A Guerra Dos Opostos

Perdoando e sendo perdoada


ALEX POV

Dobby tinha uma faca cravada em seu peito. Sangue escuro saia do ferimento e minha visão ficou um pouco turva, enquanto tentava ficar de pé e ir até o elfo, Harry, Luna e os outros, que estavam ao redor dele.

Não entendi o porque de minha visão ficar assim e sentir um terrível cansaço e dor. Logo, notei que algo estava preso no lado direito do meu abdômen. Quando vi, senti um terrível enjoo.

Um caco de vidro, provavelmente, do lustre que caiu por cima de mim e Bellatriz. Tirei o caco do ferimento e arquejei, ao ver o tamanho do corte. É fundo.

Lancei um olhar para a pequena roda em torno do elfo. Gui e Fleur surgiram, enquanto Rony levava Hermione para dentro da casa, no alto do morro.

Cai de joelhos, colocando a mão no corte. Como pude ser burra? Não me protegi o suficiente. Morrer por causa de um caco de vidro. Ótimo. Então, esse pensamento veio à minha mente. Morrer. Como deve ser?

Dobby estava morto nos braços de Harry, e pude notar, que ele estava derrotado pela tristeza e dor.

Senti minha visão cada vez mais turva. Peguei o caco de vidro sujo de sangue e coloquei no ferimento novamente, dessa vez, mais fundo. É loucura tentar me matar, tirar minha própria vida. Mas é melhor assim. Melhor para todos.

O vestido azul escuro começa a ficar empapado de sangue em um certo ponto do meu corpo. Ninguém parece notar que estou nessa situação.

Caio no chão novamente. E dou um meio sorriso, olhando para o céu nublado.

– Alex! - grita alguém e ouço passos até mim. Parece ser Harper.

– Oi. - murmuro, olhando para minha amiga. Minha melhor amiga, que sempre esteve ao meu lado.

– Alex...

Enfio mais fundo o caco de vidro, tentando acabar logo com isso. É ai, que Harry vêm correndo e tira minha mão do ponto ferido.

– Pare com isso! - exclama ele, com autoridade e joga o caco de vidro longe.

– Não... - murmuro, tentando impedir que ele me salve mais uma vez. Mas ele não me deixa morrer.

Harry me coloca em seus braços e minha visão fica cada vez mais turva. Max grita alguma coisa, e pelo seu tom de voz, ele parece surpreso.

Observo que Astoria não aparatou conosco. Mas fico feliz ao ver minha mãe e meu pai. Eles estão bem.

Os braços de Harry são fortes e me sinto quente (de muitas formas) enquanto estou neles.

– ALEX! - grita alguém e reconheço a voz, quase que imediatamente.
Infelizmente, nessa hora, meus olhos pesam. A última coisa que lembro, é ter visto o rosto daquele idiota, babaca e sem noção, que pode ser conhecido como irmão se vocês preferirem.

(...)

Abri meus olhos, sentindo uma brisa suave sob minha pele. Alguém acaricia meus cabelos e vejo que é minha mãe.

– Que bom que acordou, filha. - diz a sra.Russo, com os olhos marejados.

– Bom te ver também, mamãe. - digo, sorrindo e me levantando, para abraçá-la forte.

Como senti falta desse carinho de mãe. Do abraço dela. Até das broncas por eu sempre ser a filha rebelde.

Nos separamos e permaneço ajoelhada na cama. Noto que minhas roupas foram trocadas e que não uso mais o vestido escuro. Em vez disso, estou com uma calça jeans, uma camiseta azul clara. Meus cabelos estão presos em um rabo de cavalo e meu rosto continua da mesma forma que antes: com uma sombra por trás dele.

– Sei o que está passando. - diz minha mãe, passando a mão por meus cabelos escuros e dando um sorriso triste. - Mas pense bem Alex, pense no que está fazendo.

– O que quer dizer? - pergunto, encarando minha mãe.

A sra.Russo suspira.

– Quero dizer que fugir e deixar apenas uma carta aos seus amigos, não foi uma coisa muito boa de se fazer. - diz a sra.Russo, com doçura. - Seus amigos me contaram o que você fez.

Suspiro tristonha. Eu me culpo por ter feito isso, mas eu não tinha escolha, tinha?

– Era isso, ou correr o risco de perder mais um da turma, mãe. - digo, balançando a cabeça. - Você tinha que ver o que o Justin fez e...

– Eu sei o que o seu irmão fez. - diz a sra.Russo, calmamente.

A encaro.

– Sabe?

– Sei. - responde ela, dando um pequeno sorriso. - Porque ele mesmo me contou.

Minha cabeça vai à mil. Ele mesmo contou para ela? Então...

– Ele está aqui? - pergunto, ansiosa. - Mãe, o Justin voltou?

Minha mãe sorriu. Logo, ela assentiu e eu apenas retribui o sorriso, sem saber o que fazer muito bem.

– Vá falar com seu irmão. E depois, vá falar com Harry. - disse a sra.Russo, com um sorriso.

– Mas...Mãe eu...

– Alex, você tem a chance de destruir o mundo. Mas e daí? Querida, preste atenção. Se você for mesmo ser uma Conjuradora das Trevas e colocar fim à todo o esforço que seus amigos estão tendo, faça isso ao lado deles. Será menos doloroso. Viva cada dia que lhe resta. - disse a sra.Russo, segurando minhas mãos, entre as suas. - Eu tenho orgulho de você Alex. Por isso, não me decepcione. Faça o que seu coração manda, não o que é certo.

A encaro. Eu precisava mesmo de um conselho desses, de uma palavra dela.

– Obrigada, mãe. - digo, a abraçando novamente. - E me desculpe por sempre ter sido irresponsável e ter dado tanta dor de cabeça para você e para o papai.

– Alex, tudo o que você fez, eu já fiz pior. - disse ela, com lágrimas descendo por seu rosto.

Sorri para ela, pensando no que acabou de dizer. Decido seguir seus conselhos. Pelo menos dessa vez.

(...)

Encontrei Justin, perto da praia, do Chalé das Conchas. É incrível como, ele continua da mesma forma.

– Ah, oi. - diz ele, timidamente, ao me ver.

Dei um sorriso e o abracei. Ele parece surpreso com isso, mas retribui o abraço.

– Como você pôde ter aprontado daquele jeito? - pergunto, socando seus braços quando nos separamos. - Não sabe o que tenho passado.

– Alex, eu sei exatamente o que está acontecendo com você. - disse Justin, preocupado. - Sua conjuração...Tudo. Desde que eu sai de lá, comecei a me arrepender pelo que fiz. Embora, eu tinha muita raiva de você por algum motivo que não entendo, comecei a pesquisar e procurar informações sobre o que você fazia. Eu te segui em alguns lugares. Soube que você e Astoria estavam juntas depois que você fugiu e me senti menos preocupado. Eu sabia que você estava na rua, roubando coisas e comentendo crimes. - Justin deu ênfase, me repreendendo. - Os trouxas não paravam de falar em você.

– Onde você esteve? - pergunto.

– Muitos lugares. - respondeu ele. - Los Angeles, Nova York, Flórida, até dei uma passada lá em casa.

Assenti.

– E o que pretende fazer agora? - perguntei.

– Por enquanto, vou ficar com os meus amigos e irmãos queridos. - disse Justin, passando um dos seus braços por meus ombros. - Depois, vejo no que tudo vai dar. Pelo que sei, Harry já está agindo novamente.

– Por falar nisso, vou falar com ele agora. - comento. - Tenho que acertar as coisas com meus amigos.

– Ok. - diz ele e começo a caminhar. - Alex!

Me viro. Justin dá um meio sorriso.

– Você me perdoa pelo que fiz?

– Já te perdoei à muito tempo. - respondo, sorrindo.

Justin sorri também e volta a fitar o mar. Eu continuo meu caminho, até a casa de Gui e Fleur.

(...)

Bati na porta do quarto. Harry abriu a porta e pareceu surpreso ao me ver.

– Ah, e ai? Está melhor? - pergunta ele, levando a mão à nuca.

– Sim. Posso falar com você? - pergunto.

– Ah, claro. - Harry dá passagem e eu entro em seu quarto.

Vejo que tudo está organizado. Sua mochila está largada ao lado da cama, que está arrumada. Pelo jeito, não é aqui que ele está planejando algo novo.

Harry senta em sua cama e eu sento ao seu lado. Suspiro e começo a falar, sem nenhum restício de medo e sim, pura certeza do que falo e determinação.

– Desculpe por ter fugido naquele dia. Por eu ter feito aquilo. Mas imagino que saiba o motivo. - digo, e Harry me encara.

– É claro que sei. - afirma Harry, calmamente. - Mas isso não explica...

– Não explica? - pergunto, encarando-o.

Harry respira fundo.

– Não explica o porque de você nem se despedir de mim. - completou Harry.

– Você nunca ia permitir que eu fosse. - digo, indignada.

– Mas você poderia ter tentado. - disse Harry, com um meio sorriso.

Suspirei.

– Então, me desculpa ou não? - pergunto, impaciente.

Harry deu um sorriso.

– Apenas se você me desculpar também. - disse Harry.

Faço uma expressão confusa.

– Pelo que? - pergunto.

– Por eu ter sido idiota, e não continuar com nosso namoro. - responde Harry, encarando-me nos olhos.

Por impulso ou, não sei outro motivo, o puxo pela nuca para um beijo ardente. Nossos lábios se unem e dançam perfeitamente. Harry desliza uma de suas mãos para se unir à minha, que está pousada na cama, enquanto a outra, bagunça ainda mais os cabelos rebeldes de Harry.

Continuamos assim por minutos, ou talvez horas. Não sei muito bem. Só sei que ao nos separarmos, Harry sussurrou para mim.

– Eu te amo, Alex Russo. E quero que fique comigo pelo restante da vida.

Sinto meus olhos ficando marejados. Harry me encara assustado.

– Eu disse algo errado?

– Não. - respondo, sorrindo. - Claro que não.

– Então por que está chorando? - pergunta Harry, entre curioso e preocupado.

– Tenho medo de me tornar sua inimiga. De você me odiar. - respondo, deixando as lágrimas caírem totalmente, molhando meu rosto.

– Alex, eu nunca vou ter ódio de você. - Harry seca minhas lágrimas com uma de suas mãos. - Nunca. Sei o que está passando. Mas nunca, nunca vou ter ódio de você. Eu te amo.

– Verdade? - pergunto.

Harry sorri.

– Alguma vez eu já menti para você? - pergunta ele.

– Hmmm... - me finjo pensativa. - Quer mesmo que eu responda?

– Muito engraçado. - ironiza Harry, se aproximando mais. - Muito engraçado mesmo.

Ele sela nossos lábios em mais um beijo doce e cheio de paixão. Nos debruçamos sobre a cama e Harry fica por cima de mim. Continuamos com os beijos, sem notar ao certo o que fazemos.

Cruzo minhas pernas em torno da cintura de Harry e ele continua a me beijar. Sinto os seus lábios descerem por meu pescoço. Minhas mãos vão para os seus cabelos rebeldes, e dou leves puxões em alguns pontos. Harry dá um leve gemido e noto que as caricias que faço, são boas.

Harry desce suas mãos por minha cintura. Faço o mesmo com as minhas e deslizo-as por debaixo da camisa dele, sentindo seu coração acelerado e os movimentos do seu peito, ao respirar.

Harry sobe seus beijos por meu pescoço e chega à minha orelha. Ele dá leves mordiscadas no ponto e dou uma risada, ainda segurando-o com minhas pernas cruzadas e com meus braços em volta do seu pescoço, puxando-o para mais perto. Nossos corpos se unem mais uma vez.

Então, nesse instante, alguém bate à porta.

– Harry? Venha jantar, querido. - chama a sra.Russo.

– Já vou! - responde Harry, lançando um olhar à porta e depois, me encarando. - Vamos ter que parar aqui.

– Continuamos depois. - murmuro, sensualmente e rio do que acabo de dizer.

Harry ri também e me dá mais um beijo. Descruzo minhas pernas e Harry arruma sua camisa. Me levanto e sento na cama novamente. Arrumo meus cabelos e minha blusa.

Respiro profundamente e Harry faz o mesmo. Quando estamos normais novamente, saimos do quarto, de mãos dadas.