outros dois em sua mão esquerda, estava sangrando muito.

— Ai meu Deus, você se machucou muito...

Eu não conseguia falar direito, eu não suportava ver sangue e muito menos sentir o cheiro de sangue, eu comecei ficar com enjôo, mas me segurei.

— Está tudo bem...

— NÃO! Não está tudo bem! Você esta sangrando!

— Não é nada Liz - ele insistiu.

E quando eu fui o abraçar para agradecer por ele ter me defendido, Harry se levantou:

— Não acabou, Bass!

Ele se virou e Harry o empurrou contra a parede, assim como fez com Nate. Chuck ainda atordoado seu um soco na barriga dele:

— Isso foi pelo Nate.

Deu outro soco no mesmo lugar:

— Isso foi pela Blair.

Então Chuck com joelho bateu no meio das pernas dele:

— E isso foi pela Liz.

Mesmo gemendo de dor Harry pegou aqueles mesma cadeira e jogou novamente em cima de C com toda força que havia restado nele.

— Isso não vai ficar assim, Bass.

Chuck não conseguiu responder, a cadeira dessa vez tinha atingida também seu maxilar e ele estava com a mão não machucada na boca.

— É ele! - Serena apontou para o primo do Nate e os seguranças e levaram para fora.

— Obrigada S, se os seguranças não tivessem chegado agora eu nem sei o que poderia ter acontecido.

— Não foi nada, mas o Chuck precisa de ajuda.

— Deixa comigo - respondi.

— Qualquer coisa me liga.

— Ok.

Sai correndo até ele enquanto os seguranças faziam com que aquela aglomeração de gente saísse de perto de nós.

— Chuck...

Mal conseguia falar, eu não aguentava vê-lo daquele jeito. Agachei para ficar próxima dele, ele havia caído por causa daquele idiota.

— Você precisa ir para o hospital.

— Não preciso, eu estou bem.

Ele falou devagar, dava para perceber que seu rosto doía muito.

— Tudo bem se você não quer ir ao hospital, mas eu vou chamar um médico. Levanta, você não pode ficar no chão.

Coloquei meus braços em sua volta para que ele pudesse se apoiar em mim. Nós saímos da festa com todos nos encarando, entramos no elevador e eu apertei no botão do ultimo andar e entramos na suíte dele:

— Onde fica a sua cama?

— Virando o corredor - ele disse apontado.

Fiz com que ele deitasse:

— Está confortável?

— Estaria mais se você deitasse comigo.

— Nem assim você cansa?

— Por que deveria? Eu consigo tudo o que eu quero então eu vou continuar tentando.

— Quem disse que você consegue tudo o que você quer?

— Ninguém precisa dizer, eu sei disso. Você veio na minha festa, consegui um beijo seu e consegui fazer você conhecer a minha suíte.

— Mas se eu não tivesse vindo, você não estaria tão machucado assim. Desculpa...

Eu olhei para o chão:

— E... E obrigada por me defender- sorri para ele.

— Não foi nada.

— Como assim? Aquilo significou muito. Mas chega de conversa, qual é o número do seu médico?

— Deve estar ai na agenda- ele apontou para a escrivaninha- mas você vai ligar para ele agora?

— Qual é o problema? Você precisa de um médico!

Peguei a agenda e liguei para o medico que logo chegou. Fiquei na sala enquanto ele via como Chuck estava.

A porta do quarto abriu e o medico veio até mim:

— Então como ele esta?

— Ele está bem, só com um pouco de dor e alguns machucados, mas logo vão sumir.

— Obrigada - sorri.

Despedi e fui até onde Chuck estava:

— Como se sente? - disse enquanto reparava no curativo em sua mão.

— Bem melhor.

Sentei na cama o encarando:

— Desculpa...

— Pelo o que?

— Por você ter se machucado por minha culpa...

— Eu não podia deixar aquele cara falar de você assim e nem ver ele batendo no meu melhor amigo. Isso não foi culpa sua.

—Claro que foi! Se eu não tivesse vindo...

—Eu me machucaria do mesmo jeito, - ele me interrompeu - agora para de se culpar.

Eu dei sorriso fraco para ele.

— Está doendo muito?

— Você esta se preocupando demais com alguém que você não suporta.

— Cala a boca, Chuck.

Ele riu para mim, como eu podia amar tanto aquele sorriso?

— Quer alguma coisa?

— Um uísque.

—Vou pegar um copo d’água.

Levantei e fui até o bar que ficava praticamente grudado com a sala, havia um balcão e atrás dele várias prateleiras com todo tipo de bebida, alguns copos e um frigobar. Abri o frigobar e peguei um pouco de água, quando meu celular tocou:

“Hey Upper East Siders,

Uma festa nunca é uma festa sem um penetra, e parece que o priminho mais odiado causou muita confusão no Empire. Ele estava beijando ninguém menos que Queen B e, é claro, N não podia deixar por isso mesmo. Mas vocês sabem quem foi o herói da noite? C. Ele se envolveu na briga não apenas por seu melhor amigo, mas também por L. Isso mesmo, será que o sapo resolveu virar príncipe?

You know you love me xoxo

Gossip Girl”