A Caçada Começa

Um começo não muito agradável


Monique ~


Monique Jast Lienn, 16 anos. Minha família é de classe alta e eu vivo em Kasland, uma ilha localizada perto da Flórida. Pode ser considerado um lugar civilizado. Moro com meu pai, James Thell Lienn, e com minha mãe, Katherine Rave Jast Lienn. Não tenho irmãos/irmãs.

Morena, olhos azuis, 1,67 de altura, 54 Kg. Gosto de ler e tocar violino, são praticamente as únicas coisas que faço. Já que moro em uma casa sozinha junto de meus pais (com apenas duas empregadas) e na maior parte do tempo estou sozinha, é realmente um tédio mortal viver aqui. Não sei o que seria de mim se eu não tivesse uma biblioteca para passar um tempo. Se quiser me procurar, basta ir até a biblioteca que provavelmente estarei lá.

– Já são sete horas, acorde logo garota! - Gritou Anne, minha empregada, do andar inferior - Vai se atrasar para seu último dia de aula!

Muito em breve iriam começar minhas férias e eu logo ficaria na biblioteca quase 24 horas por dia, olhando para o relógio e vendo os minutos se arrastarem lentamente no decorrer do dia. Anne digamos que é uma das poucas pessoas que consigo conversar sem me preocupar com qualquer coisa. Ela tem 19 anos, e digamos que eu poderia considerá-la uma de minhas amigas. Se preocupa comigo, e muito. É loira de olhos cor de mel, tem 1,70 de altura, 52 Kg e tem as feições tão delicadas que eu poderia dizer que não é real.

– Tudo bem, tudo bem, já estou acordada! - Gritei de volta. Eu não queria ir para o colégio naquele dia, algo me dizia que algo desastroso aconteceria, eu podia sentir. Como? Acabei descobrindo tarde demais.

Levantei da cama, coloquei meu uniforme vermelho e preto do colégio e caminhei até a cozinha. Anne estava lá, encostada na bancada, me observando com seus olhos verdes.

– Então - Suspirou ela - Posso saber o motivo de ter ido dormir tão tarde ontem a ponto de eu ter de lhe acordar? - Zombou ela.

– Nada de muito importante - Dei de ombros. Eu estava perturbada com algo nas últimas semanas, e Anne havia percebido.

– Tudo bem, vou fingir que acreditei, ok? - Disse ela, colocando meu café da manhã sobre a mesa. Os muffins não pareciam tão saborosos hoje, parecia que tudo a minha volta estava com um toque amargo.

Não comi muito, enquanto Anne caminhava pela cozinha arrumando coisas aqui e ali. Mesmo sempre em movimento, estava me observando. Kayla subitamente apareceu na cozinha.

– O que está fazendo, Anne? – Perguntou ela, irritada – Se esqueceu que precisamos organizar mais uma parte da biblioteca? – Suspirou ela, enquanto olhou vagamente para mim – Acredito que a senhorita não precise de nada mais, pois não? – Respondeu zombando, olhando diretamente para mim.

– Acredito que não, Kayla.

Depois de minha resposta, com um gesto chamou Anne e as duas saíram de meu alcance de vista. Ah sim, Kayla é minha outra empregada. Tem 25 anos, 1,75 de altura, 65 Kg, ruiva. É muito arrogante comigo, apesar de meu pai imaginá-la como seu braço direito. Quando vejo ela falando com Anne como se fosse um rato morto, sinto vontade de socar ela na parede. Pena que não teria força suficiente para tal feito.

Terminei meu café da manhã, arrumei minha mochila xadrez banca e preta, fiz uma trança lateral no meu cabelo e caminhei até o jardim. Minha casa, de dois andares, feita de alvenaria de tom natural com detalhes em vermelho. Tem um amplo jardim e nos fundos uma área onde um jardineiro sempre está a cuidar das plantas, sejam elas frutíferas ou não. Avistei meu pai caminhando as pressas em direção ao portão de minha casa.

– Pai! – Gritei enquanto corria em sua direção, na esperança de que ele me ouvisse chamá-lo – Aonde vai com tanta pressa?

– Oh querida. Bom dia. – Suspirou ele assim que o alcancei – Sinto muito mas hoje não poderei levá-la até o colégio. Estou muito ocupado e quase vinte minutos atrasado. Te vejo mais tarde. – Disse ele, dando um beijo em minha testa. Entrou no carro e me deixou ali parada ao lado de fora do portão. Bem, acho que ir caminhando até o colégio por um dia não irá me fazer mal algum. Ajeitei minha mochila nas costas e caminhei para o sul, em direção ao colégio.