Acordei exasperada e olhei em volta. Nada de demônios ou homens azuis.

Eu estava no carro e a musica não estava tocando. A noite começará a clarear e já era possível ouvir os mutantes vindo em minha direção.

Passei logo para o banco de motorista e virei a chave para ligar o carro. Nada. Tentei mais uma vez. Nada de novo. Não conseguia acreditar em como eu fora estupida ao ligar o rádio para escutar a noite. Agora a bateria havia descarregado e não tinha como ligar o carro e os mutantes estavam mais próximos agora.

Peguei minha mochila e sai do carro. Segui correndo pelo deserto desesperadamente procurando um lugar para me esconder mas não achei nada.

Parei por alguns instantes para recobrar a energia, quando vi uma sombra no chão, bem acima de mim. Olhei devagar para cima e reparei que um bicho enorme, do tamanho de um Leão estava voando acima da minha cabeça! O bicho parou na minha frente e ficou me encarando. Seu rosto parecia o de uma águia, o corpo era de um leão com grandes asas de águia e uma calda que na ponta havia uma serpente. Eu estava encantada pela sua beleza!! Nunca havia visto um animal tão incrível assim! O animal me olhou por mais alguns segundos e murmurou:

– Suba.

Eu não conseguia acreditar! Aquele animal acabara de falar "suba" para mim?

– O.. O que? - murmurei. Eu deveria estar com uma cara de perplexidade muito engraçada pois o animal começou a rir, ou emitir um som que se parecia com uma risada.

– Suba, menina, a menos que queira ser devorada por aquelas coisinhas ali. - ela inclinou sua cabeça para o lado de onde eu viera correndo e na linha do horizonte, era possível ver um amontoado enorme de mutantes vindo em nossa direção. Eu ficara tão assustada que não conseguia me mexer então o bicho pegou minha mochila com o bico de águia e me jogou em suas costas.

– Não temos o dia todo garota. - ronronou. Sua voz era muito bonita de se ouvir.

Antes que eu pudesse me segurar direito, ela levantou as patas dianteiras e deu um longo impulso com as pernas traseiras para o céu. Quando me dei conta, estava voando!

– Menina, se não se importa, tem uma dessas coisinhas pendurada no meu pé. Será que você pode usar essa sua varinha torta e coisas pontudas nas costas e tirar essa coisa de mim antes que ela me morda?

– Oh! Desculpe! - murmurei Eu não havia notado a presença do mutante em sua perna. Peguei meu arco e uma flecha e atirei. Acertei em um de seus buracos gosmentos e ele se soltou da perna do animal. Enquanto ele caia, atirei nos outros dois buracos gosmentos. Quando a coisa atingiu o chão, já estava sem vida.

– Uhuu menina! Você é uma guerreira! Gostei disso - ela disse, agora que eu reparara que ela era, de fato, fêmea. - Meu nome é Hera, sou uma Quimera. E o seu menina?

– Meu nome é Saphira, mas pode me chamar de Saphi e eu sou uma humana.

– Uau! Uma humana! Havia tempos que eu não via uma! - disse, muito animada.

Continuamos voando para o deserto, mas agora já era possível de se ver árvores e grama.

– Para onde estamos indo Hera? - perguntei, e meu estomago começara a roncar... A quanto tempo eu deveria estar sem comer?

Pensei em pegar as vitaminas e salgados que estavam na minha mochila mas quando os abri vi que já haviam apodrecido e se decomposto. Quanto tempo eu havia dormido? Meu estomago deve ter roncado alto por que Hera deu uma risadinha e falou:

– Estamos indo a um lugar onde você poderá comer a vontade, guerreira Saphi. Minha princesa vai te fazer algumas perguntas mas não precisa se preocupar, por que ela é muito boazi...