Memórias de dias longe e o espumante do mar
As estações passam, agora entre mim

e o fecho os olhos que olham para nuvens

Esse girassol suavemente balançou.

Ainda não posso dizer seu adeus
Ainda sentindo uma pontada de dor

no espaço de um milímetro

I Will - Do Anime Ao Haru Ride (Nota Autora: Sim eu curto anime).

P.O.V Doctor.

Eu voltará para a sala o mais rápido que conseguia e ao mesmo tempo adiei o máximo que minha consciência permitia, por volta de um minuto, quando cheguei, recebi alguns olhares, pois a porta fazia um barulho ao ser aberta, não ficaram sobre mim por mais de uma fração de segundo, todos estavam ocupados, nervosos, suas expressões eram as mesmas como se todos falassem ''Vamos mesmo fazer isso?'', todos os olhares estavam recaídos sobre a pequena garotinha ruiva adormecida na maca, os cabelos recaídos sobre o rosto, com uma expressão serena, ela estava sonhando, conseguia ver seu peito subir e descer tranquilamente, com uma respiração espaçada, e talvez passasse seus últimos momentos assim. Eu rangi os dentes, e fechei os punhos. Eu não permitiria, dava pra sentir no ar a forte tensão que recaia naquele cômodo, podia ver as pessoas tentando jogar pra fora a tensão, alguns retorciam os dedos na roupa, brincavam com os cabelos ou simplesmente desviavam o olhar do pequeno anjo, que eles estavam prejudicando, a sangue frio.

Desviei o olhar pra o tablet do homem ''mais velho'', ''53%'', eu temia o pior, sabia que não descansaria enquanto ainda houvessem opções, mas mesmo eu estou a mercê da sorte algumas vezes e dessa vez eu pedia, pedia para que tudo desse certo, não, ''pedir'' não é a palavra certa, implorar era mais adequado, eu implorava para a única coisa em que eu acreditava, ''Ela vai conseguir'' eu pensava, ''Rose sempre consegue''.

Sentia minha mãos tremerem, eu suava frio, estava com medo, nervoso, eu temia o pior, mas esperava pelo melhor.

P.O.V Rose.

Estávamos nos escondendo de qualquer guarda que aparecia, não trocávamos muitas palavras. Ele recebeu uma mensagem no papel psíquico, do meu Doutor. Ele dizia ''Doctor, eu preciso que vocês cortem a luz, AGORA!''.

–Rose, temos um trabalho.

–Concordo, se ele pediu deve ser importante.

Nós nos levantamos de onde estávamos sentados. Nos misturamos na multidão e saímos andando.

–Como vamos fazer isso Doutor?

–Temos que chegar até os geradores da nave, poderemos desligar a energia de lá.

–Só tem um problema Doutor, nenhum de nós tem ideia de onde ficam geradores.

–É claro que temos.

–O que quer dizer com isso?

–Beeeeem, pra uma coisa desse tamanho deve haver geradores gigantes, que devem estar nos níveis inferiores, chegando lá vai ser fácil ouvir o barulho que eles fazem.

–Brilhante.

–Eu só tenho que seguir o ruído. Vamos, se eu me conheço bem Amélia está em sérios problemas! Ele agarrou minha mão e corremos juntos. Ele me arrastou por vários corredores, mas de repente ele parou com um solavanco em uma bifurcação, a luz daquele corredor estava queimada, agradeci mentalmente pela parada, porque minhas pernas já estavam bambas.

–Nós já... Ele me encostou na parede e tapou minha boca com uma de suas mãos, e com a outra levou o indicador aos lábios, e fez um ''shhhh!'' baixinho, eu se quer teria ouvido se ele não estivesse tão próximo, seu olhar estava sério, ele me fitava com aparente preocupação seus grandes olhos castanhos se moviam freneticamente de um lado para o outro como se tivesse acabado de tomar um litro de café. Ele se afastou cuidadosamente e olhou para o corredor da frente, vimos dois soldados, eles discutiam sobre alguma coisa. Eles começaram a se mover, o Doutor se encostou na parede, eu fiz o mesmo, eles passaram por nós sem se quer notar nossa presença. Quando eles passaram o Doutor suspirou aliviado.

–Desculpe, eu ouvi vozes.

–Tudo bem, obrigada por não deixasse que fossemos pegos.

–De nada.

P.O.V Doctor (Nota Autora: Sim eu vou ficar alternado entre um ponto de vista e o outro, para que deixe uma ideia completa da situação.)

Fazia 7 minutos desde que eu mandara a mensagem para o outro no papel psíquico, eu tinha plena noção de que eles não chegariam tão rápido até os geradores da nave, eles provavelmente ficavam nos níveis inferiores, e haveria seguranças, teriam de ser sorrateiros e cuidadosos, mas o universo tem de me dar um desconto pelo menos uma vez na minha longa, (e quando eu digo longa isso é o eufemismo do ano) vida, eu estava nervoso, tinha uma criança á minha frente, que estava correndo perigo, e eu estava com as mãos atadas, mas tinha uma coisa que eu podia fazer, e isso era o que eu fazia de melhor, bancar o diplomata.

–Então Doutor, colegas... Todos olharam pra mim, por suas expressões dava a entender que estavam apenas esperando qualquer mínimo motivo para tirarem os olhos dela. -Vocês querem realmente fazer isso? Ela é apenas uma criança.

–Nós não temos alternativa John. Disse Dean.

–Por que estão fazendo isso?

–Porque a rainha nos mandou aqui.

–Se sua rainha é tão cruel ao ponto de sacrificar uma garotinha? Olhem pra ela, vocês seriam capazes de assassina-la a sangue frio?

–Não estamos a assassinado.

–Então eu não sei mais como chamam isso. Eu disse apontando para Amélia.

–Ciência. Disse o ‘’mais velho’’

–Ah, eu havia me esquecido de que a ciência vale mais do que a vida de uma criança. Olhem pra ela, vocês se acham tão espertos, se escondendo atrás de seus computadores e máquinas, mas a verdade é que continuam agindo como há 300 anos atrás, ela é sangue do sangue de vocês, a mesma carne, a que ponto chegaram? ELA É DA SUA ESPÉCIE!

–Não tem família John? Alguém para quem voltar?

–Sim eu tenho. eu grunhi entre os dentes.

–Então deveria entender.

Eu abri a boca pronto pra responder, mas a fechei em seguida, deixei que as palavras morressem em minha garganta para o bem de Amélia, se eu fosse expulso dessa nave de novo... Nem consigo pensar nas consequências, olhei de novo 55%, estava mais rápido, eu só conseguia pensar em duas coisas naquele momento 1° Eles não iam prejudicar Amélia, teria que passar por cima do meu cadáver antes, e digamos que eu não sou do tipo que morre fácil. E 2° Rose e o outro eu tinham de conseguir.

P.O.V Rose.

Nós corremos... O mais rápido que conseguíamos, corremos pelos corredores da nave, foi um longo caminho até o nível mais baixo. Quando chegamos lá paramos de correr, mas ele não soltou minha mão.

–Muito bem, aqui estamos.

–Ótimo, aonde agora?

–Espere, por ali. Ele saiu me arrastando pela direita. –Não. Ele me arrastou de volta, pela esquerda.

–Doctor, você sabe onde estamos indo.

–Claro que sei.

–Doctor...

–Estamos indo pro gerador eu juro.

–Espero que sua audição seja melhor do que sua direção da Tardis. Eu falei baixinho.

–Ei!

–Parece que é.

–Eu senti falta disso. Ele falou baixinho.

Corremos, bem rápido, já fazia cerca de 20 minutos que estávamos correndo.

–Aqui estamos, sala dos geradores. Era um lugar enorme, eu imaginei o quão impressionante essa nave deveria ser, haviam grandes maquinas trabalhando, pelo que eu entendi da explicação que o Doutor me deu no caminho eles funcionavam com um cristal, então tínhamos que desliga-los e tirar os cristais para evitar que eles fossem ligados novamente depois, mas acho que não haveria tempo pra isso, então seria melhor desligar e correr.

–Doctor, como vamos desliga-los?

–Ah... Você sempre faz as perguntas certas... Se eu estiver certo deve haver um computador por... AQUI! ACHEI!

–Vai hackear?

–Vou invadir o sistema.

–Então vai hackear.

–Se quer falar assim. Pega isso. Ele disse me entregando sua chave de fenda sônica.

–O que eu faço com isso?

–Traque as portas.

Eu tranquei todas as portas.

–Pronto! falei pra o Doutor. Eu voltei até ele

–Obrigada. Ele digitava bem rápido.

–Isso vai demorar muito tempo?

–Um pouco, o sistema deles é bem avançado, e eu tenho de ser cuidadoso, eu vou lançar um vírus.

–E o que esse vírus vai fazer?

–Ele vai desligar os sistemas de energia e só pode ser desativado com uma senha.

–E qual vai ser a senha?

–O pior lugar que eu já fui na minha vida.

–Canary Wharf. Eu falei.

–o único dia que eu jamais vou esquecer. Ele comentou.

–Olha Doutor...

–Rose, por favor, é difícil perder quem se ama.

–Acha que eu não sei? Eu perdi minha mãe, Mickey e Pete pra outra dimensão, mas eles mereciam ser felizes.

–Eu sinto a falta dela, mais do que você imagina.

–Eu posso imaginar como seria pra mim perder meu doutor.

–Pode me fazer um imenso favor?

–Qualquer coisa.

–Primeiro uma pergunta, já foram a França?

–Não que eu me lembre.

–Oh, isso explica muita coisa... Olha, ele, eu... Isso é confuso, mas ele vai ser um completo idiota as vezes, mas eu imploro, não o abandone, quando ele fica sem você é sem ninguém por muito tempo ele vira eu, e eu... Bem, eu não sou a melhor pessoa do universo.

–Discordo.

–Como assim discorda?

–Aqui está você fazendo te tudo pra ajudar uma garotinha, você não é uma pessoa ruim, é apenas alguém desprotegido no meio de uma tempestade, vocês se acham tão superiores aos humanos com sua biologia superior, mas a verdade é que tem uma coisa em que todas as raças são bem parecidas, quando estamos sozinhos e assustados entramos na defensiva para evitar machucados ainda mais profundos, mas quanto mais grossa é a casca por fora mais mole é o interior que ela tenta proteger.

–Você amadureceu tanto.

–Eu tive que fazer isso, agora que não tenho mais minha mãe pra bater nele a cada erro dele comigo.

Ele sorriu pra mim.

–Tenho certeza de que vai dar tudo certo. Mas eu não sei o quão grossa é a proteção do interior dele.

–Não se preocupe, posso desfazer qualquer armadura, já fiz isso uma vez, pelo menos ela fez, você se apaixonou. Ele me olhou um pouco estranho, resolvi mudar de assunto.-En-Então... como vai ai?

–Estou quase... E... Droga!

–O que? O que houve?

–O sistema, ele quase me pegou, só mais dois minutos.

–Nós temos dois minutos?

–Não faço ideia.

–Mande uma mensagem no papel psíquico. O doutor tinha me ensinado a fazer isso, alguns dias atrás.

Eu mandei, escrevi "Aguenta por mais dois minutos, estamos quase conseguindo."

–É estranho. Eu disse me apoiando numa superfície de metal e ficando de bruços com meus braços sustentando o peso do meu corpo.

–Estar comigo e manda uma mensagem pra outro eu que está em outra sala evitando a morte de uma garota que tem a cor de cabelo que sempre quisemos? Ou estar comigo mesmo eu dizendo que você ficou presa numa dimensão paralela? Ele se quer tirava os olhos da tela enquanto falava, ele digitava vários códigos.

–Ver o seu cabelo penteado. Ele se virou pra mim um pouco perplexo.

–Hã? Ele passou a mão nos cabelos e percebeu que estavam mais penteados do que o normal. -Tem razão no meio dessa situação toda isso é o que mais me assusta.

Nós rimos juntos, acho que foi a primeira vez que vi ele rindo de verdade.

P.O.V Doctor.

Recebi uma mensagem no papel-psíquico, nunca fiquei tão feliz por ter ensinado Rose a mandar mensagens por ele, estava escrito "Aguenta por mais dois minutos, estamos quase conseguindo.", dois minutos... Olhei no relógio, ele marcava 13:57, o marcador de atividade cerebral por sua vez marcava 56%, estava aumentando cada vez mais rápido, talvez dois minutos fosse tempo de mais, talvez fosse exatamente o que ela tinha. Dois minutos, eu olhava o relógio a cada cinco segundos, como se isso fosse fazer o tempo passar mais rápido, mas pelo contrário, isso fazia ele ir bem mais devagar, só haviam passado 30 segundos, eu não tenho a mínima paciência.

–Está nervoso Sr. Smith?

–Não, eu estou... Quer dizer, sim, eu estou nervoso, e vocês também deveriam estar.

–Porque? Estamos voltando pra casa, pra nossa família.

–Interessante, e o que as mulheres, maridos, filhos ou pais de vocês diriam se soubessem o que teve de fazer pra voltar pra casa?

–Eu...

–Sabe a família que eu mencionei? Bem, essa é uma história engraçada, a única família que eu tive nos últimos, hummm... Deixe me pensar... 2 anos, foi essa garota loira, e ela está a bordo dessa nave, e sabe, ela nunca iria me perdoar se eu deixasse que vocês arrancassem um fio de cabelo dessa garotinha. eu segurei minha chave de fenda no meu bolso me preparando.

–Do que está falando Sr. Smith.

–Hummm... Outra história engraçada, meu nome não é John Smith, vocês devem me conhecer por ''O Doutor'', e agora, cavalheiros.... E damas, se me permitem, é hora de correr. A energia caiu e usei minha chave de fenda, e a desamarrei da maca. Tirei todos os fios de sua cabeça, depois peguei ela nos meus braços e saí correndo. Mensagem no papel psíquico. Estava escrito ''Quem chegar por último lava a louça hoje''.

–HÁ! Gritei. -Rose Tyler essa sua vez de lavar ade lavar a louça, e você não vai escapar do seu dever essa noite.

Corri ainda mais rápido, haviam pessoas histéricas por todos os lugares, perguntavam o que houve com a luz e distraiam os soldados enquanto eu corria, esse foi realmente o melhor plano que eu já pensei, cheguei até a grande porta de metal que dava saída da nave bem mais rápido do que imaginava que conseguiria. eu a abri com minha chave de fenda sônica e a abri, saí correndo por entre as árvores na floresta, cheguei até a casa de Amélia, corri ainda mais rápido.

Parei ofegante diante da porta da Tardis, já certo de que Rose jamais chegaria antes de mim, mas quando encostei minhas costas na porta pra descansar ela se abriu, eu caí de costas, ouvi as gargalhadas de Rose e do Doutor atrás de mim, eu me levantei extremamente confuso, ainda com Amélia dormindo tranquilamente em meus braços.

–Eu disse que ele ia cair nessa. Ela falou.

–O que... Como você...? O que?... Mas eu nem... Como?

O Doutor mostrou um manipulador de vórtice temporal que ele trazia no pulso direito.

–Lembrei que estava com o do Jack pra consertar há um bom tempo. Ele explicou.

–Mas... Isso não vale Rose, foi trapaça.

–Não, você aceitou o desafio, hoje você lava a louça.

–Por falar nisso... Vocês... Vocês não querem jantar aqui hoje? Ele disse coçando o pescoço e bem vermelho.

–Doctor, podemos? Os olhos dela brilhavam tanto que achei que iriam me cegar a qualquer momento, não que eu esteja reclamando.

–Tá, mas Doutor, poderia nos mandar pra outro lugar? Tenho a impressão de que eles não vão nos deixar sair assim tão fácil.

–Fecha a porta e...

–Allons-y. Nós três gritamos em uníssono. Coloquei Amélia no chão, seria mais seguro até que a nave pousasse. A nave pousou com um estrondo, nós que estávamos em pé caímos direto no chão gargalhando, tenho de admitir que eu me divirto muito com Rose, mas hoje foi de longe um dos dias mais divertidos de todos.

–Aonde nos trouxe? Perguntou Rose.

–Um lugar legal.

–Um lugar em que eu não precise tomar conta dele?

–Rose eu sei que você está louca pra sair por ai comigo. Mas seria melhor levar Amélia a enfermaria primeiro querida.

–Não me chame de querida.

–Ah lembranças da Seleção. Mas não se esqueça que no final o príncipe e a América se casaram apesar desse ''Não sou sua querida''. Eu disse piscando.

–EI! Não conte o final, seu chato. Ela fingia estar chateada

–Parem de flertar e levem a garota pra enfermaria.

–Não estamos flertando.

–Doutor eu sou você e acredite em mim, conversar e flertar pra vocês é a mesma coisa. A voz dele tinha um leve resquício de raiva, misturado com um pouco de nostalgia e algo que eu identifiquei como uma pontada de ciúme.

–P-Podemos leva-la agora?

–Claro. Vocês sabem aonde fica.

–O que? Porque não vem com a gente?

–Tenho uma coisa pra fazer primeiro.

–Tudo bem. Peguei Amélia em meus braços e saí andando com Rose.

–NÃO FIQUEM SE AGARRANDO NOS CORREDORES! Ouvi ele gritar quando já estávamos relativamente longe. Eu pensei em matar ele, mas seria estranho matar a mim mesmo.

–A próxima louça é sua Doutor.

–Ah não Rose, não foi nem um pouco justo.

–Mas foi um desafio e você perdeu.

–Me faz outro desafio, porque essa não valeu.

–Hummmm... Você poderia aprender a pilotar a Tardis.

–Hahaha, muito engraçada.

–Eu sei.

–Hummm... Então poderia me contar um pouco sobre você.

–O que quer saber?

–A Tardis... Como a conseguiu?

–Ah... Isso? Eu dei uma risadinha rouca.

–Eu te conto, mas não agora, agora temos uma garota pra cuidar lembra?

–O que? O Doutor é um Doutor de verdade?

–Yep. Eu estalei o ''p''. -E a partir desse momento você vai ser minha enfermeira.

–Como quiser Dr. Doutor.

–Não me provoque enfermeira Tyler.

–Qual o trabalho de hoje?

–Beeeeem... Tem esse garotinha pra ser escaneada.

–Só isso?

–Yep.

–Deite-a ali. Eu entreguei Amélia nos braços dela, ela cambaleou um pouco com o peso extra que tinha a garota. -Humanos, primatas frágeis. Comentei.

–Repete isso que eu mostro quem é frágil. Eu dei uma risadinha. Eu lavei as mão, quando voltei eu a escanei com a chave de fenda sônica, ela estava bem, acordaria em breve, mas fora isso estava em perfeito estado.

–Ela está bem. Rose suspirou aliviada.

–Ainda bem.

–Vamos, temos de deixa-la dormir. Eu peguei na mão dela.

–Ai!

–Ainda está doendo?

–U-Um pouco.

–Rose...

–Tudo bem, está doendo muito.

–Vem.

–Eu passei uma pomada na mão dela.

–E agora.

–Melhorou.

–De 0 á 10?

–Hummmm... 8.

–Muito bem.

–E você?

–Eu?

–Foi arriscado, se alguém tivesse te reconhecido... Ela virou o rosto pra esconder o rubor que se formava, mas eu ainda conseguia ver suas orelhas vermelhas.

–Ei... Eu peguei o rosto dela entre as mãos e a olhei nos olhos. -Não aconteceu nada, eu sou o Doutor não sou? Eu vou sempre ficar bem, você não tem que se preocupar. Eu depositei um beijo terno em sua testa. Ultimamente eu ando fazendo muito isso, não que eu esteja reclamando nem nada, é só que... Eu não tenho certeza do que está acontecendo entre nós agora, e se algum dia você já sentiu isso sabe que é uma droga.

–Você é o Doutor, mas não pode dizer que nada vai acontecer, você não tem certeza. Ela tocou meu rosto com a ponta dos seus dedos, me senti estremecer. -Eu tive tanto medo quando Amélia disse que tinham te pegado. Você, foi tudo que me restou Doutor, eu só tenho a você. Ela olhou no fundo dos meus olhos, foi minha vez de corar, minha orelhas esquentaram, nunca achei que ela fosse me dizer isso, ainda mais com aqueles grandes olhos brilhando, com o rosto levemente corado, com a voz baixa, como se contasse um precioso segredo apenas pra mim, perfeita.

–Então é uma linda simetria Rose.

–Como?

–Eu sou tudo que você tem, e você é tudo que eu tenho, e tenho quase certeza de que não preciso de muito além disso.

–Doctor... My Doctor... (Nota autora: Achei mais bonita a frase em inglês, acho extremamente difícil alguém não ter entendido, mas pra quem não manja dos inglês aqui vai a tradução. ''Doutor... Meu Doutor'') Eu trouxe seu rosto pra mais perto do meu e encostei nossas testas uma na outra, eu fechei meus olhos, senti a ponta de meu nariz roçar no dela, eu tinha certeza de que não suportaria estar tão perto dela e não tê-la para mim se olhasse em seus olhos, se neles eu enxergasse... Os mesmo desejos que os meus, porque se tem uma coisa que eu sei sobre mim mesmo é que eu sou egoísta, ela merece coisa muito, muito melhor do que eu, mas mesmo assim eu não consigo ficar longe dela.

–Rose Tyler... My human. (''Minha humana'') O que nós havíamos dito? O que isso tinha significado para nós? O que somos? Amigos? Ou... Não pude concluir minha linha de pensamento, e acho que nem deveria, pra que caminho isso iria me levar?

–O-Onde eu estou? Amélia havia acordado. Eu e Rose nos separamos um pouco desconcertados.

–É-É A-Amélia, vejo que já acordou.

–É.

–Aonde eu estou?

–Na enfermaria.

–E o que eu estou fazendo aqui?

Tivemos uma longa tarde de explicações sobre o que havia acontecido, e sobre o que ela era, ao final de tudo... Estávamos eu Rose, Amélia... E bem... Eu, ou outro eu, sentados na mesa da cozinha com 4 xícaras gigantes de chocolate quente nas mãos.

–Uau! Então eu não sou humana? Sou um semi-deus ou coisa do tipo? Rose abafou uma risadinha, eu sorri, e ele.

–Não... Mas eu também li percy jackson se isso ajuda.

–Ah. Ela parecia decepcionada.

–Mas olha, você consegue viajar por dimensões acho que nem o Percy faz isso. Completei.

Ela pareceu um pouco mais feliz.

P.O.V Doctor (O que perdeu a Rose)

–Mas Amélia, você saber isso, vai ser muito perigoso pra você.

–Não é não. Ela fez biquinho. Ela levantou da cadeira e foi ficar próxima a saída, eu fui até ela e fiquei a sua frente.

–Você tem de esquecer Amélia.

–NÃO!

–Eu vou voltar por você, eu prometo que vou, não deixarei que nada de ruim te aconteça.

–Jure.

–Eu juro.

–Por algo importante pra você.

–Eu juro... Juro por algo mais valioso do que minha própria vida, eu juro por Rose.

Ela continuou desconfiada.

–Sabe quando os adultos te prometem algo e não cumprem.

–Eu pareço uma pessoa normal? Ela balançou a cabeça negativamente. -Então. Está tudo bem, eu vou voltar, mas você não vai lembrar de mim, nem de nada disso. Eu estendi minhas mãos para tocar suas têmporas, ela deu um passo pra trás.

–Isso... Isso vai doer?

–Não.

Eu fiz, tirei suas memórias, todas elas, ela desmaiou, eu a peguei em meus braços e a levamos pra casa, chegando lá eu deitei ela na cama havia uma rachadura sobre ela, mas se você não tem tempo para alguma coisa você simplesmente as joga na pilha de ''Coincidências'', limpamos toda a bagunça, eu subi e deixei um pequeno presente para ela, estava embrulhado numa caixa azul Tardis com um laço branco, achei um pedaço de papel cor-de-rosa com emfeites de coração nas bordas, escrevi com uma caneta hidrográfica Lilaz.

Coloquei o papel dentro de um envelope branco, coloquei preso entre o laço e a caixa Azul, depositei a caixa sobre uma escrivaninha branca cheia de desenhos

–Durma bem Amélia, e tenha lindos sonhos, sonhe com o tempo e o espaço, e algum dia vou torna-los realidade, basta ter um pouco de paciência. Dei um beijo em sua testa.

Eu tranquei todas as portas, ela só ia lembrar que tinha dormido o dia todo. Amélia Pond... Vou lembrar dela, eu lembro de todos, sempre, isso é o que mais doí em ser eu.

Quando entramos na Tardis de novo eu respirei fundo e disse.

–Então, o que querem comer?
–Você está bem? Disse Rose. Ela percebeu, ela sempre percebe quando eu não estou bem.

–Como sabe me tão bem como me sinto?

–Esses grandes olhos tristes. Eu sempre sei. Depois disso eles me deixaram sozinho, eu precisava mesmo de um tempo, quando eles voltaram meia hora depois Rose estava vestindo uma calça jeans, uma regata branca e um casaco preto. Ele continuava com o nosso terno de sempre.

–Então, eu acho que já é seguro entrar aqui não é? O outro eu disse.

–Eu não vou destruir vocês nem nada do tipo disse.

...

Nós jantamos num restaurante simples nos EUA, tem uma das melhores sobremesas que eu já provei, era estranho ver todas as pessoas olhando pra nós, mas dizíamos que eu e ele erámos gêmeos, e eu sem querer posso ter mencionado que Rose era a esposa dele o que não é lá tão mentira assim, eles coraram em 5 tons de vermelho diferentes, mas eu quero que eles sejam felizes que tenham a chance de ter a felicidade que eu não tive, era o que ela iria querer.

Depois nós fomos até um karaokê, (Nota Autora: Acho que escreve assim me corrijam se eu estiver errada), é obvio que isso foi depois de Rose nos implorar com seus olhos brilhantes, Rose cantou Super Freak do Rick James mas com algumas alterações...

Ele é um garoto muito mal
Do tipo que sua mãe não gosta
Ele nunca deixará você se abater
Desde que você o tenha contigo, oh, garoto

Ele gosta das garotas em sua Tardis
Ele diz que eu sou sua favorita de todas
Quando nós mandamos pra uma aventura é a hora certa, é hora de correr
Ele nunca me diz não.

(Refrão)

Este garoto é fora do normal
Ele é uma super doidinho
Do tipo de garoto que você lê sobre
Na New York Times
Esse garoto é bem malvado
O garoto é uma super doidinho
Eu realmente adoro correr com ele
Toda vez que podemos.

Ele está numa boa, ele está numa boa
Ele está numa boa comigo

Ele é um super doidinho
Ele é um super doidinho, uau
Super doidinho, super dodinho

Ele é uma garoto muito especial
Do tipo que você quer conhecer
Do topete até os truques
Oh, seus truques me matam
E ele vai me esperar na sala de controle com um sorriso.

Em uma nave
Voltando para a terra
Três é demais pra ele, ele diz
"Na sala de controle, nós dois, estarei te esperando"
Quando eu chegar, ele terá aquele sorriso, converses nos pés e aventuras na cabeça

É um dia louco

(Refrão)

Ele é demais, ele é demais!
Ele é perfeito pra correr.

Ele é super malvado, super malvado!
Ele é super malvado, uau

Temptations cantam!
Ohhhhh
Super malvado, super malvado.
Ele é um super doidinho
Ohhhhh

Ele é uma garoto muito mal.
Do tipo que você não apresenta para mãe.
Ele nunca deixará você se abater
Uma vez que você esteja com ele
Toma essa, Daleks!

Eu dei boas gargalhadas, eu não me lembro a última vez que ri tanto, chegou a descer uma lágrima, o outro estava com uma expressão atônita no rosto e com a boca aberta, fala coisas como ''O que!?... De onde ela... O que!?... Como ela... O que foi isso?'', isso só me fazia rir mais, minha barriga chegava a doer, Rose desceu do palco e deu um beijinho na bochecha dele, que o deixou além de confuso vermelho, as pessoas lá fizeram um ''onwww'' em uníssono, depois de algum tempo eu parei de rir e voltamos pra Tardis, claro que o outro foi fazendo perguntas como ''De onde tirou aquela letra!?", quando chegamos na porta da nave ele ficou sério.

–Bem... Eu acho que já é hora de ir. Ele disse, eu confesso que fiquei um pouco triste quando ouvi isso.

–O que? Já? Nós estávamos nos divertindo tanto. Rose protestou.

–Sinto muito Rose, mas já recarregou se ficarmos aqui muito mais tempo poderemos ficar presos pra sempre.

–Ah. Ela parecia triste. Eu os levei até onde estava a Tardis deles.

Nós saímos em silêncio e ficamos na porta da nave deles, a noite estava linda com uma brisa suave batendo em nossos rostos e uma lua prateada brilhando sobre nós.

–Sabe, vocês não precisam ir, fiquem aqui, viajem comigo. Sugeri.

–Você sabe que não podemos, temos um universo pra cuidar, e tem tantos perigos.

–Eu já imaginava que diria isso, mas de qualquer forma foi um prazer lutar comigo mesmo. Eu apertei sua mão.

–Igualmente. Nós sorrimos. Ele saiu para consertar a nave e deixou a mim e a Rose sozinhos.

–Então... Você poderia ficar, aqui... Eu disse olhando pra meus próprios pés.

–Não poderia, você sabe... Eu e ele, ainda muita água vai correr.

–É eu sei.

–Mas você não precisa ficar sozinho você sabe. ela não ia querer isso, não pra você.

–Talvez tenha razão.

–Talvez?

–Você sempre tem razão.

–Eu sei.

Ela me deu um abraço apertado e falou ao meu ouvido.

–Sabe o que você, você que tem tudo, que tem coisas que outros matariam pra ter, você o último dos Time-Lords, sabe o que você mais precisa no mundo?

–O que?

–Você precisa de uma mão pra segurar. Ela tinha razão.

–Rose estamos prontos pra ir.

Ela me deu um beijinho na bochecha.

–Não fique sozinho.

–Não vou, e cuide dele.

–Prometo. E depois de mais uma abraço apertado ela correu pra dentro pra o Doutor dela, e eu voltei pra minha Tardis, eu a coloquei pra orbitar o Vórtice, era hora de dormir um pouco, precisava desacelerar, eu pretendia cumprir minha promessa de não ficar só, mas não iria sair por ai á caça de companheiras iria deixar que acontecesse, então imagine a minha surpresa quando uma mulher ruiva vestida de noiva apareceu do nada na minha nave.

...

Faz alguns anos que eu acordei de uma longa soneca na minha casa, quando acordei vi uma caixa azul de presente com um laço branco, entre o laço e a caixa tinha um bilhete dentro de um envelope estava escrito:

''Eu juro pelo rio estige Amélia Pond que vamos nos ver de novo, e que até que a hora chegue eu vou sempre te proteger.

P.S: Sugiro que não mostre a ninguém essa coleção por uns anos, mas espero que goste.''

Depois de lê-lo eu achei um pouco estranho, mas desfiz o laço azul mesmo assim, era uma coleção completa de Percy Jackson e Os Olimpianos e a série Os Heróis do Olimpo, a maioria tinha data de lançamento para os anos seguinte, eu adorei, mas me perguntei quem tinha me dado, e ainda me faço essa pergunta. Meu nome é Amélia Pond, escocesa, 10 anos, tem uma rachadura estranha na minha parede, eu tenho medo dela, as vezes ouço vozes vindas dela. O que foi isso!? Ouvi um barulho estranho enquanto rezava, eu peguei minha lanterna e comecei a descer as escadas pra ir checar, eu vi uma caixa azul de polícia e um homem saindo dela, e por algum razão eu não tive medo, pelo contrário, senti que confiava nele, quando lhe disse meu nome ele disse que era como num conto de fadas, aquilo me foi tão familiar, eu senti que... Que o conheci a muito tempo, mas isso é loucura, não é?