Eu simplesmente paralisei diante desta
afirmação. Como assim, o Jesse estava em boas mãos agora?



– O que você fez com ele sua louca dos
infernos! – Gritei, quase pulando em cima dela, mas duas mãos fortes me
seguraram o que com certeza eu sabia que era de Paul. – Me solta! Eu vou matar
ela! – Gritei para Paul.



– Calma Suze. – Disse ele.



Mas como ele acha que eu vou ter calma diante
desta louca, que pelo o tom de voz que ela usou, quando disse: “Só vim te
dizer que o Jesse está em ótimas mãos agora
.”
Ela havia aprontado alguma!



– O que você fez?! – Eu Berrei para a ruivinha
que estava na minha frente, com cara de deboche.



– Eu vim lhe avisar, que o Jesse esta comigo
agora. Ele mesmo me pediu para vir aqui, porque senão você ia ficar preocupada
com ele, e ele não queria isto.



– Como é que é? – Eu perguntei sem entender.



– Ontem o Jesse foi ao meu apartamento e me
beijou. Sabe, parece que você não esta dando conta do serviço, por que, para
ele sair da sua casa e ir pra minha, você deve ter deixado a desejar.



Não, isto não podia estar acontecendo! Jesse
me largou pra poder ficar com esta ruivinha de araque? Não, não pode ser
verdade!



E todo aquele discurso, que só podíamos ficar
juntos depois do casamento, porque ele era de uma época diferente e não é
porque ele tava no século XXI, que ia mudar a criação dele. Só que na verdade
este discurso só foi porque ele não me queria mesmo, ele preferia ficar com a
ruivinha a mim. Filho da mãe!



– Ele dormiu com... Você? – Eu perguntei,
tentando não chorar, pois não queria que ela visse minha fraqueza.



– Dormiu, ué! Ou você acha que ficamos só no
beijo?



Quando ela disse aquilo, não teve quem me
segurasse, eu me joguei com tudo em cima dela, sem me importar se estava na
escola ou não, era hoje que eu quebrava a cara desta infeliz!



Em menos de cinco segundos eu já estava por
cima dela, mantendo-a no chão, enquanto esbofeteava a cara dela. Ela tentava
parar minhas mãos, mas sem sucesso, pois apesar de ela ser mais velha, e ter um
corpo maior que o meu, eu ainda era mais forte.



Só percebi que havia parado de bater nela,
quando senti dois braços me puxando, e me colocando no ombro, de cabeça para
baixo, o que fez com que eu gritasse.



– Me solta! Me solta! – Mas eu não era ouvida.




De repente, ele me soltou, e me colocou de frente pra ele.



– Porque não me deixou acabar com ela?! – Eu perguntei
gritando, de puro ódio.



– Porque você acabou! – Disse Paul. – Você não
parava de bater. A onde foi que aprendeu a brigar?



– A vida me ensinou. Eu tinha que escolher
apanhar de fantasmas ou bater neles. – Paul começou a rir, depois desta
afirmação.



Mas o pior é que era verdade. Quando comecei a
“trabalhar” como mediadora, apesar de vim fantasmas bons, também vinham uns que
não eram muito legais, o que fez com que eu aprendesse a me defender, ou
acabaria virando saco de pancada.



Com estes pensamentos, eu parei um pouco com o
ódio que eu tava e dei um pequeno risinho, o que fez com que Paul, sorrisse a
me ver assim.



– E então, vai estudar, ou vai para casa? –
Paul me perguntou.



– Vou para casa. – Disse meio chorosa,
novamente. – Paul, sera que o Jesse me largou mesmo? – Eu perguntei começando a
enxugar as lagrimas que teimavam em querer sair.



– Apesar de eu não gostar de admitir isto. –
Disse ele, sorrindo torto. – O Jesse te ama de verdade. Ele nunca iria fazer
isto com você.



– Mas e tudo o que ela disse? – Eu perguntei,
aflita.



– Você acreditou nela? – Disse ele, descrente.



– Sim... – Disse. – O Jesse não apareceu hoje,
e olha que todos os dias ele vai à minha casa.



– Sim, isto é muito estranho mesmo. – Ele pareceu
refletir um pouco e continuou. – Tem algo muito errado nesta história toda.



– Você ach...



Ele nem sequer me deu tempo de terminar de
falar, e me puxou pelo braço, rumo à saída da escola.