— Mãe, o que são monstros? – perguntou Porcelana, logo cedo. Estavam se preparando pra ir embora.

— São pessoas amaldiçoadas. – respondeu Nazaré. – Feias como bicho. Doidas.

— Amaldiçoadas... – Porcelana sentia que tinha alguma coisa com aquela palavra. Mas não conseguia lembrar.

Depois de se reunirem com os policiais e trocar algumas palavras com o rei, elas saíram da Cidade Junta e caminharam pelo jardim. Porcelana viu Inocência cortando a grama, e, apesar de não lembrar mais quem ela era, sentiu satisfação ao vê-la trabalhando em algo que não fosse ela mesma.

Elas passaram pelo primeiro portão da muralha. Quando o segundo foi aberto, trouxeram o carro da polícia (que tinha sido guardado dentro da muralha), e elas passaram pelo terceiro portão de carro. Já na estrada, Porcelana viu Bendito e Querido andando pela floresta.

Monstros... Pessoas amaldiçoadas... Bendito...

— Amaldiçoado? – ela perguntou pro ar. Não sabia o que aquilo significava, mas tinha a impressão que era algo importante.

Não teve resposta.