Sesshoumaru chegou rapidamente à casa de Kaede. Assim que entrou na casinha procurou rapidamente Rin... e lá estava ela! Sua expressão era confusa e tinha um aspecto fraco. Então ele a viu... sua pequena filha acalentada no colo de Rin. Cabelos negros como os da mãe, ela era belíssima. A expressão doce e as bochechas rosadas. A pequenas mãozinhas e os pequenos pezinhos. Papai Sesshoumaru observou tudo em sua filha. Porém...

– Humana... – sussurrou Sesshoumaru.

– Sesshoumaru, não é estranho? Nossa filha é humana! – Rin falou atônita.

Milhares de coisas passaram pela cabeça do lorde. Coisas insanas... traição, será? Não, não, não. Era difícil de acreditar. Rin não faria isso. Faria?

Rin viu a expressão fria de Sesshoumaru. “Será que ele pensa que eu o traí? Não é possível...” Um nó se formou em sua garganta. Sesshoumaru era o amor de sua vida, ela tinha certeza disso e nunca, NUNCA o trocaria por ninguém. Kaede sentiu a tensão no ar e decidiu explicar o acontecido.

– Pais, vamos manter a calma. Caso esteja pensando bobagens, Sesshoumaru, essa criança é sua sim. Francamente, a Rin te ama. Traição deveria ser a última coisa que você poderia pensar. Deveria se envergonhar! – Sesshoumaru olhou para a velha envergonhado. – O que aconteceu, meus caros, foi o efeito do veneno da flecha.

– Kaede-sama? Como o veneno poderia afetar o youki do bebê? – perguntou Rin mais confusa ainda.

–Esse é o "xis" da questão. A pessoa que lhe atacou queria matar o bebê.

O coração de Rin gelou. Sesshoumaru ficou angustiado. Quem iria fazer uma coisa dessas?

– Na minha vida de sacerdotisa vi muitas coisas. Muitas plantas medicinais e muito veneno, também. Assim que Rin chegou eu observei os sintomas: o sangramento excessivo, o sangue que saiu pela boca dela, a palidez... e é claro o bebê. O veneno contido nessa flecha é feito especialmente para hanyous. Ele “purifica” o youki do bebê até ele ser totalmente humano. Muitas mulheres utilizavam esse veneno, pois consideravam filhos hanyous uma maldição. Mas no seu caso, Rin, a intenção era outra. O veneno em excesso mata o neném, por isso deve ser controlado. Então, a pessoa que lhe fez isso queria matar o seu filho e depois disso, por consequência, matar você. Eu acho melhor, Sesshoumaru, você tomar cuidado com Rin. Tem alguém querendo muita mal a ela e a sua filha.

Sesshoumaru se sentiu novamente o culpado. Culpado por ter deixado Rin sozinha, culpado por ter pensado mal de sua esposa, culpado por não ter protegido sua filha... ele era culpado por tantas coisas!

– Vamos, Kagome. Acho que os dois tem muita coisa para conversar.

Assim que as sacerdotisas saíram, o príncipe aproximou-se de sua filha. Tocou sua testa e falou:

– Megumi. – que quer dizer: beleza abençoada. Esse seria o nome da criança, pois é bela e abençoada por ter nascido mesmo com todas as adversidades. Ela era perfeita para ele. Seu rosto lembrava muito o de Rin. Tinha certeza que seria uma menina linda. Uma ideia estranha passou pela cabeça do lorde: sendo ela tão bonita, os meninos ficarão atrás dela. E é claro que o ele sendo ciumento não permitiria. Riu por dentro com esses pensamentos. Olhou, finalmente, para a sua esposa. Beijou suavemente os lábios dela – Desculpe-me. – falou.

– Desculpar? Pelo que, querido? – perguntou Rin docemente.

– Por tudo. Eu não te protegi direito, você passou por tudo isso, não protegi nossa filha e eu ainda pensei que... – ele foi interrompido por Rin.

– Shiu... não se preocupe. Tudo de ruim já passou. Agora somos nós três: eu, você e a pequena Megumi.

Sesshoumaru aproximou-se do ouvido de Rin e sussurrou:

– Eu te amo.

Rin corou. Seu coração acelerou. Ela se sentiu como uma adolescente de 15 anos apaixonada ao receber seu primeiro beijo. Ela sabia dos sentimentos de Sesshoumaru, mas ele não os mostrava tão explicitamente. O seu coração palpitava rápido.

– Eu também te amo. Muito. – ela respondeu.

Nesse momento, Sesshoumaru pegou Megumi no colo. Foi naquele momento em que ele sentiu como é ser pai. Uma pequena vida, ali, nos braços do lorde... Um pequeno ser. Sua primogênita, sua herdeira. Ele a protegeria com sua vida. Rin não se controlou e chorou de emoção. Aquele momento era tão lindo. Eles formavam uma família perfeita.

Longe dali...

Takara estava angustiada... o que havia acontecido antes deixou a youkai de cabelos arroxeados fora de órbita.

~Flashback on

– Kazuo, esta é a flecha que você deve atirar na humana. Seja preciso e certeiro. Quero vê-la morta ainda hoje.

O servo estava tenso...

– Minha senhora, perdoe-me, mas não posso atender o seu pedido. – ele falou.

– O que disse? Está rejeitando uma ordem minha?! – Takara disse exaltada.

– Sim, minha senhora. Não posso fazer isso.

– Quanta ingratidão! Eu lhe resgatei do nada e você me agradece dessa forma, seu inútil?!

– Takara-sama, veja bem, não vale a pena fazer isso com uma família que está se formando agora. Rin nunca te fez mal. – Kazuo sentia o medo de morrer pelas mãos de Takara, mas morreria sem levar a morte de gente inocente nas costas.

– Isso não é da sua conta! Você não faz ideia de quanta humilhação eu passei por causa de Sesshoumaru... – Takara ardia de raiva. – Vá embora! Eu não quero vê-lo nunca mais. Nunca! Se, por azar seu, nos toparmos no futuro você morrerá lenta e dolorosamente. Agora vá!

Lágrimas quentes rolaram no rosto do servo Kazuo. Seu coração doía. Ele a amava.

Takara viu o seu servo fiel, ou não tão fiel, sair e não voltar mais. Aquela cena nunca iria sair de sua mente.

~Flashback off

“Grande coisa! – pensou a orgulhosa Takara – Tenho que me concentrar no meu plano. Agora, aquela humana deve estar perto da morte se já não estiver morta...”

– Takara-sama? Trago notícias da humana. – Um dos guerreiros da lady se aproximou. – Ela ainda está viva. E está se recuperando.

– Essa mulher não morre nunca?! E o bebê? Não é possível que...

– O veneno não se espalhou completamente. Ele nasceu bem, mas é humano.

– Humano! – ela disse surpresa. – Humano... interessante.

– Takara, o que está planejando agora? – Toshiko, que ouviu a conversa, interveio.

– Não é nada que lhe diga respeito. Mas que a notícia é interessante... ah, é! – Takara disse sorrindo.