Assim que Mário oposto chegou em casa, foi direto para a piscina e ficou lá pensando. No fundo, ele por um lado até gostou de ter voltado pra casa que ele tanto amou, mas por outro lado, ele estava meio arrependido de voltar já que ele novamente passaria por tudo novamente, ele continuaria amando Marcelina oposta, mas ela continuaria o rejeitando.

— Precisamos dar um jeito de unir esses dois. - disse Marcelina.

— Sim, precisamos fazer com que o Mário oposto escute o que ela tem pra dizer, mas como? - perguntou Mário.

— Já ouviu falar de prender num quarto fechado?

— Boa ideia, mas se trancarmos num quarto, os outros vão estranhar.

— É mesmo, e agora?

Ficaram pensativos por um instante, pensando em qual era o melhor lugar pra deixar os dois a sós.

— Ei, acho que sei um lugar. - disse Mário depois de alguns segundos.

— Onde? - Marcelina perguntou olhando ele esperançosa.

— Vem comigo.

Mário conduziu Marcelina pela mão até um cômodo da casa onde havia uma porta no chão e uma cordinha de puxar. Quando ele puxou, era um porão.

— Como você sabia? - perguntou Marcelina, empolgada.

— Na primeira noite que passamos aqui, eu tava passando pela cozinha e vi a luz acesa, aí fiquei escondido aqui olhando e vi o Seu Lúcio oposto pegando uma caixa grande aqui.

— Vamos ver o que tem lá primeiro? Se tiver espaço, a gente faz eles virem pra cá.

— É, vamos.

Mesmo sabendo que era errado, Mário puxou a corda e abriu a porta, deixando uma escada pra eles descerem. Eles então entraram no porão e olharam em volta.

— Só um monte de caixas vazias, acho que é para o caso precise guardar algo. - concluiu Mário.

— Sim. E tem bastante espaço por aqui, acho que eles caberão.

— Com certeza caberão.

— Então vamos lá. - disse ela, já descendo.

Saíram juntos do porão e enquanto Marcelina foi conversar com a outra Marcelina sobre seu plano, Mário foi até seu oposto pra atrair ele para lá.

— Ei. - disse ele.

— Oi. - Mário oposto respondeu sem olhar ele.

— Me desculpas viu?

— Pelo quê?

— Por ter sido o causador de tudo isso.

— Relaxa, a culpa não é sua. Não teria como você saber que a Marcelina iria gostar de você, mesmo sabendo que você gostava da cópia dela.

— Eu sei, mas ainda assim não paro de me sentir culpado.

— Não sinta cara, vai por mim.

— Tudo bem. - então Mário decidiu parar de conversa e dar início ao plano - Ei, o Lúcio pediu um favor pra você.

— Que favor? - sorriu Mário oposto olhando pra ele.

— Pra você pegar uma coisa pra ele lá no porão.

— No porão?

— É, foi o Lúcio oposto que pediu, não sei o que é.

— Ok.

Então Mário oposto foi até o porão e quando chegou lá embaixo, Marcelina saiu do esconderijo e fechou a porta do porão e Mário oposto se desesperou, só ficou mais tranquilo quando ouviu uma voz familiar.

— Agora sim, posso te explicar tudo. - dizia a voz, era Marcelina oposta e ele tentou fugir.

— Não, você vai ficar aí. - Marcelina reclamou, empurrando o outro para dentro do sótão.

— Eu não quero ficar aqui, não quero olhar pra sua cara de novo! - gritou Mário oposto.

— Ou você fica quieto e ouve o que eu tem pra te dizer ou eu te amarro pra você ouvir! - gritou Marcelina e Mário oposto, suspirou, derrotado. Então, ele ficou sentado enquanto Mário e Marcelina saíram do sótão e Marcelina oposta o olhava.

— Mário, por favor, me ouça. - disse ela.

— Eu não sou surdo e também não estou te ignorando. Fala logo. - disse ele, ríspido.

Ela bufou, mas se manteve firme e continuou.

— Me perdoe, por favor. Eu sei o quanto te magoei, mas agora eu percebi que o verdadeiro amor meu não é o Mário, e sim você, embora vocês dois sejam iguais.

— Tá. E você acha que é assim? Faz besteira e pede desculpas? Tem ideia do quanto aquelas palavras me machucaram?

— Eu sei, por isso estou te pedindo desculpas, eu quando disse aquilo jamais imaginei que fosse te machucar tanto.

— Mas machucou e muito. Agora não tem mais como voltar atrás.

— Claro que tem, é só você me perdoar e você vai ver que eu...

— Te perdoar? - interrompeu ele - Marcelina, você foi um amor platônico na minha vida, como muitas vezes. Não se preocupe comigo, eu posso esquecer você. Segue sua vida que eu sigo a minha.

Foi aí que Marcelina oposta percebeu que não tinha jeito, só palavras não ajudariam em nada, ela teria que tomar outra atitude.

— Tá bom, eu vou tentar. - mentiu ela.

— Então tá, até mais. - disse ele já se virando pra sair, mas ela segurou seu braço.

— Calma, antes de você ir, posso te falar uma última coisa?- se encararam.

Ele bufou.

— Tá bom, fale. -ele concordou.

No entanto, ele se surpreendeu quando ela inesperadamente segurou a nuca dele com firmeza e o beijou. No começo, ele tentou se afastar colocando as mãos em seus ombros, mas acabou correspondendo e segurou sua cintura. O beijo durou alguns segundos até que ele se deu conta do que estava acontecendo e a empurrou.

— Por quê fez isso? - perguntou ele limpando a boca.

— Ora, porque eu te amo. - ela respondeu o olhando.

— Chega!- ele quase gritou - Nessa história eu não caio mais.

— Não é história, eu juro! - ela gritou também.

— Não dá, não posso acreditar nisso. - disse ele balançando a cabeça negativamente.

Então ela decidiu apelar, pegou as mãos dele e o olhou no fundo dos olhos.

— Mário, por favor, me deixa te provar que eu te amo. Eu sei que ainda dói, mas eu posso te fazer esquecer isso. - disse ela.

— Ah tá. E como vai fazer isso?

— Apenas me dê uma chance, que eu te faço esquecer tudo que aconteceu.

— Ah, não sei. - suspirou.

— Por favor, vai.

Ele inicialmente, abriu a boca pra dizer não outra vez, mas quando ela o olhou tão profundamente, de forma tão sincera, ele não resistiu.

— Uma chance. Só uma. - sussurrou.

— Ai obrigada. - ela disse, o abraçando, mas logo o soltou. - Desculpe.

— Sem problemas. Podemos voltar agora?

— Claro.

Então os dois saíram do porão e ela decidiu que faria de tudo pra não perder ele novamente.