A Garota

Capitulo 8 - Saudade idiota


Cheguei em casa Ana já dormia , coloquei ela em seu berço dei um beijinho em sua testa e fui pro meu quarto, tomei um banho rápido sai coloquei meu pijama , deitei na cama coloquei meu celular pra carregar e deitei por cima do fio, conectei meu fone de ouvido e o coloquei na orelha, começou a tocar a minha música predileta: É isso ai - Ana Carolina e Seu Jorge.

Eu chorava tanto, mas tanto sem medo eu só queria que as minhas dores saíssem ali, que meu coração destruído se reconstrua, mas eu sabia que não era nada fácil, eu sabia que agora Eduardo partiria e eu não poderia fazer absolutamente nada, ninguém muda de decisão de uma hora pra outra... Eu fiquei até uma e quarenta da manhã sem dormi, procurando respostas para a minha vida complicada, depois de desisti adormeci.

Acordei no outro dia com o chorinho de Ana, fui até seu quarto e sua pelúcia tinha caído, ela já havia despertado, a peguei e dei um beijinho em sua testa, vi que seu galo estava um pouquinho grande fui pro banheiro, coloquei sua banheira pra encher e tirei sua roupa, voltei correndo pro banheiro tirei a banheira e levei pro meu quarto, ela me molhou toda, encharcou a minha cama de água.

– Pa... pa - ela dizia.

– Meu amor, papai se vai. - eu disse com os olhos cheios de lágrimas, ela passou a mãozinha pequenina no meu rosto.

– Pa... pa. - ela dizia e eu derramei algumas lágrimas.

Depois de ter dado banho nela, coloquei um vestidinho simples, umas presilhas de ursinho no cabelo e a prendi no carrinho, dando sua galinha pintadinha pra brincar , preparei seu leite e a campainha tocou, dei um pulo derrubei até leite na pia, dei uma ajeitada no meu cabelo fazendo um coque bem mal feito e abri a porta, era Eduardo com uma sacola enorme que pelo jeito vinha do shopping.

– Olá. - ele diz.

– Oi. - falei.

– Posso entrar?- ele pergunta.

– Sim. - falei e dei passagem.

– Onde está, Ana?- ele pergunta.

– Na cozinha, presa no carrinho. - falei e ele me acompanhou.

– Oi bebê. - ele a pegou no colo e deu muitos beijinhos nela.

– Pa...pa - ela dizia passando a mão em seu rosto.

Eu já estava com os olhos cheios de lágrimas só de ver que agora dificilmente veria Eduardo, que eu nunca mais iria vê-lo na escola e que nunca mais ele apertaria a minha campainha todo santo dia, essas horas da madrugada. Continuei a fazer o leite de Ana, já que eu estava sendo excluída mesmo sem querer, coloquei o leite dela no microondas pra esquentar e comecei a fazer café.

– Vai tomar café com a gente?- eu pergunto.

– Não obrigada, já tomei. - ele sorri e volta a brincar com Ana.

– Tudo bem. - abaixo a cabeça, o microondas apita, e eu fecho a mamadeira, agito - Você dá, ou eu dou?- perguntei e mostrei a mamadeira.

– Eu dou, pode deixar. - ele diz pegando a mamadeira da minha mão com cuidado, fez tudo que eu ensinei e começou a tratar dela. Terminei o café e coloquei à mesa, com dois copos vai que ele decide de última hora, coloco pra mim e começo a tomar e a comer bolacha em silêncio, olhar em seus olhos seria meu medo, minha perdição, ele não se ofereceu como das ultimas vezes pra tomar, ele nem quis bancar o idiota eu sentia falta disso.

– Hei. - ele disse me olhando

– Oi?- olho em seus olhos.

– Como já disse daqui duas semanas eu vou embora, posso ir dar uma volta com Ana antes de ir? - ele disse.

'' Para de falar que vai embora, você não sabe como isso dói porra"

– Tudo bem. - falei. - Quer que eu prepare as coisas dela? - eu disse.

– Não precisa, eu não vou demorar. - ele disse.

– Nem fraldas?- pergunto.

– Fraldas, sim! - ele disse sorrindo.

Levantei e fui até seu quarto, peguei a bolsa de Ana, coloquei uma troca de roupas porque sou teimosa, lenço umedecidos e umas seis fraldas, coloquei uma chupeta de reserva, o paninho que ela dormia fui até a cozinha lavei sua mamadeira e coloquei no bolso de fora.

– Aqui. - entreguei e ele pegou em minhas mãos, o encarei.

– Desculpa. - ele disse e abaixou a cabeça.

'' Desculpa nada, pode pegar em minhas mãos , quantas vezes quiser seu lindo"

– Se tudo que eu pensasse, eu falasse. - soltei sem querer.

– O que disse? - ele me olhou desconcertado.

– Não, nada! Pensei alto. - coro de vergonha.

– Ok né. - ele sorri.

– Tchau princesinha. - dou um beijinho em sua testa. - Tchau Eduardo. - eu digo.

– Pensei que ganharia um beijo. - ele falou.

– Ok. - eu disse e dei um beijo em sua bochecha.

Os levei até a porta, e quando ele saiu liguei pra Viviane que logo atendeu.



– Amiga, vem em casa?- eu disse.

– Sim, to indo, beijo. - ela diz e desliga.



Vou pro banheiro me desfaço das minhas roupas, e tomo um banho rápido, saio coloco um short branco e uma blusa regata preta escrita '' Paz '' em branco, calço meu chinelo, faço um coque no meu cabelo e quando saio do quarto a campainha toca, parecia que era combinado, vou correndo abrir e era Viviane mesmo.

– Oi amiga. - ela disse e me abraçou.

– Oi. - retribuo o abraço, com pouca empolgação. - Entra. - eu falo e ela entra, senta no sofá.

– Porque me chamou aqui? - ela diz na lata.

– O Eduardo vai, embora! - eu falei.

– Como assim embora? - ela fala e arregala os olhos.

– Pra Brasília. - eu disse com lágrimas nos olhos.

– E você não vai fazer nada?- ela diz.

– Não tem o que fazer. - eu suspiro.

– Ele vai embora por que você saiu com o professor? - ela diz.

– Não sei amiga, ele só me disse que quer achar alguém que ele ame em Brasília e que o faça me esquecer. - eu disse lembrando de tudo que ele havia dito.

– Que idiota. - ela diz e revira os olhos.

– Amiga, ta doendo! - eu disse e ela me abraçou, comecei a derramar lágrima por lágrima.

– Quando ele vai? - ela disse.

– Daqui duas semanas, foi tudo muito rápido. - eu disse.

– Quando ele te contou? - ela disse.

– Ontem, no quarto de hospital. - eu disse.

– Por isso você veio embora, chorando?- ela perguntou.

– Você me viu chorando? - eu disse.

– Sim, até a Ana viu amiga, dã. - ela disse.

– Eu não quero que ele se vá. - eu disse.

– Eu também não quero. - ela disse.

– Eu penso na Ana primeiro. - falei.

– O que ele vai fazer em relação a ela? - perguntou.

– Vai vir fim de semana sim e fim de semana não como foi pedido na justiça. - ele disse.

– Entendo... - ela diz pensativa.

– Amiga. - eu derramo mais lágrimas.

– Calma, vai passar. - ela me abraça novamente.

– Porque eu tenho que amá-lo. - perguntei.

– Não sei a gente não escolha quem amar. - ela diz.

– Deveríamos escolher, sabia? - perguntei.

– Eu sei, mas não podemos. - ela disse.

– Eu estou em um tipo de conto de fadas, onde a bruxa má manda o mocinho pra puta que pariu, pra ficar longe da mocinha, os dois sofrem e tal. - eu falei.

– E no fim, eles terminam felizes para sempre. - ela diz.

– E se no meu conto de fadas não existir, o felizes para sempre? - eu digo e abaixo a cabeça.

– Primeiro vem a dor, o sofrimento, os obstáculos, a vida sofrida depois vem a vitória, a felicidade, a paz e o felizes para sempre. - ela diz.

– E qual fase eu estou? - eu disse.

– Na fase do '' Eu me fodi'' amiga. - ela disse rindo.

– Essa fase não tem. - eu digo.

– No seu conto de fadas tem querida - ela diz rindo, ela se acomoda no sofá e eu deito em seu colo.

– Minha vida, é muito complicada. - falei mexendo na minha unha.

– Não tem a vida perfeita amiga, todos sofrem, até quem morreu por nós, se foi. - ela disse.

– E você e o Mathias, amiga? - pergunto.

– Mathias mudou muito, esta casável, obvio que iremos ficar juntos pra sempre. - ela diz toda feliz.

– Quero ser a madrinha do casamento. - digo e sorrio.

– Tá bom. - ela diz e a campainha toca.

– Quem será? - pergunto.

– Não sei. - ela diz.

– Não estou pra ninguém. - falei me afundando no sofá.

– Ok, seja lá quem for vou falar que você foi ao mercado. - ela disse.

– Ta, agora atende. - eu disse baixinho e me escondi.

– Oi James. - disse Viviane a o ver que era James na porta.

'' Caramba que injustiça, é o James, fica escondida Bia, quieta.''

– A Beatriz está? - ele pergunta.

– Ela foi ao mercado. - ela diz.

– A tudo bem, volto outra hora. - ele falou.

– Ok, tenha um ótimo dia. - falou ela.

– Obrigada, igualmente. - ele sorri e ela fecha a porta, olho sério pra ela.

– Era o James. - ela bate a mão na perna.

– Porque não me chamou? - eu disse.

– Porque você me mandou falar que você não tava, idiota - ela diz e revira os olhos e a campainha volta a tocar.

– Socorro, me esconde. - eu digo e saio correndo, entrei debaixo do sofá, meu nariz tava vermelho, minha cara inchada de tanto chorar. Ela abriu a porta.

– Oi Duda. - Viviane diz e eu saio de trás do sofá, é não tem como eu me esconder dele.

– O que estava fazendo atrás do sofá. - ele diz e arregala os olhos.

– Chorando - eu digo.

– Porque chorando? - ele diz.

– Por causa de você! - A Viviane intrometida da silva diz.

'' Viviane, eu te mato, vadia!''

– O que eu fiz agora? - ele diz.

– Não fez nada, a Viviane bebeu um pouquinho. - falei mentindo e olhei sério pra ela, que ria.

Eduardo me entregou Ana e foi embora desconfiado, eu tenho certeza que ele não acreditou mim, fiquei conversando até dar cinco horas da tarde com Viviane, assistimos até filme com Ana, depois ela foi embora, eu fiquei curtindo um pouco a Ana e logo dormimos.

Por: Eduardo

Depois que entreguei Ana para Bia, não senti firmeza em suas palavras e fui pra casa, deixando a sacola que eu tinha levado lá, eu teria que entregar a ela, mas acabei com pressa, eu não posso mais ficar ao lado dela, porque me dói saber que não irei mais tê-la, eu vou embora pra Brasília daqui duas semanas, estou infeliz, não queria ir, mas meu pai pediu pra que eu fosse não posso largá-lo na mão, sou um fraco, desisti de quem eu amo, machuquei quem eu amo, só a faço sofrer... Talvez seja boa essa mudança, assim a deixarei livre, vai que ela encontra um idiota melhor, que saiba cozinhar, limpar o bumbum da Ana... A Ana, minha filha! Sofrerei em dobro, por não poder ver todos os dias minha pequena, e não poder ver meu único amor Beatriz. Cheguei em casa tomei um banho rápido, estava disposto a dar uma festa de despedida, só Deus sabe quando voltaria pra ficar agora, acho que darei na sexta feira , porque no sábado já tenho que estar tudo arrumado pra minha viagem , já vou providenciando. Liguei pra meio mundo, e quando deram onze horas da noite deitei e adormeci.

– Sim, eu quero me casar com você, mas por favor, não me abandone mais. - ela dizia.

– Eu nunca vou te abandonar, meu amor, agora é uma promessa. - eu falei e a beijei.

– Duda?- ela me chama.

– Oi? -eu digo.

– Agora somos quatro. - ela fala e eu não entendo.

– Quatro? - eu digo pensando

Meu celular me desperta

– Foi um sonho, meu Deus. - eu digo olhando pra cima.

Batiam aproximadamente, oito horas da manhã fui pro banheiro me despi , tomei um banho demorado , lavei meu cabelo sai coloquei a primeira roupa que encontrei, arrepiei meu cabelo estava sem fome, faz dois ou três dias que eu não como nada, nem tomo água, estou jogado, estou sofrendo. Saio pra resolver as coisas sobre a festa de despedida e encontro Bia varrendo a frente do seu apartamento.

– Bom dia. - falo de longe, ela me olha.

– Bom dia. - ela fala e eu saio andando.

Pego o elevador e noto que ela me olha, queria voltar e beija-la até perder o fôlego, logo chego à portaria, pego e vou resolver minhas coisas , quando dá cinco horas da tarde tudo está arrumado , seria sexta feira mesmo, as oito da noite. Voltei pra casa, pensei em ir ver Ana, mas desisti, eu não queria ter que ver Bia.

Por: Beatriz

Duas semanas, depois...

Amanhã seria o grande dia, o dia em que me despedir do Eduardo, talvez pra sempre, hoje era a festa de despedida dele, juro que estou sem ânimo nenhum pra ir. Acordei com o choro de Ana como sempre, dessa vez ela chorava sem motivo, talvez tivesse tido um de seus pesadelos, caminhei até seu berço, ela soava peguei ela no colo.

– Bom dia princesa. - dou um beijo em sua testa.

– Ma...ma. - ela diz

– O que? - eu disse toda boba.

– Ma..ma. - ela repete.

– Que lindo você me chamando de mamãe. - meus olhos se enchem de lágrimas, ela sorri, vou com ela até o banheiro, encho sua banheira de água , volto preparo umas coisas e desligo, tiro sua roupa e começo a banha-la, ela me encharcou de água, faz duas semanas que a sacola do Eduardo está aqui em casa, eu não devolvi e nem pude abrir, porque estava escrito '' Não abra'' vai que eu abria e era uma dinamite, sim eu pensei que poderia ser, depois que troquei Ana, fui com ela pra cozinha, preparei o leite dela , e dei pra ela, minha pequena estava cada dia evoluindo mais, hoje já aprendeu a me chamar de mamãe e está aprendendo a segurar a mamadeira sozinha, James não me procurou mais, acho que achou outra, eu não vou mais à escola desde quando bati naquele projeto de puta, a campainha tocou me tirando dos meus pensamentos, abri e era Eduardo.

– Oi. - ele disse.

– Oi, entra. - falei e ele entrou.

– Eu deixei uma sacola aqui esses dias, podem me entregar, por favor?- ele diz todo amigável.

– Vou pegar. - falei.

– Onde Ana, está? - ele pergunta.

– Está mamando. - falei.

– Sozinha? -perguntou.

– Sim, está aprendendo a segurar a mamadeira sozinha. - sorri.

– Que graça. - ele diz.

– E me chamou de mamãe - falei rindo e ele sorriu, e me deixou sozinha na sala e vai pra cozinha.

Pego sua sacola em cima da estante e vou pra cozinha, ele está tirando fotos da Ana, acho que pra guardar de lembrança.

– Aqui. - entrego.

– Obrigado. - ele diz abrindo, fecho até os olhos. - É pra você, isso. - ele diz me entregando um negócio grande, vou abrindo devagar e vejo que é um quadro enorme, com a minha foto junto com ele e com a Ana, senti meus olhos se encherem de lágrimas.


– Mandei fazer, por favor, guarde. - ele disse.

– Eu vou guardar. - falei.

– Bom, tenho que ir agora, vai a noite?- ele diz.

– Não sei, acho que não. - eu digo.

– Por favor, vá. Sua presença é importante, talvez seja o último dia que nos vemos por tanto tempo. - ele diz.

– Ok, vou pensar. - falei.

Ele deu um beijo nas bochechinhas de Ana e um beijo em meu rosto , um pouco demorado e saiu, deixando-nos ali, fiquei observando o quadro, era tão lindo, parecíamos tão felizes naquela foto, preguei com dificuldade um prego na parede do corredor, e coloquei o nosso quadro enorme lá, todas as vezes que eu passasse perto, eu lembraria do grande amor da minha vida, quando deram seis horas da tarde, Viviane chegou toda trabalhada na beleza, eu vestia um pijama e chorava.

– O que está fazendo de pijama ainda, não pretende ir assim naquela festa não é? - ela diz.

– Eu não vou. - falei e sequei as lágrimas.

– Lógico que vai. - ela diz.

– Eu não quero ir, não ta vendo que eu to sofrendo. - eu disse.

– E você indo, ou não indo vai te fazer sofrer menos?- ela pergunta.

– Dane-se. - disse e me afundei no sofá.

– Não paga de menina mimada não, levanta tua bunda desse sofá, se arruma, arruma tua filha que nós vamos - ela disse grossa.

– Qual a parte do EU NÃO quero ir, você não entendeu? - eu digo.

– Para de ser chata Beatriz, anda. - ela diz.

– Nossa. -eu gritei.

– Nossa digo eu, vai logo, anda, anda eu arrumo Ana. - ela disse.

– Ta bom, inferno! - eu digo e levanto.

Vou pro banheiro, me desfaço das minhas roupas, saio coloco uma calça legging preta e uma blusa escrita '' Good Vibes'' , calço uma sapatilha, passo uma chapinha rápida no meu cabelo, um lápis preto, um corretivo pra disfarçar a minha cara de choro, quando chego na sala Ana está uma verdadeira princesinha.

– Que linda, minha princesa. - eu digo

– Ma..ma.. - ela estende os bracinhos para que eu a pegue.

Peguei-a e saímos, a casa do Eduardo estava muito barulhenta, e a porta estava aberta, entramos e ele veio nos receber no meu ouvido ele disse.

– Que bom que você, veio!- me deu um beijo no rosto e pegou Ana do meu colo, deu um beijo no rosto de Viviane e saiu com Ana em seu colo, Viviane me deixou sozinha pra ir ficar com Mathias como sempre, eu fiquei mexendo no meu celular, não havia percebido que bem à minha frente tinha um palco, onde o DJ estava colocando uma música super animada, faltava uma coisa em mim, ânimo. O barman passou e eu peguei uma caipirinha, logo ouvi uns amigos do Eduardo dizendo.

– Discurso, discurso, discurso, discurso. - eles repetiam, Eduardo apareceu do nada.

– Cuida dela? -ele me perguntou entregando Ana a mim.

– Lógico. - falei e ele subiu no palco, todo mundo começou a aplaudir, ele fez sinal com a mão para eles calarem a boca.

– Bem minha gente, hoje a minha vida aqui em São Paulo acaba, aqui eu deixo meus amigos, deixo Leila a minha mãe de sempre, deixo minha filha e deixo a garota que eu amo com todas as minhas forças, há algum tempo , quando teve aquele baile de máscaras do colégio eu dancei com a melhor parceira que eu já tive em toda a minha vida, foi automático e só paramos porque a amiga dela desmaiou graças a um lustre, mas eu sabia que seria ela desde quando dançamos, depois começamos a ficar, nós queríamos e achávamos que seria pra sempre, mas não foi, porque eu fui um fraco, eu a machuquei, eu a fiz chorar, eu a trai e não há nada pior do que um traição, é imperdoável, mas essa garota me ensinou como se divertir lavando uma louça, me ensinou como limpar a bunda da minha filha eu tinha nojo, hoje não tenho, essa garota tirou e vem tirando todas as minhas noites de sono, eu a perdi... Não é bom isso! Hoje o único assunto que tratamos é sobre nossa filha e mais nada, é como se não existíssemos nós nessa história toda, mas amanhã eu parto, e deixo com ela meu coração, eu sei que é ela, e sempre vai ser ela, eu nunca vou conseguir ser feliz, sem ela, mas eu vou sarar, eu vou tentar esquece-la, mas temos um laço que jamais se partirá o nosso grande amor, nossa filha, e hoje, essa garota está aqui e com certeza está ouvindo tudo isso que estou dizendo, mas quero falar pra todos, aqui. '' Pequena, eu te amo''.

Ele terminou de falar e eu chorava, chorava feito uma idiota, sai disfarçadamente pelo meio do povo, entreguei Ana pra Viviane que não fez questão de me acompanhar e sai correndo, fui pra um dos quartos dos quartos, por coincidência sai no dele, fechei a porta e vi suas malas todas prontas, me joguei em sua cama, ouvi a porta abrir, meu coração quase parou ao vê-lo plantado ali, me olhando com lágrimas nos olhos.

– Bia... - ele disse, veio, sentou-se a cama e me abraçou bem forte, chorou junto comigo.

– Por favor... Não vai. - eu dizia chorando em seu ombro.

– Eu tenho que ir. - ele diz.

– Pensa em mim, pensa na Ana, o quanto irá sofrer Duda, eu te amo.- eu disse soluçando, ele me olhou ficou bem próximo de mim.

– Eu volto. - ele disse, e selou nossos lábios e eu correspondi ao seu beijo magnífico, passou seus braços em volta da minha cintura e eu passei minha mão em sua nuca, nos beijávamos loucamente, como se precisássemos um do outro

– Ainda seremos felizes? - eu pergunto.

– Por toda, eternidade - ele fala.

Quando saímos do quarto já não tinha todo aquele povo animado, tinha muita gente bêbada, ele me deu um selinho.

– Amanhã eu não vou ao aeroporto ta? - eu falei.

– Por quê? - ele pergunta.

– Não quero sofrer mais do que já estou. - eu disse.

– Tudo bem. - falou ele.

– Me promete que volta. - eu falei.

– Eu prometo - ele disse e me beijou, um beijo rápido e saboroso, ele saiu porque o chamavam, quando cheguei à porta para ir embora dei de topa com Viviane.

– Ai que susto. - eu digo.

– Demorou muito. - ela disse e logo riu.

– Cadê a Ana? - pergunto.

– Na sala com Mathias. - ela disse.

– Vou pega-la, quero ir embora. - eu disse.

– Tudo bem, vou ao banheiro, vai ao aeroporto amanhã? - perguntou Viviane.

– Não. - eu falo.

– Não vai dar o último beijo? - ela disse.

– Não quero sofrer. - eu disse.

– Você já esta sofrendo. - ela disse.

– Ele vai voltar. - eu disse.

– Eu não conto tanto com isso. - ela fala.

– Para de acabar com as minhas expectativas. - eu digo.

– Depois não diga que eu não avisei. - ela sorriu.

– Idiota. - eu falo.

– Estou brincando, boba eu sei que ele volta. - ela diz.

– Vou indo, beijo. - falo dando um beijo em seu rosto.

– Tchau. - ela fala , pega rumo ao banheiro e eu vou pra sala, pego Ana, me despeço de Mathias e vou pra casa.

Chego em casa, tiro toda minha roupa e como Ana tinha dormido e estava meio frio, a coloquei no berço, fui pro banheiro, me despi fiquei lembrando de tudo que aconteceu, sai coloquei um dos meus pijamas, deitei na cama e dormi.Acordei no outro dia com uma dor no peito, hoje Eduardo partiria Ana não tinha chorado deveria estar cansada, fui até seu quarto ela dormia feito um anjo, fui pra sala e encontrei um papel debaixo da porta, era uma carta abri e ela dizia:



'' Hoje eu parto com dor no coração, estou deixando minhas duas pedras preciosas aqui, sei que te machuquei muito, mas peço perdão à você, ainda pedirei pessoalmente quando minha vergonha autorizar, você me proporcionou muitas coisas boas nessa vida, nesses meses que passamos juntos, não existe declaração, textos, fotos ou vídeos que consiga demonstrar tudo que sinto, eu sei que você não acredita u.u Por favor, cuida da Ana e cuide de você enquanto eu não puder estar ai, eu ainda volto, e volto pra te fazer a pessoa mais feliz desse mundo, eu amo você.

Ass. Eduardo Almeida Campos"



Eu chorava, eu sorria em cada palavra escrita que eu li, ele era meu quebra cabeça de trocentas peças difícil de montar, eu acreditava no amor dele, ele me fez acreditar, espero que não me decepcione.

Preparei um café da manhã pra mim enquanto Ana não acordava e já preparei o leite dela porque ela estaria faminta quando acordasse, fiquei tomando em silêncio, não me descia nada eu só chorava, que bosta, quando terminei de comer a campainha tocou, não era Eduardo dessa vez, fui abrir a porta e quando vi quem era quase cai de costas.

– Bryan? - digo arregalo os olhos.

– Oi princesinha. - ele diz.

– O que veio fazer aqui? - eu pergunto.

– Vim te fazer ser minha. - ele estava com os olhos cheios de lágrimas.

– Sai daqui! - falei.

– Vem gatinha, vem. - ele me puxou com tudo pra dentro, bateu a porta e ficou por cima de mim.

– Isso é estupro Taylor, eu vou te denunciar. - eu dizia.

– Eu não me importo. - ele disse passando a língua no meu pescoço, que nojo.

– Sai. - eu disse tentando correr, ele me puxou pelo cabelo e me jogou no chão, me fazendo bater a cabeça, tava doendo - O que eu te fiz, porque quer fazer isso comigo? - eu disse chorando.

– Você tava de caso com Eduardo sua vadia, me trocou por ele, só porque ele era rico. - ele virou a mão na minha cara, gritei e ninguém aparecia, Ana já chorava.

– Bryan me larga, por favor! - eu dizia implorando.

– Me dê um motivo! - ele disse , e eu tentei pensar rápido.

– Eu to grávida! - menti.

– Sua cachorra, vagabunda, piranha do caralho. - ele me dava tapas na cara, senti as lágrimas queimarem, até que alguém entrou correndo e o tirou de cima de mim, começou a lutar com ele meus olhos estava fechados minha mente estava procurando respostas pra aquilo, abri os olhos e era James.

– JAMESSS!!! - gritei quando Bryan atirou nele, e o Bryan saiu correndo.