Agora me deixe segurar sua mão

Eu quero segurar sua mão

E quando eu te toco, eu me sinto feliz por dentro.

É como um sentimento que meu amor

Eu não consigo esconder, eu não consigo esconder.

Yeh, você começou isso.

Eu acho que você entenderá

Quando eu digo algo

Eu quero segurar sua mão

I Wanna Hold Your Hand – The Beatles.

Eu olhei ao redor, o Hall tinha paredes brancas uma escada branca e um carpete marrom, os únicos móveis lá era duas poltronas e uma mesa de madeira escura com alguns livros que estava encostada na parede.

–Desde quando conhece os Beatles?

–Deixe-me ver.

Ele ficou com uma expressão pensativa e fazendo cálculos nos dedos tentando se lembrar;

–Tem mais ou menos dois meses.

–Eles reconheceram essa regeneração então porque não me trouxe com você para conhece-los?

–Lembra aquele dia que você estava gripada e queria ver sua mãe?

–Lembro.

–Beeem...

P.O.V Doutor.

A Tardis aterrissou com um estrondo como sempre, estávamos na terra, século XXI, adoro esse século, mas não estamos aqui por meu apreço, Rose pegou um resfriado quando fomos ver as auroras boreais de um planeta que neva o ano inteiro, ela pediu para ir ficar com a mãe, nós saímos da Tardis, pousamos no mesmo beco de sempre.

–Tem certeza que não prefere vir comigo?

–Vamos juntar os fatos. Estamos no sistema solar, na terra e em Londres não é?

–Certo.

–Você Rose Tyler certo?

Ela se olhou de cima a baixo como se não soubesse.

–Até agora correto.

–Eu te ''sequestrei'' certo? – Eu disse fazendo aspas com a mão.

–''Certo''. Ela disse me imitando.

–O que acontece quando eu vejo sua mãe?

–Ela te bate.

–Exato ela me bate, e você vai passar o dia inteiro com ela, e eu gosto muito dessa regeneração obrigado, sabe como é difícil conseguir uma regeneração com um rosto bonito como esse?

–Não sei.

–É muito difícil, minhas outras regenerações eram horríveis, então se não se importa eu gosto muito da minha pele para deixar sua mãe esfola-la.

–Tudo bem, Sr. Exagerado, eu volto amanhã.

Ela me deu um beijinho no rosto e saiu correndo para casa.

P.O.V Rose.

–Então, depois que você saiu eu fiquei muito entediado e pus a Tardis no aleatório de tempo delimitando como área para pouso o Reino Unido, eu não queria encontrar confusão muito grande estando sozinho, mas como as confusões me perseguem eu encontrei um grupo de alienígenas tentando sequestrar os Beatles, eu os ajudei e ficamos amigos.

–E durante esses dois meses nunca te passaram pela cabeça me contar nada disso?

–Beeeem, você sabe como eu sou distraído, eu ia contar quando você chegasse da casa da sua mãe, mas aí eu comecei a ler uma trilogia de livros e acabei me esquecendo.

–Você esqueceria o cabelo se não estivesse grudado na cabeça.

–Não, eu jamais esqueceria meu cabelo maneiro. – Eu disse bagunçando ele.

–Ah não faz isso, deu trabalho para deixa-lo menos arrepiado, vem cá.

P.O.V Autora.

Ela enterrou os dedos nos fios castanhos do Doutor tentando colocar o cabelo rebelde dele no lugar, era difícil manter a concentração com ele tão próximo, ele fechou os olhos, o cabelo dele era muito macio e liso, a sensação de ter os fios de seu cabelo entre seus dedos era maravilhosa, seu coração estava a mil, não chegava um pensamento racional a sua cabeça, depois de certo tempo o trabalho estava terminado, mas seu corpo e suas mãos não obedeciam ao comando de se afastar do senhor do tempo, de dizer que já estava pronto.

Ele estava vulnerável desde o momento que os dedos dela tocaram seus cabelos, um senhor do tempo não deveria ficar tão mexido com o toque de uma humana, mas ela não era uma humana qualquer, ela era Rose, sua Rose, ela havia lutado contra tantos Daleks quanto qualquer outro senhor do tempo quando eles existiam, ela era bondosa, atenciosa e sempre colocava a necessidade dos outros à frente das suas, bela, inteligente, ah ele poderia passar dias e noites pensando em adjetivos, mas nenhum deles faria jus a sua humana rosa e amarela, mas havia um que ele não podia deixar de pensar, um que uma voz em sua cabeça gritava, que se sobrepunha a todos os outros, ‘’inalcançável’’, ela era aquela que ele não podia ter, apaixona-se era tão complicado, como Kiera Kass havia descrito mesmo? ‘’Amar é a coisa mais bela e mais terrível que pode te acontecer’’, ela estava certa.

P.O.V Rose.

–John, Rose, o chá está... John você é nosso amigo e salvou nossas vidas daqueles malucos, mas podia não ficar namorando no Hall de entrada da casa.

–N-Nós não estávamos.... Eu estava arrumando o cabelo dele.

–Sei.... Em fim eu fiz o chá.

–Obrigada.

–Vamos tomar agora ou ficar aí se agarrando?

–Nós não estávamos...

–Vamos agora. – Disse o Doutor.

Nós fomos até a cozinha, lá havia uma mesa de madeira com um bule branco de chá, algumas xícaras e biscoitos (Nota da autora: Sim e falo biscoito e não bolacha.), nós sentamos, era estranho sentar numa mesa e tomar chá com um dos Beatles, quer dizer eu amo os Beatles desde que tenho 15 anos, isso era tão estranho como.... Como viajar numa caixa azul com um alienígena de 900 anos que muda de aparência. Pensando bem esse chá foi uma das coisas mais normais que aconteceram comigo nos últimos meses.

–Paul, onde estão os outros?

–Dormindo lá em cima.

–São 10:00 da manhã. – Eu disse.

–Dia de show, show importante, descansam o máximo que podem.

–Mas você está acordado.

–Bem.... Eu me sinto mais relaxado acordado do que dormindo desde o dia que uns malucos tentaram nos sequestrar.

–Que malucos?

–John não te contou como nos conheceu?

–Uma parte.

–Bem, nós tínhamos acabado de fazer um show, tinham uns 8 caras encapuzados e com umas armas estranhas dizendo para seguirmos eles...

–E não tinha ninguém na rua?

–Já passava das três da manhã.

–Entendi.

–Aí esse cara sai de dentro de uma cabine azul, nós saímos correndo, ele abriu uma porta e nos jogou lá para dentro, e depois foi chamar a polícia. Era obvio que o doutor não diria a aos Beatles que os sequestradores eram alienígenas, até porque eles provavelmente não acreditariam.

–Olha eu vou ali comprar umas revistas e eu já volto, teria algum problema de vocês dois ficarem sozinhos?

–Não, nenhum.

–Volto em uma hora.

–Tudo bem. Ele se virou e piscou para mim, não acredito que Paul McCartney achava que eu e o Doutor éramos namorados, posso apostar que não tem revista nenhuma para comprar.

Ele bateu a porta e saiu.

–Você vai ter de me explicar direitinho essa história ''John Smith''.

–É meu nome falso, eu não posso sair por aí dizendo que meu nome é ''Doutor'', me mandariam para um hospício.

–Mas agora me explica como eu vim parar na cozinha dos Beatles.

–Tudo bem. Mas vai ser mais fácil e menos trabalhoso se você deixar eu te mostrar.

–Está bem, vamos.

–Aonde?

–Você não vai me mostrar? Vamos precisar da Tardis para isso.

–Não precisamos não. Ele tocou minhas têmporas e fechou os olhos.

–Doutor, o que está fazendo? – Senti algo estranho, como se alguém estivesse empurrando meu cérebro de um lado para o outro, tentando arrancar alguma coisa lá de dentro.

–Abra sua mente para mim.

Eu respirei fundo e fechei os olhos. Comecei a ver imagens como se eu as estivesse vivendo.

Era o doutor entrando na Tardis depois de me deixar na casa da minha mãe, como ele disse ele colocou no aleatório, mas delimitando um lugar aonde poderia ir no caso o Reino Unido. Quando a Tardis pousou ele simplesmente abriu a porta e saiu com as mãos nos bolsos, estava sorrindo, olhando tudo ao redor, até passar à frente de uma loja de discos qualquer, ele entrou.

–Bom dia senhor.

–Bom dia. – Na loja além das várias bancadas lotadas de discos havia uma pequena televisão no chão próxima ao balcão onde o home de bigode assistia a um programa.

–Quem são aqueles? – Disse o Doutor apontando para TV.

–Aqueles são os Beatles, uma banda nova, na minha opinião não dura muito. – O Doutor deu uma risadinha.

–Que data é essa mesmo?

–17 de Outubro de 1962.

–E me desculpe perguntar é que eu sou muito idiota, mas, aonde nós estamos?

–Até onde eu sei no planeta Terra, no Reino o Unido em Manchester.

–Ótimo, ótimo, melhor que ótimo, é brilhante.

–O senhor precisa de alguma ajuda?

–Porque eu precisaria? – Ele disse fazendo uma cara de louco desentendido.

–É que parece um pouco.... Atordoado. – Disse o homem tentando ser o mais gentil possível. O Doutor riu.

–Não obrigada, mas eu já vou indo.

O Doutor pulou as partes que mostravam o resto do dia dele, aparentemente ele tinha comido alguma coisa de banana, conversado com algumas pessoas na cafeteria onde havia comido e depois foi passear pela cidade.

Já eram 3:30 quando resolveu voltar pra Tardis, ele abriu a porta da nave, mas quando passou entrou começou a tatear a roupa em busca de alguma coisa.

–Onde está meu papel psíquico? Ah droga, devo ter deixado na cafeteria, fazer o que, vou lá buscar antes que alguém encontre. Bem eu saí de lá a uns 40 minutos e eles ainda estavam abertos, então talvez ninguém tenha visto ainda.

Ele saiu da Tardis, quando olhou para a frente viu alguns homens de terno sendo encurralados por 8 pessoas encapuzadas com armas alienígenas.

–Droga, será que eu não posso ter um dia normal? EI! VOCÊS ENCAPUZADOS AI.

Ele fez com que os 8 olhassem para ele.

–Deixem esses homens em paz.

–Os humanos vem conosco.

–CORRAM! Os quatro homens junto com o Doutor começaram a correr o mais rápido que podiam, quando viram que haviam deixado os encapuzados atrás mais atrás deles o doutor tirou sua chave de fenda do bolso interno do sobretudo e abriu uma loja os empurrou lá dentro o mais rápido que conseguiu.

–Fiquem escondidos aí! Eu volto!

Nem deu tempo para eles responderem e o Doutor já havia trancado a porta, ele correu para onde estavam os encapuzados novamente.

–Onde estão os outros? Eles falavam como se fossem cobras (Eu sei, cobra não falam, mas vocês entenderam, puxando a voz e com um chiado no final)

–Beeeem, sabe isso é bem relativo, eles podem estar naquela casa, ou naquele prédio, ou até mesmo naquela padaria, depende do universo em que estamos.

–Não provoque nossa ira, onde estão os outros humanos?

–Vocês sabem que a terra é um planeta de nível 5, os humanos mal aprenderam a caminhar direito, é estritamente proibido interferências como esse segundo a lei intergaláctica.

–O que você é?

–Sou um senhor do tempo.

–Não há mais senhores do tempo.

–Eu sou o último de minha espécie.

–E o que pretende fazer para nos impedir Senhor do tempo? – Eles falaram ''Senhor do Tempo'' num tom de desprezo e deboche.

–Não vou precisar se vocês saírem pacificamente.

–E se nos recusarmos?

–Então vou até minha nave olhar no vórtice temporal voltarei aqui, eu vou separar cada átomo do corpo de vocês. – A voz dele estava bem séria e furiosa.

–Isso ainda não acabou senhor do tempo.

–Isso é o que veremos.

Eles foram embora. O Doutor colocou as mãos nos bolsos e saiu andando de volta a loja para olhar quem tinha acabado de salvar. No caminho ele pensava, ''Palavras são realmente a forma mais pacífica de ganhar, se bem que minhas palavras só funcionaram por causa da guerra do tempo que é conhecida e temida por toda a galáxia'', ele bufou provavelmente lembrando dessa ''Guerra do Tempo'', eu não sei, foi como se ele bloqueasse esses pensamentos para mim.

Quando ele chegou a loja ele abriu com a chave de fenda novamente.

–Ei! Vocês quatro já é seguro sair.

–Ah, obrigada mesmo. – A loja estava bem escura mas havia luzes no teto e de depois de tatear a parede por algum tempo ele achou um interruptor, ele ficou completamente sem fala ao ver quem era os homens de terno que ele tinha salvo.

–Olha muito obrigado, eu sou....

–NÃO! Não! Acredite eu sei quem vocês são, o mundo inteiro sabe, vocês são os Beatles.

–Não é para tanto, não somos tão famosos assim, só aparecemos na televisão uma vez.

–Vocês são incríveis.

–Obrigado.

–Mas, o que eles queriam com vocês?

–Eram uns malucos provavelmente, estavam falando algumas coisas sobre nos levar para seu planeta.

–É uns malucos mesmo... O Doutor disse um pouco distante.

–Mas ainda bem que você apareceu. – Ele disse batendo a mão no Ombro do Doutor. -Olha você já nos conhece, mas não custa nada nos apresentar, sou Paul McCartney, muito prazer. Ele apertou a mão do Doutor.

–John Lennon.

–George Harrison.

–Ringo Star.

Cada um deles falou seu nome e apertou a mão do Doutor.

–Prazer em conhecer vocês, eu sou.... – Ele pensou em dizer ''O Doutor'' como de costume, mas isso soaria um pouco estranho. –Sou John Smith, muito prazer.

–Então John, aonde estava indo a essa hora da noite? Disse George.

–Ah isso? Eu esqueci minha carteira numa cafeteria 24 horas aqui perto, eu estava indo prestar queixa à polícia quando lembrei onde tinha deixado.

–Podemos te acompanha até lá, é o mínimo que a fazer. Ofereceu John.

Então seguiram os cinco conversando como se fossem velhos amigos, chegando lá o Doutor pegou o papel psíquico, ele disse que tinha que ir em bora, eles insistiram para o acompanhar mas o Doutor deu uma desculpa qualquer para eles não poderem ir, disse que se veriam depois, e foi em direção a Tardis me pegar na casa da minha mãe, ele mantéu a conexão das nossas mentes até o momento em que entramos na nave, eu senti um dos tapas que minha mãe deu nele, e devo dizer que não doem pouco, senti ser tirada subitamente da lembrança como se algo tivesse me arrancado de lá. Eu abri meus olhos assustada eu vi um Doutor, suado, vermelho e ofegante, parecia que tinha corrido uma maratona.

–S-Sinto muito por meu estado, conexão mental prolongada me deixa cansado.

–Quer voltar pra Tardis para descansar?

–N-Não, mas nós podemos ir dar uma volta na cidade, aqui eles vendem torta de banana.

–Então vamos comer torta de banana. Mas não é melhor deixar alguma coisa avisando que saímos?

–Tem razão.

Nós achamos papel e caneta dentro de uma das gavetas da mesa de madeira. Eu escrevi um bilhete.

Fomos visitar a cidade, nos vemos no show.

–Rose e John.

Nós subimos na moto e voltamos a cidade, durante todo o caminho dei algumas risadas com o Doutor sobre história surreal de como ele conheceu os Beatles.

Descemos numa lanchonete, o senhor do tempo pediu um bolo com cobertura de banana, eu pedi um bolo de morango, ele deixou o dinheiro em cima da mesa depois que comemos e fomos embora, estacionamos a moto na frente da lanchonete e fomos das um passeio pela cidade, nós paramos em frente a uma loja, ele disse para eu ficar do lado de fora esperando que ele ia voltar rápido.

Fiquei parada em frente à loja esperando até que veio até mim um garoto moreno de olhos verdes com o cabelo cheio de gel uma jaqueta preta uma camisa branca, jeans pretos e botas, pretas, é o doutor tinha razão, todas essas coisas juntas ficam exageradas, e até um pouco ridículas.

–O que a boneca está fazendo sozinha aqui?

–Estou esperando meu amigo.

–Que idiota deixar uma garota como você sozinha.

–Ele só entrou na loja um minuto.

–Ah deixa esse idiota para lá e vem comigo. – Bufei com a insistência do estranho. - o que foi? Eu não sou bonito o suficiente para a boneca?

–Eu já tenho um menino bonito.

–E cadê ele? Ah qual é, vem comigo. Prometo que será incrível.

–A moça disse para deixar ela em paz.

–Doutor.

–É ele? Esse babaca de terno e gravata?

–É algum problema. – Eu peguei na mão do doutor.

–Mulher com mau gosto. – Ele deu as costas e saiu andando.

–O que houve Rose?

–Nada. O que foi fazer dentro da loja?

–Sua roupa não está completa sem isso. – Era um lenço preto cheio de bolinhas brancas.

–Obrigada.

–Gostou?

–Sim.

Depois disso passamos o dia inteiro andando na rua, meus pés estavam me matando quando pegamos a moto e fomos pra Tardis ás 18:00. Nós entramos e ele fechou a porta.

–Então, pronta para o primeiro show dos Beatles?

–Não, mas em uma hora eu vou estar.

–Uma hora? Leva esse tempo todo para se arrumar?

–Se não percebeu eu sou uma mulher, leva tempo para nós ficarmos prontas. – Disse piscando.

–Não importa o planeta mulheres são sempre vaidosas.

Eu saí da sala de controle e andei pelos corredores da Tardis, chegando ao meu quarto fui até o banheiro, enchi a banheira e tomei um banho demorado, ou pelo menos demorado o bastante para meus pés pararem de latejar por conta da caminhada, acho que passei uns 30 minutos apenas deitada aproveitando a sensação da água em minha pele, o Doutor deve estar louco, ele odeia esperar depois disso me enrolei numa toalha branca para procurar uma roupa adequada. Optei por um vestido azul acinturado de bolinhas brancas, um sapato também azul, um par de luvas, um colar, prendi o cabelo e fiz uma maquiagem leve.

Quando olhei o relógio já eram 19:50, ele já deve ter arrancado um monte de fios de cabelo a essa altura. Fui rapidamente até a sala de controles.

–Ah finalmente porque você... UAU!

–O que estava dizendo? – Provoquei-o quando vi como ficou vermelho.

–E-E-E-Eu.... Vamos logo. – Ele disse desistindo de qualquer argumento que possivelmente tinha bolado para me dar um sermão sobre a demora, sorri satisfeita com sua falta de palavras.

–Vamos. – Respondi.

Subimos na moto e chegamos rapidamente no show, quer dizer chegamos ás 20:00 em ponto, mas os britânicos são famosos por sua pontualidade, contanto que não houvesse um atraso real não haveria problema.

O Doutor já estava pegando o papel psíquicos para mostrar ao segurança e podermos entrar, mas quando ele o estava buscando no bolso do sobretudo o homem gigante perguntou nossos nomes e nos deixou entrar, ele disse para seguirmos por um corredor direto. Nós fizemos isso e chegamos até os bastidores do show.

–John, finalmente, achei que vocês dois não vinham. – Disse Paul

–John cara, faz um ano! – Exclamou John Lennon.

–Nós não perderíamos o show mais importantes de todos. – Respondeu o doutor. –Rose, você pode ficar aqui por um momento?

–Aonde você vai?

–Vou falar com o Paul por um minutinho e já volto.

–Tudo bem.

Ok, eu estou nos bastidores do show dos Beatles com os próprios Beatles olhando para mim, estou entrando em pânico.

–Como você se chama? – Oh meu Deus, John Lennon está perguntando meu nome. Me senti como uma garotinha de 12 anos conhecendo o ídolo.

–R-Rose, Rose Tyler.

–Muito prazer Rose Tyler. Eu sou o John, aquele é o Ringo, e ele é o quieto do George. -

–O-O prazer é meu em conhecer.

–Aonde o John e Paul foram? Estamos em cima da hora!

–Chegamos.

–Ótimo, o show é agora, John, Rose, aproveitem. – Eles saíram e nos deixaram lá.

–O que você foi falar com ele?

–Você vai ver.

–Então tudo bem.

Nunca imaginei que fosse ver um show dos Beatles, mesmo que a performance deles tenha sido pequena, ainda era o show dos Beatles, da minha banda favorita, eles tocaram till there was you e twist & shout, eu estava muito animada e cantando junto algumas partes, infelizmente faltava apenas mais uma música, mas eu continuava em êxtase, então o Paul pegou o microfone e disse ''A última é para o amigo que salvou nossas vidas'' eu olhei desconfiada para o Doutor.

La la la la la la.

Eu conhecia aquela música? Mas qual era? Não consigo lembrar.

Se existe algo que você queira.

Se existe algo que eu possa fazer

É claro, From Me to You, como eu podia esquecer?
Somente peça que eu mandarei junto
Com amor, de mim para você

O Doutor me estendeu a mão.

–A senhorita gostaria de dançar?

–Foi esse o favor que você pediu?

–Talvez.

–Viaja numa nave maior por dentro do que por fora, e pede músicas para os Beatles? Você não existe Doutor.

–Beem... Então, você gostaria de não existir comigo?

–Sim.

–Sim você quer não existir comigo, ou sim você quer dançar?

–Vai ter que descobrir. Mas por hora.... – Puxei-o pela gravata trazendo-o mais junto a mim, ele me segurou pela cintura, eu por minha vez coloquei os braços ao redor de seu pescoço e começamos nos mover lentamente.

Eu tenho tudo que você quer.
Como um coração que é, oh, tão verdadeiro.
Somente me ligue e eu mandarei junto.
Com amor de mim para você

Era estranho dançar com o Doutor, ele era sempre tão fechado em seu mundo, mesmo quando estávamos juntos podia sentir a distância e até as vezes um pouco de frieza em sua voz, ele era tão reservado mesmo com a personalidade extrovertida de sua nova regeneração nunca falava de seu passado, era como um tabu para ele e isso erguia uma espécie de barreira entre nós.

Eu tenho braços que anseiam por te abraçar.
E manter você ao meu lado.
Eu tenho lábios que anseiam por te beijar.
E mantê-la satisfeita.

Ouvia a letra, e não podia parar de pensar em como apesar de tudo, de todas as barreiras e de todas as estranhezas, em como isso era exatamente o que eu queria fazer, queria abraça-lo e nunca soltar, eu queria beija-lo para sempre, mas se quer conseguia olhar em seus olhos, eu tinha medo do que encontraria neles, medo do que eles me diriam, medo do que ele sentia, medo de meus sentimentos não serem recíprocos, medo de coisas demais.

Se existe algo que você queira
Se existe algo que eu possa fazer
Somente peça que eu mandarei junto
Com amor, de mim para você

De mim, para você
Somente peça que eu mandarei junto
Com amor, de mim para você

Ele não dançava tão mal quanto eu pensava, na verdade dançava muito bem, eu pelo contrário tinha pisado no pé dele uma vez ou duas, não que ele tenha reclamado, mas eu sabia o que tinha feito, e apesar de olhar apenas para baixo vendo seu corpo próximo ao meu, eu sabia que o Doutor não olhava para mim.

Eu tenho braços que anseiam por te abraçar
E manter você ao meu lado.
Eu tenho lábios que anseiam por te beijar
E mantê-la satisfeita.

Ele não me olhava, mas isso mudou, quando o homem me baixou em seus braços como um dos passos da dança, não foi muito, mas foi o suficiente para que eu visse seus olhos, ele se quer piscava, não me lembro da última vez que havia o visto tão focado, era como se tivesse medo de perder algum detalhe do que estava acontecendo, agora ele também olhava fundo nos meus olhos, não me senti corar mesmo com tamanha intensidade com que daquele olhar

Se existe algo que você queira.
Se existe algo que eu possa fazer
Somente peça que eu mandarei junto

Ele me puxou para cima novamente, mas dessa vez não desviei minha visão, não olhei para baixo, foquei-me apenas em seus orbes castanhos, suas pupilas estavam tão dilatadas que mais pareciam negras, seus grandes olhos castanhos me diziam algo só não sabia ao certo o que, estava perdida naquela mistura de castanho e negro, era um labirinto do qual eu não conseguia escapar, ele me implorava por algo, ele implorava.... Por mim?

Com amor, de mim para você

Era involuntário, completamente automático, não sei se era a música, se eram os sentimentos indecifráveis dele e até mesmo os meus, mas era como se algo nos empurrasse sempre para ficarmos juntos, desde aquele dia na loja, mas agora parecia que nossos corpos tinham cargas opostas de energia, estávamos nos aproximando um do outro, perigosamente perto, perto de mais.

Para você

Mas nenhum queria parar, não desviamos o olhar dos olhos um do outro se quer por um segundo, nenhum queria se afastar, pelo contrário, quanto mais nos aproximávamos mais perto precisávamos estar.

Para você

Perto não era o bastante, precisávamos um do outro, precisávamos estar juntos para ficarmos completos, era magnético, e eu só pensava em duas palavras, ''mais próximos''.

Para você

Estávamos a uns dois centímetros de distância, eu ouvi aplausos, bem altos, o show devia ter acabado.

–O-O show acabou.

–É... – Ele disse meio sem graça, porque eu fui dizer aquilo? Nós nos separamos depois disso.

Ficamos um ao lado do outro sem graça olhando para a plateia.

–Espera... O que é aquilo? – O doutor estava apontando para a multidão de pessoas (principalmente garotas) que aplaudiam em polvorosos.

–Aquilo o que?

–Ali. Ele chegou mais perto e apontou para oito pessoas encapuzadas no meio de todos.

–Então, o que acharam? – Os Beatles tinham entrado, pareciam muito felizes.

–Ah, não, não, não, não, não.

–O que houve? – Perguntei preocupada.

–Temos problemas. Olhe Rose. – Os oito encapuzados da plateia estavam se levantando e vindo em nossa direção, eles caminhavam rápido, mas não corriam. -CORRAM!

–Me diz alguma novidade!

Nós disparamos para fora de lá com os oito em nosso encalço, será que um dia normal é pedir demais?