A Brigada Starco

Star não sabia se estava chorando de alegria ou de medo.

Finalmente se confessara. E aparentemente, com 100% de êxito.

Ficaram muito tempo ali, de pé, agarrados um no outro.

Quanto tempo se passara, se foram alguns segundos, minutos ou horas, nunca souberam.

Nada mais importava.

....

Chegaram até a esquecer, por um breve momento, o caos iminente dos pôneis.

E dos demais convidados na garagem.

Quando finalmente se separaram, deram uma olhada para trás.

Janna e Starfan estavam estáticas, assistindo a cena, enquanto comiam as jujubas da sacolinha de presentes.

Tom também estava assistindo, mas passara parte do tempo colocando jujubas na boca da Cabeça – Pônei.

A princesa do reino das cabeças – Pônei admirava a amiga e o mimo inesperado que estava recebendo do jovem demônio ao seu lado.

Star ainda estava sem fôlego.

— Uau. Isso foi...

— Brutal – Disse Janna.

— Mágico – Disse Starfan.

— Previsível – Disse Cabeça – Pônei, de boca cheia.

— Ainda vamos matar pôneis, ou vamos ficar aqui assistindo a softporn? – Perguntou Tom.

Star e Marco riram.

— Continuamos na volta? – Perguntou a princesa.

— Com certeza – Ele respondeu.

....

Todos agora estavam com suas espadas em punho.

Exceto Cabeça – Pônei, que estava com a sua na boca. E Star, que segura um porrete gigantesco, com espinhos espalhados na ponta.

— Que porrete enorme – Disse Janna.

— Foi o que ele disse ontem a noite – Respondeu Star – Todo mundo pronto?

Janna deu uma piscadela para a amiga. Todos os demais concordaram com a cabeça.

— Então vamos lá. Temos pouco tempo e muitas coisas fofas para estraçalhar.

Star sacou sua tesoura e abriu um portal rumo ao mundo mágico, sangrento e brilhante do Reino dos Pôneis fofuras da Morte— Um reino totalmente diferente dos Cabeça – Pônei, deve – se acrescentar.

Quando estavam prestes a atravessar, Starfan deu um grito, chamando a atenção de todos em sua volta.

— ESPERA!

Quando todos os olhares estavam em cima da jovem, ela perguntou:

— Posso pegar outra sacolinha de presentes?

— Pra quê você quer outra espada? – Perguntou Star.

— Quero outro saquinho de jujubas. Não tomei café da manhã.

A princesa lançou para a amiga outro dos embrulhos, e partiu na frente.

Marco e os demais a seguiram.

Starfan foi a última a atravessar. Ela achou melhor levar o segundo pedaço de bolo também.

Chacinas sempre abrem o apetite.

Assim que todos estavam do outro lado, Star pronunciou as seguintes palavras.

Um combinado poderoso que até hoje, ecoa pelos bosques do reino profano.

— Matem todos! Quando eles estiverem tossindo sangue e glitter, mesmo assim, não parem de atacar!

Ela correu para cima da primeira horda de pôneis, e o combate teve início.

....

20 Anos Depois

— E foi assim que o papai, a mamãe e a Brigada Buterfly salvaram o mundo dos pôneis malvados – Disse Marco.

— Era assim que vocês se chamavam? – Perguntou Solara.

— Bom, esse era o nome oficial. Mas não demorou muito para que eles apelidassem de outra coisa.

— De que?

— Boa pergunta. Nem lembro mais. Boa noite filha, durma com os anjos.

— Boa noite, papai.

Ele beijou a filha, desligou a luz e fechou a porta do quarto.

Solara adorava a versão do pai da história.

Não que não gostasse da versão da mãe. Mas a versão dela, cruel e sanguinolenta, era ideal para ser contada em festas.

....

Marco procurou Star até encontra – la, ainda acordada, na sala de reuniões.

— Boa noite, Rainha.

— Conselheiro Diaz.

Marco a beijou no pescoço, arrepiando a esposa dos pés a cabeça.

— Nossa filha já dormiu. Nossa vez.

— Agora não. Temos um problema para tratar.

Ela entregou ao marido uma nota, escrita a mão.

— Chegou esta manhã. Passei o dia todo descriptografando. Mas consegui.

Ele deu uma olhada rápida no papel.

Era apenas uma frase, mas traduzida de uma linguagem a muito perdida.

Estamos de volta, se preparem.

— Quem são? Elfos?

— Não.

— Goblins?

— Pior.

— Nova – iorquinos?

— Ainda pior.

O rosto de Marco fora tomado de pavor.

— Não me diga que....

— Isso aí – Disse Star – Os pôneis estão de volta.

— E o que vamos fazer?

A rainha sorriu e mostrou uma caixa empoeirada ao marido.

Dentro, um velho porrete que, mesmo depois de vinte anos, ainda estava coberto de glitter.

— Vamos reativar a brigada.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.