A Guerra Dos Opostos

Mais um plano maluco...


ALEX POV

O plano é incrivelmente louco, que pode dar errado em milhares de pontos...Mas eu aceitei mesmo assim.

Desde que Harry e eu "conversamos", resolvi ficar com os meus amigos, novamente. Ou seja, voltei para a missão.

O plano, como eu ia dizendo, foi planejado por todo mundo, inclusive meus pais, que resolveram dar uma ajudinha para nós.

Ninguém sabia de nada. Apenas meus pais tinham idéia do que acontecia. Fleur e Gui, desconfiavam. Gui, inclusive, deu um toque ao Harry sobre duendes, explicando que estes, eram muito trapaceiros.

- É evidente. - disse Justin, analisando as anotações e os frascos com a poção Polissuco. - Os duendes sempre foram criaturas ambiciosas e que lutam pelos seus direitos. Ou pelo menos, acham que os direitos deles são corretos. Eles odeiam os bruxos, por isso, são trapaceiros em relação à eles.

Hoje é o grande dia. O dia de colocarmos o plano em prática. Hermione vai se disfarçar de Bellatriz Lestrange e entraremos no banco Gringotes, onde iremos ao cofre dos Lestrange, "pegarmos emprestado" a horcrux que, provavelmente, está escondida ali.

Justin, Max e Gina, vão se esconder embaixo da Capa da Invisibilidade do Harry. Rony e Harper, vão disfarçados de Comensais da Morte (Rony búlgaro e Harper francesa), com Hermione, como Bellatriz. Eu, vou ser a "Garota traidora", que se uniu à Bellatriz Lestrange e que, estava sendo treinada pela mesma.

Afinal, o que pode dar errado? Temos a ajuda do duende que salvamos da Mansão dos Malfoy. O Campo ou Gampo. Não consigo decorar o nome dele, mas sei que tem algo a ver com cabelos...Ah, sim. É o Grampo.

Irritante que só. A idéia de matar pessoas, torturar bruxos e etc, o deixa tão feliz, que fico pensando se Morgana já não o transformou em um Conjurador das Trevas e talvez isso explique sua maldade.

Terminei de arrumar meus cabelos e nem precisei passar maquiagem. As sombras sempre fazem isso por mim e praticamente, já me acostumei com isso.

Me olhei no espelho. Uma garota de pele morena, cabelos escuros e encaracolados perfeitamente. Um vestido negro de manga longa (que minha mãe fez, com grande carinho, durante esses dois meses). Por fim, uma sombra incrivelmente escura em volta dos meus olhos negros.

Falta um dia, exatamente um dia, para minha reivindicação. O medo me assola completamente e cada vez mais, o pensamento de uma possível fuga ou suícidio, vêm à minha cabeça. Por que não? Por que participar dessa guerra? Por que? Posso evitar a derrota dos meus amigos, acabando com tudo isso de uma vez.

Mas logo que penso em fazer uma besteira, vêm o "quê" que sempre faz com que eu pare e pense. Os meus amigos, os meus pais.
Mesmo morta, jamais iria me perdoar pelo que acontecesse com o ato de suícidio, de tirar minha própria vida. Meus amigos jamais me perdoariam e provavelmente, sentiriam minha falta.

Alguém abre a porta lentamente e vejo que é Harry.

- Está terrivelmente bonita. - brinca ele, me abraçando por trás.

- Obrigada, sr.Líder de Missão. - brinco, dando um sorriso.

- Tomara que tudo dê certo. - diz Harry, pensativo.

Me viro para Harry e dou um sorriso carinhoso, enquanto deslizo minhas mãos por seu rosto.

- Tudo dará certo. Ou pelo menos, sairemos vivos daquele lugar. - digo, em tom de voz baixo.

Harry me abraçou forte e eu retribui o abraço. Em silêncio, conseguimos estravazar todas as nossas preocupações e ter esperança, de que algo pode dar certo. Nos separamos e eu sorri novamente para Harry.

- Quando tudo isso acabar, as coisas serão diferentes e todo o esforço que estamos fazendo, valerá a pena. - murmurei.

Harry concordou e deu uma risada.

- Você nunca foi de falar coisas assim, Alex. Será que essa reivindicação está lhe ensinando coisas boas? - brincou ele.

Dei um tapa em seu braço, rindo.

- Vamos descer antes que fiquemos atrasados. - disse, com autoridade.

Saimos do quarto e descemos as escadas, sem fazer barulho. Gui e Fleur ainda dormem, e não queremos nos despedir para que eles não saibam o que planejamos.

Encontramos os outros nos jardins. Bellatriz arrumava as coisas dentro de sua bolsinha de contas, enquanto Rony e Harper, estavam à um canto, esperando ansiosos. Bellatriz se virou para nós e pegou a Capa da Invisibilidade. Jogou por cima de Harry, Grampo, Justin, Max e Gina. Fiquei surpresa quando a capa cobriu-os perfeitamente. Então lembrei, que foi graças à um feitiço que Justin aprendeu.

Bellatriz se virou para Rony e Harper. Logo, começou a modificá-los com a sua varinha, rapidamente. Harper já não era mais loira. Tinha os cabelos castanho-claros e os olhos, continuavam azuis, embora sua pele parecesse mais rosada do que antes. Rony ficou com os cabelos escuros e uma barba rala, parecendo ter uns vinte e poucos anos ou mais.

Demos uma última olhada no Chalé das Conchas e na cova, onde Dobby foi enterrado. Então, aparatamos e mergulhamos na escuridão e no mal-estar de sempre.

(...)

Hermione conferiu se os pés dos que estavam escondidos embaixo da capa, apareciam. Felizmente, o feitiço que Justin aprendeu funcionou perfeitamente.

- Perfeito, — ela disse, balançando a capa para conferir os pés de Harry e dos outros, uma segunda vez. — Não dá para ver nada. Vamos.

Nos viramos para o Beco Diagonal. Esse lugar deve ter sido, um dia, um lugar incrível. Agora, o que vejo é o medo nos olhos dos bruxos e o sofrimento deles.

É cedo e apenas o banco deve estar aberto. Caminho com uma Bellatriz Lestrange e um Dragomir Despard (um nome bastante criativo, tenho que admitir), enquanto penso no banco Gringotes e no que faremos, um homem surge à nossa frente, impedindo nossa passagem.

- Meus filhos... - ele aponta freneticamente para Bellatriz, com a voz trêmula. - Onde eles estão?

Hermione ficou sem palavras e deu um passo para trás. O homem ergueu as mãos e avançou para Hermione, indo em direção ao seu pescoço...

BUM!

Lampejos vermelhos jogam o homem para trás, que cai no chão, incosciente. Rony está com a varinha apontada e uma expressão de raiva, misturada com surpresa no rosto.

Noto que existem cartazes de Harry, com sua foto e em baixo, a legenda INDESEJÁVEL NÚMERO UM.

Vejo que existem alguns com minha foto também e com indignação, noto que a legenda diz PERIGO PARA A POPULAÇÃO OCIDENTAL.

Minha atenção é desviada quando um homem vestido de preto, se aproxima de nós.

- Por que, Madame Lestrange?

Um bruxo alto, com cabelos longos e grisalhos no alto da cabeça e nariz pontudo. Já o vi em algum lugar, mas não lembro a onde.

Espere ai, esse não é Travers, um dos Comensais da Morte que me perseguiu na Competição da Família Russo?

Hermione se ergueu e disse com todo o desdém que ela conseguiu reunir:

- E o que você quer?

Travers parou no lugar em que estava, claramente afrontado. Sinto que essa não foi uma coisa muito boa de se dizer.

- Eu vim simplesmente lhe cumprimentar, — disse Travers calmamente, — mas se minha presença não for bem-vinda...

Eu diria que não é, mas como sou muito educada, continuo em silêncio.

- Não, não, de maneira nenhuma, Travers, — disse Hermione rapidamente, tentando consertar seu erro. — Como vai você?

- Bem, confesso que estou surpreso por ver você fora e tão bem, Bellatriz.

- Verdade? Por quê? — perguntou Hermione.

- Bem, — Travers tossiu, — eu ouvi que os habitantes da Mansão dos Malfoy estavam confinados na casa, depois do... eh... da fuga.

Realmente, esse plano tem tudo para dar errado. Se o que Travers diz é verdade, Bellatriz não deveria estar andando pelo Beco Diagonal.

- O Lorde das Trevas perdoa aqueles que o serviram mais fielmente no passado, — falou Hermione numa magnífica imitação da mais impetuosa maneira de Belatriz. — Talvez, Travers, seu crédito com ele não seja tão bom quanto o meu.

Hermione incorporou Bellatriz perfeitamente, tenho que admitir. Apesar do Comensal ter parecido ofendido também pareceu menos desconfiado. Ele fitou o homem que Rony havia acabado de atordoar.

- Como "isso" ofendeu você?

- Isso não importa, ele não fará novamente, — disse Hermione calmamente.

- Alguns desses sem varinha podem ser preocupantes, — disse Travers. - Enquanto eles não fazem nada a não ser pedir, não tenho nenhuma oposição; mas um deles de fato me pediu para defender o seu caso no Ministério semana passada. “Eu sou uma bruxa, senhor, eu sou uma bruxa, deixe-me provar isso a você!” — ele disse em uma imitação estridente. — Como se eu fosse dar a ela minha varinha... mas a varinha de quem, — disse Travers curiosamente, - você está usando agora, Bellatriz? Eu ouvi dizer que a sua foi...

- Eu estou com a minha varinha aqui — disse Hermione friamente, erguendo a varinha de Bellatriz. — Eu não sei quais rumores você andou ouvindo, Travers, mas você parece bastante mal informado.

Travers parece um pouco abatido com isso, então se virou para mim. Ao me encarar, parecia ter me visto pela primeira vez.

- Alexandra Russo? Bellatriz, o que ela faz com você? - pergunta Travers, com puro nojo em sua voz.

Hermione parece refletir sobre o que dizer, mas eu tomo a atitude.

- Travers, é uma honra vê-lo novamente. - digo, em tom de deboche e pura ironia. - Sabe, Bellatriz tem razão. Você anda muito mal informado.

- O que quer dizer? - pergunta Travers, em tom irritado, dando um passo à frente.

Continuo no mesmo lugar, tentando emanar maldade.

- Creio que saiba da minha reivindicação que pode afetar à todos. - digo, com um sorriso sarcástico.

- Claro que sei. - diz Travers, indignado.

- Depois que sai da Mansão dos Malfoy, sofri um acidente e enquanto estive me recuperando, pensei "por que participar de uma guerra como essa?". Não vale à pena.

- Então, por que está com Bellatriz? - pergunta Travers.

Sorri, com puro deboche.

- Porque ela se ofereceu para me ensinar alguns truques de duelo. - digo, convincentemente. - Já que, o Lord das Trevas, tem medo do que posso fazer futuramente. Se eu me aliar à ele, o Potter e seus amigos serão destruídos, certo?

Travers sorriu.

- Claro. E o Lord das Trevas vai ficar muito feliz com isso. - diz ele.

- Então, é isso o que quero. - digo, calmamente e, como uma ótima atriz que sou, dou um longo suspiro. - Quero ficar livre da reivindicação de amanhã.

Travers pareceu menos desconfiado. Logo, ele se dirigiu à Bellatriz novamente.

- Quem é seu amigo? Não o reconheço.

- Este é Dragomir Despard, — diz Hermione. — Ele fala muito pouco inglês, mas ele está na simpatia com os objetivos do Lorde das Trevas. Ele veio da Transilvânia para ver nosso novo regime.

- Não me diga! Como vai Dragomir?

- E você? — diz Rony, erguendo a mão.

Travers estendeu dois dedos e apertou a mão de Rony como se estivesse com medo de se sujar.

- Então, o que traz você, a garota e... eh... seu simpático amigo ao Beco Diagonal tão cedo? — perguntou Travers.

- Eu preciso ir ao Gringotes, — diz Hermione.

- Ah, eu também! — diz Travers. — Ouro, imundo ouro. Não podemos viver sem ele, eu confesso que lamento a necessidade de harmonizar com nossos amigos de dedos longos.

Tenho certeza que Grampo não gostou nada disso. Coitado do Harry, que está carregando o duende.

- Vamos? — diz Travers, gesticulando para que Hermione passasse.

Encarei Hermione e Rony. Entendi rapidamente que não temos escolha. Resolvemos seguir com o Comensal da Morte, pela rua do Beco Diagonal, vendo ao longe, o banco Gringotes, coberto de neve.