Fui para casa, já que teria que acordar cedo e ainda tinha que arrumar minhas malas. Eu não pretendia ficar toda a turnê com eles, só aceitei ir na verdade porque tenho um mês pra fazer Tom se apaixonar por mim. E como ele vai ficar fora por meses, isso seria impossível.

Cheguei em casa e fui no quarto de meu pai, que já estava deitado e no canto de seu quarto estava uma dez malas.

-só vai levar isso de mala pai?

-eu não sou igual á você e o Bill filha.

Sorri e me sentei na ponta da cama.

-porque quer que eu vá com vocês?

-vai ser bom pra você amor.

Ele disse doce, fazendo carinho na minha cabeça. Comecei a rir e me levantei.

-acha que me engana velho?

Ele riu e se sentou na cama me olhando.

-tudo bem por parte é por causa da ultima vez que te deixei sozinha em casa.

Me lembrei daqueles três meses sozinha em casa. Na turnê Zimmer 483 tinha apenas 18 anos. E a bagunça que fiz em casa traumatizou meu pai. Dei festas, bebi, fumei e fiz tudo que uma adolescente tem direito de fazer quando está sozinha em casa.

-há tudo bem, mas não vou ficar a turnê inteira né?

-você que sabe.

-posso ir viajar?

-você não vai pra faculdade filha?

-faculdade pai? Eu não.

-e pretende fazer o que?

-ainda não sei.

-esculto essa resposta desde que saiu da escola amor.

Revirei os olhos e fui saindo do quarto antes que começasse toda aquela conversa que eu já sabia de cor.

-boa noite velho.

Ele não respondeu, sai de seu quarto e fui para o meu. Não estava com sono então liguei o meu Ipod no alto falante e comecei a escutar Slipknot enquanto arrumava minhas malas. Como pretendia passar só um mês com eles levei pouca coisa. No total dez malas. É pouco. Bill leva quase quarenta malas.

Coloquei um pijama e não deitei, peguei o ipod e pluguei os fones os colocando no ouvido. Desci para a cozinha. Fiz um lanche e peguei uma garrafa de coca. Sim eu sou viciada. O culpado disso? Bill, Tom, Georg e Gustav. Eles são viciados e me viciaram.

Sentei na cadeira de frente pra enorme varanda que estava aberta e batia um vento maravilhoso. Fiquei ali olhando o céu. Quando percebi já eram quase duas da manhã. Me levantei, passando pela porta da cozinha e jogando o prato na pia que era um pouco longe. Ele bateu na quina da pia e quebrou.

-droga esqueci que ele era de vidro.

Sai correndo pra pia e recolhi os cacos em poucos minutos. Joguei tudo no lixo e subi correndo pro quarto. Me joguei na cama sem me cobrir estava com calor. Adormeci rapidamente e infelizmente sonhei com Tom Kaulitz. Quando acordei fui direto pro banho gelado.

-tinha que sonhar com o Tom infeliz? Vai dar esse gostinho á ele mesmo?

Eu murmurava pra mim mesma. Sai do banho e coloquei um short jeans curto, uma camisa do System Of A Down e um tênis de cano alto. Desci as escadas, meu pai estava já na sala com um segurança dos meninos.

-Tay já esta pronta?

-sim pai.

Ele mandou o segurança ir o ajudar a descer as malas e colocaram tudo dentro de um carro. Fomos pra casa dos meninos. O combinado era: todos estarem já arrumados na sala nos esperando para irmos pro aeroporto. Mas quando chegamos lá só Bill e Gustav estavam já arrumados nos esperando na sala.

-cadê os outros dois?

Perguntou meu pai entrando na sala. Bill olhou pra nós dois e falou:

-Tom ainda tá dormindo, Georg levantou e foi correndo tomar banho.

-Taylor vá lá em cima acordar o Tom.

Disse meu pai e eu olhei com uma cara de nem que me paguem.

-vai ou não? Se não for esquece a viajem.

-aff porque eu? Manda o irmão dele ir lá.

-eu já fui e não consegui o tirar da cama.

E porque eu iria conseguir? Pensei e subi as escadas correndo, sabia qual era seu quarto, ainda correndo no corredor cheguei em frente sua porta e ao invés de bater dei um chute na mesma fazendo ela abrir e bater na parede. Ele deu um pulo da cama.

-vai logo seu jamaicano levanta o rabo da cama e vai se arrumar.

-há ninguém merece ser acordado por essa loira burra.

-falo ai alemão.

Ele cobriu a cabeça com a coberta e eu fui até. Pulei em cima de suas costas com o braço dobrado, meu cotovelo o acertou em cheio nas costas.

-eu mandei levantar jamaicano.

-pare de me chamar assim.

-ok então poser de hip-hop faz favor de levantar.

Eu sai de cima dele e ele se sentou na cama.

-puta merda que menina chata.

Ri de sua cara, mas parei na hora em que vi ele se levantando só de boxer preta.

-que foi perdeu a voz agora loira burra?

-porque jamaicano? Tu não tem nada pra me mostrar.

-há não?

-claro que não. Tem maiores e bem melhores acredite.

Ele ficou vermelho de raiva e ia se aproximar, mas eu sai correndo e ele ia vir atrás até ver Georg na porta nos olhando.

-o que tá acontecendo aqui?

Me escondi atrás de Georg e falei:

-seu amigo jamai...

-já falei pra não me chamar assim.

Ele me interrompeu e eu recomecei:

-seu amigo poser de hip-hop quer me bater.

Georg riu e olhou pra mim e Tom.

-não acho que é isso que ele quer, mas tudo bem. Tom deixa de palhaçada e vai se trocar.

Tom fez uma careta e Georg se virou, olhei pra porta do quarto dele ainda aberta e mostrei o dedo. Ele bateu a mesma com raiva e eu sorri pra Georg.

-obrigada Ge.

-você atenta que quando ele reagir você vai ver.

-to morrendo de medo.

Ri do Tom e eu e Georg descemos pra sala. Ficamos esperando o Tom terminar seu sagrado banho.

-demora mais que eu esse via...

-quieta loira burra já to aqui.

Ele desceu as escadas emburrado.

-loira burra é a mãe.

-minha mãe não é burra.

-tem razão. Eu tenho pena da tia Simone por ter um filho como você.

-há e coitado do Jost por ter uma aberração como filha.

-aberração? Vai o pinto pequeno.

Ele novamente ia se aproximar quando meu pai entrou na minha frente olhando pra nós dois.

-vamos parar de elogios por aqui? Já estamos atrasados o suficiente não acham?

-não por minha parte. Esse cara que acha que é a noiva de um casamento.

Falei virando as costas e saindo de casa, entrando no carro aonde todos iriam pro aeroporto. Me sentei e fiquei esperando todos entrarem. Gustav se sentou do meu lado e falou:

-vai ser assim a turnê inteira?

-há esse seu amigo jamaicano é tão chato.

-isso é amor.

Ele falou rindo e eu dei um tapa no seu braço e assim fomos pro aeroporto.