No dia seguinte depois que Mário e Marcelina oposta finalmente se acertaram, Professor Inventivo finalmente havia conseguido reconstruir a máquina para voltarem à sua dimensão.

— Fico feliz que vocês tenham se acertado. - disse Lúcio oposto, sorrindo enquanto terminavam o jantar.

— É. - os dois falaram sorrindo.

— Então o plano deu certo. - Mário sussurrou pra Marcelina.

— Muito certo, felizmente. - sorriu ela sussurrando.

Então, todos continuaram almoçando animadamente e conversando. Assim que todos saíram da mesa, Professor Inventivo apareceu animado.

— Gente, finalmente consegui, consertei a máquina! - disse ele mostrando a máquina em suas mãos.

— Sério mesmo professor? - perguntou Lúcio e o professor assentiu.

Nessa hora, as crianças ficaram um pouco receosas, apesar de estarem morrendo de vontade de voltarem pra casa, ou melhor, pra dimensão real deles, também haviam adorado o tempo que haviam passado ali e as aventuras que tiveram lá.

— Posso levar o Lázaro comigo? - perguntou Seu Madruga ao Lúcio - Se não quiser, não tem problema, afinal já temos o Lorenzo, mas eu gostei tanto dele.

— Claro que pode levar Seu Madruga, minha casa é igual coração de mãe: sempre cabe mais um. - respondeu Lúcio sorrindo.

Seu Madruga então sorriu e Chiquinha cruzou os braços e ficou de cara emburrada, porque desde que se conheceram, Seu Madruga e Lázaro viviam juntos, mas o lado bom é que ela se aproximou mais de seus amigos da vila.

— Isso quer dizer... que nós vamos voltar pra casa? - perguntou Paulo.

— Sim, sei que demorou, mas finalmente consegui construir a máquina. - comemorou Professor Inventivo.

— Será que tem alo que podemos ajudar? - perguntou Lúcio.

— Tem sim, me ajudem a posicionar a máquina. - pediu Professor Inventivo.

Depois que todos posicionaram a máquina, todos se prepararam para voltar, embora estivessem meio confusos se queriam voltar ou não.

— Olha, Seu Lúcio oposto, muito obrigado por ter nos hospedado aqui, não sei o que seria do senhor sem a sua ajuda. - disse Professor Inventivo.

— Que isso amigão, sempre que quiserem voltar pra cá, podem me procurar, a casa estará sempre aberta para vocês. - sorriu Lúcio oposto.

Ambos se abraçaram, sorrindo emocionados. Quando eles se soltaram, as crianças começaram a se despedir.

— Vou sentir saudade de você Alícia, sei que não chegamos a sermos muito próximas, mas adorei o tempo que passei aqui. - disse Alícia.

— Eu também acho minha gêmea, promete voltar um dia? - disse Alícia oposta, com lágrimas quase caindo de seus olhos.

— Prometo, só não sei quando, mas prometo. - sorriu ela e se abraçaram.

O mesmo ambos faziam, Mário e Marcelina oposta se despediram de seus clones da mesma forma.

— Obrigada por fazer eu me acertar com Mário, agora eu não vou mais desperdiçar essa chance que ele me deu. - disse Marcelina oposta segurando a Mário de Mário oposto.

— Que isso amiga, foi nada. - sorriu Marcelina.

— Um dia eu volto tá Mário? - disse Mário ao Mário oposto.

— Promete?

— Prometo.

Os quatro abraçaram-se juntos e sorriram derrubando lágrimas. Os quatro foram os que mais tiveram afeto e amizade durante o tempo em que passaram lá. Então, era normal que eles estivessem chorando mais que os outros. Assim que saíram do abraço, todos os moradores adultos originais da mansão os esperavam. Eles se juntaram, Professor Inventivo acionou o botão e todos foram embora acenando para os seus opostos, que acenaram de volta com lágrimas nos olhos vendo eles partirem.

Assim que chegaram na mansão, todos secaram as lágrimas que derrubaram e foram se "reajustar" em seus devidos lugares.

— Ah, meu estojinho de maquiagem. - disse Maria Joaquina, ao entrar no seu quarto.

— Ah, meu skate, que saudade eu estava sentindo de você. - disse Alícia.

E assim, todos se acomodaram novamente em seus respectivos lugares, porém, ainda se lembravam das aventuras incríveis que tiveram lá. Três dias se passaram e Professor Inventivo criou mais uma invenção.

— Vou instalar bem aqui ó, em cima da porta de entrada da mansão. - disse ele para Lúcio.

— E como vai funcionar?

— Simples, basta alguém entrar em perigo, seja na rua ou aqui na mansão, essa sirene vai disparar e vai me alertar lá do laboratório, onde tem um computador que está ligado à ele e mostrará quem está em perigo e onde.

— É genial Professor.

— Genial e útil né?

Assim, se passaram mais três dias até que um homem apareceu na rua em frente à mansão, ele andava curvado, com óculos escuros e um casaco preto de capuz, segurando uma xícara apareceu. E as crianças, que brincavam na frente da mansão, o avistaram e se comoveram.

— Gente, tadinho do homem. - disse Cirilo.

— Ah Cirilo, deixa pra lá. - falou Paulo.

— Não, eu vou dar um dinheiro pra ele.

— Se ele vai dar eu também vou. - disse Jaime.

Com a decisão de Jaime em concordar com Cirilo, todos acabaram cedendo e deram todo o dinheiro que tinham para ele.

— Obrigado, vocês são muito gentis. - disse o velho.

— De nada senhor. - falou Cirilo com a maior calma e alegria.

Então, as crianças voltaram a se concentrar na brincadeira. Enquanto isso, Chaveco está num bar assistindo a um jogo de futebol com uns caras.

— Não falei? Eu disse que eu ia ganhar! Agora podem me pagar! - falou Chaveco e os três deram o dinheiro. Depois, todos fecharam a cara vendo ele sair de lá todo animado.

— Vou chamar o pessoal pra um almoço. - sorriu ele animado andando pela rua. Quando chegou, as crianças agora estavam em casa, nisso ele entrou e anunciou:

— Gente, olha só o que eu consegui! - disse ele mostrando todo o dinheiro que tinha.

Ao verem o bolo de dinheiro na mão de Chaveco, as crianças começaram a suspeitar que ele era o homem cego que pedia dinheiro.

— Viu Cirilo? Agora eu tenho certeza que ele era o cego. - sussurro Paulo.

— Será mesmo? - indagou Cirilo.

— Eu antes não acreditava, mas agora tô começando a suspeitar. - disse Kokimoto.

— Mas o Chaveco é baixinho gente, aquele homem cego era alto. Não pode ser o Chaveco. - concluiu Daniel.

— Tá. Então o que você acha que aconteceu? Aquele cego era comparsa do Chaveco? - indagou Paulo.

— Só pode ser isso, só que o Chaveco não deve ter descoberto que nós vimos o cego. - falou Kokimoto.

— E o que nós vamos fazer? - perguntou Mário.

— Vamos contar para os outros, eles saberão o que fazer. - sugeriu Paulo.

— É, parece que não tem jeito. - falou Mário.

Assim, as crianças contaram à Seu Lúcio sobre o acontecido, os outros adultos, com exceção de Peterete, estavam com Lúcio e ficaram chocados com o que ele havia feito. Chaveco havia prometido nunca mais cometer nenhum trambique, como ele pôde ter feito uma traquinagem dessa? As crianças ficaram tão chateadas com o que Chaveco aparentemente fez que durante o café da manhã do dia seguinte, estavam todos conversando entre sim, menos com ele.

— Eu sonhei que estava pegando onde numa praia. - contou Paulo.

— E eu sonhei que estava participando das olimpíadas. - contou Alícia.

— Imagina ela do jeito que é boa com esportes, com certeza iria ganhar. - disse ele, mas ninguém o respondeu.

E assim foi, durante o almoço e a janta. No começo, ele pensou que era apenas algum problema ocorrido entre eles que não queriam contar, mas como isso se repetiu outras vezes naquele dia, ele percebeu que tinha algo errado com ele, mas ainda não sabia o que era. Ainda sem entender, ele decide perguntar ao Peterete o que está acontecendo.

— Peterete, porque o pessoal tá assim comigo hein? - pergunta Chaveco.

— Olha Chaveco, eu vou explicar tudo o que está acontecendo. - disse Peterete que logo explica tudo.

— Mas olha Peterete, eu não roubei esse dinheiro deles, eu ganhei numa aposta do jogo de futebol. - disse Chaveco abismado.

— Sim parceiro, eu acredito em você, o problema é que eles não tão acreditando. - disse Peterete.

— Quer saber? Eu vou embora dessa mansão. - disse Chaveco decidido a ir embora.

— Tem certeza que quer isso? - perguntou Peterete enquanto Chaveco fazia as malas.

— Tenho. Não posso continuar morando com um monte de pessoas que não acreditam em mim.

— Então eu vou com você, não posso te deixar sozinho nessa.

— Não quero incomodar você.

— Não vai me atrapalhar.

Então Chaveco sorriu e ambos concordaram em fugir. Saíram da mansão sem que ninguém percebesse.

De manhã, todos estavam tomando café quando viram o noticiário na televisão.

Hoje, nesta madrugada, foram vistos dois bandidos muito perigosos que fugiram da prisão, mais conhecidos como Chamois e Coalhada. Eles foram flagrados pelas câmeras de segurança de uma joalheria, até o momento em que eles sequestram dois homens que estavam passando por lá, provavelmente para que eles não denunciem eles, já que eram testemunhas. Agora temos que descobrir pra onde o Chamois e Coalhada fugiram com os reféns.

Chimoltrufia e Botijão ficam desesperados e todos percebem.

— Botijão, Chimoltrufia, porque vocês ficaram assim?. - disse Seu Madruga.

— É que esses dois bandidos foram presos no passado por causa do Chaveco e da Chimoltrufia. - disse Botijão.

— Como assim?. - pergunta Seu Lúcio.

— Eu vou explicar, o Chamois era um bandido perigoso muito parecido com o Chaveco que pode se disfarçar de qualquer pessoa e ele antes planejava matar o Chaveco pra polícia pensar que foi ele que morreu, porém o plano dele deu errado e ele foi preso. - disse Botijão e todos ficam abismados.

— Nossa, mas o que a Chimoltrufia tem haver com isso?. - disse Alícia.

— É que o outro bandido que se chama Coalhada que também é um bandido muito perigoso, tinha acabado de se envolver num assalto a uma joalheria e como a polícia estava atrás dele, ele entrou numa padaria e esconder uma jóia num pão que logo a Chimoltrufia pegou, depois ele sequestrou a Chimoltrufia com o plano de abrir a barriga dela pra retirar a jóia e ela revelou que o Chaveco comeu o pão com a jóia e logo o Coalhada foi atrás dele, e a Chimoltrufia aproveitou a distração de um dos comparsas do Coalhada pra fugir e ela dedurou a localização do esconderijo do Coalhada pra polícia e ele acabou sendo preso com os comparsas.- disse Botijão e todos ficam desesperados.

Enquanto isso, a nova invenção de Professor Inventivo funciona e o sinal de alerta toca na porta da sala ecoando pela casa inteira. Todos tampam seus ouvidos com o barulho enorme e Professor Inventivo, que está no seu laboratório, ouve e vai até o computador, logo, ele vê Chaveco em perigo e se desespera.

— Professor, quem está em perigo? - perguntou Lúcio, entrando no quarto com os outros.

— Parece que é o Chaveco. - disse o Professor - Ele e o Peterete foram aqueles dois pegos pelos dois bandidos que passaram na televisão.

— Precisamos ir atrás dele! - disse Chimoltrufia.

— Sim, vamos, mas precisamos de um plano antes. - falou Daniel.

Assim ,todos se reúnem na sala pra bolar um plano de resgate ao Chaveco.