A Crazy Life

Baile de Boas-Vindas ou Baile da Lua Cheia?


POV Annabeth

Eu tenho um sério problema com som alto (principalmente agora que sou uma lobisomem), tive de sair do ginásio, só para deixar meus ouvidos descansarem, e o pior é que a música ainda continuava alta. Já são 23h30. Pude aproveitar muito o baile, dancei com meu namorado, comi muito, mas depois de várias horas eu não agüentei mais.

Olhei para a lua. E justo hoje ela decidiu ser uma lua cheia.

- Você está bem? – pergunta Percy surgindo logo atrás de mim. – A lua já está fazendo efeito.

- Não, tá tudo bem. – menti. Eu estava tonta, meio surda por causa da

- Você sabe que a gente pode “sentir o cheiro” de emoções?

- What? Isso não estava nos livros de mitologia.

- Onde que estava isso não importa agora, o que importa é que você está sentindo os primeiros sintomas da transformação.

- É sério, eu tô bem.

- Não, não está. – ele pega seu telefone e disca algum número, logo ele começou a falar nele:

— Stiles, pega as correntes e me encontre no ponto onde dá pra ver toda a cidade. – depois ele desliga o celular.

- Vocês vão me prender em correntes? – pergunto indignada.

- Você não vai escapar das correntes, pelo menos ainda não.

—------ Na floresta (aquele lugar que dá pra ver toda Beacon Hills)--------

- Isso é muito desconfortável. – reclamo das correntes.

- Eu sei. Desculpe-me, mas se eu preciso fazer isso, ou você vai vagar pela cidade aterrorizando crianças.

Bufo. Ninguém merece ficar acorrentado desse jeito.

- Caso você perceba que vai perder o controle, aperte suas mãos com força, a dor faz de você humana. – ótimo! Mais uma frase de efeito. Se ser lobisomem se resume a criar muitas frases de efeito, acho que posso conviver com isso.

O celular de Percy toca, ele vai para um canto e fala algo bem baixinho pelo telefone, mas consigo ouvi-lo:

- Tá mãe, eu sei que o jantar com os primos é semana que vem. Tô ocupado agora, tenho que ir. – há uma pausa. – Também te amo, tchau.

Percy continua com o telefone na mão, deve estar ligando para o Stiles. Ouço um toque de telefone. Stiles está por perto, mas Percy ainda não percebeu isso. Estranho.

- Ele já tá chegando. – aviso.

- Usou sua audição?

- Dã!

Ouço passos, que obviamente são do Stiles e do Scott.

- Já começou? – pergunta Scott.

- Sim, ela está se sentindo tonta e um pouco nervosa.

- E de onde veio a tontura? – pergunta Stiles. – Pelo que eu saiba tontura não é um dos sintomas da Lua Cheia.

- Deve ser o excesso de comida. – digo. Comecei a sentir uma dor extremamente aguda. Grito. Em menos de um segundo, virei uma Wolverine. Credo! Devo estar muito feia, mas não estou nem ai para isso, a dor é mais forte. Após alguns minutos, a dor vai se dissipando e vou voltando a minha forma normal.

- Como... Como isso é possível? – perguntou Scott surpreso. – A transformação não durou nem uma hora. E seus... – interrompo-o

- Que bom! Essa dor estava insuportável!

- Mas seus olhos estavam roxos. – avisou Percy preocupado.

- Isso parece ruim.

- Só existem quatro tipos de olhos: os vermelhos, que são dos lobisomens Alfa que nem o Scott; os dourados, que são dos Betas, como o Liam; os azuis, que são dos Betas que já mataram alguém inocente, como o Derek; os laranjas, que são os dos Ômegas. Mas olhos roxos? Isso nunca foi visto antes. Acho que nem o Deaton sabe algo da sua espécie. – afirma Percy.

Sou uma nova espécie? Que demais! Agora posso dar um cacete nos caras que vierem me zombar. Dou um largo sorriso, mas os garotos estranharam meu ato. Acho que isso não era um bom sinal. Meu Deus! Esse troço de lobisomem tá me deixando burra. É claro que isso era ruim!

- Que horas são? – pergunto.

— Quase meia-noite. – responde Stiles.

— Ainda dá para aproveitar um pouco do baile.

— Não! Você pode ter um surto e... virar lobisomem e atacar todo mundo. – diz Stiles desesperadamente.

— Aff! Se eu tiver um surto vocês me levam de volta pra cá, certo?

— Nã..... – Percy interrompe Stiles:

— Deixe ela ir, ela não vai desistir. – Percy caminha até mim para retirar as correntes, mas eu as estouro antes que ele possa chegar até o ponto onde as amarrou.

— Não precisa... Obrigada. – digo e volto para o baile, que foi como o de sempre.

—-------- No baile -----------

Dancei um pouco, mas logo fiquei tonta e me sentei. Aquela vontade de fazer uma coisa (que eu não sei o que é) voltou. Um tempo depois percebi qual era minha vontade. A vontade de matar.

POV Percy

Fiquei observando Annie à noite toda. Ela parecia mal, obviamente eu deveria levá-la de volta a floresta. Ela começa a andar até a saída e eu a sigo. Ela está indo para a estrada que dá entrada na floresta, por visto ela sabe o que vai acontecer se ela não se acorrentar novamente. Não é isso que sente... ela está com medo. Está claro que ela percebeu que aquela vontade insaciável é a vontade de matar, ela descobriria cedo ou tarde (como foi no meu caso).

Ela para e começa a chorar. Corro até ela.

— Hey! Por que uma linda moça está chorando? – pergunto.

— Isso dói muito Percy!

— O que?

— Essa vontade que não passa! Parece que eu preciso matar alguém, é como se fosse uma necessidade!

— Dói tanto assim?

— Claro seu babaca! Ao contrário eu não estaria chorando! – e me abraça.

Quando eu passei pela minha primeira transformação, a dor não era tão insuportável a ponto de chorar. Mais uma coisa a acrescentar na lista de coisas estranhas com a Annabeth.

— E além disso, - continua ela. – eu tenho medo de matar alguém inocente! Se for um bandido, assassino, eu não teria problema em matar para proteger as pessoas inocentes (claro que eu ficaria em choque), que não fizeram nada para merecer isso. Mas a ideia de matar me apavora! Eu não sei mais o que fazer.

E nem eu.

—------ Após algumas horas ------

Eu estou no carro com Annabeth agora. A dor já passou, mas ela ainda está apavorada. Estamos quase chegando na minha casa, Sabidinha vai dormir lá hoje , é mais seguro. Minha mãe vai ter um encontro com o Paul e duvido que volte hoje, se ela voltar, quer dizer que as coisas não estão muito boas.

Chegamos em casa e fui para meu quarto pegar alguma camisa minha para Annie vestir, vai servir como um vestido para ela.

— Onde que ficam os travesseiros? – me pergunta entrando no quarto.

— Pra que?

— Para eu dormir no sofá, seria melhor que uma almofada.

— Quem disse que você vai dormir no sofá?

— Então aonde que eu vou dormir?

— Aqui. – aponto para minha cama.

— E você?

— Vou dormir aonde você for dormir. – ela dá um pequeno sorriso.

Peguei a camiseta e dei para ela, que foi se trocar no banheiro do quarto da minha mãe e eu peguei uma bermuda e a vesti. Não peguei uma camiseta, pois está calor demais para usar uma.

Annie fica linda com aquela camiseta, quer dizer, ela é linda de qualquer maneira, mas está muito sexy com a camiseta.

— Bom eu vou dormir. Boa noite – diz ela deitando-se na cama, eu a acompanho e lhe dou um beijo de boa noite.