A Brilhante Forma do Amor

Cap 17 - A Hora da Partida Se Aproxima


– Vocês só tem que seguir seus corações.


Continuara o diretor, deixando a maga ainda mais confusa. Sentira-se muito magoada com a situação. Só de pensar que a espadachim resolvera deixá-la, sem nem se despedir, sentira sufocar-se por dentro...


– Bom, Konoka. Meu papel já fiz. Agora irei embora. Setsuna estará me "esperando" em meu escritório, dentro de meia hora, de malas prontas... E eu não irei para lá. Então se você quiser conversar com ela, esteja à vontade.


O diretor saíra do quarto, ao mesmo tempo que Asuna chegara.

Os dois quase chocaram-se.


Asuna olhara para Konoka, que chorava.

Sentara ao seu lado e, meio sem jeito, perguntou.


– O que houve, Konoka-chan?


Konoka a encarara com seus olhos vermelhos, já irritados, de tantas lágrimas.


– Você sabia, não sabia?


– Eu sabia do que? – Perguntara, já imaginando a resposta...


– Que Setsuna irá embora. – Asuna desviara o olhar... teria sido descoberta - Por isso você estava tão estranha ultimamente...


– Eu tentei convencê-la a não ir.


– E não passou pela sua cabeça me contar?


Asuna se calara. Realmente teria cometido o mesmo erro de Setsuna, após criticar tanto o comportamento da espadachim.


– Me desculpe por favor, Konoka-chan. Eu fiquei em pânico, não sabia o que fazer. Procurei Setsuna, procurei o seu avô, e quando não...


– Meu avô?


– Sim, eu o procurei, e ele disse que não podia fazer nada para evitar isso. Falou uma coisa estranha também, deixa eu tentar lembrar... – Um minuto se passara, enquanto Konoka já a olhava impaciente. – Ah sim, lembrei! Ele disse que um problema amoroso só podia ser resolvido com amor... que "amor só se cura com amor". E que as coisas estavam acontecendo exatamente como tinham que acontecer, e que infelizmente só você poderia mudar isso.


– Mas... por que? Por que ela fez...


– Ela surtou, Konoka-chan.


– Por que?


– Não conseguiu lidar com seus sentimentos por você. Não a culpe por isso... Só a culpo por ter sido egoísta... Mas mesmo isso pode ser perdoado. Você pode perdoá-la... – Asuna parara um momento em silêncio, e seus olhos lacrimejaram - E você pode me perdoar.


– Eu sei que você não fez por mal... É claro que te perdôo. - dera um rápido abraço em uma tímida e vermelha Asuna, e depois continuara - E, se foi você que falou com meu avô, e ele decidiu interferir aonde disse que não poderia interferir, então pelo visto o que você disse fez efeito. Dessa forma, de uma forma ou de outra, você me ajudou, já que eu consegui ficar sabendo ainda a tempo de decidir o que fazer.


Asuna sorrira, sentira-se feliz por ter sido perdoada, e por ter ajudado Konoka.


– Você disse que seu avô interferiu no processo... como?


– Ele veio aqui dizer que em meia hora Setsuna-chan estará de malas prontas no escritório dele... Que estará esperando por ele, mas que ele não aparecerá...


– Ah, por isso a pressa... – deduziu.


– Como?


– Eu fui tentar falar com ela pela última vez... A encontrei chegando no quarto, devia estar indo arrumar as malas. Por isso a pressa para falar comigo...


– Eu não sei o que fazer... Por que ela faria isso comigo?


– Sabe, Konoka-chan... Seu avô me disse uma coisa quando fui no escritório dele há dias atrás, que acho que você precisa ouvir agora. "Amar é complicado... Mas tenho certeza que um dia você entenderá". Acho que hoje eu entendo. Estava tão irritada com a Setsuna por ter te feito o que fez, que esqueci o quanto ela devia estar sofrendo... Ela também não sabe o que fazer, Konoka, por isso decidiu pelo caminho mais fácil: fugir.


– Você pode ter razão... mas ainda assim, eu... - Asuna a interrompeu

– Eu acho que você devia ir lá. Na hora você vê o que faz. Pode ser que você perceba que nunca mais poderá perdoá-la, ou pode ser que você já entre por aquela porta, com o perdão concretizado. Nunca se sabe... não vejo por que não tentar, não acha?

Konoka pensara.

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Setsuna terminara de arrumar as malas, e sentara na cama, desolada.

Refletira sobre seus ultimos comportamentos, e se dera conta do quanto fora egoísta... Ela não merecia a maga, e agora tinha ainda mais certeza disso. Também percebera o quanto fora uma covarde em não querer se despedir.


Decidira falar com ela antes de viajar. Olhara para o relógio, em alguns minutos, o diretor estaria no escritório lhe esperando.


Tinha ainda alguns minutos...

Seguira em direção ao quarto da maga.