Capítulo 7

De modo que lá estava, escorada na humilde janela de meu quarto, olhando para as ondas que se passavam no Pacífico, e observando as pessoas, que lá de cima, tinham o tamanho de formiguinhas bem pequenas. Mas já estava tedioso demais olhar para minha janela, e ficar olhando para aquelas pessoas andarem, nadarem e fazerem caminhada em torno do mar resolvi me virar para vestir uma blusa, já que ainda estava seminu, Só estava com a parte de cima, e um pequeno short em baixo, me deparei com, pessoas não estranhas, mas familiares até demais, na minha frente, dizemos a uns dois passos de mim. Arregalei meus olhos diante daquela presença misteriosa no meu quarto. Digamos que eles foram um pouco inconvenientes demais, já que nem esperaram para dizer um oi se quer, já que o quarto era meu, o piso era meu, e claro, eles olharam para mim. E aquelas presenças no meu quarto, eram nada mais nada menos que aqueles dois fantasmas de uma figa. Eles eram familiares sim, pois eram aqueles folgados que na noite anterior, haviam me olhado da cabeça aos pés e, além disso, haviam segurado a cabeça do meu namorado, deviam ter confundido com um tipo de bola de cristal, otários.

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Aquilo me ocorreu meio estranho, já que calmos, invadiram o meu quarto, apareceram em minha frente, ficaram um segundo em minha frente, e nem mesmo disseram um oi. Você deve estar me achando um pouco calma demais, mas acredite, eu não estou.

— Sabe? Podiam inventar uma parede anti fantasmas, assim nenhuma dessas criaturinhas estúpidas podiam entrar em meu quarto, ou mesmo em nossas vidas na hora em que bem entendessem. Mas acho que sinceramente, seria meio difícil isso, já que quase metade da sociedade do mundo não acredita que fantasmas existem — Bando de babacas — Assim, eu o ligaria e desligaria à hora em que bem me entendesse, e ficaria livre desses fantasmas sem o que fazer. Aos meus nove anos de idade, eu, uma pequena menina indefesa, não entendia de forma alguma, quem eram aquelas pessoas esquisitas, que com freqüência visitavam a minha sala de TV, a minha cozinha, ou até mesmo o quarto de minha querida mamãe. Lembro-me, que um dia. — um dos piores de minha infância — Lá estava eu, em minha pequena, mas aconchegante, sala de televisão, onde havia quatro paredes de aproximadamente cinco metros de comprimento. Lá estava, espremida pelos “Amigos” de trabalho de minha mãe, tentando entender o que o Bob Esponja tentava dizer para o Patrick, já que até o Senhor Serigueijo não deixava o Patrick ouvir o que o Bob Esponja dizia para ele, na televisão de minha sala, enquanto os amiguinhos de minha mãe soltavam inúmeras gargalhadas por causa de um infeliz amigo de minha mãe, que por sua vez, contava piadas sem a menos graça e importância para pessoas inteligentes igual a mim, e claro, minha mãe, mas que por sua vez, também soltava gargalhada. Não era de meu interesse se ela tinha ou não amigos idiotas no seu trabalho, o que era de fato o meu interesse, era um homem, um homem com uma jaqueta de couro preta. Lembro-me que seu cabelo era crespo, estava de pé, era o único com as mãos soltas, mas não estava pensativo, estava com a cabeça baixa, e em alguma vezes, olhava pra mim. Eu, sinceramente, não entendia o que aquele cara queria, só sabia que, amigo de minha mãe? Não era, e que queria sim alguma coisa, e sabia também, que não queria ver o Bob Esponja comigo, estava com muita raiva, mesmo!

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Queria alguma coisa, algo como uma vingança, matar alguém, ele estava até vermelho, acho que queria chorar. Mas ele não sabia que eu tinha a capacidade de enxergar-lhe , pois se soubesse, olharia para mim mais vezes, e deixaria de ser tão estúpido e pensativo ao olhar para os amigos da mamãe. Isso é o que eu fantasmas inteligentes fazem quando estão na presença de um mediador.

Mas enfim, voltando ao caso dos dois fantasmas estúpidos que invadiram meu quarto, e usaram a cabeça do meu namorado como bola de cristal, eles foram estúpidos à beça, ter feito aquilo, perto de uma mediadora como eu, pois se fossem inteligentes, eles podiam, em algum dia, conseguir pegar sua cabeça e, transformar em uma bola de cristal Mas claro, isso nunca vai acontecer, por que, eu, na vou deixar!

Aqueles fantasmas estúpidos deram sorte, pois da próxima vez que aparecerem pra mim, vai dar um chute nos seus trazeiros que nunca vão esquecer. Não sou muito fã de violência, mas infelizmente, é um dos ossos do ofício no meu caso. Às vezes a única maneira fazer alguém ouvir é com os punhos.

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Em seguida, peguei minha bolsa em cima da minha cama, vesti minha blusa por cima de minha parte de cima do biquíni, dei uma olhada no relógio, eram certas 12:00.

Fui para a porta do meu quarto, e abri, descendo as escadas, tentando compreender o que de fato aqueles dois fantasmas mal-intencionados e estúpidos faziam em meu quarto. Enfim, lá estava eu, com as chaves do carro do Andy na mão, saindo pela porta da entrada de minha casa, e seguindo para a entrada de veículos.

— Jesse? — fui dizendo ao telefone — Já estou indo, daqui 5 minutos.

— Ah, Suze? Não vai ser preciso, eu já estou aqui estamos te esperando, ok? — Ta bem, até àquela hora eu realmente já havia entendido, mas, “Já estamos aqui, ok?" Quem estava com o Jesse? E como assim já estou aqui? Jesse já estava com alguém à minha espera... Eu só podia definir Jesse em duas palavras: Jesse e Suze! Não deu pra acreditar. Página 75

Sinceridade? Prefiro a época em que Jesse era um fantasma, assim ele era só meu, nada, além disso: Só, meu! Não dava pra acreditar que Jesse tinha feito isso, estava com outra me esperando!

Coloquei as chaves no contato, e arranquei o carro como nunca tinha arrancado.

– Suzinha? – Minha mãe apareceu entrando em casa.

— Ah, oi mãe, diga ao Andy que não vou ficar para o almoço — Na verdade, Andy já sabia que eu não ficaria. — ah, diga que precisei de seu carro também — Já disso ele não sabia. Minha mãe apenas acenou para mim.

Falei em um tom ameno, enquanto seguia pela Snec Drive a uma boa velocidade. A brisa do Oceano Sacudia meu cabelo, e dava uma sensação deliciosamente fresca depois ao modo como o sol tinha me golpeado antes.

Estava com raiva, e ao mesmo tempo, pena. A raiva era de Jesse, e a pena, era bem, da pessoa que de fato, era a sua companhia, pois minha vontade era de dar umas boas palmadas nela. Às vezes, a única maneira de fazer alguém ouvir é com os punhos. Página 76

Foi quando senti meus dedos apertando o volante.

— Mulherzinha Sínica. — Foi o que pensei durante a viagem inteira, quando trancava as portas do For Edge, e apertava o pequeno botão do controle de seu alarme, peguei minha bolsa que, por dentro estava meus óculos escuros redondos, e andei, até chegar à areia da praia de Carmel, a areia mais branca, fofa, e quente de todas as praias de Carmel. Mais não era hora de pensar em areia macia, mas sim, ver, qual tipo de piranha estava com o Jesse.

Mas, infelizmente, para o meu desgosto, não era nenhum tipo de garota que se aproximava do Jesse, mais sim, bem, Paul.

Era verdade, o cara realmente tinha a habilidade de tornar o dia mais quente frio. Mas, eu juro, que naquele dia não. Pode ser por que Paul estava lá, e realmente, me senti satisfeita por enfim dizer, que depois de tanto tempo, os dois estarem dando certo. Mas posso dizer que ta, bem fiquei sentida, por não poder dar umas palmadas ne alguém que realmente precisava. Então comecei a ir em direção a eles, quando Jesse notou minha presença.

— Hermosa! — Disse Jesse vindo em minha direção, enquanto Paul olhava para mim, atrás de Jesse. Havia três cadeiras de praia à nossa frente que Jesse já estava me esperando. Eu fechei meus olhos, derretendo-me em seus braços, aliviada por o que não aconteceu, e arrependida por ter pensado outra coisa. Eu fechei meus olhos, derretendo-me em seus braços, sentindo-os fortes em volta de mim, seu peito nu, encostando aos meus, e fiquei pensando, será que fantasma fazem abdominais? Era o tipo de coisa que eu nunca tivera a oportunidade de explorar até então.

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Não que eu fosse me deixar levar pelos lindos peitorais de Jesse, e agarrá-lo ali mesmo, afinal de contas, o Paul estava lá.

Mas também, isso não quer dizer que eu iria deixar esse acontecimento de lado, afinal de contas, era a primeira vez que tinha a oportunidade de vê-los completamente nu, porque durante esse tempo inteiro, só tive a oportunidade de vê-los através da camisa branca que usava, bem aberta, que mostrava um bocado o seu peito, e até um pouco do seu abdômen.

Então, quando eu menos esperava, Jesse me beijou.

Mas, é, bem, não foi aquele beijo de novela, e nem igual os beijos que ele costuma me dar. Ah, mais foi um beijo, bem, quase um beijo, foi, digamos, uns dois beijinhos de leve. Então, em seguida, olhei para Paul. Ele estava com uma expressão calma, pensativa, mas eu, também tive a sensação de perceber, que ele também sorria, olhando fixamente em meus olhos, seu olhar nos meus, era totalmente expressivo.

Então, quando eu menos esperava, ele me abraçou como nunca antes — ele nunca tinha me abraçado mesmo — Mas me abraçou, não foi um abraço tão aberto, mas senti que pra ele significou alguma coisa.

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Então coloquei minha bolsa por cima de uma das toalhas que estavam na areia, perto da gente. Então eu aproveitei para minha camiseta.

Geralmente, a pessoa que se muda de Nova York, para a Califórnia, não faz a mínima idéia de quanto faz sol em Carmel. — que é o meu caso — Aqui faz sol! — e não é só que faz sol — é uma luminosidade incrível, tão forte e colorida que os olhos doem.

E eu também tinha meus óculos escuros, só precisava pegá-los em algum lugar da minha bolsa. Mas para ficar ainda mais à vontade, comecei a tirar a parte de minha veste, — que no caso, seriam meus shorts. —

Então lá estava eu, esticada ao sol, como uma núbia. Até que Jesse ergueu sua boca para dizer

— Posso pegar isso emprestado? — Paul, o Cara mais calmo do mundo, deu de ombros:

— À vontade cara, o mar está meio flat, mas de repente, você consegue alguma onda — Foi dizendo Paul — Mas percebi que a água está fria Jesse, é melhor você pegar meu neoprene.

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Então, enquanto eu olhava com um leve interesse, Paul pegou sua roupa de neoprene, tirou-a de suas coisas — Paul estava de sunga, possibilitando-me bisbilhotar o que havia de melhor nele: Seus músculos à mostra, junto com seus abdomens, e seu corpo sarado Ele devia malhar umas duas horas por dia. Notei com um olhar rápido. Estava espiando totalmente hipnotizada Jesse vestir a roupa de neoprene de Paul, e fechar o zíper.

— Pode tomar conta disso? — Perguntou Jesse, apoiando um dos joelhos na areia ao meu lado.

Jesse colocou seus óculos escuros em minhas mãos. Tive a chance de olhar para seus olhos, e perceber que estavam num marrom muito fundo, muito brilhante.

— Claro — me ouvi murmurando.

Ele sorriu, depois se levantou de novo, pegou a prancha de Paul, e com um educado cumprimento, deu um beijo em meus lábios, e entrou nas ondas.

— Ah meu deus! — disse para mim mesma. Paul, que tinha desmoronado na areia ao meu lado, apoiou-se num dos num dos cotovelos e perguntou

— Que foi?

Quando Jesse havia se juntado aos outros amigos deles na água.

Eu virei o rosto lentamente para ele, e disse:

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— Nada não.

Não sei como Paul haveria de escutar a minha fala, eu juro que não era para Paul ouvir, tinha dito apenas para mim. Mas só fingir que olhava para Paul, era impossível. Por que, Paul, possuía peitorais de arrasar. — Ele poderia me levantar fazendo supino — Disse para mim mesma, mas agora, com certeza, o Paul não havia me escutado!

— Suze já passou pela sua cabeça, que um dia, Jesse surfaria? — Disse Paul, no tom mais simpático.

Dei uma leve risada, tentando ser simpática com Paul. Tarefa um pouco difícil, sua posição era de matar uma menina, que seu fraco, seria por homens sarados.

Paul estava em uma posição extremamente agradável. Estava deitado, apoiado em um dos cotovelos, debaixo daquele sol incrivelmente brilhante. Sua pele era de um bronzeado maravilhoso, tornando-o cada vez mais irresistível com seus cabelos negros.

Seus abdomens eram tão agradáveis, que eu juro que eram idênticos aos do Felix Diego, o fantasma que agora, graças a mim, foi para outra vida, e nos deixou em paz, e juro também com aquela cena, Gina não se seguraria, o atacaria com sua posição desmoronando em cima de Paul.

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Mas consegui me segurar, Paul era um cara de arrasar, então, imagine-o de sunguinha? Nenhum tipo de mulher, com opção sexual para homens sarados conseguiria.

Paul não parece ter o mesmo problema em olhar em meus olhos — provavelmente por que os meus são verdes, e tão penetrantes como uma alga — Como eu tenho olhado párea os olhos dele.

— Suze, olhe só. — Disse ele de imediato.

Eu apenas olhei para onde o seu dedo me guiava, ele estava apontando para a cadeira do salva-vidas. Mas não era bem um salva-vidas, era o salva-vidas, e era bem bonitão, pelo tipo que Gina perderia seu fôlego.

— Olha para seus olhos — Paul continuou.

Ele estava no alto de sua cadeira. Pelo modo em que ele apoiava a bochecha em sua mãe, ficou bem claro que seus olhos por trás das lentes do Ray Ban espelhado, estavam fechados.

Paul estava rindo, de modo que eu também estava. Paul estava divertido, meigo, e alegre, de modo que seus olhos negros olharam para mim.

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— Agora olhe lá — Paul apontou novamente, mas agora, estava apontando seu dedo para o mar.

Apontou para um dos seus amigos surfistas que estavam junto à Jesse.

Então, de imediato, o seu amigo foi jogado pela sua prancha por uma onda bem pequena, que Jesse e os outros dominaram parcialmente.

Mas em todos os outros sentidos, era um gato cem por cento genuínos. Pelo ou menos até ser derrubado por uma onda de media para grande e não voltar à superfície. Mas com os músculos ondulados por baixo da pele bronzeada, seus cabelos negros e compridos, balançando atrás, com o corpo magro e musculoso fazendo um arco perfeito no mar, Jesse mergulhou nas ondas e surgiu metros diante, nadando rápido e com força na direção de seu amigo que foi apanhado numa correnteza.

Assim, Jesse o havia puxado de volta à superfície.

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Então o amigo de Jesse começou a xingá-lo com veemência por ter tentado salvar sua vida.

Então nós rimos juntos novamente.

— Uau! — Fui dizendo — Mas como você sabia? — Será que Paul era do tipo que prevê o futuro, e eu não sabia disso?

— Já passei tempos nessa praia, depois de um tempo você descobre o outro lado da história.

Mas o que eu não esperava, era aquelas palavras tomarem conta dos meus pensamentos. O outro lado da história. O outro lado da história.

Eu me penetrei nessa frase, e comecei a pensar, pensar ne tudo que me ocorreu logo depois em que Jesse está vivo.

Foram tantas coisas, tantas. Depois me lembrei daqueles dois fantasmas que seguravam a cabeça de Jesse, em meio àquele acidente.

O que será que aquelas presenças queriam com o Jesse? E por que eu nunca pensei nisso antes? E depois disso tudo, por que eles de fato apareceram no meu quarto? E por que agora,? Por quê? Por que não, depois que estivéssemos bem velhinhos, amando um ao outro, por que...

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Até que Jesse largou sua prancha, abriu o zíper de sua roupa de neoprene, e tirou-a. Vestido só de sungam entregou aquele negócio de borracha preta para Paul, que logo em seguida, pediu que Jesse a deixa-se perto de sua bolsa, que imediatamente, o xingou de leve, pegando o neoprene, guardando-a com cuidado em sua bolsa, e sorrindo para ele. Fazendo isso, Jesse disse que precisava dar um tempo no surf, mais na verdade, aproveitava a oportunidade para cair na areia perto de nós, e aproveitar o resto do dia ao meu lado. Dizendo isso, Jesse desmoronou na areia ao meu outro lado, deixando a perfeição de seu corpo em vista só para mim.

Mas não deitou completamente, ele só estava apoiando-se as mãos na areia branca, atrás de suas costas, deixando, bem, os seus pés virados pra mim... Seus pés, no entanto, não eram a perfeição igual eram seus peitos, eu poderia dizer que, nesse lado, Paul até ganharia de Jesse. Mas também posso dizer que Jesse tinha mais pêlos no peito, possibilitando ser mais velho que Paul.