Caramelo subiu pelo elevador. Pensava no que tinha acabado de fazer. Na conversa que teve. Sentiu-se ridículo.

— Eu sou muito idiota. – pôs as mãos no rosto, envergonhado. – Sério. Como eu faço umas coisas tão ridículas como essas? Qual meu problema?

"Somos jovens". O conselho de Porcelana ecoou na sua cabeça. "Esse é o nosso problema".

A porta do elevador abriu. E lá estava Porcelana. Os dois tomaram um susto quando se viram.

— O que está fazendo? – Caramelo perguntou primeiro.

— É.... – Porcelana desviou o olhar. – Eu... esqueci... – na verdade, ela tinha ido atrás dele depois da reunião, quando Nazaré deu uma trégua.

— Vá dormir. – ele saiu do elevador.

— Sinto muito pela Carla. – ela conseguiu, pelo menos, lembrar de dizer isso.

— Tudo bem. É só uma Kombi com o nome de Carla, mesmo.

— Desculpa. Se eu não tivesse vindo, você ainda estaria por aí com ela...

— Pare de se lamentar, Porcelana. Já aconteceu. Agora o que resta é a gente aceitar que fazemos besteira, e seguir em frente. – ele dizia isso mais pra si mesmo do que pra ela.

— Tá certo...

— A aventura acabou, né. – riu, melancólico. – Agora você vai ter que voltar pra segurança.

— É... – Porcelana nem lembrava mais o motivo de ter saído de casa.

— Tenha cuidado com os monstros lá fora. Boa viagem. – e o rapaz foi embora.

Porcelana ficou sozinha no corredor.

— Monstros... – sentiu que havia algo importante que tinha esquecido.