Assim que ouviu a voz chamando por ele, Mário oposto virou o rosto para trás e só viu um monte de flashes de luz em sua cara e virou o rosto molhado em lágrimas de novo.

—Me deixem sozinho. - sussurrou ele.

—Mário, viemos aqui pra te levar de volta. - disse Lúcio oposto.

—Não quero voltar. - ele exclamou.

—Mário, por quê você fugiu? - pediu Paulo oposto.

—Se isso fosse da sua conta eu contava. - resmungou ele.

—Vamos Mário, deixa de drama. - insistiu Lúcio oposto.

—Não!- ele puxou o braço de volta- Não tenho mais motivos pra ficar lá!

—Como não? Então nós aqui não significamos nada pra você? - Jaime oposto se enfureceu.

—Não foi isso que eu disse.

—Mas parece que é o que quer dizer.

—De jeito nenhum!

—Então volte com a gente.

—Já disse que não!- dessa vez ele gritou, já irritado com a insistência deles.

Nesse instante, Marcelina oposta começou a chorar.

—O que houve Marcelina? - perguntou Professor Inventivo oposto, mas ela não respondeu, continuou chorando.

—Viu só Mário? A Marcelina tá chorando porque você não quer voltar!- repreendeu Lúcio oposto.

—Tô nem aí! Ela não se importa comigo, eu também vou passar a não me importar com ela! - gritou fazendo Marcelina chorar ainda mais.- Por isso que eu duvido que esteja chorando por mim!

—Mário, como pode pensar numa coisa dessas? - dessa vez Professor Inventivo oposto perguntou.

—Nem queira saber.- Mário resmungou deixando professor pensativo pelo que aconteceu entre o Mário oposto e Marcelina oposta.

Então, Mário segurou o ombro de Professor Inventivo e contou tudo, quando ele e Marcelina tentaram ajudar Mário e Marcelina a se aproximarem, mas a mesma acabou por lhe dar um fora.

—E eu me sinto muito culpado por isso. - confessou Mário, sério.

—Não é culpa sua Mário. - Professor o consolou.

—É amor, não se culpe. - Marcelina o abraçou enquanto Marcelina oposta chorava consolada por Maria Joaquina oposta. Mas Mário oposto ainda estava amargurado.

—Pois é Mário, a culpa não foi sua, foi dela. - acusou ele, ainda de costas.

—Gente, acho melhor deixar os dois à sós para que possam se entender. - sugeriu Lúcio oposto.

—Também acho, vamos gente. - disse Professor Inventivo, levando todos dali, deixando apenas Marcelina oposta com Mário oposto lá no porão.

—Eu não quero falar com ninguém! - protestou Mário oposto.

—Querendo ou não, você vai falar!- comentou Lúcio oposto antes de sair com todos.

Marcelina oposta, mesmo sabendo que Mário não queria falar com ela, se manteve firme e se ajoelhou ao lado dele.

—Mário, me escuta. - ela sussurrou.

—Fala ué, não estou te impedindo de falar. - respondeu ele, ríspido.

Ela baixou a cabeça, envergonhada, mas continuou.

—Eu... te peço desculpas, pelo que te disse.

—Você magoou muito, só desculpas não adianta.

—Eu sei Mário, mas eu preciso que você volte pra casa.

—E para quê?

—Porque eu gosto de você e aquela casa não tem graça sem você.

—Como é que é?

—Sim Mário, eu te amo. Amo muito você, aquela mansão fica muito triste, muito vazia, sem você lá.

—Acho que é pro meu clone que você tem que dizer isso. - insistiu ele.

Ela segurou seu rosto com as mãos, o fazendo olhar pra ela.

—Esquece isso, é com você que quero estar agora. - ela ditou, séria.

—E como é que uma hora você quer o meu clone e do nada, me quer? - ele parecia irritado, mas confuso ao mesmo tempo.

—Depois que você fugiu, eu senti um aperto no peito, foi aí que lembrei que você sumiu depois da sua declaração na piscina.

Mário oposto viu que ela parecia ser sincera, mas seu coração custava a acreditar.

—Olha Marcelina, não é tão simples assim. - ele disse - Você não pode simplesmente chegar assim e me pedir desculpas e tudo fica bem. Não é assim.

—Eu sei Mário. Mas por favor, volte pra casa, todos sentem sua falta e querem muito você lá.

Mário oposto ficou pensando, já que ela havia soltado seu rosto. E ela tinha razão, por mais que a amasse muito e ela talvez fosse o verdadeiro motivo de ele estar lá por todos esses anos. Mas só porque ele iria voltar, não queria dizer que ele teria que namorar com ela. Teria?

—Está bem, eu volto pra casa, mas não quero ter nada com você. - ele respondeu friamente.

—C-como assim? - perguntou ela, confusa.

—É que mesmo você gostando de mim, vai ter que reconquistar minha confiança primeiro.

—É justo. Vamos então?

—Vamos.

Mas na verdade, o que Mário oposto quis dizer, é que ele não acreditava muito naquela história de Marcelina oposta, quando ela disse que foi só ele sair da casa pra ela ficar triste, notar que a presença dele lá era importante, o fez pensar que ela estava sentindo pena dele. E isso o fez se sentir pior, ele não queria ficar mais com Marcelina por enquanto justamente por isso. Mas só estava aceitando ir por sentir saudade de todos da mansão.

Quando saíram, Lúcio oposto vibrou.

—Que bom que voltou Mário. - ele disse, o abraçando. Depois, todos fizeram o mesmo.

—E aí? Se acertou com ele? - perguntou Marcelina.

—Não, ele disse que quer voltar porque tá com saudade de todos, mas não esqueceu o que eu disse. - lamentou ela, suspirando.

—Fica assim não, vocês vão se resolver. - disse Mário, com firmeza e sorrindo.

—Tomara que sim.

Então, os dois fizeram uma comemoração na mansão pela volta do Mário oposto e ele adorou, pois aquilo o fez se sentir importante, o que de certa forma, o deixou bem animado, mas seu coração ainda estava meio dolorido.

Enquanto isso, Seu Madruga ainda estava com Lázaro nos braços.

—Papai, quando você vai largar esse macaco? - disse Chiquinha, impaciente.

—Ah filha, nada de ciumes tá? - resmungou ele, fazendo chiquinha dar seu velho choro feito um relincho saindo dali.

—Eu acho que só nós dois poderemos ajudar esses dois a fazerem as pazes. - disse Marcelina.

—Como? - perguntou Mário.

—Só precisamos provar ao Mário oposto que a Marcelina oposta não está com pena dele, e sim que o ama de verdade.

—Mas você sabe como o Mário oposto é, não sabe?

—Sim, eu sei. Mas talvez se provarmos, ele deixe esse orgulho de lado.

—Só com uma prova de amor. Mas precisamos pensar em uma.

—É mesmo, precisamos de uma ideia para isso. - sussurrou ela.