A Garota

Capitulo 13 - Cupida


Por: Viviane.

Dias se passaram depois da conversa que tive com Bia, só ela não percebe o quanto ficar sem Duda está lhe fazendo mal e se percebe se faz de besta, ô amiga difícil a minha.

Acordo com meu telefone tocando igual a um louco, vejo quem é e era Eduardo.

– Espero que seja importante, pra você me acordar essa hora da madrugada - digo antes de um alô descente.

– Querida, são onze da manhã, bom dia pra você também. - ele diz.

– Bom dia só se for pra você, porque pra mim já está sendo horrível só de ouvir tua voz, o que está pegando? - eu falo o provocando.

– Essa doeu. - ele diz.

– Fala logo, pirralho. - eu digo.

– Seja minha cupida? - ele pergunta.

– Meu arco, quebrou. - eu falo.

– Só lamento, compra outro diz que sim. - ele diz quase implorando.

– O que eu tenho que fazer? - pergunto.

– Mande Bia pra Brasília. - ele diz.

– O que? Tu ta louco? - pergunto assustada.

– Cala a boca, escute só... Você vai dizer pra ela que o dono de uma rede de supermercado, viu o currículo dela em uma dessas lojas que ela mandou e que adorou e que queria conhecê-la, o dono é meu pai, mas ela não pode saber, já deixei tudo avisado com meu pai e ele topou, eu só preciso que você a mande com minha filha, pra que eu possa reconquistá-la. - ele explica.

– Sei não Duda, acho que ela não vai querer. - falo pensativa.

– Por que acha isso? - ele diz.

– Conheço minha melhor amiga. - eu digo.

– Por favor, me dá essa forcinha te pago quantos pasteis de frango quiser, quando eu e ela nos casarmos. - ele diz, pastel de frango era tentador.

– Ok, ok só vou fazer isso pelo pastel e pela felicidade da minha amiga, mas se você acabar com a vida dela, a fizer chorar eu vou enfiar o pastel de frango no teu brioco e vou tirar suas bolas e falar que foi uma operação pra não ter mais filhos. - eu disse seca.

– Deu medo isso tudo, mas vai fazer isso por mim? - ele diz.

– Sim, agora vou desligar, tchau - eu digo.

– Te amo. - ele diz.

– Eca, que nojo. - eu digo rindo e desligo.

Levanto já que não conseguira dormir mais , escovo os dentes e vou pro quarto da Bia, fazer o meu teatro de melhor amiga.

– Amiga, amiga. - eu digo e pulo em cima dela.

– Ai sai , to com sono. - ela disse.

– Cala a boca, tenho uma novidade sua feia. - eu digo rindo.

– Qual? - ela pergunta abre os olhos.

– Você foi chamada pra uma entrevista. - eu digo rindo, que mentira.

– Sério, onde? - pergunta.

– Em Brasília. - eu digo rindo, e ela engasga.

– O que? Brasília,como assim? - ela se assusta.

– O dono de uma rede de supermercados, viu seu currículo em uma loja que nem sequer pensava em te chamar, tentaram te ligar mais não conseguiram acho que é porque você dorme demais, ai como tinha meu telefone de reserva, me ligou. - eu dizia toda animada, minha amiga merecia ser feliz mesmo se fosse por essa mentirinha.

– Tu és louca? O Duda está em Brasília. - ela dizia.

– Esquece o Eduardo, você queria um emprego idiota e agora não quer ir por causa de um homem? Cadê minha Beatriz, que atravessa o mundo? - eu dizia, tentando convence-la.

– Ela sumiu. - ela disse tapando o rosto com o travesseiro.

– Trate de fazê-la voltar, to cheia de tentar fazer isso, andando de um lado para o outro. - eu disse.

– Vou ficar na rua lá? Não tenho casa nem apartamento nem nada.- ela diz.

– Amiga, tu tem dinheiro fica tranquila, você tem que ir até sexta feira com suas coisas. - digo.

– Está me expulsando? - ela pergunta.

– Lógico que não amiga, para de ser lerda eu só quero te ver feliz. - eu digo sorrindo.

– Vou pensar, não sei. - ela diz.

– Te dou até amanhã, agora vou comer. - eu digo saindo do quarto e descendo as escadas.

Por: Beatriz.

Juro que quando soube da notícia que Viviane me deu, de que eu teria que me mudar pra Brasília porque uma suposta rede de supermercado me chamou pra uma entrevista, meu coração bateu mais forte, tipo eu estaria na cidade do amor da minha vida, facilitaria tudo pra ele. Depois que Viviane saiu do meu quarto, fiquei virando de um lado pro outro pensando em tudo, tudo mesmo, mil coisas passaram-se na minha cabeça, eu queria ser feliz com ou sem o Duda, queria poder ter a minha vida de volta, voltar pro colégio, voltar a trabalhar pra poder me manter e manter a cima de tudo, Ana, levantei e fui pro banheiro ainda com esses pensamentos na minha cabeça, uma parte do meu coração me pedia pra ir, outra parte dizia que era melhor eu ficar aqui e viver a minha vida aqui, tomei um banho rápido, logo sai coloquei uma roupa simples e fresca fiz um coque no meu cabelo e fui pro quarto de Ana, ela já tinha acordado.

– Bom dia, princesa. - digo e a pego no colo e encho a mesma de beijinhos.

– Ma...ma, ama. - ela dizia.

– Sim, mamãe ama mais que tudo. - digo e esfrego de leve nossos narizes um no outro, ela gruda no meu cabelo - Ana, não. - digo rindo e ela faz biquinho pra chorar, acho que a assustei, dou um abraço apertado nela e vou encher sua banheira, ela estava cheirando azedo, logo à banheira enche e eu dou um banho nela.

– Bebê, você quer ir pra Brasília? - pergunto como se ela entendesse.

– Pa...pa - ela disse, chamando o pai.

– Quer o papai, bebê? - eu falo.

– Pa..pa, ama. - ela diz e dá um sorrisinho.

– É, papai ama. - eu dou um beijinho em seu queixo e termino seu banho, logo desço com ela e Viviane está no telefone na cozinha, não consigo prestar atenção no assunto, porém quando ela me vê arregala os olhos.

– Você ouviu? - ela pergunta assustada.

– Não amiga, deveria? - pergunto sem entender e coloco Ana na cadeirinha.

– Não, lógico que não, não teria problemas, mas é que sei lá é feio isso. - ela diz e sorri.

– Eu sei que é, relaxa que eu não ouvi nada. - digo sentando e começo a me servir, ficamos em silêncio por alguns minutos só Ana que dava gritinhos.

– Amiga, já se decidiu? - ela pergunta ansiosa.

– Sim. - eu falo, foi automático.

– E qual é sua resposta? - ela diz.

– Eu vou amiga, talvez seja bom lá não só pra mim, mas pra, Ana também, e para ela ir a escolinha mais pra frente. - eu digo.

– Você pensou em você? - ela pergunta.

– Sim, eu pensei amiga... Eu quero que minha vida volte ao normal,agora com Ana, quero estudar, quero trabalhar quero estar cansada chegar de um dia estressante e preparar algo simples pra eu e minha filha comer, entendeu? - eu digo.

– Sim, e o Duda? - ela pergunta.

– Amiga... Duda é caso a parte, eu vou tirá-lo do meu coração, não aceito mais viver assim não aceito mais sofrer minha única prioridade agora é minha filha, é dela que eu tenho que cuidar e amar com todas as minhas forças sejam elas quais forem, Eduardo é meu passado que nunca mais vai se tornar presente. - falo.

– Não cospe pra cima que cai na testa amiga. - ela diz.

– Eu não tenho mais esperanças amiga, posso cuspir quantas vezes que a sorte de ter ele perto de mim é, zero por cento. - eu digo confiante.

– Eu não falo mais nada, quando você vai? - ela pergunta.

– Hoje é terça tenho só até sexta-feira pra ir não é? Então me mudo amanhã. - eu falo.

– Onde vai ficar por enquanto? - ela diz.

– Em um hotel, até eu me estabilizar. - eu falo.

– Nossa, vou sentir tanta falta sua. - ela diz e me abraça.

– Eu também amiga, vou sentir muito sua falta e por favor não vende os moveis do meu quarto e do quarto de Ana, porque se nada der certo lá eu volto correndo. - eu disse rindo.

– Pode ficar tranquila bobinha. - ela diz.

– Cuida de Ana pra mim, enquanto arrumo nossas malas? - pergunto.

– Claro, posso ir dar uma volta com ela? - Viviane pergunta.

– Sim tia coruja. - eu digo entregando Ana pra ela, assim elas saem me deixando sozinha em casa.

Agora era assim, vida nova, caminho novo...