A Garota

Capitulo 14


Por: Eduardo.

Hoje era pra ser o dia mais feliz da minha vida, o dia que a garota que eu amo e minha filha vem pra Brasília, mas não me sinto inseguro, me sinto um mentiroso por não contar a verdadeira verdade, essas horas ela deveria estar desembarcando e o pior, não teria ninguém pra buscá-la naquele aeroporto, queria ligar mandar mil mensagens de amor dizendo que eu já sabia de tudo e que só fiz isso pro nosso bem, pra sermos felizes ela nunca me perdoaria, eu acho, viro de um lado pro outro na cama, checo o relógio umas três ou quatro vezes, ando de um lado pro outro, fito o teto e resolvo dar uma volta pelas redondezas do aeroporto, se eu a visse jogaria uma desculpa, visto uma bermuda xadrez e uma blusa simples preta de manga, pego meus óculos de sol, arrepio o cabelo pego a carteira às chaves do meu carro, meu celular e saio sem olhar pra trás, quando vejo já estou chegando ao aeroporto com o único pensamento.

– Você vai voltar a ser minha. - eu repetia muitas vezes, estacionei o carro no estacionamento e entro como quem não quisesse nada e com apenas uma corrida de olhos pelo lugar já posso vê-la sentada com Ana em um bancos - Ir ou não ir, eis a questão... Não quero ser idiota, nem parecer um bobo apaixonado, vai Eduardo, força na peruca solta a bicha louca que habita em ti - eu digo baixinho e continuo andando, o que era pra ser no máximo dez passos, se tornam quase quinze, parecíamos tão perto... Chego e Ana me olha sorrindo, Bia não havia percebido que eu estava lá.

– Pa.. pa - Ana dizia e eu sorri.

– Papai não está aqui, princesa. - ela diz folheando uma revista que tinha vários hotéis da cidade e tudo que tinha direito.

– Oi, Bia. - eu digo com a voz um pouco grossa, pude vê-la desconcertada.

– Duda? - ela pergunta.

– Em vida, pra você. - eu digo.

– O que veio fazer aqui? - pergunta ela.

– Um amigo meu vai desembarcar daqui uma hora mais ou menos e vim esperá-lo. - falo.

– Tão cedo? - pergunta ela.

– Sim, odeio atrasos. - eu digo e me sento, como se fosse convidado - E você, o que faz aqui? - pergunto e ela fica em choque, até que resolve dizer.

– Vou me mudar, pra cá. - ela diz.

– Sério? - falo como se não soubesse de nada.

– Aham. - ela diz.

– Que bom, não ficarei longe de Ana. - eu digo.

– Verdade - ela diz e sorri fraca e volta à atenção pra revista que folheava.

– Hei. - ela diz e me olha.

– Sim? - pergunto amigável.

– Sabe onde fica o hotel, Brasilian?- perguntou Bia.

– Claro que sei, por quê? - digo.

– Vou pra lá, ficar hospedada até dar um jeito na minha vida. - ela diz.

– Sem necessidade disso, você pode ir pra minha casa. - eu falo sorrindo.

– Está louco?- ela pergunta.

– Não, é que tipo minha casa é muito grande e no fundo tem uma casa vazia, se quiser pode morar lá. - eu falo atencioso.

– Não obrigada, vou pro hotel me passa o endereço?- ela diz.

– Eu te levo lá, posso pelo menos? - falo.

– Melhor não Eduardo, sua namorada não vai gostar de saber que você está andando com a mãe da sua filha, no carro. - ela fala.

– Esqueça ela, pelo menos você pode ir conhecendo o caminho e gravando assim quando sair de casa, não se perder. - eu falo.

– É, você tem razão mas quero que saiba que não quero ser o foco do relacionamento de ninguém está ouvindo? - ela diz.

– Queria que soubesse que você é o foco do meu coração. - eu falo, puta que pariu!

– Oi? - ela diz sem entender.

– Não, nada bobeira, bom posso te levar? - pergunto desviando o assunto.

– Sim. - ela diz e me acompanha, fomos conversando poucas coisas, respostas curtas e outras super longas, logo chegamos ela conseguiu um quarto que não era muito grande ainda preferia que ela fosse pra minha casa, ela me contou que ia fazer uma entrevista de emprego e estava torcendo pra que tudo desse certo, ela nem sabe que o dono dessa empresa, é meu pai. Cuidei de Ana enquanto ela arrumava as coisas em um guarda-roupa que tinha lá, quando ela acabou eu fui embora, me despedi com um beijo no rosto e disse que voltaria, ela ficou quieta e pela primeira vez, não brigamos... Meio caminho andado!

Por: Beatriz



Cheguei ao quarto de hotel acompanhada com Eduardo e posso dizer que não é a mesma coisa do meu apartamento antigo, é apenas um quarto médio que se fosse ver não caberia uma terceira pessoa, a cozinha e o resto das coisas eram por conta do hotel... Se meu serviço der certo, tenho que logo ir procurando um apartamento ou até mesmo uma casa porque não quero criar Ana nesse lugar tão pequeno, comecei a ajeitar as coisas enquanto Eduardo segurava minha filha, ele a amava de verdade e eu me sentia orgulhosa disso, queria que ele me amasse ou passasse pelo menos um por cento pra mim.

Quando terminei de arrumar um guarda-roupa que me parecia ter uns mil anos, Eduardo foi embora, dei um banho na Ana coloquei uma roupa fresca e pedi para o serviço de quarto que trouxesse a janta, menos de cinco minutos estava pronto, mas não era uma comida tão boa, parecia lavagem... Era toda gordurosa e quando Ana comeu pela primeira vez, ela já fez cara de que estava ruim, fomos obrigadas a comer aquilo.

– Não vai ser sempre assim. -digo, a abracei e a fiz dormir, com fome.

Acordei no outro dia vencendo o meu orgulho e tomando a minha decisão, liguei pra Eduardo que logo atendeu.

– Bia? - ele fala meio sonolento.

– Oi, Duda. - digo.

– Aconteceu alguma coisa? - ele pergunta.

– Duda, lembra quando você me disse da casa que tinha no fundo da sua? - pergunto.

– Sim, o que tem ela? - ele pergunta.

– Posso ir pra lá, por poucos dias? Odiei esse hot.. - fui interrompida.

– Claro que pode! - ele diz animado.

– E, tem como você me buscar? - digo.

– Sim, daqui uma hora posso buscá-la? - ele pergunta.

– Tudo bem, obrigada desde já. - eu falo.

– Fica tranquila, minha obrigação é de fazer isso, beijo até daqui a pouco. - ele diz e desliga sem deixar que eu respondesse algo.


Começo a refazer as malas novamente, eu não vejo a hora de ter meu próprio canto, é cansativo tirar roupa e por roupa dentro da mala de roupas.

01 hora depois....

Escuto uma batida na porta, nem campainha tinha só pra vocês verem o sinônimo da pobreza, abri e era ele Eduardo de cabeça baixa, meu coração bateu mais forte.

– Oi, pode entrar. - eu digo e ele entra.

– Essas são as malas, certo? - ele diz pegando quatro de uma vez.

– Sim. - eu digo.

– Vou levando-as pro carro, espere um pouquinho. - ele diz saindo e eu puxo seu braço, fazendo que umas das malas caíssem no chão, ele me olha sorrindo - Gostei disso. - ele diz

– Idiota... Duda, obrigada mesmo por estar me deixando ficar no fundo da sua casa. - eu digo.

– Eu disse que é pra você ficar tranquila, porque é minha obrigação. - ele fala.

– Não é não, não é sua obrigação cuidar de mim somente de Ana, que é sua filha... Sua namorada não vai gostar nada de saber que tua ex está morando no fundo da sua casa. - eu digo.

– Eu faço isso porque amo você e amo Ana com todas as minhas forças, minha namorada não pode falar nada porque a casa é minha, e vocês são uns casos delicados. - ele diz.

– Um caso delicado do tipo... Tenho que ter dó porque o hotel não presta? - eu digo desfazendo o sorriso.

– Lógico que não, um caso a parte dizendo que preciso cuidar das mulheres da minha vida, antes que as perca de uma vez. - ele diz pegando a mala que caiu e desceu, deixando-me ali plantada, escutei o chorinho de Ana e fui até a cama, pega-la.

– Pa... pa, ama . - ela disse.

– Sim, papai ama minha princesa. - digo e dou um beijinho em sua testa.

– Ma...ma, ama - ela diz.

– Amo mais que, tudo. - eu falo sorrindo e Eduardo entra.

– Oi de novo. - ele diz sorrindo.

– Olá. - retribuo o assunto.

– São só aquelas malas? - ele pergunta.

– Sim e mais isso aqui. - digo e o entrego uma bolsa pequena.

– Vou ficar muito gay, com bolsa de lado. - ele diz rindo.

– Gay, você já é. - digo levantando e deixando Ana, ele pegou e me empurrou contra a parede e se aproximou, pensei que me beijaria, já sentia sua respiração vindo à mim.

– Quer que eu te mostre o gay? - ele coloca as mãos na minha cintura e fala isso no meu ouvido.

SOCORRO!

– Quero - o desafiei e ele selou nossos lábios, dei passagem pra sua língua entrar na minha boca, juro que estava com saudades do seu gosto, o beijo foi tão bom, paramos com selinho - não deveríamos ter feito isso. - eu digo.

– Deveríamos e vamos fazer de novo. - ele volta a me beijar, eu não consigo resistir, ele namorava eu era a amante e não nasci pra isso, o afastei de mim.

– Vamos. - eu disse pegando Ana no colo e sai andando, deixando-o pra trás, Ana me olhava sorrindo.

– Você viu tudo não é, sapequinha. - eu digo dando um beijo em sua bochecha e ela balança a cabecinha com um não, ela tinha visto sim, chego a seu carro e entro na frente, logo o vejo vindo atrás, deu partida e fomos pra sua casa.

Chegamos a sua casa e posso te garantir, era enorme, entramos logo pelos fundos para que ele me mostrasse a casa, estava ansiosa... Quando entrei no quintal de um lado tinha um jardim muito bonito e do outro uma piscina completamente enorme, tinha uma trilha com pedras um pouco mais pra frente e chegamos a casa, era tão linda por fora que me apaixonei, ele me deu uma chave e eu mesma abri, por dentro era toda mobiliada, tudo limpinho sem nenhum pó, sem nada, tinha uma escada de mais ou menos dez degraus, subimos e tinha dois quartos um ao lado do outro, resolvi entrar no menor primeiro e lá dentro tinha muitas coisas de bebê.

– Alguém já morou aqui? - pergunto curiosa.

– Sim, uma ex empregada nossa... Ela pediu demissão e saiu da casa, e ela tinha uma filha pequena acho que da idade de Ana, ai ela quis deixar as coisas, por que não gostou? - ele diz.

– Amei, tem tudo que uma criança adoraria. - eu falo sorrindo.

No quarto da Ana tinha um berço e uma cama de solteiro com o desenho da Barbie, tinha uma parede roxa escuro e o resto tudo rosa clarinho, tinha ursos três prateleiras, tinha um criado mudo e tinha uma porta, eu a abri e era um banheiro e do lado do banheiro um closet, onde eu colocaria toda a roupa, fiquei deslumbrada, tinha tantas coisas... Depois fui pro meu quarto, era perfeito todo bege com branco, uma cama de casal com uma cabeceira marrom escuro, e embaixo tinha dois lugares como se fossem criados mudos, tinha uma mesa quase da cor da cama com um notebook, tinha uma estante só de livros que pareciam ter bastantes páginas, tinha um closet também muito grande depois fui conhecer a cozinha e a sala, não pude deixar de dizer que realmente, era tudo lindo.

Fiquei conversando com Eduardo, enquanto Ana dormia.

– Quando é sua entrevista?- ele me perguntou.

– Segunda, estou ansiosa. - eu digo.

– Não precisa ficar. - ele diz rindo.

– Estou com medo também. - falo.

– Medo do quê? - perguntou.

– De não dar certo, de o dono dessa rede de supermercado não gostar de mim e tudo mais, tem aquela insegurança. - eu digo rindo.

– Você é linda e tem um potencial incrível, acredite vai dar tudo certo. - ele diz me dando um beijo no rosto.

– Eu espero. - eu digo e o telefone dele tocou.

– É, ela. - ele diz e revira os olhos.

– Acho melhor você ir indo, então. - eu digo levando-o até a porta.

– Tudo bem, amanhã darei uma passada aqui, moramos muito longe um do outro aja gasolina. - ele diz rindo.

– Verdade. - eu digo rindo, ele me dá um beijo na testa e vai pra sua casa, era legal porque se eu olhasse pra cima, o quarto dele ficava bem na reta, então eu poderia da sacada, observa-lo, ótimo, e assim foi meu fim de semana, na minha nova casa, curtindo minha filha e sem saber quem é a família do Eduardo.

Era segunda-feira e meu coração batia no ritmo de uma escola de dança, Eduardo cuidaria de Ana pra mim enquanto fazia a minha entrevista, acordei e corri pro banheiro me despi quando saí coloquei uma blusa de manga preta escrita '' Paz e amor'' coloquei uma calça jeans de lavagem escura e meu tênis, passei uma maquiagem fraca e escutei a porta se abrindo, era Duda que subiu pro meu quarto, a me ver abriu a boca de satisfação.

– Linda. - ele disse.

– Obrigada. - digo e dou um sorriso de nervosismo.

– Acalme-se Bia, isso não é um bicho de sete cabeças. - ele me abraça e aquele perfume me embriaga, queria passar mais tempo abraçada a ele só pra poder sentir aquele cheiro de homem mesmo entrando em minhas narinas, mas vejo que falta pouco pra mim me atrasar, então me desfaço do abraço e termino de me arrumar, logo estou pronta.

– Quer que eu te leve? - ele pergunta.

– Não, acho que é perto. - eu digo sorrindo.

– Se tem uma coisa que não é, seria perto.- ele diz rindo.

– Então pede pro seu motorista me levar, não pode deixar Ana sozinha.

– Como quiser. - ele diz e aperta uns números fala tudo que tem direito pro motorista.

– Ele já te, espera. - ele diz me dá um beijo no canto da minha boca.

– Obrigada. - falo, pego minha bolsa e saio sem ao menos dar um beijinho em Ana.

Chego ao portão e o motorista aparentava ter seus cinqüenta anos, gordo e com uma barba que o deixava com cara de mal, ele abre a porta pra mim e eu entro, dou o endereço e ele diz que já sabia onde ficava, quando chegamos quase tive um treco, era a empresa do pai de Eduardo, como assim... Isso era uma, armadilha?

– Tem certeza que é aqui? - eu pergunto assustada.

– Sim, senhora. - ele diz desce e abre a porta pra mim, eu não podia voltar atrás então encarei tudo, entrei na recepção e disse do que estava acontecendo ela falou que o dono já estava me esperando, pego o elevador e logo chego ao seu escritório, abro a porta e é um homem alto, com as feições do Eduardo, olhos e boca igualzinho engulo seco.

– Bom dia. - eu falo.

– Olá, sente-se pra começarmos. - ele diz e me aponta uma cadeira e eu sento, estava com as mãos frias de nervoso e meu estômago dava umas reviradas, ele começou a falar e ficamos por quase uma hora conversamos - Está contratada, a partir de amanhã pode vir trabalhar - ele diz e aperta minhas mãos, eu estava bem feliz todas as preocupações que tive se transformaram em sorrisos bobos.

– Passe até o escritório oito que a moça vai te dar seu uniforme, até manhã senhorita Beatriz. - ele diz.

– Começo a trabalhar em quê? - pergunto.

– Vai ser minha secretária. - ele fala um pouco sério.

– Tudo bem, tchau até amanhã. - eu falo e saio, quando chego ao corredor começo a pular - Porra, vou trabalhar - eu dizia pra mim mesma, passei até o escritório peguei meu uniforme e o motorista me esperava - Eu passei, eu passei. - abracei o motorista que me olhou sério e começou a rir.

– Parabéns, senhora. - ele diz sorrindo.

– Dispenso esse tipo de cumprimento, de me chamar de senhora, senhorita, dona que seja... Quero que me chame de Bia, mesmo perto de seus patrões - eu falo.

– Tudo bem, Bia. - ele diz rindo.

– Como se chama? - pergunto.

– Armando. - ele diz.

– Ótimo, Armando agora vamos. - eu disse e entrei no carro e ele deu partida, em menos de vinte minutos estávamos em casa, por acaso entrei na casa de Eduardo, por mais que eu tinha caído nessa , eu queria abraça-lo e dar a grande notícia, porém quando cheguei à cozinha o vi beijando sua namorada, ele abriu os olhos quando me viu e se afastou dela, logo a baranga virou-se pra mim.

– Quem é, você? - ela pergunta aponta o dedo pra mim.

– Beatriz, flor. - eu disse sínica.

– Ela que é a mãe da sua filha, Eduardo? - ela pergunta e olha pra ele que está vermelho igual um pimentão.

– Sim. - Eduardo diz.

– E o que ela está fazendo, aqui? - ela pergunta irritada.

– Pensei que tinha contado à ela Eduardo, a novidade. - eu disse rindo.

– Que novidade? Fala logo Eduardo. - ela diz e Eduardo quando vai falar eu interrompo.

– Estou morando ali no fundo querida, e vim dar a notícia pro Eduardo que passei na entrevista e que amanhã começo a trabalhar. - digo e cruzo os braços.

– Que ótimo Bia - ele diz e vem me abraçar, porem a namorada dele entra na frente, ele a fuzila com os olhos.

– Não precisa me abraçar Duda, relaxa. - eu digo sorrindo.

– Olha querida, acho que você já deu sua novidade brega, pode ir agora cuidar da tua filha. - ela fala.

– Vou mesmo, não aguento ficar olhando na cara de projetos de puta, fui. - eu disse e sai , e ela correu e segurou meu braço , me arranhou - me solta, antes que eu acabe com sua cara. - eu digo e ela me solta.

– Projeto de puta, é a tua mãe! - ela diz e meu sangue ferve, falar de defunto menina sem argumentos, ergo a mão e quando vou dar na cara dela , Duda entra na frente e leva o tapa , passa as mãos no rosto.

– Vocês se merecem. - digo e reviro os olhos e saio andando, vou pra minha casa e Ana está com Leila.

– LEILAAAAAAAAAAA - eu digo e abraço ela.

– Bia. - ela diz e me abraça.

– Que saudades, mulher. - eu digo.

– Então, espero que ainda me queira pra cuidar da nossa princesa. - ela fala.

– Lógico que eu quero, amanhã começo a trabalhar na empresa do pai do Duda, acredita? - pergunto.

– Eu já sabia. - ela diz rindo.

Ficamos conversando o resto do dia, quando deu a noite eu fui tomar banho e dei um banho na Ana, eu a pequei fui pro quarto e nós duas caímos na cama e dormiram feito pedra.

Acordei no outro dia com meu celular despertando, um frio percorreu por todas as minhas espinhas e a ansiedade estava maior que o normal, fui pro banheiro me despi, coloquei a roupa que iria trabalhar hoje, passei um lápis um pouco escuro com uma sombra branca nada muito chamativa, calcei minha sapatilha, fiz um rabo de cavalo no meu cabelo, peguei minha bolsa e fui até o quarto de Ana, ela já tinha acordado e Leila estava dando leite à ela.

– Bom dia princesas. - digo toda feliz.

– Bom dia, flor do dia. - Leila fala.

– Tenho que ir pro trabalho, beijo. - dou um beijo no rosto das duas e saio, logo Armando o motorista me espera.

– Oi, bom dia. - falo com um sorriso no rosto.

– Bom dia, Bia. - ele diz e sorri também.

– Vamos?- pergunto e entro no carro.

– Temos que esperar o senhor Eduardo. - ele diz cruzando os braços.

– Ele vai com a gente? - digo e o olho assustada.

– Todos os dias ele vai de carro sabe, porém hoje o carro dele quebrou e vai ter que ir com a gente. - ele disse.

– A sim. - falo tentando manter-me aliviada.

Coloco meus fones de ouvido e logo noto a presença de Eduardo no carro, com um terno preto e uma gravata azul, sapato social, cabelo arrepiado o rei da cocada preta, eu nem converso com ele e continuo ouvir minha musica, que era Miss You Love do Silverchair.

Aquela música era extremamente perfeita, eu fui repetindo a mesma até chegar ao trabalho, quando cheguei coloquei meus fones de ouvidos dentro da bolsa e desci somente com o celular na mão, entrei logo à frente do Eduardo hoje eu não queria papo, porque tudo que poderia sair daquela boca deliciosa, eram palavras que machucavam e hoje eu queria apenas, trabalhar em paz.

Logo fui a procura da minha sala e descobri que ficaria no último andar onde fica somente os bons da boca, de frente pra duas portas... Uma a porta do pai do Eduardo e outra que eu não sabia de quem seria, deixei minha bolsa em cima da mesa e caminhei até a porta do dono, bati e ele mandou-me entrar, encontrei-o com uma mulher que aparentava ser um pouco mais velha que ele, morri de vergonha.

– Desculpe-me atrapalha-los. - eu digo.

– Tudo bem, me deixa apresentar vocês. - ele diz todo amigável - Essa aqui é minha namorada Sandra, Sandra essa é minha secretária Beatriz, mas conhecida como Bia. - ele nos apresenta.

– Prazer, senhora Sandra. - digo e a cumprimento com as mãos e ela me dá um beijo no rosto, imagine minha cara de tacho.

– Senhora não, apenas Sandra, por favor, querida. - ela diz e sorri pra mim.

– Tudo bem... Bom senhor Robert, vim apenas saber se já tem serviço pra mim. - sorrio.

– A sim, tem esses papeis. - ele diz e pega em cima da mesa - Você poderia assiná-los, por favor, e levar até a sala de Eduardo, que é a do lado? - ele pergunta.

– Claro licença. - mostro-me eficiente, dou um beijo no rosto de Sandra a assim saio, vou pra minha sala... Acho que tenho uns dez papeis pra assinar, trabalhos... Começo a assinar, no quinto papel minha mão começa a doer, lembro-me da escola de como eu odiava escrever, de fazer lição, mas não deixava de fazer, sempre entregava o caderno em dia, doendo a mão ou não - Saudades, escola. - digo pra mim mesma e volto a assinar, logo termino me ajeito sem necessidade, abaixo um pouco minha saia e bato na porta, a voz dele ecoa em meus ouvidos, eu gelo.

'' Entro ou não, entro. '' - falo pra mim mesma, meu coração me manda entrar e assim entro mesmo.

– Licença. - digo como uma profissional e levo os papeis até sua mesa, vi dois porta-retratos virados pra entrada um era só Ana e o outro era nós três a mesma foto do quadro que ele me deu, antes de vir embora.

– Pode falar. - ele diz e sorri me tirando do transe de pensamentos.

– O senhor Robert, pediu para que eu assinasse esses papeis e em seguida traze-los a você - entrego o papel e ele não perde a oportunidade de segurar em minha mão, sinto-me desconcertada a tiro rapidamente.

– Claro obrigado. - ele diz e me joga um olhar sedutor, nem a presidenta Dilma se aguentaria.

– Licença. - digo virando-me pra ir embora, antes que eu o agarraria ali mesmo e perdia meu emprego, ele me chama.

SOCORRO

– Bia? - ele diz e joga a voz sensual.

– Pois não? - falo como profissional e olho pra ele.

– Mesmo não tendo conversado contigo hoje no carro, fiquei te observando... Você está linda! - ele diz e sorri branco.

– Obrigada. - digo sem jeito e ele levanta da sua mesa e caminha em minha direção, dou uns dois papos para trás.

– É bom, te ter aqui. - ele diz e sorri.

– Eu sei. - faço-me de convencida.

– Vontade de te beijar agora. - ele passa as mãos no meu rosto.

– Não podemos você sabe. - digo e abaixo a cabeça.

– Ainda não podemos. - ele diz e sorri perverso.

– Bom, tenho que ir pra minha sala você tem muitos papeis a serem assinados, licença Eduardo. - eu digo saindo e ele segura meu braço, dei uma volta e parei bem próxima a sua boca deliciosa, que pedia por mim.

– Vai me deixar na vontade, moça? - ele diz se aproximando.

– Sim. - dou risada e coloco a cabeça pra trás, ele beija meu pescoço me fazendo arrepiar da cabeça aos pés.

– Quer namorar comigo?- ele pergunta sério.

– Não divido nem o pão de cada dia, quem dirá dividir Eduardo Almeida Campos com aquele projeto de puta misturado com traveco, olha pra mim querido. - eu digo rindo e ele me encara.

– Eu não canso de te olhar, querida. - ele dá uma piscadinha.

– Super provocativo essa sua piscadinha marota - digo e eu dou um selinho rápido nele e saio da sala dele.

Continuo o trajeto e sento em minha mesa, depois de quase duas horas ele me trás os papeis.

– Aqui moça difícil, apaga o que eu escrevi de lápis antes de entregar ao meu pai. - ele diz sorrindo e volta ao seu quarto.

Folhei os papeis e um deles tinha o número dele.

– Como se eu não soubesse de cor e decorado. - eu digo a mim mesma e reviro os olhos, apago e folheio mais um papel que estava escrito '' Me encontre no jardim as uma e meia da manhã, beijo do seu príncipe tarado."

Príncipe tarado, da onde ele arranca essas baboseiras e apelidos idiotas, acha mesmo que vou? Veja no próximo capitulo. HAHA.