I'm sorry for loving you

Regina estava vestida a caráter e segurava um penico, que continha um pouco de sal e uma grande quantidade de dinheiro. Ela e as amigas já haviam passado por vários pubs da cidade e pelo que parecia, se encontravam no último da noite. A morena tinha achado aquilo super divertido, mas a única que não estava gostando nada era Emma. Além de seu momento com Regina ter sido atrapalhado, ainda tinha que vê-la dando selinhos em mulheres e homens desconhecidos. Era extremamente irritante.

Enquanto Regina continuava vendendo seu beijo para as pessoas, Belle, Kathryn e Tamara se acabavam de tanto beber, principalmente Belle, que tinha perdido a conta de quantos copos de cerveja já havia tomado. Emma optou por não beber e resolveu ficar afastada em um canto. A única coisa que ela tinha esquecido, é que teria que beijar Regina também, assim como as outras amigas fizeram. Após alguns minutos, a morena se aproximou dela, com um sorriso e o penico transbordando de dinheiro. Foi aí que Emma se lembrou do que aconteceria entre elas agora e não pôde deixar de sorrir também.

– Oi Gina.

– Oi Emma.

Regina disse timidamente.

– Então quer dizer que você vai ter que me beijar?

A loira perguntou com divertimento.

– É só um selinho, mas se você não quiser, não tem problema.

O sorriso da morena se desfez ao proferir isso.

– Não, eu quero.

Emma se apressou em responder.

– Quer dizer, não é que eu quero, mas é a tradição, certo?

Regina sorriu ao ver a amiga se atrapalhar com as palavras.

– Certo.

– Espera, deixa eu ver quanto eu tenho de dinheiro.

A loira colocou a mão no bolso e encontrou apenas algumas moedas.

– Acho que a minha contribuição não vai ser das grandes. Só tenho esses trocadinhos.

As duas riram e Emma colocou as moedas no penico.

Depois disso, elas passaram a se olhar diretamente. Emma foi a primeira a quebrar o contato visual e encarar os lábios de Regina, chegando perto dela e ajeitando seu cabelo para trás da orelha. Então a loira aproximou seu lábios lentamente dos de Regina e começou a beijá-la. No início, foi só um simples selinho, mas aos poucos, foi se intensificando. Não demorou muito para que Emma pedisse permissão com sua língua, o que, para sua surpresa, foi cedido por Regina. A morena estava tão envolvida no beijo, que acabou deixando o penico cair, mas isso não fez o beijo parar, pelo contrário. Rapidamente, Regina envolveu o pescoço de Emma, que por sua vez, colocou suas mãos na cintura da morena, prensando-a contra a parede próxima dali. Quando o ar começou a faltar, as duas foram se separando, mas antes de estarem totalmente afastadas, a loira mordeu de leve o lábio inferior de Regina e se distanciou dela.

Assim que Emma conseguiu olhar no fundo dos olhos de amiga, pode ver a confusão que ali se passava. Regina estava completamente desnorteada e a única coisa que pôde pensar em fazer naquele momento foi se abaixar e começar a recolher o dinheiro espalhado pelo chão. No mesmo instante, a loira também se abaixou e a ajudou a colocar tudo de volta no penico. As duas não trocaram nenhuma palavra e assim que se levantaram, Regina saiu correndo dali, sem dar a chance de Emma dizer alguma coisa.

***

Já passava da meia-noite e Regina ainda estava acordada. Qualquer pessoa que não soubesse de seu conflito interno no momento, diria que ela só estava nervosa para o casamento, mas não era isso. Após se revirar inúmeras vezes na cama, levantou e decidiu ir até onde seu coração chamava. Emma também estava na mesma situação que a amiga. Sem sono algum, a loira perambulava pelo quarto, já tendo perdido as contas de quantas vezes tinha ido até a sacada e voltado. Foi quando, de repente, seus pensamentos se romperam por uma batida na porta. Assim que a abriu, deu de cara com...Belle.

– Emma, meu amor!

Belle disse aparentemente alterada.

– Hã?

– Eu não estou aguentando mais!

A garota falou empurrando Emma e entrando no quarto.

– Belle, o que você está fazendo!?

A loira perguntou surpresa ao vê-la abrindo seu roupão e ficando apenas de calcinha e sutiã.

– Vamos ficar juntas vai. Pelos velhos tempos.

– O quê?

– Deixa eu me redimir com você.

Belle foi se aproximando de Emma, enquanto a mesma só andava para trás, não tentativa de se afastar.

– Você está bêbada! Não sabe o que está falando!

– Eu sei sim.

Emma continuou se distanciando, até que sentiu a cama atrás de si e foi quando Belle aproveitou para empurrá-la.

– Belle, para!

A loira a reprendeu, enquanto a mesma subia em cima dela e prendia seus braços.

– Ah Emma, você fica tão mais sexy quando está brava.

Belle riu e tentou beijar Emma, que rapidamente se desviou.

– Já chega! Sai de cima de mim!

Emma gritou.

– Mas por quê? Aqui está tão divertido.

A garota riu novamente.

Regina subia as escadas depressa, a fim de chegar logo no quarto de Emma, porém, conforme ia se aproximando, ouvia risadas e gritos extramente altos.

– Para de gritar! Fica quieta!

Emma tentava se livrar de Belle, mas parecia impossível, pois a garota a segurava com muita força. Foi então que a loira percebeu que havia alguém parado na porta deixada aberta, as observando, e esse alguém era Regina. Emma ficou desesperada ao ver o jeito que a morena olhava para a cena e sua preocupação em não machucar Belle acabou naquele momento, jogando a garota no chão e indo atrás de sua amada.

– Regina, Regina!

A loira bateu com um pouco de força na porta do quarto.

– Sou eu, me deixa entrar.

– Vai embora Emma!

Regina respondeu tentando esconder seu choro.

– Não, deixa eu te explicar. Não é o que você está pensando.

– Isso não importa agora.

– Importa sim!

Emma gritou aflita.

– Vai embora Emma!

– Não, eu preciso falar com você.

A loira falava em tom totalmente angustiado, prestes a desabar a qualquer momento.

– Por favor, vai.

Regina disse se sentindo cansada.

– Tudo bem, eu vou, mas só se você me disser o por que você foi no meu quarto.

A única resposta que Emma recebeu foi o silêncio, então resolveu tentar mais uma vez.

– Regina, por que você foi no meu quarto?

– Para falar daquele beijo.

A morena respondeu se dando por vencida.

– Regina, por favor, não casa com ela.

– Esse tempo todo, Emma.

– Não casa com ela.

Emma praticamente suplicava.

– Esse tempo todo e você me fala isso agora?

– Me perdoa, Regina, me perdoa.

– Como você pôde?

– Me deixa entrar, por favor.

– Não, eu não vou deixar. Você só está fazendo isso porque está com medo de me perder. Eu preciso de alguém com quem eu possa contar, não importa o que aconteça. Alguém que me ame de verdade. Alguém que eu confie.

Conforme Regina ia falando, as lágrimas corriam livremente por seu rosto e também pelo de Emma, que liberava naquele choro toda a dor e frustração que tinha aguentado até aquele momento.

– Eu vou casar com a Ruby amanhã, porque ela é esse alguém.

Aquilo foi o fim para Emma, ela não podia mais suportar ficar ali, então saiu correndo de volta para o seu quarto, onde se trancou e deu continuidade ao seu choro. O mesmo servia para Regina, que se encontrava sentada no chão, encostada na porta, se sentindo péssima e extremamente fraca.