A História de Saphira Abadeer

O Passado de Marceline e Saphira


– ... Então voce não se lembra de nada de antes de acordar no gelo? - perguntou Marceline após escutar a minha história. Ela parecia confusa mas estava tentando entender toda a situação.

– Sim. Tenho algumas memórias mínimas, mas não revelam quase nada sobre o meu passado. E a única coisa que eu conseguia me lembrar com clareza era o nome da minha irmãzinha Marcy. Mas você não se parece com a Marcy! Quer dizer... Voce deve ter uns 20 anos!

Marceline riu. Ela devia estar se divertindo com toda a confusão. Quando conseguiu se acalmar, me olhou bos olhos e tentou falar o mais calmo possível.

– Bem, eu não tenho 20 anos. Na verdade não chega nem perto disso. Mas vamos começar com o seu passado. A Marcy com a qual você sonha, sou eu. Nós somos irmãs. - ela sorriu. Mas eu não conseguia acreditar.

Eu vira as fotos pela casa dela. Sempre uma mulher, um homem de terno e a Marcy dos meus sonhos. Se eu fosse realmente sua irmã, acho que eu deveria estar na foto com ela. Aquele homem e aquela mulher pareciam ser os pais dela. Eram bastante parecidos. Marceline devia ler pensamentos, pois sorriu e disse

– Calma, vou te explicar melhor. Quando voce era pequena, seu pai morreu em uma Guerra, Saphi. Não a Grande Guerra dos Cogumelos, mas antes disso. Aos seus seis anos, mamãe casou com um outro homem, meu pai, e me teve quando você tinha sete anos. Aos nove anos, você apresentava grande sabedoria e habilidades extremamente incríveis então foi mandada para uma universidade para poder estudar e aprimorar suas capacidades. Você quase nunca nos visitava. Quando começou a Grande Guerra, você tinha quatorze anos e eu sete. Você decidiu voltar da universidade para ficar conosco e trouxe um dos seus professores, que havia cuidado de você lá. Quando você chegou, eu já estava doente e mamãe já havia morrido. Meu pai assumiu seu lugar na Noitosfera. Decidimos que ir para a cidade buscar suprimentos e remédios, já que eu estava doente, mas enquanto estávamos em um prédio cheio de lojas escutamos um barulho de bomba explodindo no prédio. Quando a poeira da explosão abaixou, vimos que você estava caída no chão. Algo havia caído na sua cabeça e você havia desmaiado. Pensamos que seria uma boa ideia te congelar, para que quando achássemos remédios e um abrigo seguro, pudéssemos retira-lá do gelo, mas depois de um tempo, o professor ficou louco com o poder de congelar e me deixou sozinha. Pouco tempo depois descobri que eu não estava doente, e sim virando uma vampira. Acabou que como nunca mais me encontrei com o professor então não havia como a libertar. Me desculpe - disse, terminando a história.

Eu estava completamente em choque. Não conseguia acreditar. Eu não conseguia entender tudo aquilo. Mas para a minha surpresa, Marceline tinha mais a dizer.

– E tecnicamente, eu não tenho 20 anos. Sou uma vampira, portanto imortal. Digamos que tenho, mais ou menos 1003 anos e voce deve ter uns... Ann... 1011 anos de idade. Mas como você não amadureceu enquanto estava no gelo, praticamente tem quinze anos ainda. O que significa que eu sou a irmã mais velha. - ela realmente parecia estar feliz, mas eu não conseguia entender nada do que estava acontecendo. Toda essa informação estava me dando um nó na cabeça! E as memórias não voltavam! - Então Finn e Jake, o que a vossa majestade deseja de mim? - disse Marceline, de uma forma irônica.

Eu olhei para Finn e Jake e vi que Nathan estava sentado no sofá ao meu lado. Eu nao o vira entrar. Fazia quanto tempo que ele estava aqui?

– A Princesa Jujuba pede que você preste os seus serviços ao Reino dela! - disse Finn - Os zumbis logo atravessaram o deserto e chegaram ao Reino Doce e por conta do último colapso com zumbis do último mês, o Reino ainda não é capaz de se proteger.

Marceline fingiu pensar e então falou que iria ajudar e como Rainha dos Vampiros, ela iria procurar vampiros para ajudar também.

Nos retiramos da casa da minha irmã e nos preparamos para partir. Pegamos Nathan, que estava completamente apagado no sono e o colocamos sobre Jake com o Finn. Hera me perguntou o que havia de errado e eu repassei para ela mentalmente toda a conversa perturbadora com Marceline. Ela compreendeu que eu estava desesperada e cansada.

Ela podia sentir meu desespero, e com esse pensamento de que estava fazendo Hera sofrer, tentei me acalmar. Finn achou que seria uma boa ideia se pudéssemos acampar em algum lugar, já que estávamos longe demais do Reino Doce ou de sua casa na árvore. Concordei e achamos um bom lugar em um bosque próximo a casa de Marceline. Me deitei ao lado de Hera, que adormeceu rapidamente. Eu demorei a cair no sono, mas quando o fiz, sonhei com varias das minhas respostas.