Eu não fazia a mínima ideia do que fazer para juntar o Nate e a Blair, mas eu precisava fazer alguma coisa. Então eu pensei: "Quem é a pessoa que mais sabe persuadir alguém?" A resposta foi óbvia: "Chuck Bass" e eu fui obrigada a engolir o meu orgulho e ir pedir ajuda a ele e saiu pior do que eu pudesse imaginar.
Estava sentada na primeira carteira da sala de aula, olhando para a lousa e fingindo estar prestando atenção, quando, na verdade, eu estava pensando no dia anterior. Como eu pude delirar daquele jeito? Pensando bem, isso aconteceu uma vez quando eu estava em L.A., mas eu não me lembrei quando estava no carro e decidi tomar os remédios com álcool. Depois da vergonha que eu passei, nunca mais eu bebo e tomo tanto remédio e de estômago vazio:
— Tudo bem, agora eu vou entregar as provas.
— O QUE!? PROVA? HOJE? COMO ASSIM? POR QUE NINGUÉM ME CONTOU? UNIVERSO, VOCÊ TEM ALGUMA COISA CONTRA MIM? PROVA? HOJE? NÃO! EU PRECISO PASSAR DE ANO E ISSO NÃO VAI ACONTECER DESSE JEITO! SABE, EU ACHEI QUE AZAR TINHA LIMITES, MAS NÃO TEM!!! QUANDO VOCÊ ACHA QUE NADA PODE PIORAR, ACREDITE, PIORA! CHEGA DE VIVER! - comecei a gritar em pensamento.
A professora tirou as provas de dentro de um envelope e começou a entrega-las. Suspirei, péssimo dia para sentar na frente.
Peguei as provas e eram de eram de múltipla escolha. E quer saber? Tanto faz. Isso mesmo, eu sempre tirei notas boas e uma prova não vai me fazer repetir o ano. Respirei fundo e chutei a prova inteira, eram vinte questões e eu fui a primeira a entregar.

Sai da sala e fui até o meu armário guardar meu material, eu já tinha feito cerca de metade das provas, ainda teria suas semanas até as férias.

Respirei fundo e fechei a porta do armário e me deparei com Chuck me encarando:

— Bom dia.

— Péssimo dia, você quis dizer.

— O que aconteceu?

— Nada – passei por ele.

— Vai embora? – perguntou me seguindo.

— Vou.

— Vou com você.

Revirei os olhos e continuei andando. Parei na frente da escola e me virei para ele:

— Então, o que nós vamos fazer para juntar a B e o Nate?

— Eu ainda não sei.

— Então pense logo.

— Vai para casa?

—Vou, por quê?

— Porque eu poderia ir com você.

— Não. Esqueceu o que aconteceu da última vez?

— Não é só por causa disso.

— E pelo o que mais seria?

— Por ontem – ele respondeu rindo.

— Escuta aqui. Nunca mais, eu disse NUNCA MAIS, toque nesse assunto. Eu quero esquecer que ontem existiu, ok?

Ele se aproximou até nossos rostos ficarem próximos o suficiente para o meu coração disparar:

— Vamos pro Empire, nós podemos estudar juntos.

Dei as costas para ele e caminhei até minha limusine, James abriu a porta para mim:

— Chuck, você não vem?

C sorriu e entramos no carro.

— James, para o Empire – disse e apertei o botão para fechar a janela entre o motorista e o resto da minha limo.

O que eu estava fazendo? Eu não conseguia ficar longe dele e eu não entendia o porquê. Eu gostava dele, eu sabia disso, mas eu já gostei de outros antes e nem por isso eu perdia a minha cabeça quando estava perto deles. Chuck Bass, o que você fez comigo? Eu queria saber. Eu também queria poder sentir o mesmo pelo Philip e, em falar nele, eu precisava ter uma conversa séria com ele.

Mas e se eu terminasse meu namoro, o que iria ser? Eu ficaria sozinha, essa era a verdade. Eu não sabia o que fazer, eu não podia mais continuar o enganando dessa maneira, mas eu também não queria ficar sozinha. Existe um certo tipo de conforto em saber que se tem alguém lá, esperando por você e eu tinha isso com o Philip. Pensando bem, nosso relacionamento era isso: conforto.

Já com o Chuck, era diferente. Eu me sentia bem, mas ao mesmo tempo eu tinha medo do que poderia acontecer em seguida. A forma como ele me olhava, como ele me queria, a forma como ele me fazia sentir a mulher mais desejada do mundo... Só ele era capaz de fazer tudo isso comigo.

Eu sei que ele não queria estudar, nem eu:

— Um centavo por seus pensamentos – ele disse.

— Um centavo é muito pouco.

— Então me diz o que você quer.

— Você não conseguiria.

— Tenta.

— Um beijo do Channing Tatum – falei brincando.

— É isso o que os seus pensamentos valem?

— Exatamente.

— Não está drogada de novo, não é?

— Não. Estou falando sério.

— Você podia pedir algo melhor.

—Não consigo imaginar nada melhor.

— Que pena.

— Eu disse que era um preço muito alto para você pagar.

— Nem tanto.

— Então você conseguiria?

— Você acha que eu não seria capaz?

— Eu tenho certeza.

— Eu consigo tudo. Eu quero saber o que você está pensando e se isso tem um preço, eu estou disposto a pagar.

— Tudo bem. E quando eu vou ter um beijo do Channing? – perguntei segurando o riso.

— É realmente isso o que você quer?

— Sim, se é que você vai conseguir.

— Você realmente acha que eu não vou?

— Acho.

— Basta alguns telefonemas e você verá.

— E quando eu vou ter o que quero?

— Eu não sei. Eu preciso fazer as ligações primeiro.

— Hum. E eu estarei esperando. Não ache que eu vou esquecer.

— Você realmente não está acreditando em mim.

— Claro que não! Por que você iria fazer alguma coisa para me ver beijando outro cara.

— Porque é só um beijo e você já me disse que se estivesse com Channing, largaria ele para ficar comigo.

— O quê? Eu nunca disse isso.

— Disse “talvez”, mas para mim isso é um “sim” – ri e revirei os olhos. – E eu teria muito mais em troca.

— O que por exemplo?

— Você ficaria feliz e eu teria os seus pensamentos.

— Isso é o suficiente para você?

— Sim.

Uma sensação estranha percorreu todo o meu corpo, era impossível explicar. Era bom e me dava medo.

Tirei meu casaco e comecei a desabotoei minha blusa, botão por botão, bem devagar. Ele me fitava e aqueles olhos... Aqueles olhos faziam cada parte do meu corpo se arrepiar.

Estava só se sutiã na parte de cima, o empurrei para deitá-lo e subi em cima dele:

— Esquece o Channing agora.

— Não tem como eu pensar em mais nada, a não ser em você.

Percorri meus dedos por seu rosto o admirando por algum tempo e o beijei enquanto tirava seu blazer e sua camisa. Nossa respiração estava ofegante e o carro estacionou.

Saí de cima dele e nos sentamos, encostamos nossas costas no banco e nossas cabeças caíram para trás e bufamos demonstrando nosso desapontamento.

— Quer saber? – falei e ele ergueu uma das sobrancelhas sem entender.

Tirei minha saia e depois meus sapatos minha meia-calça:

— Vamos fazer isso aqui, com o carro parado?

— Não, seu idiota. – revirei os olhos.

Coloquei de volta meus saltos e meu sobretudo. Eu estava só de roupa intima e o olhei:

— Vamos?

Ele deu um sorriso de lado voltou a colocar seu blazer e saímos do carro:

— Você é louca.

— Por quê? Assim fica tudo mais fácil.

Sai correndo pela recepção do hotel e ele correu até mim e me agarrou por trás na frente do elevador. Apertei o botão e ele começou a beijar minha nuca:

— Você é a melhor, sabia? Você é perfeita.

— É, eu sei – respondi erguendo minha sobrancelha.

— Eu quero passar o dia inteiro com você.

— E você vai aguentar? – perguntei o desafiando.

Ele riu:

— Eu sou Chuck Bass.

— Agora para que alguém pode nos ver!

Afastei-me dele e ajeitei meu casaco.

O elevador se abriu e havia uma garota, mas não qualquer garota. Eu a conhecia. Meu coração deu salto tão forte que todo o meu corpo se estremeceu. Engoli em seco:

— AH MEU DEUS! LIZ! É VOCÊ! COMO VOCÊ ESTÁ LINDA... – ela começou a falar eufórica e eu estava boquiaberta.

— Vocês se conhecem? – Chuck quis saber.

— Si-sim. – gaguejei.

— Está tudo bem, Liz? – ela perguntou estranhando meu silêncio.

Isso é o que eu ganhava por falar demais quando estava com amigas, quando eu ficava quieta elas sabiam que havia algo errado. Mas ela era uma velha amiga, ela podia não se lembrar de mim ou de detalhes sobre mim.

Sim, eu disse que eu não tinha amigos em L.A., porque eu não tinha. Ela era uma amiga de outro lugar, assim como a Megan sempre foi minha amiga e era de Boston.

Ele a encarou:

—Desculpa... É que... Eu não esperava te encontrar... Aqui. Bom... Chuck, essa é a Hilary, irmã mais nova do Philip e... – respirei fundo – Hilary, esse é o Chuck, meu... colega de escola.

Ela sorriu feliz:

— Oi, é um prazer.

— O prazer é todo meu.

Eles cumprimentaram. E a única coisa que eu conseguia pensar era: “MERDA! MERDA! MERDA! QUE DROGA!”

Hilary saiu do elevador:

— UAU! Isso é muito legal! Eu nunca ia esperar te ver aqui!

— Muito menos eu.

— Você está linda, Liz! Muito mais do que eu me lembrava. Você sabe, você sempre foi linda.

— Você também está maravilhosa.

— Ah, obrigada.

— Quando você chegou a Nova York?

— Hoje de madrugada. Foi de última hora. Eu liguei pro Philip agora pouco e eu resolvi ficar em um hotel porque... Ah, você sabe. Eu não quero atrapalhar vocês.

— Você não ia atrapalhar.

— Nós duas sabemos que sim. Vocês iriam precisar de privacidade. Ah, eu estou tão feliz por vocês dois estarem juntos! Quer dizer, ele sempre gostou de você e eu nunca achei que algum dia ele fosse ter coragem de te dizer o que sentia, mas ele disse e você aceitou namorar com ele e aí o Philip me ligou para contar e eu fiquei muito feliz, muito mesmo. Espero que vocês sejam felizes para sempre.

Ela começou a falar sem parar e eu não conseguia respirar direito. Tantos hotéis para a Hilary ficar e ela escolhe logo esse.

E ela disse: PARA SEMPE? Ai meu Deus. Será que o Philip acha que vai se casar comigo? Porque isso seria horrível! Eu sou muito nova, na verdade, eu tenho praticamente a mesma idade da irmã dele. O que eu faço? O que eu falo?

— Obrigada, eu acho...

— E o que você está fazendo aqui?

Meu coração parou de bater, talvez isso seja impossível, mas ao menos eu e senti ele parar de bater:

— Nós temos prova amanhã e eu moro aqui no Empire com o meu pai, ele é dono daqui. Então, você sabe, eu pedi para a Liz me explicar a matéria – C falou e eu me senti mais aliviada.

— Ah sim, ela sempre tirou notas boas. Então eu não vou mais atrapalhar vocês! Vão estudar. Tchau.

— Tchau! – Chuck falou

— Tchau...

Entramos no elevador e eu esperei a porta se fechar para poder respirar fundo.

— Colega de escola? Sério? – ele disse desapontado.

— Chuck?

— Sim?

— Obrigada.

— Por?

— Por quase acabar com a minha vida e depois me salvar.

— Am... Por nada... Eu acho. Você está bem? – ele me abraçou.

— Não. O que eu estou fazendo com eles? Eu estou enganando o Philip, mas eu não quero enganar a Hilary também. Nós éramos amigas, Chuck. Nós éramos amigas... E eu estou enganando todo mundo.

— Liz... Por que você não termina com o Philip?

Afastei-me:

— E aí eu vou ficar sozinha?

— Você não vai ficar sozinha.

— Eu vou sim! Você não vai querer ficar comigo. Será que você ainda não percebeu? Para você se trata apenas disso: o perigo. Você gosta de ficar comigo porque não é sério, porque... Porque é errado. Se eu terminar com o Philip e o que nós temos também acaba e... Talvez seja melhor terminar com você, Chuck... Terminar o que nós nem começamos.

— Liz...

— Não. Eu tenho que fazer o que é certo e trair o Philip não é.

— Ficar ele também não.

Olhei em seus olhos, o elevador se abriu e nós saímos:

— O que você quer?

— Eu... Eu quero você.

O beijei, desesperadamente:

— Uma ultima vez – sussurrei em seu ouvido.

Fomos até o quarto dele e eu tranquei a porta:

— Eu não fiquei só de roupa intima para nada.

— Ás vezes você é uma vadia.

— Eu sei e você adora.

Abri meu sobretudo e o deixei escorregar por meu corpo até cair no chão:

— Você me quer, Chuck?

— Mais do que tudo.

— Tira a roupa – ordenei.

Ele me obedeceu e lá estávamos nós, apenas se roupas íntimas. Virei-me e saí correndo até o quarto dele e C me seguiu. Joguei-me em cima das almofadas e travesseiros e ele veio para cima de mim.

Eu também o queria, cada parte de mim o queria.

—x-

Deitei-me ao seu lado; estava frio lá fora, mas eu estava suando e ele também, estávamos ofegantes e eu estava cansada:

— Você pode buscar qualquer coisa para mim beber? – perguntei.

— Claro.

Eu precisava respirar um pouco, só um pouco. Logo Chuck voltou com dois copos de whisky, peguei um:

— Você não tomou remédios hoje não, certo?

— Relaxa. Hoje não – ri.

Tomei tudo de uma vez e o coloquei em cima da escrivaninha e ele fez o mesmo.

Meu celular tocou:

— Não atende.

— Eu preciso.

Enrolei um lençol em mim e fui até a sala para pegá-lo no bolso do casaco e atendi voltando para o quarto.

— Oi, Philip!... Sim, eu a vi, ela está ótima... – me sentei na cama. – Jantar todos nós juntos? Serio ótimo... Amanhã eu estou livre... Ok, pode ser no Per Se? Nós combinamos de ir até lá há tanto tempo e nós acabamos não indo... Está perfeito, a gente se fala... Beijo.

— Aquele idiota não para de encher. O que foi agora?

— Ele quer ir jantar comigo e com a Hilary, mas esquece isso.

— Você podia ir jantar comigo.

— Chuck...

Tirei o lençol de mim:

— De novo?

— Sim – respondi.

— Já esqueci quantas vezes eu te perguntei isso hoje – nós rimos.

—x-

Cheguei em casa e já era tarde, muito tarde. Passar o dia com ele não dava certo, eu estava exausta. O elevador de abriu em meu andar e eu suspirei em finalmente estar em casa:

— Por onde você andou o dia inteiro? – minha mãe e Megan apareceram do nada e falaram juntas.

— Eu estava estudando com um amigo. Eu estou muito cansada eu preciso tomar banho, com licença – falei dando um meio sorriso.

Passei por elas e subi as escadas indo até meu quarto. Tirei meu sobretudo, mas dessa vez eu estava de roupa, eu as vesti na limousine no caminho de volta.

Megan entrou:

— Eu sei que você estava com o Chuck.

— Eu estava e você não sabe o que aconteceu!

— O quê? – ela perguntou interessada.

— Nós íamos pegar o elevador do Empire e sabe quem estava lá dentro?

—QUEM?

— A HILARY!

— A IRMÃ DO PHLIP???

— ELA MESMA!

— Você está brincando.

— É sério! Mas ainda bem que ela não desconfiou de nada.

— Liz, você não pode mais continuar com isso.

— Eu sei.

— Então o que você vai fazer?

— Eu vou terminar com o Chuck, quer dizer, eu já terminei... Se é que nós tínhamos alguma coisa.

— Você não entende, não é?

— O que eu não entendo? – perguntei me sentando na cama e ela na poltrona.

— Lembra quando nós éramos crianças e assistíamos Buffy A Caça Vampiros?

— Claro que eu lembro! Era o meu seriado favorito! E eu fazia você ver comigo. Mas o que isso tem em comum com o que nós estávamos falando?

— Tudo. Buffy, ela tinha dois caras.

— Eu sei, o Angel e o Spike. Por quê?

— E você lembra por quem você era apaixonada no seriado?

— Pelo Spike, é claro. E você gostava do Angel, eu lembro.

— É... Mas a última parte não vem ao caso.

— O que você está tentando dizer? O que Buffy tem com tudo isso?

— Eu tenho que te explicar assim, porque se não você não vai entender. Eu já tentei te falar isso de outro jeito e não deu certo. Então lá vai... Você é a Buffy, Liz. O Angel é o Philip e... O Chuck é o Spike.

— Então?

— Então que havia o Angel, ele era o cara perfeito, sabia fazer tudo e falava as coisas certas; mas também tinha o Spike, o idiota, o bad boy. Você tem o garoto ideal, mas está se apaixonando pelo outro.

— Megan...

— Liz, você está apaixonada pelo Chuck e ele por você. Você pode não querer ou não estar pronta, mas você não pode negar que tudo isso é verdade.

— Você está louca.

— Não, eu não estou. Eu só estou te falando o que está acontecendo, o que todo mundo vê, menos vocês dois... E o Philip e a agora, a Hilary.

— Não. Eu não amo o Chuck.

— Sério? Acho que ama sim, porque eu disse que você estava apaixonada, amor é algo maior.

— Megan...

— Liz... Eu, a Blair e a Serena já te dissemos isso e você finge não entender. Colocando dessa forma você conseguiu?

Eu... Eu gostava dele... Mas não significava que eu estava apaixonada ou... Ou tão apaixonada a ponto de dizer “eu te amo”. Porque uma coisa é gostar, outra é estar apaixonada e outra muito diferente (e talvez pior) é amar alguém.

— Eu... Eu preciso ir tomar banho, estudar um pouco para a prova de amanhã e dormir, eu estou muito cansada. Depois nós conversamos.

—x-

Levantei-me e me tranquei no banheiro, eu não queria mais falar com a Megan. O que ela estava pensando?

Respirei fundo com o toque do meu celular tocou:

“Hey, Upper East Siders!

Vocês sabem o que dizem: “Não importa qual seja a verdade, as pessoas veem o que querem ver” e isso é exatamente o que está acontecendo com toda a nossa elite. E por que as pessoas tem tanto medo da verdade? Talvez porque a verdade dói ou é horrível demais. Às vezes a verdade que você tenta não ver é a verdade que vai mudar sua vida. Às vezes, é a verdade que está chegando há muito tempo... Ou a verdade que nunca deveria ver a luz do dia. Algumas verdades podem não ser ouvidas como gostaríamos, mas elas permanecem depois de serem ditas. Mas o tipo de verdade que eu mais tenho medo, é aquela que você não percebe, que cai bem no seu colo.

And who am I? That’s onde secret I’ll never tell. You knou you love me.

XOXO

Gossip Girl.”

Ela se referiu ao Nate e a Blair, a mim e o ao Chuck e á Serena e ao Dan. Mas: “Às vezes, é a verdade que está chegando há muito tempo... ou a verdade que nunca deveria ver a luz do dia.” A quem se refere? Eu não sei.

Eu estava parada em frente ao portão da Constance, esperando o James chegar. Foi mais um dia de prova, em dias assim, nós saímos mais cedo.

— Oi.

Virei-me:

— Oi, Chuck.

— Tudo bem?

— Sim e você?

— Estou bem.

— Que bom.

— Vamos pro Plaza? É aqui perto e nós não vamos encontrar ninguém – ele sugeriu.

— O quê? Chuck, você está querendo ir no concorrente? Não acho que seu pai vá gostar disso.

— Tanto faz. Vamos?

— Não. Eu te disse, ontem era a última vez.

— Mas nós podemos fazer uma última vez novamente.

— Não, nós não podemos.

— Podemos sim.

— Não podemos! Acabou, Chuck.

— Você não vai ser feliz com ele.

— E com você eu seria?

— Seria.

— Você nunca ia querer algo sério com ninguém, Charles Bass.

— Eu poderia tentar, Elizabeth Redford. Não duvide de mim.

— Mas eu duvido. Por que você não volta a sair com aquelas garotas que você sempre saiu?

— É isso o que você realmente quer? Que nós sigamos em frente, como se nada tivesse acontecido?

— Sim, é exatamente o que eu quero.

— Então, tudo bem.

— Que ótimo.

James chegou e entrei no carro.

Saí do banho com uma roupão branco, grosso e que passava dos meus joelhos; tirei o excesso de água do meu cabelo com uma toalha; peguei o secador para fazer escova e depois enrolei as postas com uma prancha. Fiz uma maquiagem mais elaborada: olhos bem esfumados, pelo bem feita e um batom rosa. Entrei em meu closet e escolhi um vestido claro Alexader McQueen, peep toe Christian Loubutan prestos, uma clutch azul com dourado Saint Laurent, algumas joias e meu anel Tifanny’s que eu ganhei do minha avó e para completar um sobretudo preto Burberry. Estava pronta para ir ao Per Se.

Desci as escadas e Megan mexia em seu celular deitada no sofá:

— Você não vai acreditar, adivinha quem... – ela se virou para mim. – Liz, você está linda!

— Obrigada – sorri para ela e meu celular tocou. – Philip?

— Hey, meu amor. Am... A Hilary me ligou e ela conheceu um cara hoje e... E ela quer leva-lo hoje para jantar com nós. Mas eu disse que ia perguntar para você primeiro, quer dizer, era para sermos só nós três.

— Ah, está tudo bem se ela quiser levá-lo. Um encontro de casais é melhor do que alguém segurando vela.

— Você tem toda razão. Daqui a pouco eu passo aí.

— Estou esperando.

— O que aconteceu? – Megan me pergunta.

— Nada demais. O que você ia me falar?

— A Serena.

— O que tem ela?

— Ela e o Dan terminaram.

— O quê?

— A GG acabou de postar, você não viu?

— Não!

— Você devia estar se arrumando quando ela postou. Eu acho que você devia ligar para a S.

— Eu vou.

Peguei meu celular e liguei para S, mas ela não atendeu, então eu tentei outras cinco vezes até que o elevador se abriu e Philip saiu:

— Boa noite, garotas – ele estendeu o braço para dar um aperto de mão em Megan.

— E aí, Philip? – Megan falou dando um soquinho em sua mão e voltando a deitar no sofá, eu ri.

— Você não muda, não é? Continua sendo chata.

— Você também é chato.

— Eu sei – ele responde rindo.

— Ainda bem que autoconhecimento é o seu forte.

Nós rimos:

— Vamos?

Ele passou o braço pelas minhas costas me conduzindo até o elevador:

— Divirta-se.

—Obrigado. – ele disse.

—Estava falando para a Liz, seu panaca.

— Obrigada, Megan.

— Tudo bem, divirta-se também panaca.

— Hum... Obrigado, eu acho – ele falou segurando um riso.

A porta se fechou:

— Senti sua falta – sorri. – Você está linda.

— Obrigada. Você também não está nada mal – passei a mão por sua gravata.

— Espero que você realmente não se importe da Hllary...

— Está tudo bem – o interrompi.

Saímos do prédio e havia um Bugatti Veyron estacionado:

— Philip, esse carro... Custa, tipo, três milhões de dólares.

— Eu sei.

— Você tinha um Lamborghini até esses dias.

— Você gasta dinheiro com roupas e sapatos e eu gasto com carros – ele retruca rindo. - Gostou desse?

— É lindo. Na verdade, isso é um batmóvel.

Nós entramos:

— A Hilary vai nos encontra lá?

— Sim.

Aquele carro era incrível, era bom andar em algo tão diferente de uma limusine:

— Você não gosta de limusines?

— Eu prefiro dirigir meu próprio carro, poder sentir ele, ouvir o motor...

Logo chegamos ao Per Se, ele abriu a porta para mim e entramos:

— Boa noite – a recepcionista falou. – É um enorme prazer receber o Sr. Collins e a Srta. Redford, se me permite dizer, eu amo as roupas da sua mãe – dei um sorriso para ela.

Ela pegou nossos casacos e nos conduziu até nossa mesa:

— Espero que tenham uma ótima noite.

— Obrigada.

A moça saiu e ele riu:

— Meu Deus, essas pessoas não cansam de fazer isso. O que um sobrenome não faz.

— Já querem pedir? – o garçom apareceu.

— Por enquanto não. Estamos esperando mais duas pessoas. Obrigado – Philip falou.

— A mesa de vocês é essa a mesma voz da atendente disse atrás de mim.

— Aí estão vocês – ele se levantou e eu fiz o mesmo.

Virei-me e Hilary estava parada segurando a mão de um garoto. Nova York é cheia de caras ricos e lindos, mas tinha que ser esse? É claro que tinha.

— É um prazer – Philip o cumprimentou.

— Igualmente.

— Bom, Philip esse é o Chuck. Liz, vocês já se conhecem da escola, não é?

— Como assim? Vocês se conhecem? – Philip pergunta curioso.

— Eles estudam juntos – Megan explica. - Na verdade, eu o conheci ontem de manhã, quando eles estavam no Empire para estudar. O pai do Chuck é dono do Empire.

— Legal. Por isso você pareceu familiar, você estava no aniversário da Liz.

— Bom, vamos sentar.

Voltei para a minha cadeira, Chuck sentou do meu lado, Philip em minha frente e Hilarry de seu lado.

— Você sabia que eles estavam saindo? – meu namorado quis saber.

— Não. Ele não me falou nada.

— Não tinha como, nós nos encontramos hoje quando cheguei da escola e eu a chamei para ir almoçar.

— Ele é um cavalheiro.

— Ficamos felizes por vocês, não é, Liz?

—É – falei com um nó na garganta.

— Vamos pedir um vinho?

— Ótima ideia! – respondi ao Philip, eu precisava beber.

— Vão pedir agora? – o garçom pergunta.

— Sim. Am... Nós queremos o vinho mais caro da casa. A garrafa inteira – Chuck pediu.

— E para comer?

— O que você nos sugere? – Phlilip perguntou.

— O salmão da casa está ótimo hoje.

— Eu vou querer esse – falei.

— Eu também, então – C disse.

— Hilary?

— Pode ser.

— Para todos.

O garçom assentiu e se retirou.

— Então, Chuck, você também é amigo da Serena e da Blair?

— Sim, na verdade, eu, elas e o Nate crescemos juntos, somos amigos há muito tempo e nós nunca criamos amizade com outra pessoa até a Liz aparecer.

— Vocês são muito amigos? – ela perguntou.

— Sim, nós cinco somos – respondi.

— Isso é muito legal – ouço Hilary falar animada.

Não. Não é nada legal.

— Você está bem? – Philip falou comigo.

— Não... É que eu estou preocupada com a Serena.

— O que aconteceu?

— Ela não atende o telefone, na verdade, ela não atende ninguém e me parece que ninguém sabe onde ela está, nem a mãe ou o irmão dela.

— E o Dan, namorado dela? – Chuck me interrogou.

— Eles terminaram. Você está muito desenformado.

— Eu estava ocupado – ele fala rindo para Hilary.

— Tanto faz, Charles.

O clima estava tão pesado que eu podia cortar com uma faca.

—Tanto faz, Elizabeth – ele sussurra enquanto o garçom volta com o vinho e nos serve. – Obrigado.

— Está tudo bem? – Philip me pergunta de novo.

— Claro. Nós sempre implicamos um com o outro, ele é como um irmão chato.

— E ela como uma irmã pirralha.

Dei um sorriso rápido e falso sem mostras os dentes e ele fez o mesmo.

Chuck estendeu o braço para pegar uma torrada que estava na mesa e a o braço dele esbarrou na minha taça de vinho e o liquido escorreu até o meu vestido.

— Eu não... Acredito...

— Liz, eu não tinha a intenção, desculpa... – Chuck falava.

— Eu não acredito! Olha o que você fez. Meu Alexander McQueen... Era exclusivo. Só sairia na próxima coleção. Meu vestido Alexander McQueen. Você não fez isso. Essa mancha enorme nunca vai sair. Nunca... – eu nem prestava mais atenção no que saia da minha boca, eu estava tão estressada, ele realmente queria me desestabilizar e conseguiu.

— Liz...

Levantei-me e fui direto para o banheiro. Quando eu estava no corredor onde ele ficava e haviam espelhos, Chuck agarrou meu pulso.

— Desculpa.

— Sai daqui. Agora.

— Não, eu vim te salvar.

Virei-me para ele:

—Me salvar? Como você vai fazer isso?

— Eu sou Chuck Bass

—Você é idiota. Isso sim. Aparecer aqui desse jeito. Bela maneira de demonstrar que gosta de mim!

— Eu vim te ajudar e você me ofende?

— Sim, porque você é um estúpido. Por que você se envolveu com ela? Tudo isso é raiva? Ciúmes? – ele desviou o olhar.

— Você disse que nós não tínhamos mais nada, para mim voltar a sair com as garotas que eu costumava a sair e a Hilary é bonita, por que não ela?

— Isso eu não vou aguentar. Escuta aqui, Chuck, você pode achar o que quiser de mim, mas uma coisa eu te garanto: eu não sou a garota que precisa ser salva. Você pode até brincar comigo, mas nunca com alguém que eu goste e caso você a magoe, acredite, você vai se arrepender de ter nascido. Porque eu sei que você vai fazer isso, você vai machucá-la e se um dos Collins não te matarem por causa disso, eu mesmo cuido de você. Nada do que você diga vai me fazer te perdoar por ter vindo aqui... A Hilary não merece um coração partido e diga “Eu sou Chuck Bass” mais uma vez e ninguém, nunca mais, vai ouvir essa frase. Entendeu? Eu nunca fui tão sincera, eu te odeio!

Meu olhos estavam cheios de lágrimas, mas eu me segurei. Ele não falou nada, apenas tirou o blazer preto que estava usando e me entregou. Peguei-o de sua mão e C se virou, mas antes que pudesse sair dali ele falou por cima do ombro:

— Eu vou conseguir um igual para você, um Alexander McQueen.

“Hey meus moradores do Upper East Side,

Parece que Manhattan está pegando fogo. Tanta coisa em dia só. Como eu disse Lonely Boy e S terminaram e agora ela está desaparecida, B e N tiveram a maior briga hoje e C e L ficaram o dia inteiro juntos trancados no quarto dele no Empire ontem, aparece que a sessão de estudos foi ótima, não concordam? Quem aí gostaria de estar no lugar dela? E no dele?

Pois é, mas acho que C saiu dos seus limites. Cada um sabe os seus limites, não é? Mas isso é até alguém que você goste muito te deixar com ciúmes, você seria capaz de fazer qualquer coisa apenas por estar sentindo isso. E sabem por que ciúmes existem? Para nos lembrar que temos que cuidar melhor de quem nós amamos, se não a qualquer momento nós podemos perder essa pessoa.

And who am I? That’s one secret I’ll never tell. You know you love me.

XOXO Gossip Girl.”