Não havia mais nenhum impedimento. Após se livrarem de Sasuke, Sasori e Sakura andavam de mãos dadas por Konoha, trocavam beijos apaixonados em plena luz do dia e, sim, eles transavam todos os dias. Às vezes, mais de uma vez ao dia. Segundo Sasori, eles precisavam compensar todos os meses que permaneceram afastados e, como só restavam sete dias para Sasori voltar para Suna, eles tinham certa pressa. Por respeito aos pais da rosada, a garota estava indo dormir todos os dias no hostel. Sasori se sentia mais à vontade lá. Mesmo que os pais de Sakura tivesse liberado a casa para eles ficarem juntos.

— Acho sua família muito moderna. – Comentou Sasori.

— Sei que te constrange, mas pra eles é normal. Você não levava suas antigas namoradas para sua casa quando a sua avó estava lá?

— Bem, eu não tive tantas namoradas assim Sakura. Além disso, sempre preferi ir para um motel do que ficar em casa com a vovó ouvindo tudo. – Sasori corou levemente e Sakura riu.

— Quando eu for pra Suna teremos que ir para um motel?

— Não, você ficará hospedada na minha casa.

— Então, a gente vai ficar sem transar lá?

— Óbvio que não! Mas já vou avisando que lá teremos que ser um pouco menos selvagens! – Comentou Sasori e Sakura gargalhou.

— Ah, Sasori! Você devia aceitar a minha proposta e ir dormir na minha casa comigo.

— É que eu não tenho muita intimidade com seus pais.

— Nem eu tenho com a sua avó, mas, já que estamos num relacionamento sério, seria bom você ir conhecê-los melhor.

— Eles não ficaram com raiva de mim por que achavam Sasuke um máximo?

— Eu já disse um milhão de vezes que não! Meus pais sempre acharam Sasuke metido. Além disso, os Uchiha são as pessoas mais influentes da cidade, são arrogantes, acham que são o centro do Universo e meus pais não gostam muito disso. Eles preferem você.

— Ufa! É um alívio ouvir isso. – Sorriu.

— Eles só acham que você tem um defeito.

— Ah, é? Qual?

— Mora longe.

— Infelizmente, a distância vai ser um elemento no nosso namoro que teremos de administrar para que não nos atrapalhe. Conto com a sua compreensão, Sakura!

— Eu sei! Eu estou totalmente disposta a tentar e fazer nosso amor dar certo! Não se preocupe! Mas o que acha de ir jantar lá em casa hoje e aí aproveitar para dormir comigo lá? Juro que meus pais não mordem!

— Só por que você está pedindo com jeitinho, entendeu?

— É claro, meu amor!

[...]

Sasori estava visivelmente nervoso. Tudo bem que ele já conhecia os pais de Sakura. Mebuki e Kizashi Haruno já tinham visto Sasori ao lado de Sakura diversas vezes na loja. O ruivo não era novidade. No entanto, Sasori ainda se sentia pressionado por eles. Não que os pais da Haruno estivessem exigindo alguma coisa dele, mas ele via os olhares de preocupação. Normal, afinal eles temiam que a filha sofresse de novo. Ainda era recente o romance entre os dois e os pais da rosada se lembravam bem como a preciosa filha deles havia ficado quando o ruivo partira no ano anterior.

Após chegar à casa dos Haruno com flores para a sogra. Sim, para a sogra. Sakura entenderia que ele estava tendando ser o genro dos sonhos. Quando a rosada atendeu a porta e viu que as flores não eram para ela dessa vez, sorriu. Sasori acompanhou a namorada até o terceiro andar e, assim que cumprimentou os pais de Sakura, percebeu que estava com as duas mãos geladas e suava frio.

— Que mão gelada, rapaz! Não diga que tudo isso é medo de nós? – Brincou Kizashi.

— Não, senhor. – Respondeu Sasori ainda meio desconfiado.

— Sente-se, querido. Queremos que fique à vontade! – Disse Mebuki com um tom gentil, então Sasori se lembrou de entregar as flores.

— Essas flores são para a senhora! – Entregou o buquê de flores do campo.

— São lindas! Obrigada pela gentileza! – Agradeceu Mebuki, já se virando para colocar as flores num vaso.

— Sasori é sempre gentil. – Elogiou Sakura e segurou a mão do rapaz na tentativa de esquentá-la.

— Então, qual são as suas intenções com a minha filha? – Perguntou diretamente Kizashi.

— Papai! – Repreendeu Sakura e Kizashi riu.

— Sem pressão. Pode ser sincero conosco, Sasori. Você acha que o namoro de vocês tem futuro? – Questionou Kizashi.

— Sim, eu acho senhor. Não teria voltado para Konoha se não tivesse um futuro. – Respondeu sem vacilar e Sakura sorriu.

— É bom saber que você realmente ama nossa filha. – Interferiu Mebuki.

— Senhora, ainda é cedo para fazer muitos planos. No entanto, eu estou disposto a fazer de Sakura minha esposa quando chegar a hora. Não quero que pensem que vim aqui para viver uma nova aventura e tirar a oportunidade de Sakura fazer um bom casamento. – Concluiu Sasori. Apesar de Sakura falar que eles não ligaram para o fim do noivado com o Uchiha, o ruivo achava importante que eles soubessem que ele não estava ali para uma aventura e só.

— Eles não pensam assim, não é? – Enfatizou Sakura.

— Claro que não pensamos dessa forma! Querido, achamos ótimo que tenha planos para vocês, mas, quanto ao casamento com o Uchiha, nós realmente éramos contra. – Disse Mebuki para surpresa de Sasori.

— Contra? – Perguntou o ruivo sem entender.

— Sasori, a família Uchiha nunca está metida com coisas boas. Sasuke será o sucessor do pai na empresa da família, então sabemos que, mesmo que ele não seja tão ruim quanto Fugaku, ao assumir o poder se tornará diferente. Temíamos por Sakura. Estamos felizes de que ela tenha caído em si e acabado com esse noivado. – Explicou Mebuki.

— Sasori veio para me fazer feliz. – Setenciou Sakura e então Mebuki avisou que o jantar estava pronto para ser servido.

Após jantarem, Sasori conversou mais um pouco com os pais de Sakura até que ficou bem tarde e ela soltou a seguinte frase “Você dorme aqui hoje né?

— Ah, Sakura! – Sasori estava preparando alguma desculpa para voltar para o hostel, mas antes que pudesse concluir Mebuki se antecipou.

— Sakura me falou que te constrange, mas não se preocupe! Vocês têm nossa autorização! – Disse a mãe de Sakura.

— Relexa, rapaz! Você não é o primeiro namorado da Sakura que dorme aqui. – Soltou Kizashi antes de se recolher junto com a esposa.

Quando, finalmente, Sakura convenceu o ruivo a dormir em sua casa, ele ficou curioso em saber que outro namorado dormira ali.

— Que outros namorados já tinham tido autorização para dormir com você aqui? – Perguntou Sasori assim que viu Sakura sair de camisola do banheiro.

— Ah, Sasori! Eu também não tive tantos namorados assim! Na verdade, só o Sasuke dormiu aqui.

— Hn.

— Tá com ciúmes?

— Não gostei de imaginar ele dormindo aqui com você. – Confessou.

— Bobo! Ele é passado! E você viu que meus pais não gostavam dele.

— Isso eu gostei de saber. Afinal, os sogros preferirem você é sempre bom.

— Também acho. Agora tira a roupa. – Mandou Sakura após se deitar na cama.

— Sakura!

— Ué? Você vai dormir de calça jeans e camiseta?

— Não! – Sasori então tirou a calça e a camiseta, ficando apenas com uma cueca box branca.

— Tá bem melhor assim! – Comentou Sakura já abraçando Sasori.

— E você vai dormir assim? – Perguntou enquanto alisava a camisola da amada.

— Prefere que eu durma como? – Provocou mordendo o lóbulo da orelha do ruivo.

— Nua. – Sussurrou.

Sakura riu da provocação e tirou a camisola sem pestanejar. Não tinha nada por debaixo dela.

— Melhorou?

— Muito melhor. – Sasori respondeu já massageando os seios da namorada.

Sakura gostava de ter momentos íntimos com Sasori. Gostava de sentir a mão dele percorrendo seu corpo sem qualquer tipo de pudor. Se algumas horas atrás ele estava totalmente tenso com a possibilidade transarem ali, agora ele parecia ter esquecido suas inseguranças. Sasori ficou totalmente relaxado ao sentir a boca de Sakura percorrer toda a extensão de seu membro enrijecido. E, quando ela se sentou em cima dele, começando um intenso vai e vem, eles gemeram sem se preocupar se alguém poderia escutá-los.

No dia seguinte, Sasori acordou cedo. Queria sair antes que os pais da namorada o vissem ali.

— Você já vai? É de madrugada, Sasori! – Reclamou Sakura, enquanto puxava o namorado para a cama.

— Eu já dormi aqui. Por favor, não me obrigue a tomar café da manhã com os seus pais. – Pediu, após dar um breve beijo na namorada.

— Você é muito envergonhado! – Reclamou.

— E você é muito sem vergonha! – Rebateu Sasori e Sakura riu.

— Você não reclama que eu sou sem vergonha quando está dentro de mim. – Disparou maliciosamente.

— Há momentos e momentos, Sakura! Agora é a hora de sair de fininho.

— Ok. Eu vou me vestir e te levo lá em baixo. – Sakura disse saindo de baixo do lençol ainda nua. Sasori a observou entrar no banheiro e sorriu com a visão. Para ele, Sakura era linda a qualquer hora do dia. Até mesmo quando tinha acabado de acordar.

Após levá-lo até a porta da rua, Sakura e Sasori ainda trocaram alguns beijos.

— Eu te vejo mais tarde? – Perguntou a rosada ainda pendurada no pescoço do ruivo.

— É claro que sim!

[...]

Quando Sakura estava trabalhando, Naruto apareceu na Full of Songs para bater um papo com a melhor amiga. Ele havia ficado sabendo por Konan do escândalo que Sasuke fez no hostel dias atrás após o noivado terminar e queria saber se tava tudo bem mesmo.

— Você demorou a aparecer. – Reclamou Sakura com o amigo.

— Foi mal, Sakura. Tava fora da cidade para resolver uns lances do Uzumaki’s para o meu pai. Konan me contou da briga do Sasuke com Sasori. Tá tudo bem agora?

— Sim, eu vejo Sasuke desde o dia da briga. Acho que ele viajou de novo a pedido do pai. Melhor assim, pelo menos ele não arruma mais briga com Sasori.

— Você e o ruivo estão namorando mesmo?

— Sim, Naruto.

— E como vai ser depois que ele voltar pra Suna?

— Vamos manter o relacionamento à distância. Ele prometeu voltar todos os meses para Konoha e eu, sempre que possível, também irei para Suna. Vai ser difícil, mas foi a solução que encontramos.

— Boa sorte! Acho que eu não aguentaria viver assim com a Hinatinha.

— Falando em Hinatinha... como é que tá o namoro de vocês?

— Vai bem. Vou pedir a mão dela em casamento no próximo mês. Mas fica quieta, Sakura! Ainda é surpresa pra Hinata!

— Você é péssimo em guardar segredos. Ela vai descobrir antes de você pedir. Pra quantas pessoas já contou isso?

— Ah, pra você, meus pais e o pai da Hinata.

— Tenho certeza que ela já sabe!

— Claro que não!

— Pelo menos deve desconfiar! Você andou sondando ela?

— Mais ou menos. Fui com ela numa joalheria e vimos uns anéis.

— Ela sabe, Naruto!

— Mas eu só falei que era pra ela ver um modelo que gostasse pra num futuro distante eu saber escolher!

— Ela sabe que você escolheu o anel! Você é um idiota! – Riu Sakura.

— Poxa! Eu queria tanto que fosse surpresa!

[...]

Alguns dias depois...

Sakura estava se preparando para dizer adeus para Sasori. Sabia que em poucos dias ele iria embora e aquilo começava a fazer mal a ela. No entanto, ele percebeu a agonia da amada e resolveu fazer uma surpresa para ela. Sasori pediu para que os sogros liberassem Sakura de cuidar da Full of Songs por um dia para que pudessem se despedir da forma como ele acreditava ser mais apropriada.

Após buscar Sakura em casa, Sasori levou a namorada até o Uzumaki’s onde um jantar romântico a esperava.

— Tudo isso é pra mim? – Perguntou admirava ao notar a mesa arrumada para os dois, um jantar a luz de velas.

— Achei que merecia. – Sasori puxou a cadeira e Sakura se sentou.

— Eu to muito mal-acostumada com você. – Sorriu.

— Essa era a minha intenção desde o início. Quando eu for embora, quero que sempre se lembre de mim. Que sinta a minha falta da mesma forma como eu sinto a sua, para que quando nos encontrarmos no próximo mês esteja tudo bem.

— Vou morrer de saudades, Sasori.

— Eu também, Sakura. Mas será apenas por um mês. No próximo ficaremos juntos lá em Suna, certo?

— Certo! – Sakura sorriu.

Sakura já tinha conversado com seus pais e ela tiraria férias no próximo mês. Assim, poderia ir para Suna a fim de passar algum tempo com o namorado, além de conhecer sua avó e amigos. Sasori adorou a ideia. Assim passariam mais tempo juntos no início do namoro.