Olhe as estrelas

Veja como elas brilham para você

E para tudo que você faz

Sim, e elas eram todas amarelas.

[...]

Eu nadei

E superei as barreiras por você

Que coisa a se fazer

Porque você era toda amarela

E estabeleci um limite

E estabeleci um limite para você

Que coisa a se fazer

E era tudo amarelo...

Yellow – Coldplay

P.O.V Rose.

É, é hoje, finalmente, chegou!

É meu aniversario!

Eu estava deitada na cama encarando o teto do quarto que a Tardis tinha feito especialmente para mim, ao passar dos dias eu comecei a notar que as constelações pintadas no teto mudavam todos os dias, agora por exemplo eu podia ver Órion, Libra e Sagitário, não que eu seja uma dessas pessoas que acreditam no ‘’poder dos signos’’ até porque se eu um dia já tivesse acreditado o Doutor passaria horas e horas num discurso de porque isso é uma imensa bobagem sem fundamento. Doutor... Eu não espero que ele se lembre do meu aniversário, ele não se lembra de muitas coisas, como de levantar os escudos da nave pra evitar irmos parar em outra dimensão. Dei um suspiro. Levantei da cama. Fiz minha higiene matinal e fui para a cozinha da nave.

Realmente, eu não esperava que ele lembrasse o que me deixou completamente vulnerável ao ataque que eu sofri na cozinha...

–Bom dia Doctor. Ele pulou em cima de mim e me prendeu num enorme abraço, ele falava coisas como ‘’Feliz aniversário Rose’’, ‘’Deve ter sido uma vida maravilhosa!’’, ‘’Espero que esteja feliz!’’

–E-Eu estou feliz, mas eu ficaria mais ainda se conseguisse respirar e continuasse com minhas costelas inteiras. Eu falei sem ar.

–Hã? Ah sim, me desculpe. Ele disse se afastando desajeitado.

–Olha nem quebrou nenhuma.

–Vocês humanos são tão frágeis.

–Sabe aquilo que eu falei sobre ser rude?

–Desculpa. Então... Quantos anos você...

–21.

–Sério?

–É.

–Então estou 21 presentes atrasados.

–Ah que isso, não precisa me dar nada. Quer dizer...

–O que? O que você quiser.

–Eu gostaria de não ter de correr por minha vida hoje.

–Seu pedido é uma ordem... Já sei o lugar perfeito pra te levar, vamos! Ele agarrou minha mão e correu até a sala de controle, ele colocou as coordenadas, mas não me disse onde estava me levando. A nave pousou com um solavanco, eu caí de costas rindo.

–Sabe seria uma boa ideia colocar colchões no piso da sala de controle.

–Nem pense nisso a estética da nave é perfeita do jeito que está. Ele me estendeu a mão para me ajudar a levantar. Ele me puxou pra cima.

–A-Aonde me trouxe dessa vez?

–A um lugar que você vai adorar.

–Humm... Não vai me levar ao estouro de nenhuma revolução não é?

–Não, mas se bem que você merecia depois daquela música que você cantou no karaokê.

–Já pedi desculpas.

–Não foi o bastante.

–Ah, você não está nem com raiva.

–É claro que estou.

–Você está forçando pra não rir.

–Não estou. Ele fez biquinho

Eu entrelacei nossos braços.

–Então vamos emburradinho.

Saímos pelas portas da Tardis e ''UAU'', o lugar era enorme, todo feito de mármore branco polido, e bem esculpido, havia um imenso balcão branco de recepcionista, com uma mulher magrinha de cabelos pretos puxados para trás num coque apertado tomando conta, e na parede oposta havia uma série de vidros que dava visão pra uma imensa piscina, diversos corredores que davam em salas diferentes.

–Onde estamos?

–Num Spa.

–Você me trouxe num Spa?

–No melhor da galáxia.

–Uau. Não era pra tanto Doutor.

–É claro que é, estou 21 anos atrasado pra comemorar com você me deixa compensar. Ele disse quando já havíamos chegado a recepção.

–Ah... Bom dia, uma reserva feita no nome de John Smith.

–Smith... Smith... Smith... Achei. Bem-vindos ao Spa cinco luas, os dois vão ficar?

–Oh não, odeio ficar parado em um lugar por mais de uma hora, a não ser que tenham vidas em perigo, tem alguma vida em perigo aqui?

–Eu... Suponho que não Sr. Smith. Eu abafei uma risadinha.

–Então já vou indo, coisas pra ver lugares pra ir.

–Doutor... Nem se atreva a sair naquela nave sem mim.

–Mas Rose...

–Ah por favor, é meu aniversário.

–Eu não vou longe prometo.

–Se você se meter em problemas.

–Eu não vou prometo.

–Tudo bem. Eu bufei.

–Ele saiu andando triunfante. A recepcionista riu.

–Muito bem Sra. Smith, o seu marido pagou pelo tratamento Vip.

–O que?

–O melhor tratamento que...

–Eu entendi essa parte.

–Então o que eu disse de errado?

–Ele não é meu marido.

–Namorado?

–Amigo.

–Desculpe-me é que os maridos sempre trazem as esposas aqui.. Desculpe. Mas de qualquer forma, está é a Sam, ela vai te mostrar todo o complexo, aqui está. Ela me entregou um robe branco. -Ela vai te mostrar entre outras coisas onde se trocar. E aqui.

–O que é isso? Eu disse encarando o pedaço de metal cilíndrico que ela havia me entregado.

–São seus créditos, aparentemente o seu amigo comprou créditos ilimitados, você pode gasta-los nas lojas e nos tratamentos aqui do spa, qualquer outra dúvida pode ser esclarecida pelos funcionários ou pelos guias que podem ser contatados pelos tablets que se encontram instalados por todo o complexo, aproveite a estadia.

–Obrigada.

–Ah eu fui instruída a lhe avisa que ficasse pronta até ás 20:00 com um belo vestido.

–Obrigada.

–De nada, ela acenou e sorriu.

Eu virei para trás de encontrei a mulher que deveria ser a Sam, uma mulher loira de cabelos loiros escuros encaracolados, e grandes olhos verdes, ela vestia uma calça jeans preta e uma camiseta também preta, onde estava escrito ''Guia'', ela me mostrou várias salas, as de massagem, de tratamentos corporais e faciais, depois me mostrou as lojas de roupas, de sapatos, um cabelereiro, e estúdio de maquiagem e tudo mais, parecia que esse Spa ocupava o lugar de um planeta inteiro, era imenso, havia até uma biblioteca e um cinema lá dentro. No final ela disse que eu poderia consultar os Tablets que havia em todo o spa para me localizar caso eu me perdesse.

–Então você pode se trocar aqui. Ela indicou uma sala.

–Obrigada.

Eu tirei a roupa e vesti o robe, quando saí Sam ainda estava me esperando.

–Aonde quer ir primeiro?

–Acho que ao cabelereiro. Meu cabelo loiro estava cheio de pontas duplas, chamuscado em algumas partes e não era cortado e bem cuidado á um bom, (e põe bom nisso) tempo, estava passando dos meus ombros.

–Claro. Ela me levou através de vários corredores e portas até que chegamos á um salão de vidro cheio de cadeiras de barbeiro rosa, combinando com as paredes, ou o que dava pra ver das paredes, porque a maioria dela tinha espelhos imensos, havia outras três mulheres, uma ruiva, e duas morenas. Eu agradeci a guia e ela disse que iria se retirar, pois tinha outras pessoas pra atender. Eu sentei ao lado da ruiva, e logo outra mulher veio até mim me perguntar o que eu iria querer no cabelo.

–Eu realmente não sei.

–Então eu posso fazer o que combina mais com você?

–Claro.

Ela passou no meu cabelo produtos que eu nem sabiam o que eram também alguma coisa pra ''realçar a cor natural'', era hora de lavar, alguém que eu não vi puxou uma pia daquelas que tem em salão de beleza para lavar cabelos, me reclinou na cadeira cor-de-rosa e começou a lavar meu cabelo.

–Então... Sou Rose Tyler, e vocês?

–Verônica James. Disse à mulher que lavava meu cabelo.

–Katharina Snow. Disse a ruiva.

–Jeniffer Tams. Disse a morena de olhos castanhos.

–Oswin Oswald. Disse a morena de olhos castanhos. Ela parecia a mais jovem das três aparentava uns 19 ou 20 anos, tinha um nariz engraçado.

–O que te trás aqui Srta. Tyler? Disse Verônica.

–Me chame de Rose, meu amigo me trouxe, é meu aniversário.

–Hummm... ''Amigo'' é? Disse Katharina fazendo as aspas com os dedos.

–É-É, por quê?

–Porque esse é o spa da lua Kastian, é o melhor do complexo cinco luas. É um amigo bem especial esse.

–Ele salvou minha vida, eu salvei a dele.

–E?

–E foi isso, nós... Viajamos.

–Você hesitou.

–É complicado. Eu estava corada.

–Como pode ser complicado?

–Somos só amigos, amigos que se abraçam, e andam de mãos dadas, e que... Se beijaram, uma ou duas vezes. Houve gritinhos, até aquele momento eu não havia percebido, ou não havia parado pra pensar, porque sempre tinham tantas outras coisas, alienígenas, universos paralelos, correr por nossas vidas, nossos amigos, as pessoas que salvamos ou simplesmente porque eu não queria pensar nisso, mas nossa situação é estranha, ele não é meu namorado, é menos que isso, mas também é muito mais que meu amigo, nós nunca tínhamos dito nada um para o outro, mas o que eu sentia... O que eu sinto por ele é com certeza bem mais forte e intenso que uma simples amizade.

–Vocês são ‘’amigos’’ então. Disse Jeniffer.

–É-É.

–Você só pode estar brincando, olha como você está vermelha, ele é um cara de sorte, vou caprichar, quando ele te vir vai mandar pro inferno essa história de amigos. Ela repicou meu cabelo, mas manteve-o quase do mesmo tamanho, eu gostei. Eu dei o tubinho cilíndrico a ela, ela o inseriu numa maquina e disse que já estava tudo pago.

–Pronto, quando acabar os tratamentos volte que eu termino o serviço. Ela disse.

–Alguma de vocês vai sair agora?

–Eu já terminei.

–É... Oswin não é?

–Sim.

–Aonde você vai agora?

–Vou comprar algumas coisas.

–Posso ir com você, se não for incomodar, é que eu realmente odeio andar por ai sozinha.

–Claro, vamos.

–Obrigada mais uma vez Verônica. Nós saímos andando por ai, vimos um monte de lojas, de vestidos e sapatos lindos.

–Então... Como ele é? Ela disse entrando numa loja e analisando vestidos com um olhar um tanto crítico.

–Ele tem um cabelo muito, muito bonito, adora ternos e tênis.

–E a personalidade dele como descreveria? Ela perguntava enquanto olhava alguns vestidos e me arrastava pela loja inteira, houveram uns 20 segundos de silêncio, e então eu tinha minha resposta.

–Ele é como o fogo, gelo e fúria. Ela tirou os olhos das araras dos vestidos e olhou pra mim. -Ele é a noite a tempestade no coração do sol. Ele é antigo e eterno. Eu tive remorso em dizer eterno quando eu sou apenas uma humana com uma breve vida. -Ele queima, bem no centro do tempo, ele pode ver a virada do universo. Ele é maravilhoso. Ela estava um pouco surpresa com minha resposta.

–E como você se sente perto dele?

–Ele pega minha mão entre as suas, e nós saímos correndo por ai, apenas atrás da próxima aventura, eu me sinto viva. Ela deu um sorriso maternal pra mim.

–Eu tenho certeza que ele deve ser incrível...

–Sinto que vem um ''mas'' a caminho.

–Tem razão, Rose, eu sei como é estar assim tão apaixonada por alguém. A palavra ''apaixonada'' me fez corar eu nunca tinha dito isso, ela percebeu que eu fiquei vermelha. -Não precisa se envergonhar, eu sei que acabou de me conhecer e talvez não adote esse conselho, mas é importante saber o que ele sente por você.

–Eu entendo.

–Agora vamos, é melhor escolher um vestido, tenho certeza de que ele vai babar.

–Você acabou de me conhecer, porque está me ajudando?

–Porque eu sou uma pessoa muito, muito legal!

–Agora você falou que nem ele.

–Vai querer algo especifico?

–Ele disse pra escolher um vestido bonito.

–Hum... Homens, tão previsíveis, eu já sei o que vai ficar perfeito.

Passou muito tempo até eu achar um que realmente agradasse a nós duas, depois ela me levou pra comprar sapatos e fazer um monte de tratamentos que eu não entendia, quando me dei conta estava em cima da hora, ela comprou um anel pra mim, disse que era um presente de uma amiga.

–Acho que já está na hora de eu ir me aprontar.

–Tem razão, vamos temos de correr.

P.O.V Doctor.

Depois de deixar Rose no Spa eu poderia simplesmente ter avançado o tempo até a hora combinada na Tardis, mas eu tinha algumas coisas pra acertar pra a noite, fiz tudo o mais rápido que pude e fui me aprontar, a final não é preciso esperar quando se tem uma máquina do tempo, apesar de que... Por ela eu esperaria o tempo que fosse. Eu tratei de me aprontar rápido, me vesti como sempre, risca de giz, sobretudo, camisa branca, gravata, converses e claro meu topete, eu cheguei até o Spa, pedi que a recepcionista chamasse Rose pra mim, e quando ela veio. ''Uau!'' Não que ela não fosse bonita nos outros dias, mas hoje, ela se superou. Estava com um vestido azul escuro (Azul tardis) de renda que acabava acima do joelho, o cabelo estava preso num penteado solto, eu não deixei que meus olhos explorassem abaixo do vestido (look nas notas finais galera), senti que se o fizesse teria um infarto (ou dois, eu tenho dois corações, mas vocês já sabiam disso), ela estava linda, ela veio até mim. Ela permaneceu olhando para os próprios pés durante todo o caminho até mim, mas quando parou de andar e ela levantou o rosto ela capturou minha alma com aqueles grandes olhos de avelã, meus corações pararam por um segundo, depois voltaram a bater freneticamente, eu me sentia um animal indefeso sendo acuado por uma loba selvagem. Eu abri a boca duas vezes... Acho, sem sair som algum, mas da terceira vez eu consegui... Ou quase.

–O-Olia.

–Olia? Ela arqueou uma sobrancelha.

–Eu quis dizer ''oi'' mas no meio do caminho resolvi mudar pra ''olá'' e saiu ''olia''. ''Está fazendo papel de bobo'' pensei.

–Olia então Doctor. Ela deu um sorriso tão radiante que iluminou toda a recepção. Oh Rassilon, eu pareço um colegial idiota apaixonado por uma garota linda.

–V-Você está... Está... É... Quer dizer... Muito... Bonita... Não... Linda... Você está linda. Me atrapalhei com as palavras, e coçava a parte de trás do meu pescoço com a mão e desviava o olhar pra disfarçar o rubor em meu rosto.

–Considerando?

–Como?

–Da última vez que me disse isso falou que eu estava linda considerando que eu era humana. Eu não respondi.

–Obrigada. Eu disse para a moça que continuava no balcão nos olhando com um pouco de curiosidade. Ela sorriu e acenou.

Eu e Rose entramos na Tardis.

P.O.V Rose.

Nós fomos pra nave e ele me levou á algum planeta.

–Aonde estamos?

–Porque não vai lá ver? Dei um sorriso e corri pra porta. Era simplesmente deslumbrante, havia uma pequena estrada de pedras polidas que brilhavam sob a lua prateada e sobre luzinhas flutuantes, e mais a frente erguendo-se por centenas de metros de altura havia uma cidade, uma imensa cidade que parecia brilhar como a joia de uma coroa, era repleta de arranha céus o que deveria fazer a cidade parecer com um porco espinho branco vista de cima, haviam muralhas imensas que cercavam o lugar inteiro, e de lá emanava uma áurea de felicidade, a lua brilhava estava tão grande que dava a impressão de que conseguiria ser alcançada com um pulo alto o suficiente.

–Gostou?

–É maravilhoso! Onde estamos?

–Bem vinda a cidade imperial de Barcelona.

–Estamos em Barcelona?

–Porque acha que eu mandei escolher um vestido bonito?

–Você é de mais. Ele deu um imenso sorriso e agarrou minha mão.

–Vamos lá.

Nós caminhamos até a cidade e ele me levou a um restaurante, era um lugar no topo de um dos arranha céus que dava vista pra toda a cidade banhada pelo brilho prateado da lua, com as luzes das casas, as pessoas passeando, era tudo lindo, nossa mesa era próxima a janela. Nós fizemos o pedido, ele pediu um vinho, mas cinco segundos depois de botar na boca ele cuspiu de volta na taça.

–Eca, vinho é nojento, como vocês bebem isso? Eu abafei uma risadinha. -O que?

–Sinceramente Doutor? Até terra você já provou e não teve essa reação.

Ele revirou os olhos, passamos o resto do tempo lá conversando sobre coisas aleatórias, mas em um momento eu me dei conta de uma coisa, eu tinha de perguntar...

–Doctor?

–Hm?

–Os senhores do tempo não morrem eles só mudam correto?

–Sim...

–E você mesmo disse é uma loteria, você não sabe o que vai ganhar até chegar a hora certo?

–Aonde quer chegar? Ele colocou os cotovelos sobre a mesa entrelaçou os dedos das mãos a frente do rosto, notavelmente interessado na minha linha de raciocínio.

–Então eu estava pensando que... Eu dei uma risadinha.

–O que?

–Que é possível que você se regenere como... Não sei... Uma garota por exemplo? Ele arregalou os olhos e riu.

–É, acho que isso é completamente possível.

–Então se isso acontecer poderemos ir fazer compras num planeta enorme, como melhores amigas e...

–E?

–Falar sobre garotos.

–Prefiro deixar um Dalek atirar em mim. Nós rimos.

a comida era incrível, lá tocava uma música lenta e agradável, tive vontade de dançar com ele de novo, mas com todas aquelas pessoas ao redor, eu tiver vergonha de pedir, saímos de lá cerca de duas horas depois.

–Vamos, ainda tem mais um lugar aonde eu quero te levar. Ele disse quando já estávamos na sala de controle. Eu assenti.

Quando chegamos ao planeta era basicamente um bosque, ele disse que íamos ter de caminhar um pouco até chegarmos ao destino. Estava frio lá, eu estava tremendo com aquele vestido curto.

–Aqui. Ele colocou seu pesado sobretudo bege nos meus ombros. -Melhor?

–M-Muito.

–Então vamos, estamos quase lá.

Chegamos até uma campina aberta, onde a única arvore a vista era um imenso carvalho, mas haviam rosas plantadas na grama ao redor da árvore, a lua cheia brilhava prateada no céu, e iluminava tudo sem a necessidade de uma iluminação artificial, os vaga-lumes dançavam em todas as direções cadeias de montanhas escuras com a noite completavam o cenário.

(Tipo isso)

–Onde estamos? Eu perguntei maravilhada.

–Takis, o quinto planeta do sistema Takision, anos 5000, a chuva de meteoros mais bonita de que já se teve noticia.

–Doctor... Eu nem sei como agradecer, o dia tem sido incrível.

–Não, eu que agradeço, eu sei o quão difícil deve ter sido deixar sua mãe, pra ficar aqui comigo. Eu só queria mostra que... Ele desviou o olhar como se estivesse envergonhado. -Mostrar que a vida comigo pode ser mais do que uma despedida constante.

–Oh... Doutor... Eu disse docemente. Eu seguirei seu rosto entre minhas mãos, estávamos perto, bem perto um do outro, olhei nos seus olhos. -Doutor... Estar em sua vida não é uma despedida constante, estar na sua vida é sempre ter a chance de ver o novo, dia pós dia, isso não quer dizer dar ''adeus'', quer dizer dar um ''olá'' a outras coisas.

–Rose... Ele aproximou mais seu rosto do meu, seus lábios estavam tão próximos aos meus... Tão próximos, eu quase conseguia sentir seu gosto, ele tinha um aroma de café, cheiro de homem, uma mistura de café e loção pós barba, mesmo que sua barba estivesse por fazer, o que na minha opinião o deixava muito mais bonito, beija-lo sentir seus lábios contra os meus... Ele hesitou, eu não entendi porque, mas eu me afastei.

–Eu... Houve um clarão rosa, cortando os céus. -A chuva de meteoros começou. O momento perfeito pra te dar isso. Ele puxou do bolso uma caixinha rose de porcelana decorada com pequenas rosas. -Feliz aniversario.

–Ah Doutor... Não precisava.

–Abra, me diga se gosta.

Quando eu abri a caixinha uma pequena bailarina começou a dançar uma música clássica, eu sorri, ao final da música houve uma pequena pausa e a parte da frente da caixinha se abriu como uma gaveta, revelando um colar de prata com um diamante rosa em forma de coração, ele estava preso a corrente pelas laterais por duas retas de prata e em baixo haviam pequenos diamantes (também nas notas finais).

–Doctor... Não precisava... Isso é lindo.

–Você gosta?

–Sim, é maravilhoso.

–Então venha, deixe-me coloca-lo pra você.

Eu me virei de costas e o deixei colocar o fecho.

–Como fez a caixinha ser maior por dentro?

Ele deu uma risadinha, senti uma lufada de ar quente no meu pescoço, e ao mesmo tempo um arrepio percorrer minha espinha.

–Sou um senhor do tempo... Isso é fácil. Pronto. Eu fiquei de frente pra ele e observei o colar.

–Não precisava de tudo isso.

–Em Gallifrey, é costume dar três presentes para as pessoas especiais, o primeiro deve ajudar a saciar a busca pela beleza exterior para acalmar os demônios durante o ano, não que nós realmente acreditemos nisso, mas até que é divertido, o segundo deve nos ajudar a alcançar a paz interior, e o terceiro deve representar algo sobre a pessoa presenteada, esse coração e como você, ele está sendo pressionado por todos os lados, mas continua firme forte e belo.

–Eu nem sei o que dizer.

–Que tal você me dar esse sobretudo, eu estende-lo no chão e nós dois assistirmos a chuva de meteoros?

–Acho ótimo. E foi isso que fizemos, eu peguei no sono em algum momento, não me lembro bem quando.

P.O.V Doctor.

Nós nos deitamos na grama para assistir a chuva de meteoros, foi a mais bonita que eu já vi.

–Rose o que você achou da... Ela estava de olhos fechados, respirava espaçadamente, estava tranquila, como eu nunca vira antes, estava linda, eu depositei um beijo no topo de sua cabeça. Não pude evitar de sorrir.

–Eu sinto muito Rose, não posso estar com você além de como amigo, por mais que eu queira, não seria justo, comigo, nem com você, porque quando as pessoas estão muito perto de mim elas morrem ou se machucam, e eu não vou suportar se algo de ruim acontecer com você. Mas saiba Rose Tyler que eu... Sussurrei o final baixo o bastante para mim mesmo temendo acorda-la apenas para mim e os vagalumes ao redor, agora eles sabem meu segredo. -E nada vai mudar o que eu sinto, porque você estava lá, você sempre esteve lá por mim. Um sorriso brincou em seus lábios, como se ela entendesse o que eu tivesse dito. Eu me senti sonolento, me deitei ao seu lado, e adormeci.

...

P.O.V Rose.

Eu acordei abraçada ao corpo nem-tão-magro-quanto-eu-imaginava do Doutor, estávamos deitados na grama, o horizonte estava alaranjado, o sol apontava entre as montanhas, que tinham um brilho amarelo. Ele estava dormindo com uma expressão serena no rosto, os óculos que ele havia colocado em algum momento da noite haviam caído de seu rosto e descansavam na grama molhada de orvalho, o cabelo dele encostava na testa, ele estava vulnerável dormindo, sua respiração pesada, ele não parecia ''o herói'' reverenciado em diversos lugares, parecia apenas um cara normal, ele estava tão tranquilo, eu não queria acorda-lo, voltei a dormir.

Quando de fato os dois acordamos já passava do 12:00 mas era um dia nublado, em contraste com a noite que o céu havia estado extremamente limpo. Era hora de voltar pra nave.

Eu tomei banho troquei de roupa e preparei chá, nós tomamos e ele colocou a Tardis no aleatório, nós chegamos numa estranha nave, ela parecia quebrada, mas havia uma estranha lareira francesa, no que será que nós nos metemos dessa vez?