Divergente

UM MÊS DEPOIS

POV ANNABETH

Já faz 28 dias desde o baile de Boas-Vindas, ou seja, daqui a dois dias vou voltar a ser uma lobisomem descontrolada. Tenho feito exames com o Deaton por causa da cor dos meus olhos em forma de lobo, que, para ser sincera, são muito sexys (não sei como se escreve isso). Tirando esses pequenos detalhes, tudo está ótimo.

- Querida, - meu pai chega na sala. – vou viajar amanhã para Starling City, é muito provável que eu fique lá até sábado, ok?

Meu pai está viajando muito ultimamente. Se acho isso estranho? É claro que sim! Meu pai é um cientista, não um empresário. É claro que cientistas podem viajar muito, mas seria para um lugar com laboratórios e não para uma metrópole. Tá, vou admitir, eu não gosto de lá por causa daquele tal de Arqueiro. Meu pai pode ser atacado por ele a qualquer momento.

— Ok. – digo. Ás vezes eu tenho medo de que ele nos abandone, mas a chance disso acontecer é de 0, 00000000001%, mas tudo pode acontecer. Minha mãe não veio conosco para fora da cerca, mas ela teve seus motivos. Eu só tenho dúvida em um pequeno detalho sobre minha confusa vida: como minha mãe escondeu sua segunda gravidez das facções? Acho que ela deve ter contado que nós éramos filhos do Marcus, seu marido que a agredia e líder da Abnegação e depois de ter dado à luz a mim e meu irmão, deve ter falado que houve um aborto espontâneo. Deve ter sido isso. Tenho que acrescentar que meu irmão não sabe nada disso, meu pai quis contar apenas para mim, ele sabe que eu tenho um raciocínio mais rápido e não irei ficar brava com minha mãe, muito menos com meu pai.

Abro meu computador e procuro notícias sobre Starling City. A primeira coisa que aparece é sobre um novo ataque do Arqueiro Verde. A próxima é sobre a prisão de Moira Queen. A terceira já não é sobre Starling City e sim, sobre Central City: Flash salva mais de 20 pessoas presas em um prédio em chamas! Todos estão bem.

Estranhamente eu acho que o Flash tem uma conexão com o Laboratório S.T.A.R. Ele surgiu nove meses após a explosão do acelerador de partículas. Talvez a explosão tenha atingido ele de algum jeito. Procuro sobre vítimas da explosão do acelerador de partículas em Central City. Várias reportagens aparecem, mas há uma que me chamou muita atenção:

“Perito forense da Polícia de Central City, Barry Allen é atingido por um raio causado pela explosão do acelerador de partículas e é levado ás pressas para o hospital local”.

“Allen ficou em coma durante nove meses, mas agora já está de volta a sua rotina”.

Quando ele acordou, o Flash surgiu, está muito claro que ele é o homem mais rápido do mundo, mas não quero tirar conclusões precipitadas. Mas eu pesquiso mais um pouco e descubro Barry Allen também trabalha no Laboratório S.T.A.R. Acho que posso concluir que ele é o Flash. Mas por que eu estou procurando sobre ele? Até alguns minutos atrás eu estava pensando em minha mãe e agora eu estou pesquisando sobre a vida do cara mais rápido do mundo? Mesmo eu sendo um lobisomem, minha vida é um parece meio entediante, o que não faz sentido algum.

O meu velho e maravilhoso celular está me enchendo o saco pela nonagésima vez hoje, desta vez vou atender para pararem de me perturbar.

Ligação ON:

— Annie?

— Percy? O que foi?

— Você precisa vir pra clínica agora!

— O que tá acontecendo?

— O Deaton acha que ele descobriu o que tem de diferente em você!

— E você não pode me dizer o que ele descobriu por mensagem de texto?

—

— Ok. Chego aí em meia hora. Te amo, Cabeça de Alga.

— Também te amo Sabidinha.

Ligação OFF

---- Na Clínica ----

— Andei lendo o bestiário, procurando se houve algum relato sobre seres sobrenaturais incomuns. E alguns caçadores, não muitos, relataram que viram bestas de olhos diferentes do normal. Seis disseram que viram olhos verdes, quatro viram olhos brancos, mas apenas um viu olhos roxos. – fala Derek

- Eu odeio ser diferente. – reclamo.

- Por quê? – me pergunta Scott. – Ás vezes, ser diferente é bom.

- Quem é diferente sempre se ferra! Você é um Alfa Genuíno, mas apanha mais que... Ninguém apanha mais que você! (Sem ofensa). Acho que eu sou a única que tem salvação aqui!

- Gostei dessa garota! – diz Peter Hale, aparecendo do nada na sala de atendimento do Deaton. – Ela é a única pessoa inteligente da sua alcatéia, além de mim.

- E quem disse que você faz parte da minha alcatéia? – pergunta Scott.

— Sua alcatéia? –pergunta Peter retoricamente. – Quem deveria liderar vocês é ela. – ele aponta para mim.

— Eu?! Tô fora!

— Como assim? – pergunta Scott para Peter

— Olhos roxos são incrivelmente raros, eles só surgem em divergentes. – meus olhos se arregalam quando ele diz esta última palavra. Meu coração estava a mil.

— Divergentes? – pergunta Percy, confuso. – O que é isso?

— São pessoas que não podem ser controladas. Para alguns, eles são uma ameaça. Para outros, eles são a salvação da raça humana. Mas só houve um relato sobre um lobisomem divergente, em 1942, por um Argent.

— E isso tem alguma ligação? – pergunta Lydia.

— Não, é só uma pequena coincidência. Mas voltando para a divergência, eu ouvi a seguinte frase de uma conhecida minha: “O que te faz diferente, te torna perigoso”. Sabe quem me disse isso? Jeanine Matthews. – juro que eu iria ter um ataque cardíaco. E para piorar, Peter ainda me pergunta:

- Você está bem?

— S-sim, eu to m-muito bem, só tenho que ir. – gaguejei, peguei minhas coisas e sai correndo.

POV Stiles

— Acho que ela não tá bem não. – fala Malia.

— Ela sabe de alguma coisa sobre a divergência. – afirma Derek.

— Talvez ela só esteja mal, ou algo assim. – diz meu melhor amigo.

— Concordo com o Derek. – digo.

— Eu também. – dizem Lydia, Liam, Deaton e até Percy em uníssono

— Eu converso com ela mais tarde. Ela ainda acha vocês meio estranhos. – disse Percy que logo saiu da sala.

---------- No jipe do Stiles -----------

— Acho que essa tal de Jeanine Matthews não tem nada haver com os lobisomens, muito menos com esses divergentes. Tudo isso deve ser armação do Peter.

— Stiles, você tem que começar a acreditar um pouco nas coisas que as pessoas falam. – me diz Scott

— E você tem que começar a confiar menos nas pessoas. A Annabeth tem razão. Você só apanha, mas ela se esqueceu de acrescentar que você apanha por causa desse troço implantado em você que te faz confiar em todo mundo.

— Pelo menos tudo acaba bem.

— Mas uma hora isso pode mudar.