PDV Jade
Eu tinha que sair daquela cidade,as pessoas aqui já sabiam o que eu era e em breve chegariam até minha matilha.
Isso não pode acontecer,os humanos nos expulsariam daqui ou nos matariam de uma vez.
Eu sabia que esse caos era por minha culpa,eu simplesmente me esqueci da lua cheia,e fui dar uma volta,parei em um bar e acabei me transformando lá dentro,matei muitas pessoas mas algumas sobreviveram e desde então estou sendo caçada. Meu pai faz de tudo pra me proteger, eu amo muito e não deixarei nada o machucar.
E é por isso que resolvi ir embora.
Senti meus olhos de encherem de água enquanto eu arrumava minhas malas.
Ouvi batidas na porta do meu quarto,me recompus e abri.
— Oi pai - Ele me cumprimentou com a cabeça e senteu na minha cama. Meu pai era jovem,quer dizer,parece jovem,já que lobisimens não emvelhecem. Ele era alto,cabelos compridos até os ombros e loiros,bem forte,e ele era lindo... Mas é claro que eu penso isso ele é meu pai,mas as mulheres da cidade também acham.
— Tem certeza, que quer isso?- Ele me perguntou,dava pra ver a tristeza nos olhos dele.
— Tenho sim,Eu não... Não posso mais ficar aqui pai,é pro seu bem,pro bem de todos - Ele suspirou e me olhou com os olhos cheios de água.
— Ei...Não fica assim eu só vou por um tempo...Venho te visitar sempre. Prometo - Disse a ele,me sentendo ao seu lado e o abraçando.
— Tem...Tem uma coisa que eu acho que já é hora de você saber- Me afastei,ele segurou minhas mãos e parecia nervoso.
— Eu não sou....o seu pai,eu.. - De primeira eu não peguei mas depois entendi.
— Como assim?- Indaguei rindo.
— Era lua cheia...Eu e Jackson tínhamos acabado de voltar a forma humana, estava me vestindo e me apoiei em uma lata de lixo de um supermercado.... Ouvi um choro abafado, e lá dentro tinha uma menininha linda de olhos azuis - Ele sorriu ao dizer isso,mas as lágrimas desciam sem parar - Fiquei imaginando que monstro seria capaz de fazer isso com um bebê.- Demorei algum tempo para processar.
— Por que não me contou Isso antes?
— Eu ...tive medo de você ir embora eu acho...mas agora isso ia acontecer de qualquer maneira...me desculpe.- Ele se levantou e foi em direção a porta,segurei seu braço e o puxei pra mim,o abraçando, ele pareceu surpreso mas me abraçou apertado.
— Tchau...- Ele se despediu e foi saindo assim que o soltei.
— Pai...- Ele se vira pra mim - Eu te amo... Prometo que vou voltar - Ele sorriu e eu saí da casa,peguei meu carro e fui para o aeroporto,de lá parti para Pripyat,uma cidade muito pequena e pouco populosa.
Isso se deve ao acidente nuclear que incendiou mais da metade da cidade que teve a mais ou menos 10 anos,o estado diz que não se pode morar lá,devido a alta taxa de radiação,mas eu não sou completamente humana.
Pela janela do carro observei a passagem pela placa de boas vindas,senti um estranho arrepio,mas ignorei.
Desci do taxi em frente a uma praça,e peguei meu celular e olhei um mapa para saber onde eu estava.Era uma cidade escura,arvores em sua maioria secas,um tanto fria. Depois de saber passei a ligar para a mulher que me vendera uma casa aqui. Eu e meu pai morávamos na cidade em uma casa grande,nós tínhamos bastante dinheiro e eu trouxe uma boa quantia.
— Oi - Olhei para cima,e vi um lindo rapaz,cabelos escuros,olhos castanhos,um sorriso lindo com leves covinhas,alto e braços fortes.
— Oi - respondi.
— Procura alguém? Por que eu posso te ajudar - Olhei pra ele desconfiada - Sou Logan,e você ?
— Jade,e sim eu procuro a Senhora Cárter, conhece?- Perguntei,ele fez uma expressão de desculpas.
— Eu conheço,mas você não conseguirá vê-la,o que queria com ela?
— Eu comprei uma casa dela aqui,por que diz que não...
— Eu sei onde fica,mas esqueça ela e venha comigo - Ele estendeu o braço,eu não deveria cofiar assim em uma pessoa que acabei de conhecer,mas ele me passava uma tranquilidade. O segui.
Ele me levou até a casa que eu havia comprado,de fato.
— Aqui está - Sorri ao olhar,era aqui que eu teria minha vida de volta.
— Obrigada... Logan- Ele sorriu pra mim e eu me derreti,tenho que parar com esse assanhamento. Ri,meio sem graça.
— Eu moro do outro lado da cidade,mas se precisar de mim estarei aqui - Assenti,destranquei a porta com a chave que Logan me entregara. Entrei e ele ficou parado na soleira da porta.
— Escuta Jade,você é humana?- A pergunta dele me surpreendeu.
— Como assim?...Você não quer entrar?
— Preciso que me convide- Não!Ele era vampiro,só por que eu tinha gostado dele! Mas que droga!
— É um vampiro neh?- Perguntei,ele abriu a boca mas não sabia o que dizer.
— Pode entrar Logan - Ele me olhou surpreso e depois entrou.
— Então...Respondendo a sua pergunta sim,em parte eu sou vampiro,e você?
— Lobisomem...Como assim,em parte?
Agora eu,não sabia o que dizer.
— Não sei se já ouviu dizer,mas eu sou um híbrido, metade vampiro e metade lobisomem - Agora eu,não sabia o que dizer.
— Então você conta pra qualquer um o que você é? - Perguntei andando pela casa.
— Não,mas eu sabia que você não era humana, na verdade você não precisa esconder o que é aqui,85% da população é sobrenatural.
— Nossa,eu não imaginava,então escolhi o lugar certo - Falei sorrindo pra ele,que pela cara parecia querer dizer algo mas mudou de ideia.
— Eu vou indo
— Tudo bem - Ele voltou.
— Se escutar coisas estranhas,ou sentir uns toque,acostume-se e me... Ligue qualquer...coisa...Bom,Tchau.- Ele saiu e eu fiquei parada olhando a porta por onde ele saiu. Amanhã seria lua cheia,eu tinha que me preparar,agradeci mentalmente o fato da casa estar mobilhada. O que será que aconteceu com a Sra.Carter?
Passei a tarde reorganizando a casa e desfazendo minhas malas.
Cansada,me joguei no sofá e esperei alguns minutos,depois fui tomar um banho. Já com uma regata colada,um short curto,despenquei na cama.
Estava quase dormindo mas,ouvi estalos,portas rangendo,passos pela casa.
Senti um frio na espinha,e um medo me engolir,respirei fundo várias vezes mas eu não conseguia me acalmar. O pior de tudo eram os toques que eu sentia mesmo estando sozinha em casa. Tomei coragem,quase perdi ai ver sombras passando no corredor,mas corri até a sala pegueu meu celular e disquei o número do Logan que ele deixara ali na estante.
— Alô?- Ele atendeu com a voz sonolenta
— Logan...Por favor me diz o que está acontecendo aqui?- Eu mal terminei de falar e um soluço imrrompeu minha garganta.
— Calma,eu disse pra se acostumar,muitas pessoas morreram aqui nessa cidade e não foram embora.- Um vaso caiu no chão e eu arfei de susto.
— Ah...Então ta...Eu vou...Ai!- Senti duas mãos apertarem meus braços,depois eles começaram a sangrar.Arfei com a dor.
— O que foi Jade?
— Eles...Podem me tocar...Pensei que fantasmas...- Solucei mais uma vez.- Então...Tchau- Falei,ouvi batidas fortes na porta da frente.
— Ta ouvindo batidas na porta?- Ele perguntou falando baixo.
— Sim
— Quero que vá até ela e abra - Fui devagar com o celular na orelha,destranquei e abri. Logan estava parado com o celular na orelha e sorrindo. Suspirei aliviada,ele entrou e eu o abracei,ele retribuiu de imediato,mas percebi a minha falha e o soltei.
— Calma,isso é normal aqui,voce vai ter que aprender a lidar com eles - Me desesperei,ele tocou meu braço cortado.
— Se bem que eles passaram dis limites hoje - Comentou,para si mesmo trincando os dentes- Tem alguém aí?
— O que você está fazendo?- Perguntei assustada.
— Repita minha pergunta - Eu hesitei,mas fiz.
— Tem...Alguém aí?- Nesse segundo várias pessoas apareceram na minha sala,soltei um gritinho e corri para trás do Logan.
— Sinceramente? Pra que tudo isso? Vocês passaram dos limites hoje,querem uma reunião com o Klaus?- Eles negaram com a cabeça e desapareceram.
— Quem é Klaus?
— Amanhã te apresento - Ele respondeu,engoli seco,olhando em volta.
— Eles não vão te incomodar..Por tempo sufuciente pra você dirmir - Ele disse me guiando até meu quarto. Notei que meu braço estava sujo de sangue que ainda escorria,analisei o estrago e ia em direção ao banheiro achar um curativo,Logan me impediu.
— Posso curar Isso agora -O olhei sem entender,ele mordeu o pulso e o levou a minha boca,eu entendi e realmente meu braço estava doendo,então bebi seu sangue e senti a ferida cicatrizar,limpei o braço e me deitei,Logan se sentou na poltrona.
— Pode dormir,eles não vão te machucar mais- Assenti puxando a coberta até o pescoço,e fiquei olhando a porta,e depois pra ele que me observava.
Me impressionei com a confiança que eu sentia,normalmente eu não dava liberdade assim pras pessoas,mas era como se eu o conhecesse a muito tempo. Pensando nisso logo peguei no sono....