No capitulo anterior...

Luna olhou para a fila de jovens aglomerados na frente dela e se perguntou o que eles teriam feito para estarem ali. Será que eram cometido crimes piores que o dela. Viu quando um garoto moreno com usando uma jaqueta de couro preta se aproximou dela, sorrindo.

— Oi gata. Nova por aqui? Prazer, seu Pedro Pattinson. - Ela sorriu pra ela e piscou. - Alguém tão linda como você não deveria estar aqui. E difícil acreditar que cometeu algum crime. - Ele falou, continuando com aquele sorriso irritante dele.

Aquele garoto já estava irritando Luna. Mas ela sorriu falsamente.

— Se eu não tivesse cometido nenhum crime não estaria aqui, não acha? - Disse ela, grossa.

— Ui, garotinha marrenta. Assim que eu gosto docinho. - Pedro respondeu, com aquele sorriso irritante dele.

Luna não percebeu que sua vez havia chegado ate que o robô chamou pelo seu nome.

— Luna Smith. - A máquina falou, com voz aveludada.

— Sou eu. - Respondeu.

O robô lhe deu um uniforme preto para vestir, que estava cheio de fios por todo lado. Luna não sabia o que eram esses fios, mas presumia que eram câmeras.

— Coloque seu celular e outras coisas perigosas nesta caixa. - O robô ordenou, apontando para uma caixa de papelão que continha inúmeros celulares e vários outros objetos considerados "perigosos". Luna bufou. Não queria ficar sem seu celular, pois sem ele não poderia falar com sua melhor amiga Jazmin, mas o colocou na caixa mesmo assim. Depois daria um jeito de pega-lo de volta sem que ninguém visse.

— Se chama Luna? Devia se chamar Violetta para combinar com seu cabelo. - Notou Pedro, rindo. O cabelo da jovem era originalmente preto, mas ela havia o tingido de violeta num acesso de raiva e desde então havia ficado assim. Ela gostava de seu cabelo assim. Destacava muito mais sua personalidade do que aquele castanho chato. O robô disse o numero de seu quarto, mas Luna não prestava atenção. Olhava era para Pedro, que parecia que não iria deixa-la nunca em paz. Teria que arrumar um jeito de se livrar dele.

— Vamos dividir o quarto juntas. - Falou uma voz estridente. Pedro e Luna se viraram pra ver uma garota loira toda sorridente. Ela usava roupas rosas e parecia uma Barbie. Luna percebeu que Pedro não gostava dela, pois ele bufou. A Barbie estendeu a mão para Luna, que a apertou:

— Prazer, sou Ambar Diamond. E vamos ser colegas de quarto. Já sei quem você e, não precisa se apresentar. Sou muito fã de seus pais, mas infelizmente minha mãe não me deixa comprar nenhum robô. - Ambar falou, parecendo triste. - Mas já estou falando demais, você deve estar cansada. Vamos, eu te dou um tour daqui, conheço tudo por aqui. - Ela ofereceu.

— Na verdade eu e a Luna estávamos tendo uma conversa bem entrosada antes de você chegar, tenho certeza de que ela vai querer que eu a acompanhe. - Pedro falou, fuzilando a loira com os olhos.

— Então deixe ela escolher. - Rebateu Ambar, irritada.

Os dois olharam para ela, esperando sua resposta. Ela respirou fundo e pensou. Não havia ido com a cara de nenhum dos dois, mas parecia que algo em Pedro lhe assustava, algo lhe dizia que deveria ficar bem longe dele, o mais longe possível.

— Escolho a Ambar. - Falou.

(..)

POV's Luna

Droga! Maldita hora que eu fui escolher essa replica da Barbie humana para me dar um tour pelo reformatório. Não conseguia quase nem prestar atenção no que estava ao meu redor, por que a loira aguada não parava de tagarelar. O que eu fiz para merecer um estrupicio desses? Ah, já sei o que vai falar, caro leitor. Esse ser irritante é um castigo pelo "crime" que você cometeu. Mas, eu discordo. Já não bastava ter que morar neste lugar insuportável ainda tenho que aturar certas pessoinhas que não se tocam que eu não tenho, nem quero, ter nada a ver com elas.

— Ah! Que bom que você chegou, Luninha! - Exclama Ámbar, praticamente me sufocando. - Eu precisava tanto de uma amiga, tava tão solitária aqui, ninguém liga pra mim. (N/Luna: Por que, será?).

Praticamente sufocando e muito irritada, empurro Ámbar bruscamente. Quem ela pensava que era? Minha BFF?

Olho para a loira com a melhor cara de ruim que eu consegui fazer. Me agacho, já que eu tinha a derrubado no chão e queria que meu rosto ficasse ao nível do dela.

— EU NÃO SOU NEM QUERO SER SUA AMIGA, ENTENDEU BEM? VOCÊ NÃO FAZ A MENOR IDEIA DO POR QUE EU VIM PARAR NESTA DROGA DE INTERNATO, MAS EU POSSO TE MOSTRAR, SE QUISER. - Rosno. tentando parecer o mais assustadora possível para espantar a criatura de perto de mim de uma vez por todas.

Mas, infelizmente para mim, Ámbar não parece ficar nem um pouco assustada, apenas sorriu para mim e me abraçou novamente.

— Você é completamente louca e rebelde. Gosto de pessoas assim! - Ela exclama, sorrindo.

Eu ameaço a garota, usando toda minha força de vontade para parecer o mais assustadora possível, e ela sorri e me abraça? Sinceramente, essa Barbie não bate muito bem da cabeça.

— Bom, Luna. Aqui é o refeitório. - Ámbar fala, quando adentramos um novo local. Olho em volta e vejo um lugar que até pareceria uma cantina normal de uma escola, se não tivesse robôs em forma de esqueletos por todo o lugar. Bufo. Qual a graça em ter robôs irritantes em todo santo lugar? Ah, já sei. Os humanos são preguiçosos demais para fazerem as coisas por si próprios que precisam colocar umas máquinas para fazer por eles. Se não fosse meus "queridos papais" isso tudo nem teria começado. Vejo um casal se agarrando numa das mesas. A cena é tão nojenta que sinto vontade de vomitar.

Ámbar adentra a fila para pegar seu café da manhã, mas eu dispenso. Estou morrendo de fome, mas o que esta sendo servido é um troço branco, que não parece ser nada bom. Procuro uma mesa para me sentar, de preferencia o mais escondida possível, para que a minha "nova amiguinha" não me ache. Estou tão distraída que acabo tropeçando com alguém. Os dois caímos no chão. Olho para cima e avistou o ser mais belo que já vi em toda minha existência. O rapaz tem pele branca, olhos bem escuros e cabelos da mesma tonalidade. Por um momento fico hipnotizada pelo seu olhar e seu sorriso largo e perfeito. Céus, parece até um anjo! Olhando atentamente para os traços de seu rosto tenho a impressão de que o conheço de algum lugar, mas isso seria impossível, pois se eu já tivesse visto esse rapaz antes eu me lembraria. Mesmo assim, essa sensação estranha de que eu deveria conhece-lo continua me invadindo.

— Olha por onde anda, sua cega. - Ele fala. Se eu não estivesse irritada com o que ele acaba de dizer, poderia até notar que o seu timbre de voz é perfeito. Assim como tudo nele. Não, Luna! Você não pode se encantar por um grosso como ele, penso.

Muito enfurecida, o encaro, aproximando meu rosto do dele como fiz com Ámbar, mas por algum motivo agora fico nervosa. Posso sentir nossas respirações ofegantes enquanto nos encaramos sem dizer uma só palavra um ao outro. Novamente, sinto a sensação de Dejavu, como se uma cena parecida já tivesse acontecido antes, em algum lugar. Não sei quando nem onde, mas sinto que sim.

Deixo esses pensamentos de lado e me concentro na raiva que devo sentir desse inútil, pois ele me ofendeu me chamando de cega, e ninguém ofende Luna Smith e fica por isso mesmo.

— QUEM PENSA QUE É PRA ME CHAMAR DE CEGA? O REI, POR ACASO? TENHO A VISÃO QUASE PERFEITA, OBRIGADO. - Esbravejo, irritada.

Uns segundos se passam, e o garoto aproxima cada vez mais seu rosto do meu, quase colando nossos lábios. Sinto um formigamento no meu corpo, e um nervosismo estranho ao perceber que ele tá prestes a me beijar. Mas, não é isso que acontece. Invés de encostar seus lábios nos meus como eu pensava, o idiota mostra o dedo do meio pra mim, e sorri de um jeito sarcástico. Não, isso já tá passando dos limites!

O empurro com toda a minha força, e me surpreendo ao ver pequenas labaredas de fogo nas minhas mãos, mas elas logo desaparecem. Deve ter sido apenas minha imaginação. Ele apenas me olha daquele jeito zombador dele, o que me deixa que ainda mais raiva.

— Qual é seu problema comigo, hein garoto? - Pergunto, dessa vez mais calma.

O moreno de olhos escuros se aproxima de mim, e pega nas minhas mãos, que estremecem com o simples toque dele.

— Eu não tenho problema nenhum com você, "roxinha". - Fala, se referindo a cor do meu cabelo. - Você que parece ter um problema comigo, querida. - Ele me abraça, me pegando de surpresa novamente e me beija no canto da boca. Atrevido!

— Me chamo Matteo Balsano, Luna! - Ele sorri, e sai. Espera, como ele sabe meu nome, se eu não me apresentei? Isso tá cada vez mais estranho, e fico cada vez mais convicta de que eu conheço esse tal Matteo de algum lugar.

Sem ter muita alternativa, me viro para ir me sentar com Ámbar, que sorri pra mim. Mas então eu as avisto. As misteriosas sombras negras que me atormentaram durante toda minha infância estão de volta, se mexendo no canto da cantina. Assustada, e ao mesmo tempo curiosa para desvendar o mistério delas, resolvo segui-las assim que as vejo sair do local.

POV's Ámbar

Engulo em seco ao ver a garota de cabelos roxos conversando com Pedro na fila para entrar no Blake! É ela, tenho certeza! Minha mãe sempre havia dito que mais cedo ou mais tarde ela acabaria aparecendo, mesmo assim sinto uma sensação estranha ao vê-la na minha frente. Tenho que me aproximar dela, tentar ser sua amiga. Senão tudo estará perdido novamente. Faço minha melhor pose de "loira burra" e me aproximo de onde ela e Pedro estão.

— Vamos dividir o quarto juntas. - Falei, fazendo minha melhor voz estridente. Luna e Pedro se viraram para me ver. Pedro fez uma cara de raiva. Ele não gosta de mim, e nem eu dele . Luna percebe isso, pois Pedro bufa, e eu lhe dou o meu sorriso mais falso que tenho. A Barbie, vulgo eu, estende a mão para Luna, que a aperta:

— Prazer, sou Ámbar Diamond. E vamos ser colegas de quarto. Já sei quem você e, não precisa se apresentar. Sou muito fã de seus pais, mas infelizmente minha mãe não me deixa comprar nenhum robô. - Falei, tentando parecer triste. Tenho que confessar que sou uma ótima atriz. - Mas já estou falando demais, você deve estar cansada. Vamos, eu te dou um tour daqui, conheço tudo por aqui. - Eu ofereci.

— Na verdade eu e a Luna estávamos tendo uma conversa bem entrosada antes de você chegar, tenho certeza de que ela vai querer que eu a acompanhe. - Pedro falou, me fuzilando com os olhos.

— Então deixe ela escolher. - Rebati, irritada e sem medo nenhum do cara que estava a minha frente.

Os dois olhamos para ela, esperando sua resposta. Ela respirou fundo e pensou.

— Escolho a Ámbar. - Falou, e eu sorri.

(...)

Ao ver Luna indo atrás das mensageiras, (N/A: Esse é o nome verdadeiro das tais sombras, mas vão entender melhor depois), penso em segui-la, mas se ela me visse teria ainda mais raiva de mim e não é isso que eu quero. Por isso, respiro fundo e continuo comendo meu café da manhã, que tá horrível, como sempre.

— Oi Ludmila. Posso sentar aqui? - Perguntou Simón, tímido.

Aceno afirmativamente com a cabeça e ouço a cadeira se mexer e ele sentar.

— Então, quem é aquela moça de cabelo roxo que brigou com o Matteo? - Ele indaga, maravilhada.

Suspiro. Em todas as vidas Simón apaixona-se por ela. Por que eu pensaria que nessa seria diferente?

— Se chama Luna. - Falo, apenas.

— Você tem que me ajudar a me aproximar dela. Por favor? - Pede.

Olho para o garoto nerd sentado do meu lado, e sinto vontade de dizer que se ele se aproximar de Luna ele vai morrer, como em todas as outras vidas, mas fico calada. Se qualquer um fica sabendo das vidas passadas quando não deveria isso pode desestruturar todo o processo, e sabe-se lá o que vai acontecer conosco.

— Tanto faz. - Sussurro, tentando parecer indiferente.

Simón sorri largamente, agradecido.

Céus! Sempre fui apaixonada por Sebastian em todas as outras vidas. Não entendo porquê nesta me apaixono justamente pelo Simón, aquele que sempre morre primeiro.

POV's Luna

Corro até não poder mais. Nunca imaginei que essas sombras pudessem ser mais rápidas que eu, uma humana. Pois é, talvez elas não queiram mesmo que eu desvende o mistério. Paro para respirar num corredor deserto e escuro. Não consigo enxergar nada, o que me apavora. Qualquer um acharia que eu não tenho medo de nada, justamente pela minha personalidade, mas eu tenho medo sim. A única coisa que me apavora como nenhuma outra é o escuro. Respiro fundo, tentando esquecer que não há luz aqui.

Até que sinto alguém me puxar para o lado. Tento gritar, mas minha boca tá tampada por uma mão forte. Paro num corredor estreito, que tem luz. Olho para a pessoa que me trouxe aqui e vejo Pedro Pattinson, com um sorriso maldoso no rosto. Sabia que ele não era confiável.

— O que quer? - Pergunto, irritada.

Ele continua com aquele sorriso sinistro na cara e se aproxima de mim a passos largos.

— Quero você! - Exclama.

E então me beija.