A Brigada Starco

Depois que todos os convidados já tinham chegado ao quartel general (a garagem de Marco), Star entregou a cada um dos cinco convidados uma sacolinha de presentes.

Em cada uma havia uma caneta com lacinho, um pedaço de bolo fresco de uma boutique gourmet, um saquinho de jujubas sortidas e uma espada de lâmina curta, cuja inscrição na bainha dizia:

Obrigado por comparecer a primeira reunião da brigada.

Quando estiver retalhando, pense em mim.

Star.

Depois disso, a princesa iniciou formalmente a reunião.

— Obrigado a todos por terem vindo – Disse – Ainda mais assim, de última hora.

Mas temos um assunto grave a tratar. Estamos no limiar de uma invasão sem precedentes a Terra.

Surpresa e pavor tomaram conta das faces de Marco, Janna, Starfan, Tom e Cabeça – Pônei.

....

Por exatos cinco segundos.

— Em breve, seremos invadidos por pôneis.

Todos viraram seus olhares para Cabeça – Pônei, mas agora com desconfiança.

— Não sou eu! – Ela Disse – Eles nem são da minha raça! São como primos distantes....

E muito irritantes, por sinal.

— Exatamente! – Continuou Star – Uma raça abominável, que espalha caos, fofura e medo por onde passam, enlouquecendo as pessoas com carinho e ternura.

— E o que você sugere – perguntou Starfan – Vamos dialogar com eles?

— Não. Vamos matar todos. É mais prático.

Todos se entreolharam por uns segundos, e Janna foi a primeira a quebras o silêncio.

— Gostei. Plano simples, fácil de lembrar. Eu topo.

— Eu também! – Disse Starfan.

Tom e Marco, no entanto, ainda mantinham um olhar duvidoso em cima da princesa de Mewni. Ainda não estavam convencidos.

— Uma perguntinha – Disse Tom – Você não tem um exército em Mewni?

Quero dizer, não seria mais fácil mandar uma tropa de soldados treinados do que três adolescentes, um demônio e uma cabeça voadora?

— É claro que não! – Respondeu Star – Mandar soldados chacinarem pôneis, no nosso lugar?! Isso seria loucura.

— Então tá.... Acho que eu não vou, não. Esse nem é o meu planeta....

— Se o Tom não vai, não tenho motivo pra ir – Disse Cabeça – Pônei.

E mais uma vez, todos se voltaram seus olhares a ela, agora com curiosidade.

— Estou horrorizado, mas curioso – Disse Tom – Porque você só vai se eu for?

— Simples, querido – Ela respondeu – Você encabeça a lista dos possíveis candidatos a serem pais dos meus filhos. Eu queria te ver em ação.

Se você não vai, é uma oportunidade perdida.

— Faz sentido – Completou Janna – Pelo menos, pra mim.

Os demais também concordaram.

Tom se virou para Star.

— Posso mata – las?

A princesa acenou negativamente com a cabeça.

— Que droga.... Me sinto molestável agora, e com muita raiva. Preciso matar alguma coisa. Me convenceu, eu vou.

— Ah, perfeito! – Cabeça – Pônei rodopiou no ar – Então eu também vou!

— Ótimo – Reiterou Star – Se todos já concordaram....

— Eu não – Disse Marco – Não saio dessa casa enquanto você não deixar bem claro o que sente por mim.

....

— É sério – Perguntou Star – Você quer ter essa conversa, agora? Aqui?

— É – Ele respondeu – Se quer que eu arrisque a minha vida lutando contra unicórnios....

— Pôneis.

— Que seja! Se quer contar comigo, eu tenho que saber se posso contar com você ou não.

— O que você tá querendo insinuar?

Sabendo que não podia enforcar Star com tantas testemunhas presentes, Marco levou uns segundos para escolher as melhores palavras.

— Você diz que me ama... E foge. Diz que não quer algo sério, mas evita tocar no assunto. E é claro, acaba com toda e qualquer chance que eu tenha com outra pessoa!

Isso é verdade— Pensou Star.

— Isso é mentira! – Ela disse – Quando eu estraguei algum encontro seu?

Marco estava tão vermelho quanto seu casaco favorito.

— Ontem! Eu estava prestes a beijar a garçonete da sorveteria, quando você surgiu, montada numa águia gigante de duas cabeças, me dizendo que estava perdida!

— Primeiro: Voar é diferente de andar. Eu estava perdida mesmo!

E segundo: Não coloca o Ubaldo no meio disso....

— Você deu o meu sobrenome para aquela monstruosidade?!

— Só pra uma das cabeças. A outra eu chamo de Leeroy.

Sentindo que a sanidade estava deixando o recinto, o rapaz decidiu desistir dessa linha de raciocínio.

— Diz que você só faz isso pra chamar a minha atenção....

Siiim.

— Claro que não! Eu nunca faria isso!

— Então esclarece, esclarece na frente de todo mundo! Ou eu vou embora. Essa é a minha casa, mas eu juro que eu tô indo embora agora!

Star começou a ficar vermelha. Seu olho direito começara a tremer.

O suor nas mãos era visível a todos.

....

— Nossa, isso vai ser bom – Disse Janna – Starfan, me passa o saquinho de jujubas.

— O que está acontecendo com ela – Perguntou Cabeça – Pônei.

— A julgar pela veia pulsante na testa, diria que ela vai surtar – Disse Tom.

A qualquer momento.

....

— TUDO BEM! – Gritou Star – Eu admito!

Eu gosto de você. Muito. Mas.... Eu tenho medo de não ser boa o bastante. Fico nervosa quando te vejo com outras meninas, ou quando penso que você pode estar com outras meninas! Eu não suporto isso! Eu te amo demais!

....

— Ela já surtou? – Perguntou Starfan.

— Ainda não – Respondeu Tom.

....

— Eu te imagino na noite de núpcias do nosso casamento, me abraçando no chuveiro!

Dou nome pros nossos filhos, e até pros nossos netos!

....

— E agora?

— Quase lá.

....

— Sonho com você todos os dias, até nas minhas fantasias mais devassas!

Até aquelas que envolvem terceiros ou animais! Você está lá, na minha cabeça!

....

— Agora sim – Disse Tom – Surtou geral.

....

— Eu te amo! Amo muito! Mas é difícil de dizer!

Marco se aproximou ainda mais dela.

— Então porque não demonstra ao invés de falar?

Ignorando tudo e todos, Star saltou encima de Marco, envolvendo o rapaz com as pernas, e roubando o beijo mais apaixonado que conseguira.

....

— Wow. E agora, o que a gente faz – Perguntou Janna.

Starfan sorriu.

— Deixa que eles curtam o momento, só um pouquinho.