A Exterminadora De Youkais, parte II.

Capítulo 10 - Teria um momento para mim, Rin-sama?


Uma semana havia se passado. Kagome também havia dado a luz a uma bela garotinha, 1/4 youkai. Praticamente humana. Herdou os olhos dourados do pai InuYasha e os negros cabelos da mãe. Seu nome é, Sayaka, que quer dizer clara e brilhante, pois assim como Kagome a filha do casal será um sol brilhante para o hanyou InuYasha.

Megumi, porém, era a alegria da casa. Ela era sinônimo de união, pois todos passavam mais tempo juntos por causa dela. Ela recebia visitas constantemente e Rin sempre tinha que contar a história de como a menina nasceu humana. Até Keiko, a esposa de Noboru, quando soube do nascimento da filha do lorde Sesshoumaru, foi visitá-los.

Certa vez, Sesshoumaru foi até a casa de Kaede-sama para que ela fosse ver Rin e assegurar que tudo estava bem com a jovem. A exterminadora, porém, ficou em casa com sua filha e não estranhou quando alguém a chamou na porta. “Mais alguma visita...” pensou.

– Rin-sama?! – a voz insistiu do lado de fora.

– Já estou indo. – respondeu, caminhando com um pouco de dificuldade até a porta. Ela pôde sentir o youki vindo de lá. Hesitou um pouco, mas no fim abriu a porta. Algo lhe dizia que se podia confiar naquela pessoa. Quando abriu, deu de cara com um youkai de aparência jovial que lhe abriu um sorriso. Rin não conhecia aquele rapaz, ou pelo menos não lembrava de ter conhecido.

– Teria um momento para mim, Rin-sama? Acho que precisamos conversar. – ele disse. Rin arqueou a sobrancelha em sinal de dúvida. Ele era um estranho. Deveria confiar nele?

– Ah, pode confiar em mim. – ele falou como se tivesse lido os pensamentos da exterminadora.

– Desculpe-me, eu não quis parecer desconfiada com relação ao seu caráter... – falou Rin.

– Não se preocupe. Tendo em vista o que a senhora passou recentemente, tem todos os motivos do mundo para desconfiar das pessoas. – ele sorriu.

– Então, já sabe do meu ocorrido. Perdoe-me, mais uma vez, eu não lembro do seu nome. – ela se desculpou.

– Não se desculpe. A senhora não me conhece. Mas, se me permitir posso te ajudar com relação ao que lhe ocorreu.

– Por favor, entre. Iremos conversar melhor aqui. Até porque preciso ficar de olho em Megumi que está dormindo.

– Obrigado por me receber, Rin-sama. – ele agradeceu, Rin lhe deu um sorriso. Eles entraram na casa. A moça percebeu que o rapaz olhava discretamente para tudo. Não era uma casa luxuosa, mas tinha sua beleza.

– Por favor, fique à vontade. Poderia me dizer seu nome?

– Meu nome é Kazuo, senhora. Estou aqui para lhe contar algo deveras importante. Seria bom que Sesshoumaru-sama estivesse aqui, mas...

– Primeiramente, não precisa me tratar com tanta formalidade. Sou só Rin. E por que Sesshoumaru deveria estar aqui?

– Porque eu sei quem quis matar a senhora há uma semana.

O coração de Rin falhou em uma batida. As lembranças daquele momento passaram como um flash em sua mente.

– S-sabe? – ela falou com o rosto pálido.

– Rin, quem é esse? – a jovem mãe pôde ouvir a voz de Sesshoumaru na porta.

– Oi. – ela sorriu – Este é Kazuo. Ele diz que sabe quem foi o responsável pela flechada que eu recebi.

Sesshoumaru olhou desconfiado para o youkai.

– Como você me garante que sabe quem foi? – perguntou o príncipe.

Então Kazuo começou a contar sua história. Desde quando foi encontrado por Takara, até o presente momento. Contou exatamente tudo: os motivos que levaram a youkai agir de tal maneira e os seus planos.

– Bem, é isso. Takara é a responsável. – ele concluiu. – Algo que eu esqueci de mencionar: Takara tem um cumplice. Infelizmente, desconheço qual pessoa possa ser. Só sei que ela apoia totalmente os atos de minha antiga senhora. Rin-sama, perdoe-me pelo mal que tentei lhe fazer... – desculpou-se Kazuo por ter tentando colocar a porção na comida de Rin.

– Não se preocupe, não estou chateada. Você estava sob ameaça de morte. Na verdade, admiro sua coragem de fazer tudo isso por mim. Poderia ter morrido... – Rin agradeceu.

– Se eu tivesse feito o que Takara queria, morreria de tanto peso na consciência. Foi muito melhor assim. – respondeu o youkai.

– Takara... – o dai-youkai Sesshoumaru lembrou-se da youkai de pele branquíssima e cabelos arroxeados. Lembrou-se também do momento em que se reencontraram.

“– Não pense que isso acaba assim, eu voltarei. – ela virou as costas, mas algo a fez retornar. – Esse cheiro, esse cheiro... É em você, Sesshoumaru! Você cheira a humano! Não me diga que o frio Sesshoumaru tem uma humana? Fraco como o pai.”

“Ela merece uma punição. Quem ela acha que é para tentar matar a Rin e a minha Megumi? ” Pensava Sesshoumaru.

– Kazuo, você sabe a localização de Takara, não é? – perguntou o príncipe

Kazuo fechou os olhos e respirou fundo. Ele amava a sua senhora desde sempre, mesmo ela nunca querendo olhar para ele. Ele sabia de toda a sua arrogância e maldade e sabia o porquê daquilo. Ele sabia que Sesshoumaru-sama não ficaria parado após saber disso e que ela não sairia impune. Ele sabia, também, que Takara faria de tudo para prejudicar Rin e que ninguém seria capaz de detê-la a não ser Sesshoumaru.

Ele sabia coisas demais.

Não queria entregar a pessoa que amava nas mãos de um youkai tão poderoso e que enfurecido pelas circunstâncias poderia fazer qualquer coisa, até matá-la. Mas ele sabia de algo primordial: ele sabia o que era certo a fazer.

– Então, Kazuo, você sabe ou não sabe a localização? – perguntou mais uma vez Sesshoumaru.

– Sim, eu sei. Irei com você. Isso, é claro, se me for permitido. – Kazuo respondeu esperando a confirmação de Sesshoumaru que nada disse.

– Sesshoumaru, - começou Rin – por favor, tenha cuidado com o que fará se encontrar Takara.

Sesshoumaru não acreditou nas palavras de Rin. Takara havia feito tanta maldade com ela, tentara matá-la tantas vezes e ela não queria mal pra youkai. “É inacreditável...”

– Rin, Kaede deve estar chegando para assegurar que tudo está bem com você e com a Megumi. Mandarei Jaken ficar com você enquanto estou fora. Não vou demorar.

Ele beijou a testa de Rin, foi até sua filha e acariciou-lhe cabeça. Ela continuava dormindo.

– Kazuo, você virá comigo. Quero que me mostre a localização exata de Takara. – falou Sesshoumaru.

Kazuo assentiu.

– Não vou demorar. – repetiu Sesshoumaru e então, finalmente, saiu.

“Por favor, não faça mal a Takara... seja piedoso... Ela só está cega de amor. Mesmo sendo pelo meu marido, ela não merece morrer. Noboru também fez coisas horríveis por causa de problemas amorosos, mas no fundo era uma boa pessoa...” pensou Rin.