A entrada para o Reino Doce era idêntica ao do meu sonho. Eu ficara assustada ao imaginar que tipo de pessoas eu poderia encontrar lá. Será que aquele homem e a menininha viviam lá?

– Tem mais humanos aqui, Finn? - perguntei, me virando para ele, que cavalgava em um Jake gigante ao meu lado.

– Hum... Não! - ele respondeu, sorridente.

– E, tirando eu, você conhece quantos humanos? - perguntei, novamente, um pouco ansiosa pela sua resposta. Sinceramente, a resposta dele poderia ser bem assustadora.

– Hum, três humanos. Se não contarmos você e eu.

Meu Deus. Sobraram somente cinco de nós? Não era possível. Com certeza haveriam varias outras pessoas por ai. Não iria perder as esperanças tão facilmente.

– Então, a Princesa Jujuba é uma humana?

– Não, ela é de chiclete - respondeu Jake. Eu teria que levar algum tempo para me acostumar ao fato do cachorro falar.

Quando entramos no Reino Doce, parecia que estávamos no sonho de uma menininha, que sonhara com um mundo todo feito de doces. As casas, as ruas e até os cidadões eram doces. Todos ficaram me encarando e olhando como se eu fosse de outro planeta. Para mim, eles é que eram de outro planeta.

Ao chegarmos as portas do Palácio Doce, uma moça de pele rosa claro e cabelos pink que iam até o chão, de vestido rosa e uma coroa pontuda nos esperava com um sorriso no rosto. Ao me ver, ela ficou completamente em choque.

Paramos na sua frente e eu e Finn desmontamos de nossos amigos e Jake voltara ao seu tamanho normal.

– Uau Hera! Quando te mandei naquela busca por amostras no deserto você me trouxe mais do que uma amostra! - disse ela me examinando. Ela cutucada minha barriga, o que me fizera rir, pegara em meus cabelos longos e emaranhados e observara cada detalhe do meu rosto para finalmente concluir: - É 100% humana! Que incrível! Tenho tantas perguntas para lhe fazer! Venha comigo!

Ela me puxara pelo braço mas eu não conseguira me mexer. Em vez de lhe seguir, perdi o equilíbrio e cai no chão. A última coisa que me lembro, fora uma mão gentil segurando meus ombros antes que eu pudera atingir o chão.
...

Quando acordei, estava sentada em uma cama que parecia ser uma maca de hospital, mas ela era doce. Peguei um pedacinho da ponta e coloquei na boca.

– Hum... Marshmallows!

Eu escutei um barulho e tentei me levantar, mas eu ainda estava fraca. Senti duas mãos me segurando na cama para que eu ficasse deitada. Quando achei meus óculos, vi que era a Princesa Jujuba. Ela estava me encarando com uma cara de preocupação. Ela parecia muito com uma mãe.

– É melhor que fique deitada. Finn disse que não é a primeira vez que você desmaia repentinamente. - Disse a Princesa Jujuba - Vou dizer o que aconteceu: provavelmente você bateu com a cabeça em algum lugar e isso está te causando falta de estabilidade ativa dos neurônios ou seja...

– ... Ou seja, esses desmaios frequentes são frutos de um trauma sério que deixou sequelas. - completei.

Tanto a Princesa quanto eu não sabíamos como eu sabia disso mas saiu tão naturalmente da minha boca, como se eu fosse especialista no assunto.

– Mas Princesa, desde que acordei, não bati a cabeça em lugar nenhum! Não que eu me lembre, é claro.

– É isso o que me intrigou. O trauma parece ser um pouco mais antigo do que você acha. Pode ser que ele tenha sido feito antes de você ficar presa no gelo. - a Princesa me respondeu. Como ela sabia do gelo? Ah! Provavelmente Hera, Finn e Jake contaram para ela tudo o que sabiam sobre mim. - Examinei a parte externa da sua cabeça e você esta com um pequeno corte na lateral da sua cabeça, atingindo diretamente...

– ... O córtex cerebral. - completei novamente, já sabendo até onde isso iria acabar. - E você acha que esse corte possa me prejudicar muito?
– O corte não é o que me preocupa. Me diga, você se lembra de alguma coisa antes de acordar no bloco de gelo? - Perguntou.

– Não, só algumas coisas muito vagas. Quer dizer... Que eu estou com amnésia? É passageira, não é?

– Sim, nada para se preocupar. Suas memórias vão voltar aos poucos, e possa até que acelerar o processo com alguns estímulos, mas não se preocupe, logo vai se lembrar de tudo. Agora, descanse. Conversaremos quando acordar.