Quando Se Descobre O Amor, Você O Exibe

Armando e Betty saíram da casa dela, levando uma maleta com seus pertences. De lá, foram direto resolver a questão do embargo da Ecomoda.

Betty retirou o embargo, finalizou tudo relacionado a Terramoda e devolveu o capital para Armando, incluindo os rendimentos que haviam conseguido investindo na bolsa.

Embora Armando tenha insistido para que ela ficasse com os lucros que haviam obtido, Betty recusou.

Após resolverem definitivamente todas as questões burocráticas das duas empresas, Armando a levou para tomarem café da manhã em uma ótima cafeteria. Depois, foram até uma loja adquirir um celular para Beatriz. Ela quis pagar, mas Armando não permitiu e lhe deu o aparelho mais moderno e bonito. Queria o melhor para a sua Betty.

Já estavam estacionando em frente da Ecomoda, quando viram Wilson e Freddy conversando na portaria.

— Ai, Armando, vai ser um falatório quando nos virem chegando juntos. – Betty dizia com evidente preocupação.

Armando apenas a olhou com ternura e beijou sua mão, lhe oferecendo carinho e incentivo.

Ele então saiu do carro e foi até a porta do passageiro para abrir para Beatriz. Não iria esconder de ninguém que estavam juntos.

Beatriz segurou a mão que Armando lhe ofereceu enquanto saía do banco do carona. Ele sorriu com carinho para ela, que devolveu o sorriso.

Paralelamente, Wilson e Freddy, olhavam curiosos a cena que Armando e Betty protagonizavam na frente da Ecomoda.

— Estão nos olhando, devem estar curiosos para saber o que passa. – Dizia Beatriz novamente cheia de insegurança.

— Pois deixe que olhem! Aliás, vamos dar algo mais para apreciarem... – Disse sorrindo.

— O que quer dizer, Armando? – Perguntava, quando foi surpreendida por um beijo apaixonado repentino de Armando.

Wilson e Freddy olhavam chocados para os dois, que já haviam encerrado o beijo e vinham de mãos dadas em direção a portaria.

— Bom dia! - Cumprimentaram Armando e Beatriz em sincronia.

Freddy e Wilson, que ainda estavam boquiabertos, responderam ao cumprimento dos chefes um tanto atrapalhados. Jamais poderiam imaginar que o elegante Armando Mendoza fosse se envolver com uma das integrantes do Quartel das Feias. Aquilo era surreal.

Betty estava visivelmente corada e tímida, apenas imaginando o que poderia estar se passando na mente dos dois rapazes. Já Armando estava se divertindo com a visão abobalhada dos funcionários e de sua Betty, que estava notadamente cheia de vergonha.

Os dois entraram na empresa e ao topar com Aura Maria na recepção, a moça olhou sorrindo maliciosamente para Betty ao vê-la de mãos dadas com o presidente da Ecomoda.

— Bom dia, doutor! Bom dia, querida! Passaram bem a noite? – Saudou sorrindo ardilosamente.

Armando, é claro, notou o olhar da recepcionista para Beatriz e teve vontade de rir quando percebeu a cara de pânico que Betty fazia para a amiga.

— Bom dia, Aura Maria! – Cumprimentaram os dois, já se encaminhando para o elevador.

— Betty, querida, mais tarde precisamos conversar umas coisinhas... – Disse Aura Maria piscando para ela, enquanto eles entravam no elevador.

Assim que as portas do elevador se fecharam, Betty imaginou o que a aguardava no setor administrativo e, dando um suspiro profundo, comentou, pensando alto.

— Hoje eu definitivamente não me livro de um 911. – Sentenciou revirando os olhos.

— Novecentos e o quê? – Questionou Armando intrigado.

— É um código do quartel para fofocas de altíssima prioridade. – Respondeu dando sua risada típica.

Armando soltou uma gargalhada alta, achando hilária a situação.

— Você está rindo porque não terá que aturá-las em um interrogatório.

— Meu amor, se quiser, eu dou uns berros nelas para que te deixem em paz. – Disse rindo mais ainda.

— Deixe elas comigo, sim... – O olhou sorrindo.

Quando o elevador chegou ao andar do setor administrativo, Armando conduziu Betty a segurando firme pela mão.

A entrada dos dois, de mãos dadas, chamou a atenção do Quartel, de Patrícia e até de Mário, que estava na mesa de Sandra dando algumas instruções.

Armando, a fim de acabar com qualquer dúvida que alguém tivesse, tratou de puxar Betty próxima de sim e lhe acariciar o rosto.

— Bom, meu amor, vou para a minha sala. Até mais! – Fez a declaração em alto e bom som para que todos escutassem, dando um beijo delicado em Betty em seguida.

Todos ficaram chocados com a intimidade de Armando e Betty e não puderam crer que o solteiro mais cobiçado da Colômbia, o Tigre de Bogotá, tivesse um romance com Betty, a Feia. Mesmo que ela não fosse mais feia era surpreendente.

Enquanto se afastava em direção a presidência, Armando foi parado por Patrícia, com seu inconveniente interrogatório.

— Armando, houve algum problema para chegar a essas horas com essa daí? – Patrícia soltou seu veneno para cima de Beatriz.

Armando parou e se aproximou de Patrícia com uma expressão furiosa, fazendo com que ela recuasse alguns passos.

— Escuta aqui, Patricia Fernández, o que faço ou não, não é problema seu e de ninguém. – Armando gritava com Patricia, a fazendo se encolher. – Além do mais, a última nesta empresa que pode falar em horário é você, oxigenada. E, deixe-me dizer que “essa daí” é Vice-presidente Financeira desta empresa e MINHA NAMORADA, portanto, mais respeito quando se referir a ela ou te ponho daqui para fora, ouviu bem? – Concluiu enfatizando o “minha namorada”.

— Como assim “namorada”, Armando? E a Marce?

— A senhora Marcela Valencia e eu não temos mais nada e toda a Bogotá já sabe. E sim, Beatriz Pinzón Solano é minha namorada e você, se tiver amor ao seu emprego e a sua vida, ficará de boca fechada e nos poupará de seus comentários maldosos. – Disse irritado, entrando em seguida na presidência.

Todos, incluindo Aura Maria que saía naquele momento do elevador, assistiam de boca aberta a declaração de Armando sobre o status de relacionamento com Beatriz e ninguém podia acreditar.

Mario Calderón correu para a presidência imediatamente, assim que Armando se trancou lá e as do Quartel cercaram Betty e a seguiram até a sala da Vice-presidência Financeira.