À minha amada filha, Kya.

Eu estranhei quando você entrou em meu escritório tímida e com a cabeça baixa, você nunca foi tímida e tão pouco cabisbaixa. Me assustou ainda mais quando me disse, apreensiva, que gostava de mulheres. Meu estranhamento pode ter lhe soado errado, por isso lhe procurei para dizer as palavras que agora escrevo aqui.

Não me importa com quem você namora ou se deita, eu lhe amo e sempre vou. Você sempre foi a menina mais brilhante que conheci e a mais doce. Meu medo é que não possam lhe devolver tudo isso.

Estranhei o seu ato, mais por não entender porque você pensaria que a reprovaria ou qualquer coisa do tipo e então eu notei que você não sabe sobre mim a metade do que eu sei sobre você. Culpa minha, que passei mais tempo sobre Tenzin do que sobre você e Bumi, sua mãe tentou me avisar, mas eu a ignorei. Eu estava ocupado demais, sempre ocupado demais.

Francamente? Eu não sei como ela não foi embora após tantos anos.

Não vou dizer que não tivemos nossas desavenças. Tivemos algumas ao longo dos anos. Eu demorei a perceber que todas elas foram minha culpa.

Mas estou lhe escrevendo para contar uma história de um monge do ar. Não se preocupe, não é um daqueles velhos e chatos que a fazem dormir. Ao menos eu não me acho velho ou chato, apesar de sempre a fazer dormir.

Se esses argumentos não foram o suficiente para acreditar em mim, então espero que o seu nome ajude a manter sua atenção por esse longo tomo que redijo.

Eu o chamo de “A Coisa mais Importante”