Yukiyo bateu a porta de casa, exausto. Eram quase 23:40, quase achou que nunca mais seria capaz de sair de seu escritório.

Caminhou em direção ao banheiro, preparando para se cobrir com a água fumegante da banheira. Mergulhou a cabeça completamente na água e fechou os olhos – os cabelos precocemente brancos flutuando na frente do rosto suavemente enquanto relembrava os acontecimentos do dia.

No começo da manhã algumas crianças foram se aventurar pelas florestas dentro da vila e depois não foram mais vistas. Uma agitação se espalhou pelo Clã e Yuuto e ele receberam 4 mães chorosas e seus maridos no escritório. Yukiyo imediatamente ativou as forças do Clã, e espalhou grupos floresta a dentro a procura das crianças que tinham menos de 10 anos de idade. Após 5 horas sem sinal das crianças o Clã Uchiha enviou um grupo para ajudar nas buscas, tentando rastrear o chakra com ajuda do Sharingan. Yukiyo participou do grupo de buscas, começando a ficar realmente nervoso com a situação.

Depois de 9 horas de busca pelas crianças, Yukiyo realmente considerou pedir a ajuda do Hokage e alertar sobre um possível sequestro – e se fosse, seria gravíssimo. Se houvesse alguém fora ou dentro da vila com conhecimento bastante, aquelas crianças seriam um meio de usurpar o precioso chakra do Clã. E quando decidiu finalmente acionar forças superiores, um Uchiha surgiu, avisando que acharam as crianças. Yukiyo imediatamente foi ao local, à impressionantes 15 Km do limite do Clã, dentro da floresta, as crianças estavam amontoadas juntas a outra sob uma árvore enorme, com diversas frutinhas vermelhas espalhadas ao redor de si. Um dos Uchiha estendeu a frutinha para o Yukiyo e explicou que eram frutas que causavam um poderoso efeito sonífero. Contudo, se comidas em certa quantidade, produziam alucinações durante algumas horas, seguido de uma exaustão e vontade irresistível de dormir.

— Isso explicaria por que foram tão longe. Provavelmente estavam vendo ilusões de alguma natureza – Explicou. Mas a expressão tensa de Yukiyo não passou.

— De onde vieram essas frutas? Nunca as vi na vida.

— Elas são típicas dessa floresta, e crescem geralmente no verão e permanecem até meados do outono. As crianças podem ter guardado as frutas achando que seriam um bom petisco.

Uma mulher do Clã Terasu que ouvia a conversa olhou as frutas na mão do Uchiha com mais atenção.

— Eu já as vi antes, dentro do Clã.

— Explique melhor – Pediu Yukiyo.

— Tem um homem chamado Monobe, ele cultiva muitas plantas em casa, muitas medicinais, e é um shinobi conhecido das equipes médicas e pelos integrantes do Clã. Fui à casa dele há algumas semanas pegar uma encomenda de pílulas de recuperação de chakra e haviam algumas dessas frutinhas sobre um pano na mesa de trabalho dele.

O Uchiha e Yukiyo se entreolharam.

— Acho que podemos lidar com o restante do trabalho de agora em diante – Disse Yukiyo ao Uchiha – Muito obrigado pela ajuda. Estamos em dívida com vocês.

— Não se preocupem com isso – O Uchiha apertou a mão de Yukiyo – Boa sorte.

Yukiyo mandou a equipe presente levar as crianças ao hospital do Clã imediatamente, junto com uma amostra das frutas. Enviou um mensageiro à Yuuto, que estava gerenciando as coisas de dentro do Clã, e pediu para que a mulher guiasse ele e mais dois integrantes até a residência de Terasu Monobe.

Chegando lá o homem parecia surpreso, e após uma breve explicação da situação ele pareceu alarmado. Seguiu-se uma inspeção da casa do Shinobi com ajuda de uma equipe pedida por Yukiyo e foram achados exemplares da mesma frutinha, esta armazenada em local inadequado, em armários sem fechadura e de fácil acesso. Após ser severamente questionado sobre o controle de seus materiais e segurança, o shinobi aparentemente arrependido disse não ter dado intencionalmente nada a nenhuma criança. Pelo que foi dito, ele faz uma solução a partir das frutas e vende para shinobis da equipe médica ou para shinobis devidamente autorizados. Contudo, nenhuma venda foi feita recentemente.

Sem provas que o incriminasse, mas com evidentes infrações em relação a posse dos exemplares, Yukiyo trancou a licença dele por três meses e mandou uma inspeção urgente em todas as residências do Clã na manhã seguinte, atrás de alguém que estivesse com a posse irregular do material.

Desse modo, seu dia se encerrou agitadamente e tudo que ele mais queria era deitar-se e se recuperar do estresse das buscas.

Sua cabeça emergiu da água rapidamente, e Yukiyo arrumou seus cabelos para trás, arfante.

— Tenho que visitar as crianças amanhã... – Comentou, encarando a parede de frente para a banheira –... E pedir um relatório sobre como é feito o controle desse tipo de material. Isso devia estar longe o bastante de qualquer mão mal treinada e intencionada.

Sem falar que algo nessa história não está me cheirando bem – pensou consigo mesmo.

A caminho de seu quarto, Yukiyo soltou um longo bocejo, esfregando preguiçosamente o cabelo com uma toalha em uma das mãos. Parou de andar na metade do caminho ao ver uma luz fraca vinda da sala. Caminhou até a moldura da porta, observando a luz vinda da lareira a iluminar a sala e o homem grisalho sentado na poltrona.

O homem distraidamente lia um livro (que, ora vejam, não era pornográfico), sem perceber a presença do filho até que ele se sentasse ao seu lado.

— Yukiyo... – Kakashi observou o rosto jovem e cansado ao seu lado que observava as labaredas – Chegou tarde hoje.

— Nem me diga – Sorriu ele, fracamente – Hoje tive a agitação que não obtive a vida toda.

Questionado, contou resumidamente o que acontecera ao pai. Ele observou um vinco se formar entre as sobrancelhas do experiente shinobi ao chegar a parte das frutinhas e do tal do Monobe.

— Parece que você também está desconfiado com esta história – Comentou Yukiyo.

— É realmente um péssimo sinal essas coisas estarem ao acesso de crianças do Clã – Declarou – Mas o mais estranho nessa história é o fato das crianças terem sido encontradas juntas. Se tivessem tido alucinações, muito provavelmente teriam se dispersado para longe da outra.

Yukiyo se agitou.

— Não tinha pensado nesse detalhe – Falou em voz baixa.

— Investigue isso bem, pelo menos até sumirem todas as dúvidas e suspeitos – Alertou Kakashi, fazendo uma pausa. Seus olhos se perderam brevemente em um canto do cômodo, pensativo – Infelizmente não poderei te ajudar com isso desta vez, Yukiyo.

— Como assim?

— Aceitei um novo trabalho com o Hokage. Ficarei ausente do Clã durante algum tempo.

Yukiyo olhou atentamente para seu pai, procurando vestígios de alguma coisa em sua expressão. Mas qualquer um que o visse diria que ele estava calmo como sempre esteve.

Mas Yukiyo sabia que não era essa realidade.

Ele mesmo ainda sofria com uma constante dor em seu íntimo, o dia todo. Principalmente dentro do escritório onde sua mãe passou vários dos seus dias. O que diria do homem que dorme no quarto que a pouco ela também ocupava?

— Não costumo questioná-lo pai, mas talvez não seja muito cedo para aceitar um trabalho? – Fez uma breve pausa - Mamãe se foi há menos de dois meses.

Kakashi olhou para seu filho, vendo seus olhos escuros brilhantes e testa contraída.

— O destino de sua mãe estava traçado há muito tempo, Yuki – Comentou, delicadamente – Nós dois nos preparamos para o dia que isso aconteceria com bastante antecedência, e eu prometi a ela que não pararia por isso.

O coração do jovem interrompeu uma batida, fazendo-o tencionar o corpo. Então a grande mão de Kakashi tocou e acariciou a cabeleira idêntica à sua própria com um sorriso.

— Não precisamos ter medo de seguir em frente, ok?

Os cabelos de Yukiyo cobriram seus olhos de leve e ele assentiu.

Yoshi – Kakashi retirou sua mão, erguendo-se da poltrona – Agora precisamos dormir. Está bastante tarde.

***

As duas equipes de quatro membros estavam reunidas ao redor de uma fogueira recém-montada na neve, fora da trilha. A missão fora encomendada pelo líder de uma vila média, onde um grupo de ex-shinobis saqueava, matava e sequestrava pessoas recorrentemente - principalmente mulheres. A maior suspeita era um possível comércio dessas moças para prostituição, e até onde sabiam, era a terceira vila que eles dominavam.

Kentaro, um dos amigos mais próximos de Risa e único do Clã Terasu além dela, observava a leve agitação nos movimentos de sua líder. Era um jovem alto e esguio, com os cabelos escuros peculiares do Clã numa enorme trança que ia até o cóccix, e os olhos que variam do cinza escuro para o cinza claro. Eram amigos de infância e treinavam juntos desde que se formaram na Academia, então Kentaro podia dizer conhecer Risa melhor que todos, talvez exceto por seu pai e irmão.

— Alguma coisa te incomoda, Risa-chan?

A jovem ergueu uma sobrancelha para ele diante do “chan”.

— Entendo que você é dois anos mais velho, igual ao Yuki, mas isso vai destroçar minha moral com a equipe.

Ele sorriu, juntando as duas mãos como quem pede desculpas. Risa apenas sorriu junto, esfregando suas mãos enluvadas em torno da lata quente de sopa.

— Estou pensando no tipo de visão que teremos quando desvendarmos o trabalho destes… - Ela se negava a chamá-los de shinobis -.... bandidos. O país do fogo não enfrenta guerra ou recessão, então por que vender pessoas?

— Há pessoas que encontram satisfação em subjugar, em ter poder mesmo que por vias tortas como essa. Se houvesse guerra, a diferença seria que elas não se esforçariam tanto em esconder suas ações.

Risa balançou levemente a cabeça.

— De qualquer forma, o que mais devemos nos preocupar é com a experiência desses homens. São ex-shinobis, então devem estar cientes da maioria de nossas técnicas e táticas - Os olhos de Risa pousaram em Kazuto, sentado na direção oposta a ela, com os compridos cabelos negros presos numa liga atrás da nuca - O que acha, Uchiha Kazuto-san?

O olhar afiado do Uchiha pousou sobre ela, brilhando com o reflexo das labaredas. Os homens e mulheres na fogueira calaram-se um pouco, atentos à conversa.

— A que se refere?

— Aos nossos oponentes - Afirmou, a voz no tom cordial costumeiro - Estes com certeza conhecerão nossos métodos. E pelo que nos foi dito, eles tem controle sobre quase todos na vila, o que reduz nossos aliados consideravelmente.

Kazuto não pareceu se alterar, respondendo sucinto:

— Nossa melhor chance é seguir o plano original.

— “Disfarce, infiltração e ataque” parece o melhor, sim - Concordou - Mas duvido que será tão simples. Precisamos evitar que sejamos óbvios demais. Precisamos de distrações.

Kazuto colocou sua lata de lado, olhando mais atentamente.

— Explique.

— Sugiro que duas de nossas mulheres sigam para a cidade ao invés de todos. Metade do restante permanece fora dos limites da vila, coordenando nossos passos e informando as mudanças. E os outros disfarçam-se separadamente, procurando pistas e brechas junto dos aldeões.

— Duas mulheres sozinhas numa vila que está dominada por bandidos pode ser óbvio demais - Disse uma das duas mulheres presentes além de Risa, Erina.

— Então o que mais sugerem?

Kentaro limpou a garganta, sugerindo:

— Talvez todos nós devêssemos nos vestir de homens, inclusive as mulheres. E os que forem disfarçados, podem agir em pares.

Sorri para Ken, feliz como aquele plano soava.

— Parece uma boa ideia.

Kazuto voltou a pegar sua lata de sopa.

O plano estava decidido.

Para o dia seguinte, decidiram os pares: Nana (uma ruiva da equipe de Risa, muito boa em Ninjutsu Doton) e Kentaro, Erina e Hideki (da equipe Uchiha, bom em Taijutsu). Risa e Kazuto coordenariam suas duplas e auxiliariam na parte tática junto do restante dos membros.

Reiji e Makoto eram os dois homens que acompanhavam os líderes, posicionados isoladamente nos quatro cantos da bússola perto dos limites da vila. Risa estava a Norte, equipada assim como os outros com um rádio comunicador na orelha e binóculos, camuflada em galhos de árvore altos o suficiente para uma bela visão da vila coberta de neve.

O rádio tocou com um chiado. Risa clicou o pequeno botão atrás da orelha.

— Folhas Azuis posicionadas no pátio, câmbio - Comunicou Reiji, da equipe de Risa.

— Entendido, câmbio - Risa respondeu, aproximando com o binóculo em direção às diversas janelas da vila. O movimento nas ruas era quase zero - Folhas azuis, se abriguem fora do pátio, evitem chamar atenção.

— Entendido, câmbio — Responde a equipe.

A manta escura de Kazuto cobrindo quase todo seu corpo começava a tremular ainda mais com os ventos seguindo em direção a Leste. Estava com os binóculos no rosto, silencioso.

— Folhas Vermelhas, informe posição

— Folhas Vermelhas estão em uma hospedaria, não podem se comunicar agora, câmbio - Informa Makoto.

O plano era que as duplas se abrigassem e arranjassem qualquer forma para obterem confiança e informação. Provavelmente bolariam alguma profissão ou arranjariam emprego. Assim os dias se passaram e as duplas começavam a se mesclar a vida silenciosa e cheia de medo da vila. As informações que obtiveram nos três primeiros dias foram que os ex-shinobis estavam espalhados nos bares, hospedarias e em uma boate em específico onde haviam muitas meninas fazendo seu trabalho. Estavam na vila há pouco mais de 4 meses, e consolidaram grande autoridade sobre os aldeões e sobre o próprio chefe da vila.

Eram parte reféns, parte cúmplices.

E pensar que haviam pessoas daquela vila que eram coniventes com as ações daqueles homens só agitava algo no âmago de Risa. E quando estavam completando uma semana, Risa resolveu que era hora de ver Kazuto.

Era madrugada e a neve caia espessamente aquela vez. Risa se juntou a pequena fogueira acesa do líder Uchiha observando ele remexer a lenha, tendo cuidado para não fazê-la grande demais. Quando terminou, bateu as palmas uma na outra e sentou perto de Risa.

— Então… O que gostaria de falar comigo? - Perguntou.

As mãos da garota se apertaram de leve.

— Conseguimos as informações que restavam para saber onde eles agem, quem eles são - Começou - Sabemos principalmente que eles não serão nossos únicos oponentes nessa vila. Creio que a única maneira de terminarmos essa dominação é tendo acesso ao núcleo deles - Risa olhou diretamente nos olhos dele, percebendo seu cenho meio franzido - Precisamos que alguém se junte a eles.

O Uchiha arrumou sua postura, mantendo o olhar entre os dois.

— Não acho que seja o momento para isso. Sabemos sobre eles, mas precisamos de mais informações para evitar perdas desnecessárias - Uchiha uniu os lábios, pensando um momento antes de falar - O plano original é esperar o momento onde eles estejam mais agregados, encurralar e prender o líder. É rápido, eficiente, desmorona toda a hierarquia que eles construíram. Mas precisamos de mais tempo até esse momento.

Risa assentiu.

— Eu conheço o plano, concordo com ele. Mas tenho uma ideia que pode adiantar as coisas...

— Eu acho que entendi sua ideia - Uchiha interrompeu - Quer mandar um dos nossos para a toca do urso, vestido de coelho. Causar uma comoção e atacar.

— Resumidamente. - Concordou - Mas antes que interprete mal, não planejo mandar alguém de nossa equipe desnecessariamente - Risa segurou a respiração - Eu bolei o plano, sou mulher e responsável pela minha equipe. Eu vou.

A expressão do Uchiha não se modificou, ele apenas virou o rosto em direção a fogueira.

— É arriscado - Disse - Muitas coisas podem dar errado. Só para começar, ninguém nunca viu você antes, desconfiariam na hora.

— Eles saem da vila algumas vezes na semana para saquear - Começou Risa - Eu posso alugar uma carroça, encher com alguns sacos de comida e outras coisas, passar perto da vila como uma camponesa que quer apenas vender alguns produtos, ou talvez uma mulher fugindo de casa - Uchiha voltou a olhá-la, mas ela continuou antes que fosse interrompida - Vou ser levada por eles e provavelmente passsarei numa espécie de triagem. Com certeza verei o líder deles. Então vocês estarão apostos e, quando for a hora, eu ataco eles.

Um silêncio estranho começou a se formar. Risa havia terminado, mas o Uchiha permanecia calado, encarando-a. Com apenas o som da nevasca e o crepitar da fogueira, Risa começou a ficar agitada.

O que ele está pensando? Por acaso… Ele está pensando que sou uma idiota?

— Você é idiota? - Perguntou ele. Toda a expressão de Risa cresceu em espanto, sem crer que seus pensamentos haviam acabado de ser confirmados, da mesma maneira rude.

— O que?!

— Esse seu plano é completamente idiota e desnecessário. - Completou, impassível - Quer abrir mão de um planejamento que está funcionando por uma ideia apressada que põe a líder de uma das equipes em risco desnecessário? - Ele estalou a língua, como se lidasse com uma criança irritante - Você acha que eu vou assumir seu grupo e sua responsabilidade se por acaso tudo der errado?

Uma veia na testa de Risa começou a se contrair.

— Ideia apressada? Faz uma semana que estamos na cola desses homens, tomando todos os cuidados, juntando todas as informações. Neste meio tempo doze garotas foram retiradas a força de suas casas ou sequestradas fora da vila para se prostituírem. Algumas delas eram muito mais novas que eu mesma! - Exclamou, consternada a com o descaso do Uchiha - Medidas urgentes são necessárias em casos tão violentos como este. Eles não são bandidos normais. São monstros.

— Por essa razão não podemos entregar uma das nossas membros, muito menos você, numa empreitada tão arriscada como essa. Você é indispensável. É capaz que sua equipe enfraqueça se acontecer algo. E lidar com algo assim seria uma enorme distração para mim e para a missão inteira.

— A equipe não precisará ficar sem líder - Risa, respirou uns instantes, recuperando a paciência - E Kentaro é meu braço direito, ele é mais experiente que eu e saberia se virar.

— Mesmo assim…

— Kazuto-san - Ele se calou, Risa voltara a cordialidade de sempre - O chefe dessa vila se arriscou para que viéssemos protegê-la, e Naruto-sama nos escolheu por que somos shinobis capazes. Não pense que estou agindo desesperadamente, conheço meus limites e, principalmente, sei com quem estamos lidando. - Risa tocou o ombro do outro líder, cuja expressão se alarmou levemente - Quero contar com seu apoio para dar fim a essa submissão. Se eu tiver vocês ao meu lado, tenho certeza que conseguiremos. Confie em mim.

Uchiha suspirou, retirando a mão dela de seu ombro.

— É difícil acreditar no que você fala depois de cair num truque tão barato. - A nuca de Risa pinicou no momento que ele trouxe isso à tona, trazendo junto um pouco de vergonha.

O Uchiha a ignorou, pegou alguns galhos no canto do pequeno acampamento e jogou nas labaredas. O brilho laranja dançava pelo rosto dele velozmente.

— Eu não achei que você pretendia me desacordar no meio da luta.

— Não devia criar expectativas falsas sobre seus oponentes, tem que ser mais esperta que isso. - As mãos de Risa se contraíram. Parecia que ela estava levando uma bronca de um mentor mais experiente - Contudo, acredito em você.

— Isso soou contraditório.

O Uchiha esfregou as palmas das mãos, unindo-as de frente para a boca para dar uma baforada que deixou uma névoa no ar.

— Isso é uma última chance. Vamos comunicar seu plano à equipe e esperar a opinião deles. Se concordarem, faremos isso em até 3 dias. Mas se você falhar e comprometer a missão... - Ele a olhou de soslaio - Você vai estar sozinha e voltaremos para a vila sem você. Entendeu?

Risa abriu um sorriso que ia contra toda aquela situação, obrigando o Uchiha a afastar as mãos do rosto de surpresa.

Ela estendeu sua mão enluvada.

— Não vou decepcioná-los.