Abri os olhos de volta ao chão
vi que era só minha imaginação
sem conseguir me mexer
sair do lugar


A gravidade me fez, me fez acordar
eu não quero acordar
eu quero dormir
e sonhar...

Dormir – Capital Inicial.

P.O.V Rose.

Me soltem! O que querem comigo?! – Dois homens me pegaram quando eu estava tentando acordar o Doutor, eles me arrastaram pela caverna até uma sala afastada, lá me prenderam pelos pés e mãos. Eu me debatia descontroladamente, mesmo sabendo que aquilo não seria completamente inútil contra as correntes de metal que me seguravam.

–Oh, querida, não faz assim, se tiver um arranhão em você o seu namorado fica louco, e acredite, eu não quero sofrer com irá de um senhor do tempo, pelo menos não agora, seria no mínimo inoportuno. – Disse uma voz carregada de ironia vindo do outro da sala.

–Cala a boca!

–Olha só! Ela é corajosa, vamos ver se continua com essa coragem quando estiver morta.

–O que vão fazer comigo?

–A canção deixa as pessoas num transe hipnótico, elas fazem o que quisermos enquanto estiverem dormindo. Você não é afetada por ela, então é descartável.

–Mas continuo aqui não continuo?

–O seu Doutor é importante para nós, então não podemos machuca-la, mas sua voz é irritante, nada que remédios para dormir não resolvam.

–Não pode fazer isso!

–Ele tem sonhos no mínimo adoráveis, mas é pura fantasia, ele gosta de você é realmente uma pena que você não vá passar de hoje, assim que ele vier até aqui atrás de você e ele vem, você, garota, será dispensável.

–Porque não o trazem até aqui? Ele está hipnotizado... A não ser que.... Oh, isso é realmente adorável, então quer dizer que podem fazer um senhor do tempo dormir, mas não podem controla-lo? – A mulher ficou calada. –Ele nunca ajudaria vocês a nada.

–Isso é o que veremos, tapem a boca dela antes que eu arranque sua língua.

–Quem é você?

–Você me conhece. E logo toda a galáxia também me conhecerá, mas por enquanto, ainda estou fraca, e terei de me contentar com esse rosto. – Ela saiu das sombras, fiquei horrorizada, ela.... Ela.... Ela era eu.

...

P.O.V Doutor.

–NÃO!

–O que houve John?

–Não! Não! Não! Tem algo que eu preciso lembrar, eu preciso lembrar o que era?

–John, você está me assustando.

–O que? Como pode ser de tarde? Eram 9:00 da manhã agora mesmo.

–Tudo bem, está tendo uma crise de meia idade, tudo bem, está tudo bem, envelhecer não é a pior coisa do mundo. – Ela acaricia meu rosto enquanto fala.

–Você não entende! Eu preciso lembrar! Eu preciso... Rose.... – Me afastei um pouco desesperado.

–Sim?

–Não você, a outra Rose.

–John Smith é bom você me explicar que história é essa de outra Rose?!

–Ela está em perigo... – Baguncei meu cabelo tentando aliviar aquela sensação entranha em meu peito, não ajudou.

–Para com isso John, por favor, não tem ninguém em perigo, não aqui, você sabe que não, agora vem cá e me dá um beijo.

–Mas...

–John, deixa disso. – Ela veio até mim e me abraçou depois se afastou um pouco para olhar nos meus olhos. –Melhorou? – Balancei a cabeça para dizer que sim. – Que bom que sim. – Ela juntou nossos lábios num beijo carinhoso me fazendo esquecer todo o resto.

–Eca papai!

–A- Ah, oi crianças. Nós nos separamos rapidamente.

–Hummm... Você esqueceu não foi? – Ana estava com a testa franzida.

–O que eu esqueci?

–Você disse que ia levar a gente no cinema.

–A- Ah sim, é claro que disse.

–Nós íamos agora não se lembra John?

–Me desculpe meu amor, eu estou um pouco estranho hoje mesmo. - Dei um selinho nela.

–Papa, pare de beijar a mamãe.

–Mas ela é minha mulher, o que vem depois? Proibir as bananas no país?

–Não papai, não deixem proibir as bananas! Ana parecia indignada com a suposição.

–Nunca! Vão ter que passar por cima de mim antes de proibirem as bananas querida!

–Parem com isso! Ninguém vai proibir bananas na Inglaterra. E o que vão querer assistir no cinema? – Rose colocou ordem na situação.

–'‘Está chovendo Hambúrguer 2''. – Disse Daniel.

–Eu quero o que o Daniel quiser. Disse Ana.

–Bem então está resolvido, vai ser '‘Está Chovendo Hambúrguer 2'' adorei um tomara que seja tão bom quanto o primeiro, vamos para o carro!

–Parece que que hoje eu vou ter três crianças para cuidar. – Rose revirou os olhos.

Nós fomos até o carro e eu dirigi até o cinema mais próximo, nós pegamos uma fila, compramos os ingressos, pipoca chocolate e refrigerante, começamos a comer antes mesmo do filme começar, nós sentamos nos lugares, sentei na ponta, Ana sentou ao meu lado, como sempre, Daniel sentou ao lado dela e Rose ao lado de Daniel. A imagem apareceu, mas meu celular tocou, era um número desconhecido.

–Ana meu amor eu tenho que ir atender no banheiro, fica aqui quietinha, avisa a mamãe e não deixe estranhos sentarem perto de você tudo bem?

–Tudo bem papai. – Dei um beijo na testa dela e saí andando rapidamente até o banheiro, chegando lá eu atendi.

–Alô?

–Alô.

–Quem está falando?

–Quem é você?

–Doutor John Smith, e você?

–Sou você.

–Como assim? Que brincadeira sem graça é essa?

–Não reconhece minha voz? – Agora pensando bem a voz dele era realmente parecida com a minha...

–Como você conseguiu esse número?

–Já disse, eu sou você, e posso provar, sua cor favorita é azul marinho, que também é a cor do seu carro, que você chama de TARDIS, não é?

–Como você sabe disso?

–Eu já disse que sou você, bem sou uma parte de você, e isso, todo esse mundo, não é real, nada disso é real, e é tudo um sonho e você tem de acordar.

–Que história é essa? Eu tenho uma mulher e filhos tenho lembranças de uma vida. E eu garanto a você, ela é completamente real!

–Eu sei o quanto quer se agarrar a isso, o quanto quer que seja real, mas não é, e nesse momento tem uma pessoa importante para nós, que precisa de nossa ajuda mais do que tudo nesse momento, então acorda!

–Eu não posso acordar, já estou acordado!

–Eu sinto muito por isso, eu realmente sinto muito, mas eu não vou perder Rose, não hoje, nem nunca, isso vai doer um pouco.

–Ei! Você não pode...! – Ouvi um ruído no celular, que foi aumentando mais e mais, joguei-o para o lado, mas o barulho continuou, doía, doía muito, eu desmaiei.

...

Novamente acordei no chão, tudo bem, a música me faz dormir, então só preciso não escuta-la, tampões de ouvido! Isso! Sei que tenho um par ou dois em algum lugar dos meus bolsos, mas encontrar duas coisas tão pequenas neles não é tarefa simples.

Eu achei um cartão de visitas, alguns fios, pilhas, um cubo mágico, uma bolinha de borracha ''ah então era ai que isso estava'' pensei, estava jogando tudo fora, até que vi uma caixinha rosa, detalhada com rosas brancas e dourado, era bem delicada, a olhei por dois segundos, essa eu guardei cuidadosamente no outro bolso dizendo ''Não é hora pra você, não ainda'', e depois de jogar mais algumas coisas dos bolsos para fora finalmente achei dois tampões de ouvidos de borracha, eu os fechei em minha mão. Ótimo, agora só precisava de um plano.

Vamos analisar, essa música faz todos que a ouvem dormir, logo esses guardas devem ter uma imunidade a ela ou mesmo tapa ouvidos, mas eles ouviam tudo que eu falava, então eles devem ter um tecnológico, um que bloquei certas ondas de som, o que impede que eles ouçam a música e adormeçam, então.... Isso! Brilhante! Para o azar deles eu tenho a minha... Chave de fenda sônica, que não está nos meus bolsos, droga! Isso confirma a teoria dos tapa-ouvidos, então agora minha missão ficou um pouco complicada, preciso encontrar minha chave de fenda, e rápido!

Juntei tudo e coloquei no meu bolso novamente, mas tomando o cuidado de deixar no bolso contrário ao da caixinha, foi bem difícil pegar aquilo com Rose comigo o tempo todo, então é melhor eu não perder.

Saí andando cuidadosamente pela caverna que na verdade era enorme, se estendia por quilômetros, era larga também, ou isso é porque esse corpo é muito magro? Não faço ideia, mas não era hora de pensar nisso, ouvi passos, me escondi atrás de uma pedra.

–Aquela loira está realmente dormindo? Vamos ter problemas se der um jeito de se soltar. – Loira? Estão falando de Rose?

–Relaxa, demos sonífero o bastante para ela não acordar por um tempo.

–Acho bom, ela é realmente muito insolente, vou dar um jeito nela se abrir a boca de novo.

–Então vai ter que se ver com aquele tal de senhor do tempo.

–Que medo, aquele otário deve estar dormindo por aí, e se não estiver vai estar em 5 minutos quando a música começar a tocar de novo. – Outro deu uma risada desdenhosa.

–É mesmo. Depois disso não pude mais ouvir a conversa dos homens então já deveria ser seguro sair do meu esconderijo.

Saí cuidadosamente e em silêncio, andei na direção da qual eles vieram, rapidamente cheguei a uma porta, girei a maçaneta, estava aberta. Antes não estivesse, porque no momento em que eu abri a porta, uma raiva quase incontrolável tomou conta do meu corpo, eles a acorrentaram numa parede, eles a acorrentaram!

Cerrei os punhos. Vi uma mesa de metal simples, com minha chave de fenda sônica sobre ela, olhei no relógio, tinha 3 minutos até a música tocar novamente, mas os tampões de ouvido ainda estavam fechados em minha mão, havia também um homem, ele não aparentava mais de 27 anos, tinha cabelo escuro, pele clara, olhos castanhos e usava um uniforme militar.

–Quem é você?

–Akita, sou o líder desse ataque inoportunamente malsucedido ao rei Orfeu.

–O que vocês fizeram com ela!? – Grunhi entre os dentes.

–Está apenas dormindo, vai acordar em breve.

–O que vocês querem?

–Poder.

–Sempre poder, não é?

–Há outra razão pela qual lutar?

–Amor, amizade, família.

–Esses ideais são apenas mentiras, não existe amor de verdade. Essas são apenas coisas criadas pelos homens para te obrigarem a fazer o que eles querem que você faça.

–Se realmente acredita nisso por que continua vivendo? Uma viver uma vida sem amor não é viver, é existir.

–Eu vivo por algo muito mais forte.

–E pelo que seria?

–Vivo por ódio, o exército do rei destruiu todo o povo do planeta em que eu morava quando eu era apenas uma criança, então naturalmente numa excursão de invasão eu seria o primeiro voluntario da lista.

–Você é realmente uma das pessoas mais hipócritas que já conheci, ficar se lamentando por perder seu planeta e, mas mesmo assim deseja fazer o mesmo com outros. Eu perdi o meu planeta inteiro na guerra do tempo, amigos, família, pessoas que eu amava, tudo, mas não estou à procura de vingança, superei, você também pode fazer o mesmo, posso te ajudar com isso.

–Fraco. Você que deixa seus inimigos saírem impunes, você é fraco, Doutor.

–Eu sou forte o bastante para perdoa-los.

–Pode enganar a si mesmo com essa mentira, mas sabe o que você não pode fazer?

–O que? – Ele se aproximou de Rose e acariciou seu rosto lentamente, tive vontade de soca-lo até o maldito pedir por misericórdia.

–Você não pode salva-la sem armas Doutor, do que adianta sua paz se não pode se quer resgatar essa garota com quem você se importa tanto?

–Se afaste dela. – Minha voz soou mais como um rosnado.

–E o que você vai fazer sobre isso? Não tem nada com o que lutar contra mim.

–Não preciso de armas.

–Acha que vai me vencer com sua chave de fenda sônica? Pode pegar, a sala é a prova de som, então divirta-se tentando. – Olhei para o objeto vagamente. –Vamos. Pegue-a! – Eu a agarrei, mesmo sem ter a menor ideia do que eu faria, e nem conseguia pensar nisso, ele balançava o rosto de Rose com as mãos.

Nunca desejei tanto matar alguém como eu desejo mata-lo, mas não posso, não posso fazer isso, se eu mato não é por ódio ou vingança, mas porque é a única coisa que eu posso fazer para salvar as outras pessoas. Eu não era assim, costumava ser um guerreiro cheio de ódio, sangue e vingança, mas Rose me fez melhor, e por ela que eu me recuso a mata-lo.

–Fique longe dela.

–Que fofo está querendo proteger a namoradinha, mas isso não vai acontecer. A final, o que essa humana tem de tão especial?

–Ela me faz uma pessoa melhor.

–Ah não pode ser só isso, não faz sentido ser só isso, você é um senhor do tempo, o que pode querer? Ela está te subornando não está? Ou ela é ótima na cama?

Já chega! Cale a boca!

–Nossa quanta hostilidade, meus dados diziam que você era um pacifista.

–Você não precisa disso, não precisa atacar o rei, vocês podem fazer um acordo e acabar com essa rivalidade estupida, e viverem em paz finalmente, o que acha?

–Acho que você tem razão, quer dizer, isso já dura séculos e eu só quero acabar com isso.

–Ótimo, agora me devolva Rose e então poderemos... – Ele começou a gargalhar.

–Às vezes eu me surpreendo em como eu sou um bom ator. – Ele movia a cabeça enquanto ria, percebi uma abertura ao lado do rosto de Rose, mas é claro, foi por ali que eles lhe deram o sonífero, então se eu tiver muita sorte deve haver um jeito de ativa-lo, vi minha companheira abrir os olhos, devem ter errado na dosagem, Akita não olhava para mim, levei meu dedo indicador aos lábios em sinal para que ela ficasse quieta, a garota instantaneamente fingiu que estava dormindo.

–Então... Akita, não é? O que você é? De que parte do universo você vem? – Sentei na única cadeira da mesa e joguei meus pés para cima, alguém uma vez me disse que eu sou folgado, não lembro quem foi.

–Eu? Eu sou humano, nascido no século 51, no planeta Glisses, escravizado pelas tropas do rei aos 14 anos, fugido aos 20, e me vingando aos 30, assassino e você?

–Senhor do tempo, nascido no planeta Gallifrey, roubei uma Tardis para fugir de meu crime, e conhecido finalizador da guerra do tempo, genocida. – Levantei-me e fiquei de frente para ele, vi um botão, mas não poderia aperta-lo, estava muito longe, Rose estava próxima, mas acorrentada ela não iria conseguir, estava com minha chave de fenda sônica, eu sabia o que tinha que fazer.

–Parece que todos têm esqueletos no armário, não é? Porque lutar contra o que você é? Nós somos guerreiros, somos vitoriosos, sobrevivemos, porque não nos juntamos? Com minha força, e sua Tardis seriamos invencíveis, poderíamos tomar impérios inteiros antes mesmo de eles existirem, teríamos riquezas incalculáveis, o universo seria nosso, seriamos seus reis, eu até deixaria essa loira aqui ser sua rainha, então o que me diz disso?

–Humm. Interessante, e do que precisaria?

–Você sabe do que preciso.

–É claro que sei, mas você esqueceu de uma coisa no seu plano perfeito.

–Ah é? E o que foi?

–Fui um genocida, vingativo e raivoso, mas sabe qual minha palavra favorita nessa frase?

–Qual?

–Fui. – Apertei a chave de fenda sônica e Rose se soltou. -Hora da soneca Akita. Rose pressionou o botão e o gás foi lançado diretamente no rosto dele. -Não respire isso, vamos, temos que leva-lo até os soldados do rei, eles vão saber o que fazer.

–Espera, e a música?

–Eu tenho um objeto mágico chamado ''tampões de ouvido'' eles servem para isso, agora vamos! – Coloquei os tampões, eu e Rose o carregamos pelos ombros até o local aonde Artêmis estava da primeira vez, ela ainda estava lá, analisando alguma coisa pela qual não me interessei...

–Aí está, o causador de tudo. – Disse pondo-o sentado no chão.

–Como o pegaram?

–Não importa. – Ela revirou os olhos.

–Tanto faz. Ei! Vocês. – Gritou com dois soldados que estavam próximos a nós. -Levem o prisioneiro para o interrogatório!

–Sim capitã!

–Interrogatório? Por que isso?

–Ele é o inimigo, se obtivermos suas táticas de guerra e defesa venceremos facilmente o seu exército.

–Artêmis não é assim que fazemos as coisas, ele deve pagar por seu crime, mas não traindo seu povo.

–Vamos deixar algo bem claro, você me deixou aqui, há literalmente séculos, mas em vez de ficar choramingando pelos cantos eu cresci, e descobri que a única coisa que realmente importa no universo é poder, e com o poder certo podemos pôr um fim de vez nessa guerra, então sim, é assim que as coisas são agora, se quiserem se juntar à nós no interrogatório serão bem-vindos, do contrário, já fizeram o bastante, podem ir. – Ela bateu continência e deu as costas.

–O que acha Doutor? Acha seguro deixa-lo com ela? – Rose perguntou.

–Nem por um segundo. – Coloquei as mãos nos bolsos e saímos andando atrás dela.

Saímos da caverna e fomos para a nave, lá havia uma sala especial para interrogatório, eles o amarraram na cadeira, ainda desacordado, eu me sentia enjoado em ver como as pessoas tratam umas ás outras.

Dez minutos mais tarde ele dava os primeiros sinais de que estava acordando.

–D- Droga, ele me enganou.

–Ele não está aqui, e eu tenho algumas perguntas para você.

–Quem é você?

–Artêmis.

–Não sei o que quer, mas não vai conseguir de mim.

–Como consegue fazer as pessoas dormirem apenas com uma canção?

–Tsck! Então é isso que quer? Mesmo que diga, você nunca terá esse poder.

–Me teste.

–Se chama Bad Wolf Song, foi dada a nosso rei pelo próprio criador que depois sumiu no universo. – B- Bad Wolf? Ele acabou de dizer Bad Wolf?

–Você sabe como essa guerra vai acabar garoto? Nós vamos expulsar vocês daqui, assim como expulsamos daquele planeta.

–Já chega Artêmis! Leve-o para uma nave auxiliar e o mande de volta para seu planeta.

–O que?! Como se atreve a se meter...

–Não é um pedido, é uma ordem, do contrário eu mesmo o levo. – Ela rosnou de raiva, pegou um telefone e falou algumas palavras, alguns minutos depois, haviam dois homens o escoltando para fora da sala. –Decisão certa.

–Vocês dois, saiam daqui imediatamente! Só me causaram problemas, se não saírem cabeças vão rolar.

–Nesse caso já vamos indo, bom te ver de novo velha amiga.

–Vai em bora idiota.

...

Já era noite, eu estava deitado na cama lendo Harry Potter mais uma vez antes de dormir minhas necessárias 4 horas de sono, estava prestes a acabar o capitulo quando ouço batidas na porta. Bem eu estava vestido dessa vez.

–Pode entrar.

–P- Posso ficar aqui?

–O que houve com seu quarto?

–A Tardis disse que não combinava comigo e precisava ser redecorado, levará por volta 24 horas.

–Sem querer ser rude mas temos centenas de quartos aqui.

–E- Eu estou com medo, com medo dos meus sonhos.

–Entendo, mas eu preciso dormir um pouco também, senhores do tempo precisam dormir ás vezes.

–T- Tudo bem, eu vou procurar outro para que eu possa...

–Se não te incomodar em dividir a cama comigo pode ficar. – Interrompi-a.

–B-B-Bem.... Não é como se você fosse algum tipo de tarado, e de qualquer forma é meu amigo. – Ela estava vermelha como um tomate, não consegui conter um sorriso de canto. Coloquei o livro na mesa de cômoda e me deitei de bruços com o rosto virado para o dela, estava ficando mais vermelha a cada segundo, mas mesmo assim não desviou o olhar.

–O que Akita queria de você?

–Uma célula.

–Como?

–O corpo de um senhor do tempo é um milagre.

–Convencido.

–Não é piada, tem reinos por aí que destruiriam sistemas planetários inteiros por uma única célula de meu corpo.

–Você tem um cabelo legal é verdade, mas não consigo imaginar alguém destruindo tudo por uma célula sua. – A voz dela estava sonolenta e baixa, seu cabelo caia sobre a testa, achei aquilo extremamente fofo, agora foi minha vez de corar.

–Há pessoas por aí que fariam mais por menos. Com uma pequena parte de mim, teriam grandes chances de reproduzir a regeneração.

–Mas ter apenas uma vida torna ela mais especial, não daríamos valor ao nosso aniversário se ele acontecesse todos os dias. – Ela fechou os olhos enquanto falava, não imaginei que estaria tão cansada assim.

–Rose? - Ela abriu um olho.

–Sim?

–Quando é seu aniversário?

–17 de Outubro. (Nota da autora: inventei essa data)

–Falta pouco mais de duas semanas.

–Porque o interesse?

–Nada. Agora vai dormir.

–Hummm... Boa noite Doutor.

–Boa noite Rose.

Ela virou-se de costas para mim e eu fiquei de costas para ela, a loira já dormia, mas eu não consegui. Aquele sonho daquele planeta, queria que ele fosse real... Não tem nada que eu queira mais do que isso, mas não é possível, então é melhor eu parar de pensar nisso, depois desse pensamento adormeci tranquilamente ao som da respiração descompassada de Rose Tyler, sem pesadelos ou profecias bizarras, apenas eu, em um sonho normal.