Segui pelo corredor com Jujuba e entramos em seu laboratório. Ela me entregou um paletó branco, com um "S" bordado no bolso em verde. Parecia ser feito de jujuba. Tirei minha jaqueta e meu boné e os coloquei em um canto na sala e vesti o paletó. Estava um pouco grande, mas eu me sentia confortável com ele.

– Me diga, Saphira, quantas pessoas conseguiu recrutar? - perguntou Jujuba, se virando para mim. Seu tom era calmo e muito simpático.

– Bem, visitamos Marceline e a Princesa de Fogo, e eu e Hera visitamos o Rei Gelado, mas não deu muito certo... Então acho que só duas pessoas.

– Hum, eu sabia que não daria certo recrutar o Rei Gelado, eu só o queria por causa da coroa dele, e foi exatamente o que voce me trouxe! Eu não esperava que voce conseguisse chamar a Princesa de Fogo, mas parece que por terem idades parecidas, vocês se deram bem o suficiente para se tornarem amigas! Ela já esta aqui no Reino Doce, se aprontando para a batalha! E Marceline, eu tinha certeza de que voce conseguiria a recrutar. Digamos que você foi bem sucedida na missão! - se alegrou Jujuba, agora com um sorriso de orelha a orelha.

– Mas voce sabe que Finn, Jake e Nathan me ajudaram, né?! Eu não teria conseguido sem eles! - falei, em um tom meio envergonhado, diante de tamanho elogio. - Onde estão eles, falando nisso? Já estão aqui no Reino Doce?

– Eles passaram aqui tem um tempo, mas logo partiram. Estarão aqui em breve, ok? Não precisa se preocupar! - disse Jujuba. Ela parecia mesmo uma mãe.

Passou sua mão sobre os meus cabelos desgrenhados e me chamou para se aproximar da mesa. Sobre a mesa, estava a coroa do Rei Gelado, e os rubis que ficavam cravejados na coroa estavam ao seu lado.

– Deixe me te explicar. Assim que voce chegou, com Hera e Marceline, eu peguei a coroa e a levei diretamente ao laboratório e a usei para abrir um portal. Eu precisava de varias joias de coroas de princesas e eu sabia que as únicas que eu demoraria para ter seriam as joias da coroa do Rei Gelado, mas como voce as trouxe pra mim hoje... Eu abri o portal! - disse Jujuba, agora dando pequenos pulinhos e batendo palmas.

Eu ainda não havia entendido o por que de tanta alegria, e estava bem confusa, mas não precisei perguntar para Jujuba o que significava tudo aquilo, pois ela não parava de falar.

– Sabe, não sabia se conseguiríamos recrutar muitas pessoas então tive a brilhante ideia de fazer com que a Marceline pedisse ao Rei Gelado para nos entregar a coroa, já que eu acreditava que vocês não conseguiriam e quando ela estava no Reino Gelado, viu que você e Hera estavam lá. Ela aproveitou a oportunidade e trouxe a coroa com ela e com vocês! O portal que criamos, enquanto voce estava na enfermaria, nos conecta a um mundo paralelo ao nosso, o mundo de Aaa. Lá todos são o oposto. O que é mulher vira homem, e o que é homem vira mulher. Usamos o portal para conseguirmos mais reforços para a batalha. Nesse momento, minha versão masculina, Príncipe Chiclete, está ajudando vários outros seres da dimensão paralela a atravessar o portal. Marceline se encontrou com a sua versão masculina, Marshall Lee, e não gostou muito da ideia, mas concordou que seria a única forma de nos protegermos.

Eu estava tentando acompanhar o seu raciocínio, mas era muita maluquice de uma vez só! A viagem entre dimensões era completamente impossível! Mas como nada no mundo em que eu havia acordado era normal, tentei fixar a ideia como algo normal.

– Então quer dizer... Que aquele vampiro que eu encontrei no corredor... Aquele que ficou me seguindo... Era a versão masculina de outra dimensão da minha irmã? - disse, meio confusa. Jujuba não disse nada, apenas assentiu com um aceno de cabeça. - E, isso significa que existe uma versão masculina minha de outra dimensão que pode estar cruzando o portal, neste momento?

– Na verdade, já cruzou. Seu nome é Samuel. Ele esta ajudando os outros a atravessar o portal. Depois voce pode falar com ele, mas no momento, eu preciso da sua ajuda, Saphira! É muito importante!

– E o que eu tenho que fazer?

– Há um tempo em que ocorreram ataques zumbis, mas foram ataques do povo doce, com DNA doce, e com o DNA do doce dl meu povo, consegui criar uma cura. O DNA desses zumbis não é doce, é humano. Minha cura não funciona para o DNA humano. Preciso que voce me ajude, dando um pouco do seu DNA saudável, para que eu possa desenvolver uma cura para eles.

– Humm o que voce sugere? Resíduos de pele morta, unhas... O que quer?

– Pode ser saliva! Pegue um daqueles palitos ali na bancada e cuspa nele, por favor!

– Ok! - respondi. Fiquei em dúvida, s devia ou não fazer mais perguntas mas eu precisava saber. - Ahnn... Jujuba?

– Sim? - disse, distraída, pegando um cotonete de algodão doce.

– Se voce só precisava de DNA humano, por que não pegou o do Finn? Por que precisa do meu?

Ela olhou para mim e sorriu.

– Não preciso só do DNA, mas da sua ajuda. Eu entendo de doce, e voce de gente humana. Eu precisava de alguém que pudesse me ajudar com o DNA humano. E também, o seu DNA não tem mutações. O DNA do Finn, pra chegar até os dias atuais, não se parece com o de um humano de mil anos atrás. É mais resistente, por isso, é capaz de resistir a cura e ser inútil para transporta-la. O seu DNA é quase o mesmo que os daqueles zumbis, antes deles ficarem infectados. Então eu preciso mais de voce do que voce imagina!

– Fico feliz por poder ajudar então! Por onde começamos?