Acordei em um pulo, pensei que eu pudesse ter tido um sonho estranho com o Nathan se declarando pra mim, mas eu sabia que ele tinha estado lá, eu simplesmente sentia sua mão no meu cabelo. Eu tinha que afastar esses pensamentos e foi o que eu tentei fazer, tomei banho e me arrumei para ir à escola. Will realmente tinha me mudado, principalmente no meu jeito de se vestir. Fazia séculos que eu não usava jeans, blusa básica e moletom. Mesmo que Will falasse que gostava de mim de qualquer jeito, eu me sentia desarrumada do seu lado, sempre arrumado e estiloso.
– Jessie, bom dia. Vai comigo para escola? - perguntou minha mãe sem abrir a porta.
– Sim, eu vou. Só me dê cinco minutos que eu já desço pra tomar café da manhã com você.
– Claro. Estou te esperando. - eu me encarei no espelho e sorri. Era um dia relativamente quente em Nova Jersey, eu estava de saia, saia. Era uma coisa que eu estava me acostumando aos poucos, mas no fundo eu me sentia bem e poderosa.
Desci as escadas penteando o cabelo com os dedos, estava com pressa e não muito afim de demorar muito tempo com ele.
– Está bonita. Vai sair com o Will? - eu dei de ombros.
– Ainda não sei, não falei com ele. E você, vai sair com Richard? - ela sorriu.
– Bom, estávamos pensando em jantar na casa dele. Vocês podiam se juntar a nós. - eu sorri e sentei à mesa.
– Claro, depois de três meses é até estranho que eu não conheça a casa deles.
– Acho que você vai gostar. O engraçado que embora more só os dois a casa é tão arrumada e estilosa que só poderia ser a casa de uma mulher. - eu ri.
– Sem julgamentos, mãe. A nossa casa parece a casa de um homem. - ela riu e deu de ombros.
Terminamos de tomar café sem mais conversa, minha mãe embora tenha praticamente dado a ideia para que eu e Will ficássemos juntos, não gostou muito quando ele me pediu em namoro. No fundo ela tinha a esperança que fosse só algo de curiosidade, atração física, não esperava que fosse ficar algo mais sério. Mas acho que agora isso estava mais claro pra ela.
– Então, eu ouvi conversas no seu quarto ontem á noite. O que aconteceu? - minha mãe tinha acabado de sair com o carro. Eu me mexi desconfortável no banco.
– Nathan foi no meu quarto ontem. - falei tentando dar um tom natural para frase que na verdade não fazia o menor sentido.
– Como assim ele foi ao seu quarto?
– Bom, ele bateu na minha janela querendo conversar e eu a abri pra ele.
– Entendi. Quer conversar sobre? - eu coloquei a cabeça nas mãos.
– Não mesmo, ainda não. - ela sorriu ainda sem olhar pra mim.
– Ele falou que gostava de você. - eu olhei pra ela surpresa.
– Como você...
– Eu sou mãe, eu sinto essas coisas. - eu a encarei desconfiada. - E ouvi a conversa quase toda, as paredes lá de casa são bem finas.
– Mãe! - eu estava rindo, embora que não quisesse dar confiança pra ela.
– Desculpe, eu sinto muito mesmo. Mas não pude evitar e não faria se pudesse. Você não me conta as coisas, tenho que descobrir pelos meus próprios meios.
– Sei, e isso inclui ouvir a minha conversa. - ela deu de ombros.
– Eu não tinha essa intenção inicial, Jessica. E já disse que sinto muito.
– Está bem, mãe. Eu vou falar com Will sobre o jantar na casa dele, fale com o Richard que provavelmente estaremos lá. - ela sorriu e encostou o carro.
– Fico muitíssimo feliz. Agora tenha um ótimo dia de aula e divirta-se. - eu olhei pra ela como se fosse louca.
– Na escola? Quer que eu me divirta na escola?
– Sim, Jessie. Eu quero. Só falei por falar. Agora, vá. - eu ri e beijei sua testa.
– Tenha um ótimo dia, mãezinha.
Caminhei em direção ao armário da Charlie, a única coisa que eu pensei em fazer desde que Nathan saiu da minha casa era contar tudo isso pra ela. Alguém tinha que surtar comigo.
– Olá, Jessica. Conte-me tudo. - falou ela assim que me viu.
– Como sabe que tenho algo para contar?
– Eu te conheço, honey. Você está com cara de que quer contar alguma coisa pra mim.
– Nathan foi na minha casa ontem. - Charlie me encarou surpresa.
– Como assim na sua casa?
– Ele bateu na minha janela.
– E você deixou ele entrar? - eu mudei o peso do corpo de um pé para outro, meio desconfortável.
– Eu até pensei em deixá-lo lá, mas não sei, eu não consegui. Estava curiosa para saber o que ele tinha pra me dizer.
– Então você vai na festa dele sábado? - eu cruzei os braços e encostei no armário.
– Vou, mas não foi só isso que ele foi falar. - Charlie me encarou curiosa e até um pouco confusa.
– Fala logo, então. Acaba com essa agonia. - se a situação não fosse dramática, eu riria da situação.
– Ele disse que é apaixonado por mim. - silêncio. Ela me olhava com surpresa e confusão. Parecia perdida, exatamente como eu.
– Oi? O que você disse?
– Eu disse que o Nathan falou que é apaixonado por mim.
– Mas ele falou assim do nada ou teve um contexto? Conta direito essa história, Jessie.
E eu contei, cada detalhe, cada palavra. Eu me lembrava de tudo, exatamente como ele tinha dito, me lembrava perfeitamente dos seus olhos me encarando, do seu cabelo despenteado, do seu cheiro...
– Droga, Jessie. Que saco!
– Você basicamente resumiu o que eu estou sentindo: Que saco!
– Ele não tinha o direito de fazer isso com você agora. Não depois de tanto tempo.
– Eu sei, eu fiquei tão perdida. Eu me senti péssima por saber que ainda tinha sentimentos por ele.
– Claro que tem, você gostou dele por cinco anos, não ia esquecer com essa facilidade. Nem mesmo com a ajuda de um gato como o Will.
– Eu sei, eu me senti péssima por ele também. Não era justo com ele.
– Ah Jessie, não se culpe por ele. Will te pediu em namoro tendo plena certeza de que você ainda gostava do Nathan e você sabendo que ele ainda tinha sentimentos pela Megan. O que me faz pensar nessa festa. - eu revirei os olhos e coloquei as mãos na cabeça.
– Nem me fale nela.
– Tem certeza de que vai?
– Eu tenho que ir. Não posso mostrar que me abalei com a nossa última conversa.
– Você que sabe, mas vai ser um encontro e tanto. Você gostando do Nathan e o Will da Megan. Isso é o que as pessoas chamam de ironia. - eu sorri sem humor.
– Uma ironia nada engraçada. - Charlie riu.
– Depende pra quem. - antes que eu pudesse responder a gracinha, o sinal tocou e nos encaminhamos para mais um dia de tortura matinal.
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– Sem querer te deixar pior, mas o Nathan passou o dia olhando pra você. - automaticamente eu olhei para a mesa do fundo e percebi que mesmo a distância ele me encarava.
– Que ótimo, nada discreto!
– Acho que ele ficou meio magoado.
– O que ele queria que eu fizesse? Que eu terminasse com Will e fosse correndo para os braços dele?
– Acho que era exatamente isso que ele queria.
– Mas não ia acontecer. Sem chances de eu ficar com ele sendo pessoas diferentes para cada dia da semana.
– Não acho que esteja errada, mas sinto um pouco de pena dele.
– Pena dele? Charlie ele pode estar olhando pra mim, mas está com o braço em volta da Megan. Parte dele nem sabe o que está sentindo.
– Ah, Jessie, mas mesmo assim...
– E de mim, você não sente pena? - ela riu e me encarou como se eu fosse maluca.
– Pena por quê? Você tem a difícil missão de escolher entre o gato do Will e o gato do Nathan. Sendo que você tem os dois na palma da mão. Porém um é incrível e outro é um idiota.
– Você colocando nesses termos torna tudo ridículo.
– Mas é exatamente assim que as coisas são. Você que faz tempestade em copo d'água. - eu dei de ombros e dei uma mordida no meu hambúrguer.
– Hoje eu vou jantar na casa do Will.
– Finalmente, achei que você não fosse conhecer a casa do próprio namorado.
– Eu também. Estava curiosa para conhecer o quarto dele. - Charlie me encarou de um jeito que fez com que eu me arrependesse de ter dito.
– Ah sua danadinha... Até o começo do ano não tinha beijado ninguém, agora já está assim.
– Eu não quis dizer isso, sua pervertida. Eu estou curiosa para conhecer o quarto dele, porque o nosso quarto reflete muito na nossa personalidade.
– As suas intenções são extremamente sem graça. Prefiro muito mais a minha. - eu revirei os olhos.
– Fico pensando como o Austin consegue controlar esse seu lado. - ela riu.
– Ele é um garoto, ele não quer controlar esse meu lado. - me juntei a ela na risada. Eu não sabia o que responder a isso, mas não precisei pensar pois Austin chegou sentando na nossa mesa.
– Oi, Jessie. - falou beijando minha mão. Austin era um cara legal, gentil e perfeito para Charlie.
– Oi, Austin. E aí?
– Tudo na mais perfeita ordem. E aí, amor? - eles deram um beijo longo e tedioso para os expectadores.
– Estávamos falando de você nesse instante. - falou Charlie e eu fiquei vermelha sem querer.
– Sobre o quê? - perguntou curiosa.
– Nada importante. - me apressei em dizer.
– Tem certeza? - Charlie riu e disse algo no ouvido dele.
– Ah... - falou rindo e eu fingi que ia vomitar.
– Vocês são nojentos. - Austin piscou pra mim e roubou uma batata frita da minha bandeja.
– E então Jessie, soube que vai na festa do Nathan sábado.
– Como sabe?
– O Nathan me contou. Eu não achei que fosse aceitar o convite, mas que bom que vai, assim eu posso ficar mais tempo já que Charlie não vai ficar incomodada. - ela revirou os olhos fingindo irritação.
– A culpa não é minha se todos os seus amigos em comum com o Nathan são tediosos, principalmente as meninas. Jessie, você tem que ver. Elas são meio idiotas e bobinhas, só falam de sapatos, compras e o quanto Zac Efron é gato. - eu ri tanto que me engasguei com o refrigerante.
– Mas, Charlie, o Zac Efron é mesmo gato. - ela me olhou como se eu tivesse dito que 2 mais 2 é igual a 4.
– Eu sei, todo mundo sabe. Na minha opinião eu acho que não se discute coisas óbvias, como o Zac Efron ser um tremendo gato.
– Sabe, eu meio que ainda não saí daqui. - falou Austin e Charlie sorriu beijando sua bochecha.
– Eu sei, meu amor. Eu te amo, mas tem coisas que nós devemos admitir e concordar. - ele riu.
– Tem razão, o Zac Efron é mesmo um gato. - ela riu e concordou.
– Isso aí, Austin. Isso aí.
Eles podiam ser meio idiotas, mas eram amigos incríveis. Até o Austin que tinha acabado de chegar na minha vida, eu já sabia que se eu precisasse podia contar com ele para qualquer coisa.
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– Amor, como está? - perguntei assim que Will atendeu.
– Estou ótimo e você?
– Perfeitamente bem. - eu podia senti-lo sorrir pelo telefone.
– Então, algum motivo especial para me ligar agora?
– Minha mãe disse que ia jantar na sua casa hoje e me chamou para ir junto. Pode parecer meio bizarro, mas acho que vamos fazer um encontro de casais hoje. - ele riu.
– Sim, a ideia é meio bizarra. Mas fico feliz que finalmente vai conhecer nosso apartamento. Não é tão grande quanto sua casa, mas acho que você vai gostar.
– Estou animada, eu vou com a minha mãe, então não precisa se preocupar em me buscar só esteja me esperando bem arrumado e com um sorriso.
– Esperar você já é motivo para sorrir. - eu sorri automaticamente, Will podia ser bem fofo quando queria.
– Awn, isso foi tão fofo que deu vontade de beijá-lo. Vai ter que esperar para mais tarde.
– "Se tu vens, por exemplo, ás quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz." - meu sorriso ficou maior.
– O Pequeno Príncipe.
– Até mais tarde, Jessica.
– Até mais tarde.
Eu fiquei pensando se eu ia conseguir um namorado mais fofo que esse? Como a Megan pôde trair o Will? Como ela pôde vacilar com um cara tão legal quanto ele?
– Tudo certo com Will. - falei para Charlie e ela estava me olhando de um jeito engraçado.
– Isso foi bem enjoativo.
– O quê?
– "Se tu vens, por exemplo, ás quatro da tarde..." - eu dei um empurrão nela de leve enquanto ela gargalhava.
– Idiota.
– Vocês dois são bem fofos e nerds quando estão separados, imagine quando estão juntos.
– Você não pode falar nada. Você e Austin quando estão juntos são um saco. - ela apenas deu de ombros.
– Quer uma carona pra casa?
– Na verdade eu queria sua ajuda. Não sei que roupa colocar para jantar na casa do Will. - o rosto de Charlie se iluminou.
– Vamos ás compras?
– Acho que sim, estou sem roupas interessantes no closet.
– Estou muito contente que você seja uma garota interessada em roupas agora. - revirei os olhos.
– Quem diria, não? Podemos ir agora? - ela assentiu.
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– Eu desisto. Eu não gosto de nada, Charlie. - eu já tinha andando quase o shopping inteiro, mas nada ficava bom em mim.
– Várias peças ficaram boas em você, mas você é chata. O que o mundo da moda pode fazer? - suspirei.
– E agora? - ela sorriu.
– Vamos a Quinta Avenida. - eu levantei uma sobrancelha.
– Está brincando.
– Não, não estou. Vamos logo, não sei como não pensei nisso antes.
– Nós vamos a Manhattan apenas para comprar uma roupa?
– Bem vindo ao mundo das garotas.
E realmente nós fomos. A Quinta Avenida era fantástica, tinha as marcas mais famosas do mundo e ao mesmo tempo tinha as melhores feiras de rua. Você podia encontrar pessoas do mundo inteiro com suas sacolas de compras e os seus olhares focados nos prédios.
– Aonde vamos primeiro? - eu dei de ombros.
– A pessoa que está acostumada a comprar aqui é você.
– Dolce e Gabanna?
– Está apelando. - ela suspirou.
– Você faz mais o estilo Calvin Klein.
– Obrigada.
Experimentei uma roupa atrás da outra, mas foi a última peça que me fez ficar sem palavras diante de mim mesma. Charlie não dizia nada apenas balançava a cabeça freneticamente.
Eu vestia um vestido azul royal com as costas nua, seu decote não era muito profundo, mas realçava o pouco de seio que eu tinha. O tronco vinha funilando marcando a minha cintura e o vestido seguia justo na medida certa deixando meu corpo com curvas que eu nem sabia que tinha.
– Agora querida, você pode conhecer o quarto dele. - eu ri me olhando no espelho.
– Adorei.
– E eu tenho certeza que ele vai amar também. Agora vamos porque temos um longo caminho até chegar na sua casa.
– Sinto muito por te prender o dia todo.
– Que isso, amigas são pra isso.
– Minha mãe vai me matar quando souber o preço.
– Depois de tantos anos apenas comprando jeans e moletom sua mãe não vai nem ligar. - eu sorri.
– Agora estou animada.
– Tem que estar. Vamos honey, hoje é a sua noite. - eu ri achando isso um pouco idiota. Mas olhando pra mim desse jeito não podia discordar.
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– Onde você estava? - perguntou minha mãe assim que coloquei o pé dentro de casa.
– Comprando um vestido. Não pira! - ela me olhou surpresa.
– Você comprou um vestido?
– Sim, ele é lindo. Você vai adorar.
– Onde comprou?
– Calvin Klein, da Quinta Avenida. - ela levantou uma sobrancelha.
– Você foi a Manhattan para comprar um vestido? - dei de ombros.
– Aparentemente garotas fazem isso. - ela ainda me olhava chocada.
– É, acho que sim. - subi as escadas rindo. Já cheguei no quarto entrando no banho, eu não queria me atrasar nem um minuto, não hoje.
Saí do banheiro enrolada no roupão e secando o cabelo, tudo tinha que estar perfeito. Enrolei o cabelo com babyliss recentemente comprado e fui fazer a maquiagem que também era recentemente adquirida. Eu ainda era inexperiente nesse negócio de maquiagem, mas já tinha aprendido alguns truques importantes com Charlie.
Uma hora mais tarde minha mãe bateu na minha porta para saber se eu estava pronta e eu estava quase. Mas deixei que entrasse. Assim que me viu ficou sem fala, eu esperava que essa reação fosse normal para todos que me vissem vestida com esse vestido.
– Você está incrível. - eu sorri.
– Obrigada. Eu falei que você ia gostar.
– Fala pra mim que você vai colocar um salto. - suspirei.
– Infelizmente acho que não tenho escolha. Mas vou colocar um bem baixinho. Não quero tropeçar, nem cair, isso estragaria toda a produção.
– Você não vai cair. Não estava treinando com Charlie?
– Na verdade não, eu achei patético demais.
– Você que sabe, mas esse vestido pede um salto bem alto.
– Está bem, mãe, eu entendi. Mas hoje não vai rolar.
– Tudo bem, eu reconheço uma causa perdida quando vejo uma.
Coloquei o sapato, passei perfume e tirei o meu celular do carregador. Charlie estava me irritando para tirar uma foto para ela quando estivesse pronta e eu tirei só para agradá-la.
– Agora está pronta?
– Sim, eu vou só fechar a janela. - ela assentiu e saiu do quarto. Assim que encostei na janela, vi Nathan entrando com Austin no quarto dele. Eu queria ignorar, mas ele estava lindo com aquela blusa. Quando percebi que estava muito tempo encarando, Austin me viu.
– Jessica? - falou e Nathan se virou pra me olhar. Ele não disse nada, apenas me olhou como se me enxergasse pela primeira vez.
– Oi, Austin. - falei sem jeito.
– Está uma gata. - sentia que estava ficando vermelha.
– Obrigada.
– Não acha, Nathan? - ele não falou nada apenas concordou com a cabeça.
– Eu tenho que ir, vejo vocês amanhã?
– Claro.
Fechei a janela tentando entender aquele olhar do Nathan, eu costumava decifrar os seus olhares, mas não dessa vez. Ele parecia impassível.
– Por que demorou? - perguntou minha mãe com as chaves do carro na mão.
– Desculpe, Austin estava no quarto do Nathan e falou comigo. - infelizmente minha mãe não conseguiu segurar a piadinha.
– E o Nathan te viu? O que achou? - dei de ombros.
– Ele não disse nada, só ficou me olhando com uma cara estranha.
– Então ele achou você linda.
– Não tem como saber. - minha mãe me olhou como se eu fosse uma criança que tinha muito o que aprender.
– Jessica, acredite em mim. Quando garotos olham pra gente sem ter o que dizer, eles te acham nada menos que incrível.
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Demoramos quarenta minutos para chegar em Manhattan. As luzes da cidade me impressionavam, a cidade que nunca dorme sempre me encantou de um jeito diferente. Embora eu confesse que os lugares menos óbvios de Nova York sempre foram os meus preferidos.
– Então eles moram aonde?
– Em um loft de costas para o rio East e de frente para o Central Park. - eu levantei uma sobrancelha.
– Você disse loft?
– Sim, eu disse. Eu e Richard podemos trabalhar no mesmo setor, mas ganhamos salários bem diferentes. - sorri.
– Quem diria? Minha mãe deu o tiro certeiro. - ela riu e me deu um leve tapa no ombro.
– Que isso, garota? Não fala assim da sua mãe.
Estacionamos na entrada e eu já saí do carro encarando o "apartamento" na minha frente. Eu sabia que Will tinha um quê de luxo, mas não sabia quanto.
– Não foi só eu que dei o tiro certeiro. - sussurrou minha mãe no meu ouvido me fazendo rir. Tocamos a campainha e esperamos, quem atendeu foi Richard.
– Boa noite, amor. Bem na hora. - ele deu um beijo rápido na minha mãe e se virou para me ver. - Jessica?
– Olá. - falei sem jeito.
– Você está incrível. - falou e eu sorri.
– Obrigada. - antes que ele pudesse falar outra coisa, ouvi a voz de Will vindo de trás.
– Cadê a minha namorada? - e então ele me viu. Como as pessoas antes dele, Will não falou nada. Apenas me olhou com surpresa e fascinação.
– Olá. - falei com um sorriso.
– Uau. - disse apenas.