A estrada estava molhada, a chuva caía e os relâmpagos soavam no céu. Procurei ficar quieta enquanto notava o esforço de meu pai para ver o que tinha do outro lado do vidro do carro. Minha mãe conversava sobre como seria o casamento de minha tia, que era nosso destino. Tia Lara teve má sorte, pois logo no dia de sua cerimônia de casamento, lá estava a tempestade caindo do céu.

– Nossa, nem consigo acreditar que ainda tem pessoas andando á pé nessa tempestade.

Senhor Sabrian reclamou. Observando as pessoas andando pelas calçadas impressionado.

– Vá devagar, querido.

Desta vez minha mãe, Senhora Sabrian tranquilizou seu marido. Estava acostumada com minha família.

Papai, um bom homem, dono de um mercado perto de casa, engraçado e compreensivo, sempre carinhoso com a mulher e comigo, filha dele, Ana Sabrian, dezesseis anos, cabelos negros compridos, corpo magro e olhos castanhos, sempre com mania de não confiar nas pessoas, completamente o oposto de sua mãe, Senhora Sabrian, médica no hospital Saint Marie, caridosa, compreensiva e exageradamente ingênua, confiaria em todos se não fosse por mim, que particularmente também não confiaria em ninguém se não fosse por ela.

Minha família sempre foi assim, tenho me acostumado com o nosso jeito de viver, sempre unidos procurando jeitos de resolver os problemas. E sempre fazendo programas em família, como ali, indo para o casamento da tia Lara.

Fiquei sentada no banco de trás, no espaço entre os dois bancos da frente. Olhei adiante pelo vidro do carro, para piorar a visão a estrada estava completamente mal iluminada, não conseguíamos ver nada.

De repente, um vulto apareceu na frente no carro, meu pai freou já tarde depois de ter atropelado alguém que se jogou na frente do carro.

– Ai meu santo Deus!

Papai exclamou, saiu do carro assustado, no meio da chuva para socorrer a vítima. Minha mãe tentou impedir:

– Espera querido, está chovendo muito...!

Quando viu que meu pai já estava do lado de fora, abriu a porta do carro e foi atrás dele. Fiquei completamente sem ação, sem entender o porquê de alguém ter pulado na frente do carro, tinha certeza que ele não estava atravessando quando o atropelamos. Mesmo assim, estava preocupada, queria ajudar, mas não podia sair no meio da chuva.

Esforcei-me para ver diante do vidro do carro, mas era completamente impossível. Olhei em volta, procurei entre as bagunças e enfim achei uma sombrinha. Saí do carro e a abri, a chuva estava forte, tive de segurar com força para o vento não leva-la.

Estava escuro, mas consegui caminhar devagar em cima do salto, com cuidado para não escorregar nas poças de chuva e chegar até onde meus pais estavam agachados socorrendo o sujeito, não conseguia ver direito, mas vi que era um garoto mais ou menos da mesma idade que eu, vestia um casaco com capuz e revirava-se no chão segurando o seu braço e gritando de dor. Molhava-se todo rolando no asfalto molhado.

– Ele quebrou o braço. – Minha mãe disse, pegou o celular dentro da bolsa, me estiquei para colocar o guarda-chuva numa posição que também os protegesse da chuva. – Qual o número dos seus pais?

Minha mãe perguntou ao garoto. Ele não respondeu, continuou rolando no chão com dor. Ao perceber que ele não ia responder, ela desistiu e levantou-se:

– Esquece, vamos leva-lo para o hospital.

Meu pai começou a ajuda-lo a levantar e leva-lo pro carro. Ele ficou ao meu lado no banco de trás, estávamos todos completamente molhados, minha mãe estava com o vestido pingando água da chuva e meu pai estava com o paletó encharcado. Eu também estava com o cabelo respingado e com as pernas e os sapatos todos molhados.

Imaginei que não iríamos mais para o casamento daquele jeito. O garoto simplesmente não conseguiu responder qual era o telefone de seus pais, estava ocupado de mais gritando e esperneando de dor dentro do carro.

Não consegui entender direito, ainda estava perdida como tudo mudou de rumo tão rapidamente, estávamos indo tranquilos ao casamento e do nada, estávamos indo socorrer alguém que atropelamos na estrada.

Me perguntava como aquele garoto pôde ser tão desatento, e porque alguém da mesma idade que eu estaria andando só de capuz no meio de uma tempestade. Onde estaria indo com tanta urgência para não ter tempo de pegar um guarda-chuva ou ver o carro passando antes de jogar-se na estrada. Mas não poderia pensar em nada disso ou perguntar naquele momento, só precisávamos dá-lo assistência e rápido.

Quando chegamos no hospital, minha mãe ajudou ele a sair do carro.

– Venha, fique com o braço imóvel, vai melhorar.

Ajudou ele a entrar no hospital, ele apoiou-se no seu ombro ainda gemendo. Com a luz melhor, pude ver melhor quem era, a pesar de estar de costas. Só consegui ver suas costas largas, seus braços longos e fortes dentro do casaco, mas no momento completamente indefeso apoiando-se no ombro de minha mãe. Seguimos pra dentro. Quando entramos todos na sala de espera, todos que estavam lá voltaram os olhares pra nós, não era por menos, estávamos todos vestidos de gala e completamente encharcados.

Meu pai debruçou-se no balcão para falar com a atendente. O garoto cessou mais com os gritos de dor depois que minha mãe segurou o braço dele e o imobilizou na posição certa. Abracei á mim mesma para tentar não sentir frio, já que estava molhada e dentro do hospital climatizado com ar-condicionado.

– Com licença, atropelamos esse garoto, acho que ele quebrou o braço.

Meu pai explicou á enfermeira, que olhou o garoto ao lado da minha mãe depois pegou uns papéis numa mesa.

– Alguém fica aqui e preenche os papéis e os outros podem o acompanhar se quiserem, os médicos de plantão fica por aquele corredor.

A moça negra explicou o procedimento com ar profissional. Meu pai resolveu ficar para preencher os papéis.

Minha mãe e eu tivemos de ajuda-lo a seguir até o atendimento. Passamos por um corredor entramos numa sala extensa, com milhares de macas umas ao lado das outras, com pessoas recebendo atendimento.

Um enfermeira apareceu de repente ao nosso lado, uma ruiva sorridente.

– Ele é o paciente?

Quis saber.

– Sim.

Minha mãe respondeu.

– Sigam para aquela maca, por favor.

A moça apontou para a maca no final da sala.

– Obrigada.

Agradecemos enquanto seguíamos para a maca. O garoto ao chegar, jogou-se sentado na maca ainda gemendo, ficamos de pé esperando alguém chegar.

O capuz que ele vestia ainda fazia sombra em seu rosto, por isso não podia vê-lo direito, mas vi que tinha machucado a testa também, tinha alguns arranhões no corpo por causa da batida e andou mancando até chegar ali.

Pouco depois um senhor de guarda-pó chegou onde estávamos. Olhou para o garoto, analisando-o.

– Qual o problema?

Perguntou aproximando-se do sujeito na maca, sem rodeios.

– O atropelamos. Ele quebrou o braço, doutor Tomphson.

Minha mãe explicou, o médico virou-se para ela ao perceber que ela o conhecia. Quando prestou atenção, reconheceu minha mãe:

– Doutora Sabrian! Não tinha percebido que era você.

– É, eu e meu marido acabamos desta vez provocando um acidente.

Ela disse envergonhada, antes que pudesse dizer qualquer coisa, ouvimos seu celular tocar, ela pegou-o na bolsa molhada para atender.

– Alô? – Atendeu. – Oi irmã...

Era óbvio que minha tia devia estar furiosa com nossa falta no seu casamento. Eu ia acabar me distraindo, mas ouvi uma voz distinta até ali soar:

– A culpa foi minha. – Olhei atenta. Era a primeira vez que o garoto atropelado se manifestara, sua voz soava grave e sorrateira. – Eu não vi o carro.

– Já chamou seus pais?

O senhor de olhos azuis de denominação Doutor Tomphson quis saber.

– Eu não...

Não completou a frase, fitou o nada perdido em pensamentos. Doutor Thompson franziu o cenho intrigado, ao não ouvir resposta, ajeitou o óculos no nariz e perguntou de novo:

– Lembra-se de alguma coisa?

O garoto balançou a cabeça indicando que não.

O doutor mexeu no seu braço e ele soltou um breve grito, depois cessou. Ainda com a testa franzida o doutor pegou uma lanterna e abriu as órbitas do garoto, examinando seus olhos.

– Hum... - Murmurou enquanto o avaliava. - Terei de fazer alguns exames, ele pode estar com amnésia, suponho.


Ele respondeu de novo, parecia não se abalar com as respostas que dava. O doutor já ia interroga-lo outra vez quando minha mãe desligou o telefone num suspiro:

– É, você acabou me fazendo faltar no casamento da minha irmã... – Sua voz não soava chateada, parecia surpresa. – Então, nós vamos pagar o seu tratamento de hoje. Precisamos do telefone dos seus pais para explicar tudo.

– Ele não tem.

Alguém respondeu pelo garoto, demorei um pouco antes de perceber que tinha sido eu, escapuliu de repente da minha boca, talvez por conta da minha surpresa ao saber que ele podia estar amnésico.

Minha mãe de repente mudou de expressão, seu rosto tornou-se compreensivo e cheio de compaixão, eu sabia que ela acabaria ficando sensibilizada pelo garoto estar desamparado e sem memória, minha mãe tinha o terrível costume de sofrer excessivamente a dor do próximo, por isso tinha escolhido ser médica.

Perguntou em voz melosa para ele:

– Onde estava antes de ser atropelado...? Se lembra de alguma coisa?

Antes que o garoto respondesse o médico deu notícias:

– Tenho uma boa notícia, parece que ele não quebrou o braço, mas feriu e prejudicou muito os músculos. Vou enfaixar, só um momento, enquanto isso, pode tirar a camisa.

Doutor Tomphson saiu dali para buscar os materiais. O garoto, obedeceu seu comando, abriu o casaco e tirou-o e depois, com um pouco de dificuldade por causa do braço, tentou tirar a camisa, mas emperrou no pescoço.

– Ai... – Gemeu. – Pode me ajudar aqui?

Ele olhou pra mim. Eu me senti meio desconfortável, mas caminhei até lá e ajudei a tirar a camisa dele. Não pude evitar de observar desta vez com total atenção sua aparência, seus músculos eram fortes e definidos e o peito largo e quando tirei a camisa, pude ver de muito perto seu rosto. A primeira coisa que me impactou foram seus olhos cor de mel, quase amarelos, olharam pra mim e fixaram nos meus, como se de repente tivesse se impressionado. Seu cabelo era castanho claro, picotado como se ele mesmo tivesse pegado a tesoura e improvisado no corte, mas que tinha ficado perfeito com seu rosto perfeito e implícito projetado á minha frente.

Ele pareceu ter a mesma reação que eu. Nenhuma. Paramos e simplesmente não conseguíamos dizer nada, parecia que os dois não tínhamos parado para olhar uns pros outros até ali. Seu olhar era intenso e próximo, não conseguia pensar quando parecia que ele me desafiava olhando-me fixo como se quisesse dizer alguma coisa, mas não sabia o que era.

Não sei bem que reação eu teria, ouvi apenas ele murmurar ainda sério um:

– Obrigada...

E continuar olhando-me intenso. De repente vi os passos de alguém chegar.

– Voltei.

Olhei e era o médico. Só então percebi que já estava mais do que na hora de me afastar do indivíduo atropelado, que a pesar de ser lindo, era desconhecido, e aparentava problemático e cheio de segredos sombrios que me recusava a tentar desvendar. Ainda me parecia que ele poderia estar mentindo, poderia estar inventando aquilo por ter um passado que quisesse deixar para trás.

Ele olhou para mim enquanto o médico medicava-o e enfaixava seu braço, fiquei desconfortável com o jeito que me fitava, fugi do contato visual, pois só eu parecia constrangida, ele não parecia ligar nem um pouco pelo meu incômodo no jeito que me encarava.

– Vamos ter de ir pra polícia depois daqui, para ver se achamos algum registro seu.

Minha mãe balançou a cabeça avisando. Ele não disse nada, continuou olhando pra mim.

– Venha comigo, eu falei com a enfermeira para encaminhar você para a sala de exames, vamos fazer um raio x do seu cérebro para detectar se houver realmente uma amnésia.

O garoto foi com o braço enfaixado com o doutor e voltou uma hora depois.

– Amnésia.

O médico decretou num suspiro. Pelo visto ele não era um mentiroso, me enganei.

– Eu realmente não sei o que sugerir, devem encaminhá-lo à polícia é claro, mas vai ser difícil encontrar algum registro de alguém que não lembra o próprio nome. Seria bom que esperassem ele recuperar a memória, mas não sei nem aonde ele poderia ficar.

Doutor Thompson dizia. Enquanto isso, assistia minha mãe ficar com o rosto cada vez mais carinhoso para o garoto. Isso não era nada bom.

Nesse momento meu pai chegou soltando suspiros de preocupação.

– Foi difícil dar o registro de alguém que não conheço. Mas ao menos deu tempo de ligar explicando a nossa falta no casamento. – Ele bufou. – Qual é o seu nome mesmo?

Meu pai dirigiu-se ao indivíduo. Já estava mesmo na hora de saber alguma coisa sobre ele. Ele olhou como se tivesse acabado de levar um susto para meu pai:

– Eu não sei.

Meu pai fitou-o incrédulo durante breve segundos antes de lançar um olhar confuso para nós. Que tivemos de explicar tudo.

**********************

Quando entramos na delegacia, esperamos um pouco até sermos atendidos. Quando nos chamaram, pudemos entrar na sala do delegado. Ele tinha cabelo grisalho e corpo magro, olhava uns papéis postos na mesa com ar superior. Quando nos viu entrar soltou um suspiro.

– Tudo bem. Qual é o problema?

Revirou-se na cadeira de rodinhas, ficamos de pé.

– Atropelamos esse garoto sem querer na rodovia e precisamos do registro dele.

Meu pai explicou. O delegado não entendeu muito bem.

– Por quê? Ele não sabe falar?

– Bateu a cabeça e está com amnésia, não podemos deixa-lo sem assistência, precisamos dar alguma explicação á alguém, além disso ele é menor, não queremos o deixar na rua.

Minha mãe falava, percebia a pena que ela sentia do atropelado, não me cheirava bem, talvez ele tivesse memória de algumas coisas e quisesse esconder, mas se estivesse não aceitaria ir até a delegacia conosco.

O delegado franziu o cenho olhando-o de cima á baixo, ele continuava com olhar distante, como se estivesse em outro lugar.

– Sente-se garoto.

O delegado pediu. Na sua mesa havia uma indicação do seu nome, era Delegado Moreira. O atropelado sentou-se na cadeira, cabisbaixo.

– Qual o seu nome? - Moreira perguntou. – Lembra-se dele?

O atropelado apenas olhava-o perdido.

– Não.

– O que poderemos fazer com você então? Teremos de esperar você recuperar a memória ou algum membro da família vir te procurar. Mas onde ficaria enquanto isso?

Foi nesse momento que minha mãe interviu:

– Senhor Delegado, posso falar com você em particular?

O delegado respirou fundo.

– Tudo bem.

Aceitou. O atropelado levantou-se e saiu da sala, eu, meu pai e ela ficamos na sala.

– Senhor delegado, acho que não é a melhor ideia manda-lo para um lugar sozinho, ele perdeu a memória, precisa de alguém para vê-lo.

– Eu vou procurar nos registros de outras cidades se ele tem alguma ficha criminal, ou está tido como desaparecido, mas onde ele poderia ficar? Não podemos deixa-lo no hospital, pacientes com esse tipo de problema não podem ser internados. São tratados em casa.

O delegado disse. Numa fração de segundo, pude reconhecer a expressão de minha mãe que sempre significava que tinha tido um dos seus choques de solidariedade, ia impedir antes que falasse as palavras, mas minha mãe foi mais rápida:

– Na minha casa.

Eu soltei um suspiro, era previsível que fizesse isso, sabia que não resistiria de ajudar um garoto órfão problemático. Cruzei os braços.

– Mesmo, Sra. Sabrian? Muito solidário da sua parte permitir o garoto ficar na sua casa, qualquer problema é só avisar. Agora podem sair. Vamos rastrear alguma informação desse garoto que ajude.

Seguimos para fora da sala. Ainda não achava uma boa ideia.

– Ficará conosco por um tempo.

Minha mãe lhe avisou quando saímos da sala. Ele ergueu o olhar levemente para cima, tinha ar de coitado, mas com uma pitada de falsidade.

– Obrigada.

Disse ao levantar-se da cadeira.

– Não há de quê.

Minha mãe sorriu para ele. Meu pai e eu somente nos entreolhávamos querendo demonstrar como não tínhamos gostado da ideia. Mas eu conhecia minha mãe, nunca deixaria esse garoto depois de ter aceitado leva-lo para casa. Acharia que estava o decepcionando e ele odeia mais do que tudo decepcionar qualquer pessoa.

Fomos para casa e minha mãe começou a andar de um lado para o outro trazendo coisas para o garoto.

Assisti a cena enquanto pegava um copo d’água na cozinha e olhava o que conversavam na sala.

Minha mãe lhe entregou uma toalha com roupas velhas do meu pai e sabonetes e arrumou o sofá para que dormisse nele.

– Bom, enquanto estiver aqui vamos ter que te chamar de alguma coisa, então...

Saí da cozinha indo para o andar de cima pela escada e quando passei pela sala, minha mãe me parou.

– Filha, olhe para ele. – pediu. O fitei de pé. – Qual seria um nome para ele?

Suspirei com relutância. Não queria me envolver nada com aquele garoto. Ele era esquisito e ocuparia a minha casa. Mas não tinha por onde correr agora.

O examinei. Seu olhar, seu cabelo, o corpo, de alguma forma falaram comigo. Um nome me veio em mente:

– Nathan.

Pronunciei instintivamente. Não sei o que me deu, mas parecia que eu conhecia o seu nome.

“Nathan”, sorriu para mim. Seu sorriso era presunçoso e muito sugestivo como se gostasse do nome que escolhi para ele, ou até tivesse acertado qual era.

Ignorei a sensação estranha e girei meu corpo para a escada, esperando nunca mais ter que falar com ele de novo.

– Gostei. Ele tem mesmo cara de Nathan.

A mãe elogiou.

Subi as escadas dando completamente as costas. Aquilo nunca acontecera antes. A solidariedade da minha mãe sempre foi extrema, mas nunca chegou a ser tão escandalosa quanto aquela. O que eu diria aos meus amigos se o vissem ali? “Ah, esse aí? É só um garoto que atropelamos e minha mãe quis adotar. Ele é gato, eu sei.”? Pouco me importava com ele. Contanto que descobrisse logo sua verdadeira identidade e caísse fora da minha casa, estava tudo ótimo.