A Garota

Capitulo 3 - Surpresa


01 semana depois.

Minha relação de amizade com Eduardo está cada dia melhor, brigamos e nos entendemos, posso dizer que o adoro e que ele é um ótimo amigo, nos vemos todos os dias no colégio e quando não trabalho, ele vem aqui em casa me atormentar, está semana vi Viviane duas vezes apenas na escola, deve estar acontecendo alguma coisa e não quer me contar... Respeito sua decisão, acordei com a campainha do meu apartamento tocando, minha cabeça doía um pouco e pra compensar ela tocava desesperadamente, levantei ainda sonolenta, com o cabelo armado estilo vassoura, sem ao menos escovar os dentes e por incrível que pareça sem me preocupar se era Eduardo ou não, caminhei pela sala, destranquei a porta e quando abri não tinha ninguém apenas uma criança em uma cadeirinha de carro, o bebê se mexia de um lado pro outro e comia sua mãozinha, olhei pros dois lados e não encontrei sinal de ninguém, meu coração disparou, peguei a criança ainda na cadeirinha, fechei a porta com um pouco de dificuldade apenas encostei, coloquei a cadeira em cima do sofá, era uma menininha ela era tão linda, em seu braço pequenino tinham uma pulseirinha de ouro.

– Quem será que te deixou bebê?- eu disse olhando pra ela.

Peguei a criança meio desajeitada e vi que tinha um envelope e uma outra carta, pensei se deveria abri-la, minha curiosidade foi grande quer dizer enorme e então a abri, a carta dizia.

'' Espero que tenha gostado do teu presente querida, eu sei que tudo é muito louco e que você agora deve estar me odiando por eu ter deixado essa criança em sua porta, por favor cuide dela eu estou morrendo, tenho uma semana de vida e não achei ninguém melhor que você para cuidar dela , sei que será uma boa mãe, prima, que seja, eu sei que vai amá-la com todas as suas forças, acredito em sua capacidade, quero te pedir perdão por tudo que te fiz quando morava comigo, sei que fui uma bruxa, daquelas de dar a maçã envenenada para a Branca de Neve, mas eu te amo porque você é minha única sobrinha, sua mãe lhe deixou comigo e eu não soube valorizar essa pessoa perfeita que você era, mesmo sendo tão rebelde, Beatriz essa menininha chama-se Ana, espero que dê tudo o que eu não dei ou seja amor e carinho, descobri um câncer há menos de um mês e morrerei, não terá cura, estou careca não queira me ver, por favor, não me odeie, no envelope perto da cadeirinha tem um pouco de dinheiro, tem também o cartão de crédito, faça o que quiser com ele, mas, por favor, não abandone Ana, abraços"

Quando terminei de ler aquela carta que fez o favor de me destruir, lágrimas rolavam pelos meus olhos e agora o que faria? Eu irei cuidar da minha prima como se eu fosse mãe? e os meus estudos e o meu trabalho o que fazer? Eu chorava e aquele bebê tão inocente me olhava sorrindo, que belezinha, deixei a cadeirinha no chão e sai correndo até o apartamento de Eduardo, toquei a campainha descontroladamente e ele abriu com cara de sono.

– Por favor, me ajuda. - eu disse chorando e ele me abraçou.

– O que aconteceu? Calma. - ele disse me dando um beijo na cabeça.

– Vamos até a minha casa, me ajuda. - eu disse chorando, ele fechou a porta e me acompanhou ao entrar deu de topa com o bebê.

– O que é isso, como você sequestrou?- ele me olhou assustado.

– Cala a boca eu não a sequestrei, deixaram ela na porta do meu apartamento hoje e agora o que eu faço? - eu disse chorando muito.

– Calma, para de chorar não é o fim do mundo, conhece a bebê pelo menos?- ele disse e eu fiz que sim com a cabeça - Quem é ela então? - ele perguntou e eu entreguei a carta, ele leu tudo e parou me olhando boquiaberto - PQP. - ele disse com a boca em forma de '' O ''

– O que eu vou fazer?- eu disse mais calma.

– Olha ela é sua prima, vai crescer te chamando de mãe, você não pode abandoná-la agora, ela é uma criança indefesa então você vai criá-la. - ele disse.

– Sozinha? - arregalo os olhos.

– Eu ajudo. - ele disse.

– Ajuda como? - eu falo.

– Olha isso tudo é uma loucura, mas pro psicológico dessa criança crescer perfeito você vai ter que ser a mãe, e o pai... - ele disse apontando pra ele mesmo, pelo que parecia ele tinha adorando a ideia.

– Ta louco?- falei.

– Não estou louco, quando ela tiver certa idade podemos contar pra ela toda a verdade. - ele disse.

– Eu não tenho dinheiro nem pra mim quem dirá cuidar dessa bebê. - falei.

– Você sabe que o dinheiro é o de menos aqui não sabe?- ele disse sério.

– Faz sentido. - falei observando o bebê que brincava com suas mãozinhas.

– Vê quanto que tem no envelope, e nessa bolsa grande, o que tem- ele disse com uma bolsa na mão.

– Onde achou isso?- pergunto.

– Na porta, você deve ter esquecido anta. - ele disse sorrindo.

Abri o envelope e tinha um cheque de vinte mil e quinhentos reais.

– E ela disse que era pouco?- ele fala e arregala os olhos e abre a bolsa.

– O que tem aí? - pergunto.

– Roupas, muitas roupas. - ele disse tirando tudo de dentro.

– Preciso arrumar um lugar no closet vazio pra por isso, me ajuda?- falei.

– Sim - ele disse pegando a bebê no colo - Quanto tempo ela tem?- ele perguntou.

– Onze meses. - falo.

Atrás da carta tinha tudo sobre o bebê, ela tem alergia a amendoim, remédios e não podia tomar suco de melancia.

– Quem daria suco de melancia pra criança?- falo.

– Eu tomava. - ele disse balançando o bebê, ela estava toda desajeitada em seus braços, e eu colocava as roupinhas dela dentro do lugar vago no closet.

– Ela tem onze meses, tem dez quilos, é quietinha, se colocar ela na sala pra assistir desenho ela não dá trabalho, chupa chupeta e chama-se Ana Ribeiro Chaddad - eu falava.

– Que nome em - ele resmunga - Aqui tem um quarto sobrando não tem?- ele perguntou.

– Sim, por quê?- pergunto.

– Tem alguma coisa pra fazer agora?- ele pergunta.

– Não, porque?- pergunto.

– O quarto que está sobrando vai ser da Ana, vamos agora comprar as coisas para decorá-lo, pegue o cheque e o dinheiro e o cartão e me espera lá embaixo - ele disse me dando a bebê , me deu um beijo na testa e saiu.

– Coisinha mais fofa. - falo dando um beijinho na bebê que sorria.

Coloco Ana em cima da cama e coloco alguns travesseiros em sua volta , troco de roupa rapidamente e vejo que ela está cheia de xixi e agora como que se troca a fralda de uma criança? peguei uma que estava perto da minha cama que veio de acompanho com as roupas, tirei sua calça, tirei sua fralda e tirei com muita dificuldade pra colocar foi mais difícil ainda, por fim consegui ficou meio torta, coloquei novamente a roupa nela, calcei minha rasteirinha peguei o dinheiro o cheque e o cartão junto com a senha, o coloquei dentro de uma bolsa e sai com Ana um pouco desajeitada, tranquei a porta peguei o elevador que logo chegou, não demorei muito pra chegar até a portaria onde Eduardo já me esperava.

– Vamos. - falei.

– Bora, não vai ser tão difícil. - ele diz.

Caminhamos até o estacionamento, coloquei Ana no meu colo mesmo e Eduardo deu partida, ela foi brincando com suas mãos , era uma bolinha, chegamos ao shopping e fomos logo pra uma loja com coisas de bebê.

– O que vamos comprar aqui?- pergunto.

– Vamos ver. - ele disse entrando primeiro que eu.

Compramos uma banheira lilás , mamadeira, chupeta algumas roupinhas, fraldas umas coisinhas de cabelo que eu me apaixonei perdidamente e me vi na obrigação de comprar.

– Agora vamos comprar um berço né - ele disse rindo e eu o acompanhei, eu estava adorando fazer tudo aquilo ainda mais com Eduardo ao meu lado, me sentia confortável ao seu lado, chegamos em uma loja de eletrodomésticos compramos uma cama lilás com branco, um guarda roupa pequeno lilás com branco também, um berço com um colchão ambos brancos também era tudo lindo e a moça disse que entregaria em menos de vinte e quatro horas, porque não tinha muitos pedidos na frente, depois que saímos da loja passamos em outra que era de decoração, compramos alguns ursos de pelúcia pra enfeitar o quarto, dois criados mudos alguns brinquedos, um carrinho de bebê cinza e rosa que estava na promoção, sim eu comprava as coisas na promoção, compramos uma cortinha roxa também, algumas coisas levamos e outras deixamos pra entregarem, por fim passamos em uma loja onde vendia tintas, então compramos as bisnagas e quatro latas de tinta, duas brancas e duas roxas que iam entregar também depois disso passamos pra almoçar em um restaurante muito bom.

– Estou cansada. - falei sorrindo e Ana pulava em meu colo.

– Ela é linda. - disse o Eduardo todo bobo.

– Incrível como um ser tão pequeno desse, muda uma vida cabeça pra baixo. - falei.

– Pois é, mas seremos os melhores pais do mundo. - ele disse brincalhão.

– Posso te pedir um favor?- pergunto.

– Claro, qual?- perguntou o Eduardo.

– Não diz à ninguém, somente pros mais chegados sobre a Ana, se é que posso chamar ela de nossa - sorri.

– Claro que é nossa, não fui eu que fiz mas é como se fosse minha filha e pode deixar que não contarei à ninguém. - ele disse rindo.

– Obrigada. - falo sorrindo.

– Eu gosto de você Bia, e muito. - ele disse desfazendo o sorriso.

– Eu também, gosto muito de você Duda. - ele disse.

– Talvez não do jeito que eu quero. - ele disse.

– E que jeito você quer? - pergunto e bem naquela hora nossa comida resolve chegar, a garçonete só faltava esfregar os peitos na cara dele e eu estava ficando irritada com tudo isso, sem razão - Pelo que eu sei não estava escrito peitos de sobremesa no cardápio querida. - eu falo e ela me olha sem graça.

– Se eu quiser coloco até a... - ela disse e eu levantei entregando Ana pro Eduardo, eu bateria na cara nessa vagabunda agora se ela falasse mais alguma coisa.

– Olha aqui querida, você coloca o que quiser, mas fora daqui porque pelo que sei e posso afirmar isso aqui é um restaurante muito sério e que aqui talvez não seja o seu lugar, porque lugar de vagabunda é nas esquinas ou em um casa de prostituição de luxo, então eu posso agora muito bem chamar o gerente dessa porcaria toda e mandar ele te despedir, porque além de tudo eu o conheço então cria vergonha nessa tua cara de cachorra sem dono e trabalhe direito. - eu falei um pouco alto e algumas pessoas nos olhavam, logo me sentei e Eduardo me olhava boquiaberto, ela saiu pisando fundo e eu garfei minha comida.

– O que foi isso?- ele pergunta.

– Uma discussão, apenas a coloquei ela em seu devido lugar. - falei.

– Isso pra mim quer dizer pra todos me pareceu um ciúmes. - ele disse.

– Ciúmes? De você? - fingi engasgar.

– Sim, porque não? Além do mais eu sou lindo, pegavel e apaixonante. - ele disse rindo.

– Abaixa teu ego que você não é tudo isso não querido e respondendo sua pergunta, eu não sinto ciúmes de você, pra mim você sai com quantas quiser que seja, jamais sentirei ciúmes de você. - sorri.

– Aham - ele disse, parecia desconfiar.

– Pode me devolver ela se quiser - falei me oferecendo pra pegar Ana no colo.

– Não, pode deixar ele aqui. - ele disse e sorriu fraco e eu continuei a comer.

Ana bateu a mão no copo descartável que estava cheio de água com tudo e se molhou toda e começou a rir.

– Ana - reclamei.

– Ela é desastrada igual à você. - ele disse rindo e tentando seca-la.

– Um pouquinho. - falei sorrindo.

Tentamos secar a Ana e comemos em silêncio, ela brincava com o copo descartável e mordia ele devagarzinho.

– Quando fomos embora vamos passar novamente na loja de bebês? - falei.

– Por quê?- ele disse.

– Pra comprar um mordedor e fraldas pra essa criança, não quero ela se cagando pela casa e mordendo as coisas - falei rindo.

– Que horror, estou comendo - ele disse e me olhou incrédulo.

– Foi mal, vem Aninha - falei pegando ela e dando beijinhos no rostinho dela, em menos de vinte e quatro horas eu já amava esse bebê.

Terminamos de comer, Eduardo pagou a conta e saímos passamos novamente à loja de decoração compramos o mordedor e sete pacotes de fraldas, Eduardo pelou a Ana de mim enquanto estava comprando mais coisinhas de cabelo já que Ana era cabeluda e assim fomos embora.

Chegamos ao condomínio e o porteiro nos olhou com cara de assustado.

– John, vai vir uns caras entregarem algumas coisas pra mim, mande-os subir, por favor, obrigada. - falei saindo com Eduardo e Ana, pegamos o elevador e Ana olhava tudo com muita surpresa, chegamos à minha casa colocamos as coisas em cima da minha cama - Eu vou dar um banho na Ana, porque ela deve estar com sono. - falei.

– Ok, e eu irei ver o quarto, tentar dar uma limpada se tiver poeira. - ele disse.

– Obrigada. - diz Eduardo, e ele caminha até o quarto de Ana, enquanto encho a banheira e não sei nem como segurar a criança, tenho medo de derruba-la, por fim consigo dar o tão esperado banho, coloco uma roupa fresquinha a faço dormir em instantes ela pega no sono. coloco alguns travesseiros em volta à minha cama e observo dormir, tão pequena e inocente que agora terei que cuidar, depois de muito tempo, Eduardo entra no meu quarto , senta-se em minha cama e me ajuda a observa-la.

– Ela é linda. - ele diz.

– Sim, realmente - eu digo.

– Assim como você - ele fala e passa suas mãos em meu rosto.

Ele se aproxima mais de mim, eu o olho e sorriu envergonhada, abaixo a cabeça, ele foi se aproximando mais, meu coração estava à mim, palpitando, parecia aquelas escolas de samba, eu tinha até medo de que ele pudesse ouvir meus batimentos, quando íamos selar nossos lábios Ana dá um chorinho.

– Poxa - resmungou o Eduardo, e eu aninho a Ana até ela voltar a dormir.

– Desculpa. - falo.

– Não tem o porquê de se desculpar, eu é que te peço se Ana não tivesse acordado, teríamos nos beijado. -disse o Eduardo

– Talvez, fosse bom. - falo sem pensar e quando me dou conta, coloco a mão na testa, e ele sorriu.

– Fica tranquila. - ele disse sorrindo.

– Duda,tem um problema. - ela disse.

– Qual problema?- perguntou o Eduardo.

– Eu e você estudamos e ainda por cima eu trabalho de meio período depois do colégio e não tem como eu levar a Ana pra escola e muito menos pro meu trabalho, nem você tem como levá-la, talvez a gente precise de uma babá para cuidar dela. - falei

– Eu conheço uma mulher que cuidava de mim, Leila, se eu ligar pra ela com certeza ela vai me ajudar - disse o Eduardo.

– Tudo bem, mas olha quero te ajudar a pagá-la - falei.

– Nem a pau, pode deixar que eu pago, eu tenho dinheiro pra dar e vender , não precisa gastar o seu né - eu digo.

– Como quiser, então - falei me dando por derrotada.

– E também Leila não vai precisar trabalhar o dia todo por enquanto, porque eu não trabalho, então depois da escola eu posso dispensar a Leila, só basta ela me ensinar como cuidar de bebê porque eu não faço a mínima ideia - diz o Eduardo rindo.

– Então, Ana ficará na sua casa?- perguntei.

– Se você quiser pode ficar aqui, não vejo problemas com isso. - disse o Eduardo.

– É mais fácil ficar na sua, ai quando eu chegar do trabalho passo na sua casa, pego ela e a trago pra cá. - falo, olhando pra Aninha que estava dormindo.

– Tudo bem. - ele disse sorrindo e retribui.

. Ficamos observando Ana dormir, era tão fofinha com quase toda sua mão em sua boquinha, ela geralmente dava uns pulinhos, deveria estar sonhando com os anjinhos, olhei para o Eduardo que faltava babar, ele percebeu que eu o olhava e ele sorriu.

– O que foi? Ela é linda cara. - disse o Eduardo rindo.

– Você é um babão, parece até que é o pai biológico. - falei e rimos.

– Vamos fazer de conta que sou o pai biológico e você a mãe , sem essa de pai e mãe de criação - disse o Eduardo.

– Como quiser, será que daremos conta do recado? - falo um pouco insegura.

– Com toda certeza sim, agora somos eu você e Ana nossa filha - ele disse rindo.

– Às vezes tenho medo de não conseguir cuidar dela, porque eu mal sei cuidar de mim. - digo.

– Você é muito responsável, e sim vai conseguir cuidar dela, porque além do mais independentemente de qualquer coisa você tem à mim que mora acho que uns três apartamentos longe de você, qualquer coisa você grita boba. - ele diz e automaticamente me abraçou, seu abraço era bom, quando desfizemos o nosso abraço nos entreolhamos, ele veio chegando mais perto e já sentia sua respiração ofegante, quando íamos nos beijar novamente, o celular dele toca.

– Puta que pariu, não é pra ser - ele diz um pouco irritado assim como eu, ele não queria atender, o vi desligando o celular e guardou no bolso – tenho que ir amor, vou ligar pra Leila. - ele disse e parou por alguns segundos pensando no que ele tinha acabado de falar.

– Você me chamou de amor?- perguntei rindo e corei.

– Foi automático, desculpe. - ele disse mais vermelho que um pimentão.

– Tudo bem vai lá ligar pra Leila, você volta à noite? - perguntei.

– Vou sim, a noite não tem como eu voltar porque tenho um compromisso, mas amanhã cedinho eu venho ver como ficaram os móveis - disse o Eduardo sorrindo, e se aproximou da cama e deu um beijo no rosto de Ana que dormia feito anjo, o levei até à porta, e me despedi dele, e fui tomar um banho enquanto Ana dormia, depois que sai coloquei uma roupa fresca e a campainha tocou, fui ver era, eram os entregadores, mandei-os entrar, mostrei o caminho para o quarto de Ana assim eles foram, fez muito barulho pra montar as coisas e a bebê acordou aos gritos, a peguei no colo e ela ficou mais calminha.

– Calma, foi só uma furadeira. - passei minhas mãos em sua cabecinha tentando acalma-la.

Ela ficou brincando com o meu colar que estava no meu pescoço, o que a minha mãe me deu um mês antes de falecer, depois de muito tempo quase três horas os entregadores foram embora, fui até o quarto de Ana e estava tudo muito perfeito, nem eu sabia que ficaria tudo tão lindo, coloquei a bebê dentro do berço, sentadinha dei uns brinquedos pra ela e comecei a arrumar o guarda-roupa, peguei as roupas e as coisas dela e fui colocando de pouco em pouco, quando deu oito horas da noite eu terminei, fui pra cozinha com Ana preparei uma sopa pra nós, ela comeu tudo e ainda quis mais, depois enchi sua mamadeira com suco de laranja e ela tomou depois ela soltou um arroto maior do mundo que me fez rir demais, depois que me recompus deixei Ana na cadeirinha e lavei a louça, acabei, e a peguei no colo novamente e fui pra sala assistir um pouco de TV, coloquei o desenho Peppa , o desenho mais chato do universo que Ana prestava toda atenção do mundo, fiquei fuçando um pouco no meu celular com a esperança de receber uma mensagem do Eduardo, acho que estou me apaixonando por Eduardo e me sinto uma idiota por causa disso, nunca teremos algo, não somos um casal, depois que acabou uns 2 capítulos da Peppa fui dar um banho em Ana que estava muito elétrica pro meu gosto, demoraria pra dormir sem ver, já eram quase onze da noite quando terminei de dar banho nela, coloquei um pijama fofo que eu tinha comprado e caminhei até o quarto dela com a mesma, dei um beijinho em sua testa e coloquei-a no berço.

– Pequena hoje você vai dormir pela primeira vez em seu berçinho então, por favor, sem escândalo - falei com ela que sorria, como se estivesse entendendo tudo, fiquei fazendo carinho em sua testa até ela pegar no sono , do seu lado estava sua chupeta com seu paninho que ela dispensava , ela queria mesmo é ficar com a mãozinha dentro de sua boca e também tinha um macaquinho de pelúcia do outro lado, a cobri liguei o abajur e quando me virei, quase cai de costas Eduardo estava ali parado encostado no batente da porta e eu nem se quer me dei conta que estava sendo observada, eu não conseguia voltar ao meu normal, meu coração palpitava muito forte, e minhas mãos quando notei estavam trêmulas, passei a mão na testa, criei fôlego e a única coisa que consegui dizer:

– Oi.

– Olá. - ele disse sorrindo pra mim, aquele sorriso me destruía.

– O que faz aqui? Quase meia noite. - perguntei e sorri fraco.

– Estava com saudades. - ele disse observando todo o quarto. - Ficou legal - ele disse surpreso.

– Sim, ficou - falei .

– Está com fome?- ele perguntou.

– Não muito, eu comi agora a pouco com Ana. - falei sorrindo.

– Ah, me deixa ver minha pequena. - ele disse se aproximando do berço e babando em cima dela, e riu.

– Vem, vamos pra lá - falei apagando a luz e ele me acompanhou até a sala.

– Falei com a Leila - ele disse sentando-se perto de mim.

– E ai, o que deu?- pergunto curiosa.

– Ela vem pra cá amanhã pra começar a trabalhar, ela disse que por mim faria tudo e que vai ficar por um tempo na casa de uns parentes até achar um canto pra ela - falou ele orgulhoso.

– Então ela começa a trabalhar amanhã já?- eu pergunto.

– Sim, porém amanhã não terá como eu ir à escola, porque ela só chega na parte da tarde então vou cuidar da Ana enquanto você está na escola - ele falou.

– A entendi tudo bem depois te passo tudo o que os professores passarem, você não ia sair?- pergunto.

– Sim eu ia, quer dizer fui dar uma volta com a Juliana, só que não rolou nada porque não consegui beijá-la, ainda demos uma discutida por causa disso. - ele disse meio pensativo e eu fiquei morrendo de ciúmes.

– Porque não conseguiu beija-la?- perguntei.

– Porque tem uma pessoa em minha mente que anda tirando a minha vontade de sair com qualquer outra garota e vem tirando todas as minhas noites de sono. - ele disse e suspirou.

– E quem é essa garota?- pergunto intensificando a conversa.

– Não posso te contar, não agora ainda não é hora - ele disse tirando seu celular do bolso, olhei rápido e tinha umas cinco ou seis mensagens dessa Juliana.

– Tudo bem, respeito sua decisão. - falo com ar de derrota.

– Só não fique triste comigo. - ele disse, claro que eu vou ficar triste, eu quero saber veado.

Ficamos conversando até dar uma hora da manhã, as horas ao lado dele passavam voando.

– Posso dormir aqui?- ele perguntou.

– Porque dormir aqui? - pergunto.

– Amanhã vai estar um pouquinho frio pelos corredores do condomínio e não quero que nossa Ana pegue um resfriado, eu posso dormir aqui no sofá mesmo - ele disse.

– Tudo bem, pode dormir só não se acostuma - falo levantando e indo até o meu quarto, ele veio atrás, abri o closet peguei uma coberta e um travesseiro e joguei em cima dele - Você pode escolher, ou dorme no sofá da sala, ou nesse sofá-cama do meu quarto - aponto.

– Vou dormir nesse sofá-cama. - ele diz rindo e arruma tudo e deita

Pego meu pijama no closet e caminho até o banheiro, o visto e saio novamente, faço um coque mal feito no cabelo, caminho até Eduardo que praticamente me come com os olhos.

– Boa noite Duda - dou um beijo em sua bochecha.

– Boa noite - ele diz e sorri, deito na minha cama, arrumo minha coberta me cubro e apago a luz que fica um pouco a cima da minha cabeça, demoro pra dormir e observo pelo pequeno fio de luz que vem da rua que ele também não consegue dormir, me ajeito.

– Duda. - falo.

– Oi?- ele diz.

– Eu não consigo dormir. - falo.

– Eu também não... - ele diz deixando certo mistério na conversa.

–O que você tem que não consegue dormir? - pergunto curiosa.

– Essa garota, ta tirando meu sono. - ele diz coçando a cabeça.

– É complicado. - eu digo um pouco triste.

– Já se apaixonou por alguém Bia? - ele diz sentando-se.

– Eu sou apaixonada por alguém. - falo.

– Hum... É estranho não é? - ele diz.

– Muito. - eu falo.

– Essa garota é perfeita Bia, ela é uma louca, me encanta nos conhecemos há pouco tempo, mas eu sei que é amor, eu tenho certeza do que sinto mesmo sendo um ogro às vezes, ela me completa e só de pensar nela meu coração já bate mais forte, ela é uma baixinha encrenqueira que entrou na minha vida o meu anjo, eu passei a desacreditar no amor quando terminei com a Sofia sabe, jurava pra mim e pra todos que nunca mais namoraria ou me apaixonaria por outra pessoa, porque achava que todas as mulheres fossem iguais, tipo igual à Sofia, mas ai ela apareceu e despertou um sentimento em mim que eu nunca senti antes , pesquisei até na internet o que podia ser e todos da internet falavam, é amor e mesmo sabendo que nunca terei chances com ela, eu a amo poxa. - ele disse e eu estava com os olhos marejados, não sei se ele percebeu, mas aquilo estava meio que doendo ele era apaixonado por outra.

– Licença - levanto-me da cama correndo e vou até o banheiro, onde despejo todas as minhas lágrimas na pia de lavar as mãos, depois de quase dez minutos lá dentro, escuto-o batendo na porta.

– Bia, ta tudo bem? - ele parece preocupado.

– Sim. - falei sem dar continuidade, seco as lágrimas, as mãos em uma toalha de rosto e por fim abro a porta, ele me abraça.

– Posso saber por que estava chorando? - ele pergunta.

– Você viu? - perguntei abaixando a cabeça.

– Sim, eu vi - ele disse.

– Não é nada, é que é muito lindo o seu sentimento por essa misteriosa garota, acabei me emocionando - sorri fraco, mentindo na cara dura.

– Realmente é muito lindo - ele diz e beija minha testa.

– Vamos dormir amanhã acordo cedo - falei me desfazendo do abraço e indo pra minha cama, me cubro.

– Bia?- ele pergunta diz já deitado no sofá-cama.

– Oi? - pergunto virando-me.

– Eu te amo, ta? - ele disse.

– Eu também te amo. - falei ainda pensativa, ouvi o barulho de sua risada de satisfação, logo dormi.

Acordei eram 05h45min da manhã com o lindo do meu celular tocando, olhei pro lado e vi que o Eduardo já não estava mais no sofá-cama, levantei-me ainda sonolenta e caminhei pela casa à sua procura, nada na sala nem ao menos na cozinha, fui até o quarto de Ana e ele estava lá sentado em uma poltrona dormindo com ela em seu colo, dormindo também, que cena linda *-* , corri pro meu quarto peguei meu celular , voltei e bati uma foto disfarçadamente.

– Duda, acorda - o balancei devagar colocando meu celular no bolso do pijama.

– Estou acordado. - ele disse e abriu os olhos.

– Sério? não parece. - falei e sorri irônica pegando Ana de seu colo, a coloquei no berço e ele coçou seus olhos.

– Nossa, eu vim pra cá eram três e pouco, a Ana estava chorando igual doida acho que estava com fome, ai eu peguei um suco meio louco que estava na geladeira e dei pra ela tomar e ela acabou adormecendo no meu colo assim como eu também adormeci - ele disse se explicando.

– Eu nem ouvi. - falei e abaixei a cabeça.

– Você estava dormindo, não quis te acordar também. - ele disse.

– Bom, vem vou te ensinar como funciona as coisas - falei levando ele pra cozinha.

– Primeiramente, bom dia senhorita Beatriz. - ele disse e logo riu.

– Bom dia, senhor Eduardo. - falei começando a preparar o café.

– Preciso saber, como que cuida de um bebê por enquanto. - ele diz.

– O leite da Ana, você coloca somente duas colheres de Nescau e o leite e esquenta nada de açúcar, agora que você já sabe como funciona, somente Nescau e leite , tudo bem ?- falei.

– Porque não por açúcar?- ele perguntou.

– Sem perguntas difícil. - falei rindo e colocando o pó de café.

– Como troca? - perguntou.

– Você coloca ela deitadinha na cama, com as pernas pra cima abre a fralda devagar pra não se assustar com o que vê claro, ai você pega já deixa a fralda que você vai colocar aberta pra não ter perigo, ai você tira devagar a suja e coloca do mesmo jeito a nova , fecha e veste a roupa e não esquece de limpar com lenço umedecido se tiver com cocô. - falei.

– Eca, ela faz cocô?- ele disse.

– Não Eduardo, ela é um ser humano que não faz cocô idiota, é claro né besta. - eu falei.

– Eu era ressecado quando criança. - ele disse rindo.

– Mas ela por sorte, não é. - falei.

– E eu vou ter que limpar cocô? - ele perguntou.

– Sim. - falei coando o café já.

– Ser pai, é nojento. - ele disse rindo.

– Apenas faz o que mando, e esquece o que você sabe. - falei.

– Ui, ok. - ele disse.

– Agora pro almoço, dentro do armário tem aquelas papinhas prontas, você coloca no prato e amassam elas com a colher e dá pra ela comer, por favor, toma cuidado com a gengiva da garota nada de enfiar o garfo. - falei.

– Ok. - ele disse anotando tudo em um papel.

– É isso, ah e pro banho só água morna ta , porque ela não se adapta com água nem quente e nem fria, as roupas dela estão no guarda-roupas e no banheiro tem um patinho amarelo de borracha que veio junto com suas coisas, dê a ela que ela brinca na água, ela vai fazer muita bagunça e te deixar ensopa, já vou avisando. - falei sorrindo e ele anotou tudo.

– Tudo anotado, agora vou à padaria pra comprar algo pra comermos já que você preparou o café. - ele disse sorrindo.

– E eu vou tomar banho pro colégio, antes que eu me atrase. - falei.

– Ok. - ele disse me dando um beijo na testa e saiu.

Fui até o quarto de Ana observar se ela estava dormindo tranquilamente, e estava, fui pro meu quarto entrei no banheiro me despi e tomei um banho rápido, sai coloquei a blusa da escola e uma saia rodada que ficava um palmo a cima do joelho, coloquei minha sapatilha e vi que não estava legal , tirei a blusa da escola e coloquei a blusa da minha sala a do terceirão , agora sim, fiz um rabo de cavalo no meu cabelo , passei delineador em meus olhos e um batom rosa claro, peguei meu material e coloquei tudo dentro da mochila, passei desodorante e fui pra sala, deixei as coisas em cima do sofá e Eduardo chegou com uma sacola sorriu e ele foi a cozinha mas logo voltou e me encarou porque estava pensativa.

– Acorda. - ele disse rindo.

– Desculpa, estava no mundo da lua. - falo.

– É eu percebi, bom se você não se adiantar estará atrasada para a aula - ele disse e eu dei um pulo ao ver no meu celular que era verdade, se não me adiantasse perderia as primeiras aulas.

– Bom vou indo. - falei pegando minha mochila rapidamente.

– Tudo bem. - ele disse me dando um beijo na bochecha, mas eu não queria somente um beijo na bochecha.

– Não esquece de fazer nada em. - falei sorrindo.

– Tudo bem. - ele disse rindo.

– Tchau. - falei indo até a porta e ele ainda estava perto do sofá , quando estava chegando à porta me deu um cinco minutos louco, eu estava com vontade de beijá-lo assim fiz, voltei correndo perto dele.

– Eu não consigo mais. - falei e me aproximei mais dele colando nossos lábios um no outro, antes que Ana acordasse, ele rapidamente correspondeu o beijo, minha mochila até caiu no chão, ele sorriu, passou suas mãos em volta da minha cintura e as minhas mãos estavam em sua nuca, paramos o beijo com selinhos.

– Agora vai, antes que se atrase. - ele disse me dando outro selinho e por fim um abraço, peguei minha mochila que estava jogada no chão e sai sorrindo, que perfeito aquele beijo com certeza ficaria pra lembrança, peguei rumo ao elevador, dei uma arrumada no meu cabelo no espelho mesmo, logo chegou à portaria, falei um "Oii" todo animado pro John o porteiro e saí, logo cheguei à escola e encontrei Viviane sentada ao lado de Mathias sorrindo.

– Oi casal vinte. - falei dando um beijo no rosto da Viviane e logo em seguida no de Mathias.

– Olá. - Mathias disse abraçando Viviane.

– Perdi alguma coisa? - pergunto.

– Estamos namorando amiga. - Viviane disse sorrindo.

– Sério? Parabéns muita felicidade à vocês. - eu disse toda feliz.

– Obrigada, agora estamos torcendo por você e pelo Eduardo.- disse Mathias.

– Não torça tanto pra algo que não vai acontecer. - falei olhando pra Mathias.

– Eu ainda acho que acontece. - Viviane disse.

– Gente, preciso falar com vocês. - falei.

– Diga. - Mathias disse.

– Minha tia Claudia, a Viviane conhece, me mandou uma carta esses tempos atrás dizendo que me mandaria um presente eu não pensei em nada que fosse bom porque ela me odeia e vice-versa, ela pediu pra que eu ligasse pra ela e eu perdi o papel e não liguei, anteontem o presente chegou. - eu falei.

– E o que era o presente?- Viviane perguntou curiosa.

– Um bebê. - falei.

– O que? como assim um bebê, ela é louca?- Viviane disse.

– Com esse bebê veio uma carta e eu descobri que essa criança era Ana minha priminha, minha tia a mandou pra que eu cuidasse como se fosse minha filha e na carta dizia que minha tia tinha pouco tempo de vida e que ela morreria, e então agora Ana está comigo. - falei.

– Nossa, você é louca? Leva essa criança pra um orfanato amiga, você vai parar sua vida. - Viviane disse.

– Não vou levar ela pra orfanato algum Viviane, eu e o Eduardo fizemos o acordo de que não contaríamos à ninguém sobre "nossa filha" porque é desnecessário isso, então resolvemos contar só pra vocês dois que são de confiança, você Mathias é o melhor amigo dele e tinha direito de saber e Viviane é minha melhor amiga também. - falei.

– Eu ainda acho isso uma loucura. - Viviane disse.

– Sim é uma loucura, mas eu e o Eduardo já pegamos um amor muito grande pela Aninha. - falei sorrindo.

– Que bom, vai acabar nascendo um amor em vocês , quer apostar quanto?- Mathias disse.

– Amor entre eu e o Eduardo?- pergunto.

– Sim. - Mathias disse.

– Não vai não, o Eduardo é apaixonado por outra garota, Mathias. - falei.

– Lerda. - Mathias disse e percebeu que falou demais.

– Porque lerda?- pergunto.

– Porque sim, esquece. - ele disse.

– Ok né. - falei e em seguida deu o sinal.

– Só te digo uma coisa, talvez o que você precisa está bem na ponta do seu nariz e posso te afirmar, Eduardo gosta de... - Mathias disse e foi interrompido pelo beijo de Viviane.

– Termina. - eu falei.

– Ele é idiota amiga, não liga pra ele. - Viviane diz me puxando e olha torto pra Mathias, eu percebi.

– Porque olhou torto pra ele?- perguntei.

– Porque sim, ele mordeu minha boca. - Viviane diz.

– Aham, ta. - falei entrando pra sala de aula.

Sentei-me no meu lugar e fiquei meio assim pelo lugar do Eduardo que esta vazio, logo entrou a Mariam ( uma das ficantes do Eduardo ) agarrada em um garoto, que descarada, bati uma foto pra mostrar ao Eduardo que se dane, logo um professor entrou na sala, ele era muito lindo, era um pouco mais alto que Eduardo, braços fortes barba por fazer, seus olhos eram bem castanhos e seu cabelo era arrepiado, aparentava ter seus 22 anos por ai.

– Bom dia, classe. - ele disse e as garotas caíram matando nele.

– Bom dia. - todos disseram.

– Sou o professor James, infelizmente a professora Ludmila de educação física saiu da escola por alguns motivos pessoais, umas coisas de cargo e agora sou o novo professor de vocês, espero que sejam meus amigos que eu serei amigo de vocês sem sombra de dúvida. - ele disse sorrindo.

– Eu vou adorar ser sua amiga. - Mariam diz com cara de safada.

– Menos moça, bem menos. - James a cortou e todos começaram a rir da cara dela, até eu. - Silêncio vocês. - ele falou um pouco alto.

– Desculpa. - uma nerd disse.

– Preciso saber o nome de vocês, por fileira comece moça. - Ele disse apontando pra Viviane que era a primeira da fileira.

– Viviane. - Viviane disse e ele anotou, ai chegou a mim ele me olhou fixo.

– Beatriz. - falei e ele anotou, e depois de um tempo sabendo o nome de todos logo acabou.

– Vamos pra quadra. - disse James, todos saíram rapidamente me deixando por último, até Viviane foi à frente.

– Vamos, Beatriz?- o professor James perguntou.

– Claro. - falei e sorri fraco, saímos e ele fechou a porta.

– Não tem amigos aqui? - o professor James perguntou.

– Ter eu tenho, mas parece que minha melhor amiga a Viviane da minha sala resolveu me abandonar - falei.

– Ah, sinto muito. - o professor James diz e sorri.

– Fica tranqüilo, professor. - falei e sorri pra ele.

. Peguei caminho ao vestiário enquanto o professor foi pra quadra nos esperar, ao chegar vi que não tinha mais ninguém quer dizer eu pensei que não ia ter ninguém, entrei no banheiro vesti a roupa e do lado do meu banheiro comecei a ouvir vozes de garotas, parei pra ouvir e era Viviane com alguém.

– Juro por Deus, ela me disse. - Viviane dizia.

– O que ela disse?- a garota perguntou.

– Ela adotou uma criança com o Eduardo, eu achei isso uma idiotice parou a vida por causa de uma criança Mariam. - ela disse.

– Se essa vagabunda acha que vai pegar o Eduardo de mim, por causa de uma criança está muito enganada. - Mariam dizia.

– A Beatriz mudou muito comigo Mariam, depois que conheceu Eduardo, já não é mais minha melhor amiga, você é minha melhor amiga agora, ela nunca soube me ouvir, sempre pensou nela mesmo e tudo mais, agora tudo o que eu quero é que ela se foda, ela , o Eduardo e essa criança. - ela disse.

– Continue sendo amiga dela, descubra tudo e me conte, ok?- Mariam disse.

– Ok. - ela disse rindo e saíram do banheiro.

Comecei a chorar, como isso? Porque minha melhor amiga estava fazendo isso comigo? Eu não conseguia parar de chorar já não me sentia mais bem, sem ânimo sem nada, Viviane sempre foi a falsa da história, eu sempre quis o bem dela, eu nunca pensei somente em mim e agora está cega pelo veneno de Mariam, depois de quase quinze minutos dentro do vestiário, eu sai com os olhos maiores que a cara, agora todos saberiam da minha história com Eduardo e sobre Ana, mas isso não me importa, não agora! Eu fui traída pela minha melhor amiga, tem noção do quanto isso dói.

Fui até a arquibancada e avistei as duas de risadinha uma pra outra, sentei-me um pouco longe e o professor veio de encontro.

– Está tudo bem?- perguntou o professor James.

– Não professor. - falo com os olhos marejados.

– O que aconteceu? - ele sentou-se ao meu lado.

– Eu acabei de descobrir que fui traída pela minha melhor amiga, estou me sentindo a pior pessoa do mundo, um lixo. - eu disse secando uma lágrima.

– Calma. - ele disse.

– Ta doendo professor e não é pouco, foram anos de amizade jogados no lixo e ela teve a decência de falar pra aquela garota que eu mudei, que eu nunca dei atenção o suficiente pra ela, que eu nunca soube ouvir, professor eu levantava três horas da manhã para ir até a casa dela pra abraçá-la e contar da sua vida amorosa totalmente fodida, eu dava conselhos eu chorava junto com ela você não tem noção, eu não conseguia comprar nada pra mim, sem comprar pra ela e até hoje é assim, sempre atendo os telefonemas dela quando ela está em crise, vou com ela pra todos os lugares, eu percebi que ela estava distante de mim e agora há pouco naquele vestiário, eu descobri tudo. - eu chorava e o professor passou suas mãos em meu braço.

– Pessoas, são mal agradecidas, vai ficar tudo bem. - ele disse.

– Não vai ficar tudo bem professor. - eu disse.

– Vai sim você vai ver, vá lavar seu rosto. - ele disse.

– Tudo bem. - falei levantando-me e caminhei até o banheiro, onde lavei meu rosto, logo vi que Viviane entrou no banheiro sozinha por sinal...