A New Life in NY I

Little white lies don't make bad


— MEEGAN! – gritei enquanto descia as escadas correndo e ela saia do elevador com malas.

Megan tinha cabelos bem curtos e pretos, tinha pele bronzeada e olhos grandes e verdes, era alta e tinha um sorriso enorme. Nós sempre nos demos muito bem e ela tinha a mesma idade que eu.

Ela me viu e logo sorriu:

— Hey, prima. Senti sua falta. – ela largou as malas no chão e me abraçou.

— Também senti. – retribui o abraço.

— Megan, querida, é bom te ver - minha mãe falou atravessando a sala em nossa direção.

— É bom te ver também, tia.

— Vem, vamos para o seu quarto - puxei seu braço indo em direção a escadaria.

Subimos e paramos em frente à porta do quarto que ficava ao lodo do meu:

— Espero que você goste da decoração- falei abrindo a porta para entrarmos.

— Como eu não ia amar? – ela disse enquanto olhava tudo.

— Que bom que você gostou - ri feliz.

O quarto era bem parecido com o meu, só que um pouco menor. Era na verdade um dos quartos de hóspedes, mas eu e minha mãe havíamos mandado decorá-lo especialmente para Megan. As paredes eram todas em um tom lilás e branco, no centro ficava a cama com muitos almofadas de todas as cores e algumas flores enfeitavam a escrivaninha e a penteadeira.

— Vai ser ótimo esse tempo que nós vamos passar juntas - ela falou enquanto Anne e James entravam trazendo as malas.

— Sim, vai ser ótimo - concordei.

—x-

— Liz? – ouvi alguém me chamar bem baixinho enquanto batia na porta do meu quarto.

— Sim?

— Achei que você estava dormindo.

— Oi, Megan.

Ela entrou e se sentou na poltrona que ficava ao lado do closet.

— Então o que você vai fazer hoje à noite?

— Acho que nada.

— Que tal a gente pedir comida chinesa e colocarmos as fofocas em dia?

— Amei a ideia.

Peguei o telefone e fiz o pedido em um restaurante que ficava aqui perto no Upper East Side. Meia hora depois já havia chegado.

Pegamos a comida e fomos até o quarto dela.

— Então quais são as novidades? – ela me perguntou.

— Nem tenho.

— Ah, vamos lá, Liz, é claro que você deve ter.

Olhei para o chão e fiquei o encarando por algum tempo me lembrando de Chuck e como eu fui idiota.

—Liz, você está bem?

Isso me fez voltar à realidade.

— Sim, estou. É só que...

— Que?

— Não é nada.

— Não venha me dizer que não é nada, está acontecendo alguma coisa sim. – tá, eu não sei mentir – É algum garoto?

Ok, isso já é demais. Por que todo mundo acha que é um garoto? Por acaso isso está escrito na minha cara?

— O que? Por que você acha isso?

— Está na sua cara que você está assim por causa de algum garoto. – eu sabia! Talvez eu devesse usar mais maquiagem...

— Nããão! Não é por causa de um garoto!

— Então qual é a razão?

— É que... Que... Ah não interessa. Não há nada de errado comigo.

— Liz, você não consegue mentir pra mim.

Suspirei desistindo de tentar esconder qualquer coisa dela.

— Tá bom! É um garoto, feliz agora?

— O que ele fez? Você quer que eu dê um murro no meio da cara desse canalha?

Eu queria, a verdade era que eu queria, mas eu não podia falar isso para ela.

— Megan! Não!

Ela sempre amou brigar, desde pequena ela armava brigar com os outros, não importava quem fosse.

— Tem certeza?

Não, eu não tenho certeza.

— Tenho.

Ok, acho que eu estou começando a aprender a mentir.

— Mas o que aconteceu?

Ou talvez eu ainda não saiba mentir tão bem assim.

Eu contei tudo para ela, absolutamente tudo. Desde o primeiro dia de aula até a nossa última conversa.

Depois que eu acabei ela estava boquiaberta:

— Por isso eu não queria contar. Estou morrendo de vergonha pelo o que aconteceu.

— Mas você sabe que pra mim você pode contar. Além disso, não há nada para se envergonhar – sorrimos uma para a outra – E você gosta dele?

— Não. – parece que mentir meio que virou algo automático – afinal ele é Chuck Bass, que tipo de pessoa sã gostaria de Chuck Bass?

O tipo de pessoa que é igual a mim.

Conversamos a noite inteira, mostrei a Gossip Girl para ela, rimos, choramos e comemos muito.

—x-

— Srta. Liz?

Abri os olhos enquanto Anne tentava me acordar.

— Anne... O que foi?

— Se a Srta. não se levantar vai se atrasar.

— Atrasar para o que? Ainda é domingo - disse um pouco sonolenta.

— O Brunch da Sra. Waldorf, a Srta. Blair havia te convidado, não lembra?

Passei a mão pelo lençol procurando o celular, já eram 9h.

— OH MEU DEUS! O BRUNCH! – disse me levantando em um pulo. – ACOOORDA MEGAN!!!

— O que? – ela respondeu bem baixinho, ainda com os olhos fechados se afundando do travesseiro.

— Vamos logo! – tentei puxá-la da cama sem sucesso algum.

— Ir onde num domingo de manhã?

— Ir a um brunch.

— Mas eu nem fui convidada. – ela disse se sentando na cama desanimada.

— Eu estou te convidando. Agora vai se arrumar.

Vesti meu robbie de seda branca e fui até o meu quarto para tomar banho e me arrumar.

Cerca de uma hora depois já estava pronta; estava usando uma saia salmão, uma blusa branca com alguns detalhes em azul, várias pulseiras, alguns colares e uma sandália de salto em um tom claro, fiz uma maquiagem simples e amarrei meus cabelos em um coque.

Fui até o quarto de Megan e ela estava acabando de passar o batom.

— Pronta? – perguntei.

— Sim. – ela disse enquanto colocava os brincos e vinha em minha direção.

— Ótimo, vamos.

Descemos as escadas, entramos no elevador e apertei o botão do térreo. James já estava nos esperando em frente ao prédio.

Entramos na limousine e fomos até o Plaza, o brunch seria em um dos salões do hotel.

Descemos da limo e entramos.

A porta do elevador se abriu, caminhamos pelo hall, entramos no salão e logo Blair nos viu e veio até nós.

— Liz! Que bom que você veio - ela me abraçou.

— Oi, Blair! Essa é minha prima Megan, espero que você não se importe, é que ela chegou ontem.

— Oi, Megan! Prazer, Blair Waldorf.

— O prazer é todo meu.

O lugar estava cheio, haviam amigos, familiares, sócios de Eleanor Waldorf e pessoas que nem B sabia quem era.

— Onde a Serena está? – Blair falou olhando ao redor a procura de S- ela sempre se atrasa- ela revirou os olhos e soltou um suspiro.

— Acalme-se, ela vai aparecer - falei.

Dei uma olhada nas pessoas para ver se ela estava e vi Chuck com um copo na mão nos encarando.

— Chuck! – Blair falou fazendo um sinal para que ele viesse até onde estávamos.

Ele tinha mesmo que estar aqui? Tudo o que eu não precisava naquele momento era vê-lo. Quando a Anne me acordou, eu devia simplesmente ter virado para o outro lado e voltado a dormir.

— Oi, Blair, Liz e...

— Megan. – minha prima respondeu.

— É um prazer Megan, eu sou Chuck, Chuck Bass. – ele beijou a mão dela e aquilo me queimou por dentro, mas eu me segurei e não demonstrei nenhum sentimento sobre aquilo. – Você é daqui? Acho que nunca te vi.

— Eu sou de Boston, vou passar algum tempo aqui com a Liz.

— Com a Liz?

— Nós somos primas.

Ele sorriu.

— Garotas que tal nós irmos até o terraço? Aqui está muito cheio. – B disse.

— Claro - respondemos.

— E você fica, Chuck. – eu amo a Blair! Ela me salvou de ter um ataque de loucura e pular um cima do Chuck e bater nele.

Fomos até o terraço, quando chegamos o lugar não estava vazio. Serena e Nate estavam se agarrando desesperadamente ali.

Eu não conseguia acreditar no que eu estava vendo.

—Serena? – Blair disse boquiaberta.

Só aí eles perceberam que estávamos lá.

— Blair? – S falou arrependida saindo de cima de N.

— Eu não acredito. Eu não acredito que você fez isso comigo, Serena. Eu até podia esperar isso do Nate, mas não de você. Não da minha melhor amiga.

Ela falou sem gaguejar ou se abalar ou sem se quer uma lágrima nos olhos. Eu realmente a admirava, por isso ela era Queen B, ela era tão forte e inabalável.

Nate se levantou abotoando a camiseta.

— B... Eu... Eu não quis te magoar, você é a minha melhor amiga.

— Não me chame de B, só minhas amigas podem me chamar assim e você não é minha amiga, não mais.

— Blair, por favor... – Nate finalmente se pronunciou.

— O sonho do seu pai de ter a junção dos Archibald e dos Waldorf nunca vai se realizar, Nate.

Ela deu as costas para eles e saiu dali.

Eu e Megan nos entreolhamos, sem saber o que fazer.

— Liz, por favor, fala com a Blair, eu sinto muito pelo o que aconteceu.

— Serena eu acho que você é que tem que falar com ela.

— Liz, ela nunca mais vai querer olhar na minha cara. Por favor.

— Tudo bem, eu posso tentar, mas vocês não deviam ter feito isso. O que vocês estavam pensando? - suspirei enquanto Megan olhava com cara de desaprovação para N.

Virei-me para ir embora e Megan me seguiu.