A Bela Não Está Adormecida

A Presença da Bruxa Branca.


Alguns meses se passaram, e Aurora já era vista como parte do reino. Todos a sua volta já tinham aceitado o fato de que ela tinha se tornado uma garota comum, uma verdadeira princesa.
Ela ia secretamente todas as madrugadas treinar com Malévola, que lhe dava a gostar de passar todas as madrugadas acordada com o garoto, arquitetando a lição e Hiei lhe ajudava a aplicar. Era bem divertido, e ela estava começandoplanos de como eles iriam destruir aquele reino.

Aurora tentava arrancar informações de sua mãe, mas raras vezes algo sobre sua infância era revelado. O rei Algust, pai de Aurora, suspeitava que a garota não tinha voltado ao normal, e Aurora sabia disso.
O que amedrontava um pouco a garota, era o fato de que o pai poderia colocar o reino todo contra ela novamente, inclusive sua mãe e o resto dos membros da corte real que habitavam o palácio juntamente com ela.

Aurora subiu para seu quarto, a noite já tinha caído, e a maioria dos moradores já haviam se recolhido para dentro de suas casas. A garota olhava pela janela, quando ouviu uma movimentação na sala principal, no andar de baixo. Ela tapou os ouvidos e sentou-se no chão, para tentar escutar algo na sala em baixo do seu quarto através de um feitiço.

– Acha que ela ainda pode estar enfeitiçada ? - O rei perguntou

– Acho um pouco improvável Algust, já que ela não apresenta nenhum sintoma suspeito. Não foi registrado nenhum assassinato desde que ela foi solta, acho muito improvável essa garota ainda estar sob a maldição de Malévola. - Uma voz feminina disse, e Aurora não ficou nem um pouco contente ao ouvi-la.

Ela sentia algo estranho, como se fosse uma dor que estava ficando cada vez mais intensa apenas de ouvir a voz da mulher que estava na sala do andar de baixo conversando com seu pai, ela sabia que algo de errado estava acontecendo.

– Bom...Se caso essa garota ainda estiver sob o feitiço, tiraremos a prova disso amanhã. Voltarei aqui e farei um contra-feitiço, que funcionará caso ela ainda estiver sob a maldição.

– Obrigado Everdeen. Você é a única que pode combater Malévola. - O rei afirmou entre um suspiro, parecendo cansado.

Aurora estava encostada na parede, sua vontade era de gritar. Ela mantinha os olhos fixo no chão enquanto abraçava os joelhos, claramente ela não estava bem. A garota era movida por um imenso sentimento de culpa que fazia sua cabeça girar e fazia várias vozes gritarem dentro dela. Ela pegou a adaga, e colocou contra o pulso.

- PARE! - Hiei pulou a janela e correu em direção a garota, pegando a adaga antes que ela pudesse fazer o primeiro corte. Ele estava ofegante, e sentou-se ao lado dela. - Já superamos isso, lembra ? - O garoto escondeu a faca e se encostou na parede, respirando rápido e parecendo um tanto suado.

– O que...O que foi isso ? - Ela perguntou olhando para as próprias mãos.

– Everdeen. Ela é a bruxa branca mais poderosa do reino, ela tem o desagradável hábito de emanar energia positiva para atingir bruxas negras desarmadas, desprotegias, no caso você. Você sabia que se cortasse seus pulsos iria morrer, não sabia ? - Hiei falava isso por que nos anos que Aurora ficou presa na torre, Malévola lhe lançou um feitiço que impediria que ela acabasse se mutilando ou se suicidando. Agora que Aurora estava livre, não havia motivos para se suicidar ao menos que uma recaída da parte boa da garota acontecesse, e foi o que aconteceu segundos atrás.

– Meu pai chamou-a aqui para averiguar se eu ainda estava sob o feitiço. Eu não posso cometer o mesmo erro duas vezes Hiei, se me pegarem eu vou ser morta. As coisas não podem ficar assim.

– Do que você está falando, Bela ?

– Eu vou mata-lo. - Ela disse firmemente.

O garoto arregalou os olhos e ficou um pouco surpreso, ele sabia que uma hora ou outra Aurora iria resolver matar Algust, mas não imaginou que fosse tão cedo.
A morte do rei traria discórdia para todo o reino, e logicamente Everdeen saberia que Aurora era uma das bruxas negras escondidas ,e então, começaria uma guerra declarada entre o lado negro e lado branco da bruxaria.

Algo que com certeza seria divertido.