A New Life in NY I

It's enough for now


— Chuck, lembra que eu queria que você me ajudasse a juntar a Blair e o Nate? – pergunto e ele assente.

Eu estava me sentindo mal com o que tinha descoberto sobre meu pai, por isso eu precisava de algo para me distrair. Concentrar-me nisso serio ótimo.

Já estava tarde, mas ele fez questão de ficar comigo o tempo todo desde que havíamos saído do restaurante.

— Então, nós sabemos que os dois estão esperando o outro dar o primeiro passo – o encarei enquanto estávamos deitados em minha cama e seus braços me envolvendo. Eu não desejaria estar em nenhum outro lugar.

— E?

— E que ela podia receber uma mensagem do N e ele uma da B.

— Como você pretende fazer isso?

— Como nós pretendemos fazer isso, você quis dizer. Você vai pegar o celular do Nate e eu o da Blair.

— Como isso vai dar certo?

— Você vai fingir ser o Nate e mandar mensagens para a B, ela vai responder. Depois eu pego o celular dela e converso com o N fingindo ser ela. Depois nós apagamos as mensagens. Simples.

— Tudo bem.

— Amanhã.

— Ok.

— Agora, você precisa ir. Não vai ser legal se a minha mãe te ver dormindo aqui.

—x-

Cheguei à Constance e C me esperava:

— Bom dia – disse enquanto eu me aproximava.

— Bom dia – nos beijamos.

— Eu vou falar com a B e com a S.

— Ah, fica aqui comigo.

— Não, eu tenho passado muito tempo com você e nenhum com elas.

— Posso ir com você pelo menos?

— Pode – revirei os olhos e caminhei até as escadas.

—Oi – B falou séria. – Por que você sumiu?

— Desculpa, eu...

—Você o que? Estava com o Chuck? – B o encarou com os olhos serrados.

— Estou aqui, caso você não tenha percebido. Podem me perguntar.

— Não estou falando com você – B responde.

— Cala a boca, Chuck – o repreendi.

— Blair, eu sinto muito. Temos tanta coisa para conversar, será que a gente não podia passar o dia juntas?

— Uma festa do pijama – as seguidoras dela se animaram. – Só eu, você e a S. – B as cortou.

— Vai ser ótimo – sorri.

— Vocês vão dormir em casa hoje – B disse se levantando.

— O que? – C se intrometeu de novo.

— Olha aqui, Bass, – ela o encarou – eu sei que vocês dois estão juntos, mesmo que eu tenha descoberto isso pela Gossip Girl, porque nenhum de vocês se deu ao trabalho de me comunicar! – “in” direta recebida, Blair – Não muda o fato da Liz ser minha amiga. Você vai sobreviver um noite sem ela, ok?

— Tá bom, parem de brigar. Agora.

— Hey. – Serena chegou e se sentou ao lado de B.

— Hey. A L finalmente teve tempo para nós – revirei os olhos.

— Fico feliz por vocês dois. Não liguem para ela.

— Obrigada, S – agradei.

— O que? Serena, não fale assim comigo! – ela bufou – Hoje eu vou dar uma festa do pijama.

— E quando você decidiu isso?

— Hoje. Agora vamos garotas.

— Não esquece do plano – sussurrei no ouvido dele antes de sair atrás da Blair.
—x-

James estacionou em frente ao prédio da B, peguei o elevador e apertei o botão da cobertura.

— Finalmente você chegou – as duas apareceram.

Subimos as escadas até o quarto dela e nos sentamos na cama para conversarmos.

— Ok, agora você pode nos contar tudo.

— Hm... Por onde eu começo?

— Que tal pela viajem até Miami? Ou por você ter um irmão?

— Como vocês sabem?

— Eu tenho minhas fontes.

— Foi a Megan – S revirou os olhos.

Blair a fitou:

— Você está muito abusada hoje, Serena.

— Ok, posso contar? – elas assentiram.

Falei tudo, desde o dia em que eu fiquei drogada devido aos calmantes até eu descobrir a verdade no restaurante.

— UAU - Serena falou deitando na cama.

— Desculpa ter que falar isso, Liz... Mas o seu pai... Ah meu Deus!

— Eu sei.

— Vamos falar sobre você e o Chuck agora.

— Ah, S. O que ela vai nos falar? Sobre como ele é na cama?

— Blair! Você é tão insensível!

— Sou realista. Apenas isso.

— Liz, não ligue para ela. Mas nos poupe dos detalhes.

— Por favor – B concordou e eu ri.

— Vão me deixar falar? Bom, o Chuck não é tão tarado quanto você acham... – as duas me encararam sérias. – Ok, ele é... Mas o fato é que ele também é fofo, pensa em mim e... E eu gosto dele.

— Nós sabemos disso, só que... – elas se entreolharam e morderam o lábio querendo não dizer aquilo.

— Só que o que?

— Só que... O C é um galinha. Você não acha que... – Serena começou a dizer.

— Que ele vai me trair? Olha, eu sei o que vocês estão pensando, que vocês não querem me ver com o coração partido... Mas ele me deixa feliz como nenhum outro cara consegue... Eu o amo... E eu também sei que não vai ser fácil, mas... Relacionamentos dão trabalho, certo?

— Não... Amor não significa trabalho, acredite. É sobre paixão, química, romance – B falou.

— É o seu coração disparar porque não esperar para vê-lo.

— Uma de vocês podem parar de lembrar de um relacionamento que terminou, porque vocês foram magoadas e... Admitirem que, talvez, desistiram do amor cedo demais?... Quer dizer, Blair... Todo mundo sabe que você tem que ficar com o Nate e... Serena, por que você terminou com o Dan? O que ele fez? Não pode ser tão ruim para acabar com o que vocês tinham.

— Isso não tem haver com você, Liz. Você não pode nos dizer com quem ficar.

— Eu sei, B. Só estou falando a verdade.

— Bom, a Dorota está lá embaixo esperando por nós com uma mesa cheia dos melhores doces da cidade, então vamos – ela disse se levantando e S fez o mesmo. – Você não vem, L?

— Sim... Eu só preciso ir ao banheiro.

— A gente te espera na sala.

— Ok.

Esperei elas saírem, peguei o celular da B que ela havia deixado em cima da cama e me tranquei no banheiro.

“Nate, o baile está chegando e eu quero ir com você. Vamos esquecer tudo o que aconteceu. Você vem falar comigo amanhã?

B.”

Respirei fundo e toquei em enviar.

Era errado? Talvez. Mas era a única maneira deles ficarem juntos e eu sabia o quão importante o baile era para a Blair. Uma rainha deve ter seu rei, certo? N era “o cara” e B “a garota”, só que nenhum dos dois queriam enxergar isso.

Logo veio uma resposta:

“Claro. Estou com saudades.

N.”

Apaguei o histórico da conversa, sai do banheiro e coloquei o celular exatamente onde estava.

Com a missão cumprida desci as escadas para encontrá-las, só faltava a parte do Chuck.

—x-

Já era noite, havíamos comido, estudado, fofocado e estávamos todas deitadas em cima de almofadas e com cobertores no chão na sala de TV de Queen B.

— Serena, posso te perguntar uma coisa? – disse rompendo a concentração naquele filme que já havia visto umas cem vezes.

— Sim – respondeu.

— Por que você estava me ignorando esses dias?

Blair olhou interessada:

— É, S. Por quê?

— Am... Por nada.

— É claro que é por alguma coisa. Pode falar – insisti.

— Só vamos esquecer isso, ok?

— Agora eu também quero saber – B se intrometeu de novo.

— Vocês realmente querem saber? Então, tudo bem... O Dan me contou sobre o beijo.

— Que beijo?! – nós perguntamos ao mesmo tempo e Serena me encarou não acreditando que eu estava me fazendo de desentendida.

— Como assim “que beijo”? O beijo entre você e ele.

Olhei para o nada tentando vasculhar algo em minha memória. Quer dizer, fazia tempo que eu e o Dan não nos falávamos direito. Na verdade, nós nos beijamos quando? Ah, quando havíamos acabado de nos conhecer.

— Espera aí! Você e o garoto do Brooklyn? Sério, Liz? Olha, tudo bem a Serena. Sabe, ela gosta de todo mundo...

— Hey! – ela cortou B.

— Você mereceu isso pelos cortes que me deu hoje, Serena. De todo jeito, Liz eu não acredito. O garoto do Brooklyn!

— Ele é o meu namorado!

— Correção: ex-namorado – B disse revirando os olhos.

— Vocês podem parar de brigar e me deixarem falar?! – as interrompi.

— Escuta, quando cheguei na Constance eu não tinha nenhum amigo, muito menos conhecia vocês. Então eu esbarrei no corredor com a Jenny, nós conversamos, ela me apresentou a ele, ficamos amigos, convidei eles para virem em casa e... E quando ela estava vendo o meu closet, eu e o Dan... Nós nos... Beijamos. Mas foi só isso, eu disse para ele que não havia significado nada, até porque eu sabia que ele gostava de você e eu também disse que se eu tivesse alguma chance eu apresentaria vocês dois. Não foi nada além de um simples beijo. Nunca passou disso.

— Credo – B fez cara de nojo e nós a ignoramos.

— Se você terminou com ele por causa disso, saiba que foi à toa. Eu estou com o Chuck, foi dele que eu sempre gostei – continuei.

— Só que pro Dan não foi só um beijo.

— O QUE? – eu não estava entendo mais nada.

Serena respirou fundo e me olhou bem dentro dos meus olhos:

— Você não sente nada por ele, não é?

— Claro que não! Por que você acha que apresentei vocês dois? Porque eu acho que você devem ficar juntos.

Ela sorriu:

— Obrigada.

— Pelo o que? Por ela não gostar dele? S, você é a única garota louca que gosta do Lonely Boy.

— Blair! Chega! – Serena chamou sua atenção.

— Mas por que vocês terminaram? – perguntei novamente.

— Porque... Ele gosta de você, Liz. Na hora eu fiquei brava com você, mas você não tem culpa e é minha amiga. Então, eu resolvi ignorar isso. Eu não sou ninguém pra colocar um homem na frente da amizade de vocês.

— Calem a boca! – B começou a gritar – Ah, meu Deus. Espera, eu não acredito!

— O que?! – perguntamos preocupadas.

— É uma mensagem do Nate!

— O que? – S disse sem acreditar e feliz.

— Deixa eu ver – peguei o celular das mãos dela.

“B, eu sinto muito por tudo. Será que você pode me perdoar e aceitar ir ao baile comigo?

N.”

— Responde! – disse entregando o celular para ela.

— Não! Ele vai pensar que estou desesperada. Vou esperar.

Eu e Serena reviramos os olhos.

— Voltando ao assunto, S, – comecei a falar – talvez o beijo posso ter significado outra coisa para ele, mas o Dan sempre foi apaixonado você. A forma como ele te olha, como ele fala de você, a forma como os olhos dele brilham quando você está chegando. É você quem ele ama. Você tem que voltar com ele. Certo, B?

— Am? Não sei. Acho que sim. Sim... Do que você estão falando mesmo? – rimos dela.

— Obrigada, Liz.

—x-

Depois da aula liguei para o Michael e ele disse que estava de folga, então o chamei para sair comigo, Megan, N, C, B e S. Decidimos nos encontrar no bar do Empire.

Estávamos esperando meu irmão sentados em uma mesa redonda com uma sofá. Como era estranho falar isso: “meu irmão”. Eu não tinha nenhum até semana passada.

— Estou feliz por vocês terem se acertado – falei para Nate e Blair.

— Já tinha passado da hora – Megan como sempre muito delicada.

— Eu também estou muito feliz – Serena sorriu.

— E você também. Não é, Chuck? - chamei sua atenção.

Custava ser legal uma vez na vida, Bass?

— Claro, claro – disse levando outro copo até sua boca.

Revirei os olhos e resolvi mudar de assunto:

— Então, para onde você vão nas férias?

— Eu e o N estávamos pensando em Paris – B disse e dava para ver o quão feliz ela estava.

— E você, S? – perguntei.

— Am... Eu acho que vou ficar aqui em Nova York. Não quero viajar.

— Na verdade você quer ficar perto do Dan.

— Blair, por favor... – Nate a repreendeu.

— Todo mundo sabe que eu não gosto dele, não tenho que fingir gostar de alguém.

Todos reviramos os olhos.

— Michael! – o chamei ao vê-lo entrar no bar do hotel.

Ele me viu e veio até nós sorrindo um pouco tímido.

— Que bom que você está livre hoje – disse me levantando do sofá e o abracei. – Michael, esses são o Chuck que você já conheceu, Megan que é nossa prima, Nate, Blair e Serena – todos se cumprimentaram.

Voltei para o meu lugar e ele se sentou ao meu lado.

Eu queria que todos eles se dessem bem, era importante para mim. E eles se deram.

O Michael era uma boa pessoa e muito responsável.

Depois que todos haviam ido, fui acompanhá-lo até a rua para pegar um taxi:

— Liz...

— Sim?

— Você gosta dele? Do Chuck?

— Na verdade, muito – ele desviou o olhar – Por que?

—Não é nada.

— Fala.

— É só que... Deixa para lá.

— Não, eu não vou deixar. Fala, por favor.

— É que ele não parece certo para você.

— Como assim?

— Ele não parou de beber por um minuto todo esse tempo e ele parece ser o tipo de cara que quer algo sério.

— Como você pode saber?

—Eu não quero que você se machuque.

— Michael, eu sei como o Chuck é. Ele sempre foi galinha, já pegou metade das garotas de NY e que ele é tarado e... e que ele bebe muito. Mas eu gosto dele. Eu decidi largar o Philip para ficar com o C sabendo os riscos que eu estava correndo... Você acha que eu não lutei contra isso? Que eu não quis continuar com o cara perfeito? Com um cara que eu tinha certeza que nunca partiria meu coração? Eu achava que se eu terminasse o meu namoro, eu ficaria sozinha, o C não iria querer ficar comigo. Mas sabe o que aconteceu? Ele quis algo sério, nós estamos juntos agora e eu não podia estar mais feliz.

— Desculpa, Liz.

— Não, você não tem que pedir desculpas. Você só está preocupado comigo. Até a Blair e a Serena me falaram a mesma coisa e elas são amigas dele... Eu sei que eu posso estar cometendo um erro, um grande erro ficando com o Chuck, mas existem coisas na vida que você sabe que é um erro e que isso vai trazer consequências... Só que você precisa fazer isso mesmo assim. Porque algum dia eu vou olhar para trás e eu quero poder dizer “sim, foi um erro” e não me perguntar “e se...”. Ele me deixa feliz e eu gosto muito dele... Talvez eu não vá sentir isso amanhã, mês que vem ou no próximo ano... Mas é o que eu sinto agora e é o que importa.

— Mas é o suficiente?

— Sim, é o suficiente por enquanto – Michael sorriu.

— Você não é uma garota rica e mimada como eu pensei.

— Hey! – fiquei ofendida e ele riu.

— Você é independente, inteligente e não liga para nada do que as pessoas vão falar ou pensar sobre você.

— Eu não sou tudo isso.

— Você é. Maior prova disso é escolher ficar com o Chuck com pessoas te dizendo o contrário.

— Devo dizer que parte disso é culpa da Megan, ela me fez enxergar o que eu estava sentindo.

— Ela é uma ótima pessoa.

— Sim, tirando a parte que ela fala tudo o que pensa.

— É bom poder conhecer outra pessoa da família.

— Você sabe que ela está morando comigo, então apareça a hora que quiser.

— Am... Talvez sua mãe não vá gostar. Quer dizer, eu sou filho da amante do ex-marido dela.

— Eu contei tudo para minha mãe e ela disse que quer te conhecer. Ela não liga para isso, você não tem culpa do nosso pai ser um idiota. Você vai adorá-la, é claro que minha mãe trabalha muito, mas ela é uma ótima pessoa. Tanto que ela não dá a mínima de ter a Megan em casa, por mais que ela seja sobrinha do nosso pai e não dela.

— Tudo bem. Eu vou te visitar.

— Que bom.

— Agora eu tenho que ir. Tchau.

Despedimo-nos e voltei para dentro do Empire e Chuck estava a minha espera parado em frente ao elevador:

— Está tudo bem? – perguntou enquanto eu me aproximava, pude perceber o tom de preocupação em sua voz.

— Está – disse respirando fundo.

— Tem certeza? Você não parece bem.

— Eu estou ótima.

Algo em minha cabeça me dizia que nós nunca terminaríamos juntos. Eu estava completamente apaixonada por ele e se dependesse de mim, ele seria o garoto certo. Mas Chuck Bass não é o tipo de cara que você quer para passar o resto da vida ou o tipo que você quer que seja o pai dos seus filhos. Porque no fundo você sabe que a qualquer momento ele pode partir o seu coração. Isso devia ser motivo para eu me manter na defensiva, nunca me entregar por inteira e eu tentei por muito tempo. Não deu certo, eu não sou forte o suficiente.

Se eu me odeio por causa disso? Sim, mas agora já é tarde demais. E não é porque eu sei como algo vai terminar que eu não posso aproveitar enquanto dura.

“Hey, Upper East Side!

Na vida existem muitos mementos românticos e eles fazem a vida valer a pena, mas aqui está o problema: os momentos passam, e esperando bem na esquina deles tem uma cruel, maldita coisa chamada realidade. Ás vezes nos perguntamos: por que ela existe? A vida seria muito mais fácil se fosse como nos filmes. Infelizmente nunca será. Mas eu pergunto: isso é motivo para desistir de viver um conto de fadas? Não, não é. Sabem a razão? É que nós nunca vamos desistir de sermos felizes. Nossa princesa L é a maior prova disso e eu estou muito orgulhosa dela. Espero que ela esteja feliz, mesmo com a realidade batendo na porta de seu coração.

And who am I? That’s one secret I’ll never tell.

You know you love me.

Xoxo Gossip Girl.”